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O Ibovespa se reaproximou do limiar dos 160 mil pontos no melhor momento desta quinta-feira, 11, ficando a pouco mais de 5 mil pontos do recorde intradia, da última sexta-feira. Ao fim, marcava virtual estabilidade (+0,07%), aos 159.189,10 pontos, com máxima na sessão aos 159.850,00 pontos e giro mais acomodado, a R$ 22,5 bilhões. Na semana, o índice da B3 avança 1,16%, com leve ganho, também de 0,07% no mês. No ano, sobe 32,35%. Nesta quinta, operou majoritariamente no campo positivo, com mínima do dia a 158.097,88, saindo de abertura aos 159.072,44.
Foi o segundo dia de Ibovespa em recuperação moderada - na semana até aqui, o índice da B3 recuou apenas, e muito levemente (-0,13%), na terça-feira, sem aguçamento, portanto, da correção de 4,31% vista na sessão da última sexta-feira, quando veio o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República. Flávio voltou a falar de sua postulação à Presidência em 2026, comentando ter sido "natural" a reprecificação dos ativos brasileiros na semana passada em função da expectativa de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seria o candidato da direita.
O senador reafirmou que conta com o apoio e palanque importante de Tarcísio em São Paulo, e que o "preço" de sua desistência estaria vinculado ao cenário, tido como impossível, de que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje em cumprimento de pena de prisão em Brasília, fosse o candidato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo ano. "Rejeição do Lula é absolutamente maior do que a minha."
Ele reiterou que dará continuidade ao trabalho exercido por Paulo Guedes, ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro (PL). "Na parte da economia, vou dar continuidade ao que Paulo Guedes vinha fazendo no nosso governo, que foi bem-sucedido. Bolsonaro tinha uma obsessão por redução, zerar impostos", disse o senador em entrevista ao canal do YouTube "Irmãos Dias".
No front econômico, os movimentos da sessão estiveram mais associados ao processamento das decisões do dia anterior sobre juros nos Estados Unidos, à tarde, e no Brasil, à noite. A leitura conjunta é de que o carry trade tende a contribuir para dar suporte à demanda por ativos brasileiros, na medida em que a falta de sinais do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto a um corte da Selic em janeiro reposiciona a expectativa do mercado, para março.
Até lá, a taxa de juros básica tende a seguir em 15% ao ano, no momento em que os juros de referência dos EUA já vêm de três reduções, nos meses de setembro, outubro e dezembro, com a decisão de ontem.
"Olhando os ativos, o desempenho lateralizado do Ibovespa na sessão decorreu do cabo de guerra entre a alta de Vale (ON +1,32% no fechamento) e a queda de Petrobras (ON -2,03%, PN -2,13%)", diz Rubens Cittadin, especialista em renda variável da Manchester Investimentos. "Carry trade segue nos favorecendo em um dia como o de hoje, de agenda mais fraca, sem novos catalisadores disponíveis."
Para Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, fluxo estrangeiro tem sido a chave dos dias de alta para a Bolsa brasileira. "Só não teve uma alta maior pelo efeito negativo de Petrobras, em dia sem indicadores importantes para orientar os negócios", aponta o analista, destacando ainda o processamento, pelo mercado nesta quinta-feira, dos sinais "hawkish" duros emitidos pelo comunicado do Copom na noite de quarta.
Marcos Freitas, analista macroeconômico da AF Invest, observa que, com poucas mudanças, o Copom continua a sinalizar que o momento exige política monetária significativamente contracionista por período prolongado - considerada desta vez "adequada", em vez de "suficiente", na redação do comunicado do Copom. "Acreditamos que o corte venha só na reunião de março", avalia Freitas.
Para Marcelo Bolzan, sócio da The Hill Capital, os ajustes no comunicado do Copom sugerem que a possibilidade de corte da Selic ainda em janeiro foi, na prática, descartada, ao se manter o tom duro na abordagem da política monetária, em especial no trecho em que se faz referência à política contracionista de juros por um "período bastante prolongado".
Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão, Hapvida (+3,41%), RD Saúde (+3,22%), Vivara (+2,67%) e BTG (+2,53%). No lado oposto, Suzano (-4,26%), Magazine Luiza (-4,10%), Usiminas (-2,76%) e Embraer (-2,55%). Além de BTG, destaque também no setor financeiro nesta quinta-feira, pós-Copom, para Bradesco (ON +0,64%, PN +1,15%). Itaú PN, principal ação do segmento, virou perto do fim, em baixa de 0,08% no fechamento, assim como Banco do Brasil (ON -0,14%), o que contribuiu para a perda de ímpeto do Ibovespa, combinada à acentuação do sinal negativo de Petrobras.
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