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Leila critica Flamengo em 'contribuir' e pedir fim dos sintéticos: 'Sempre se omitiu'

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A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, ironizou a proposta do Flamengo apresentada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para aprimoramento dos gramados do País. O documento do clube rubro-negro cita, entre outras medidas, o fim da grama sintética.

A pauta envolve diretamente o Palmeiras, que é um dos cinco clubes da Série A de 2026 que tem grama sintética no seu estádio. Os outros quatro são Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo e Chapecoense.

"Eu fico contente que a atual gestão do Flamengo demonstre, enfim, algum interesse em contribuir com a melhora do futebol brasileiro. Durante este ano, eu participei de vários debates com presidentes de outros grandes clubes, nos âmbitos da CBF e da Libra, e o Flamengo sempre se omitiu. Portanto, é até louvável que o Flamengo apresente uma proposta supostamente em benefício do futebol brasileiro, e não somente em benefício dele próprio", disparou a mandatária palmeirense.

Segundo Leila Pereira, a discussão sobre a qualidade dos gramados do Brasil vem sendo pautada por clubismo. "O fato é que não há qualquer evidência científica de que os campos sintéticos ofereçam maior risco de lesão aos atletas. Inclusive, desde que implementou o gramado artificial no Allianz Parque, em 2020, o Palmeiras é um dos clubes da Série A com menor número de jogadores lesionados", contra-argumentou

As falas escalaram quando Leila citou o Maracanã, com críticas ao gramado do local onde o Flamengo manda seus jogos. "No dia em que tiver um estádio próprio, (o Flamengo) pode instalar nele o tipo de gramado que quiser. O Palmeiras tem estádio próprio e optou por colocar um gramado artificial", provocou Leila, também citando a Arena Barueri, concedido à Crefisa e que também tem grama sintética.

O contrato firmado entre o Palmeiras e a WTorre, que faz a cogestão do Allianz Parque, a empresa tem essa participação até 2044. Durante esse período, a WTorre é responsável pela administração geral do estádio, enquanto o Palmeiras tem direito a 100% da renda líquida da bilheteria de jogos e participações progressivas em receitas comerciais (camarotes e patrocínios, por exemplo).

O Flamengo propõe a criação de um programa para a padronização dos gramados, seguindo padrões da Fifa e da Uefa. O plano incluiria testes técnicos obrigatórios, avaliação de infraestrutura e inspeções periódicas.

O clube defende que acabem os gramados sintéticos. Para sustentar a posição, é argumentado que há maior incidência de lesões na grama artificial.

"Embora a literatura científica ainda busque um consenso absoluto, a experiência da elite do futebol mundial e a maioria dos estudos biomecânicos apontam para riscos aumentados e específicos em gramados sintéticos, não compatíveis com o alto rendimento", argumenta o clube rubro-negro, citando pesquisas de cinco revistas científicas (Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, American Journal of Sports Medicine, Medicine & Science in Sports & Exercise, Journal of Environmental Management, British Journal of Sports Medicine), um relatório do Departamento de Saúde Pública de Connecticut e uma reportagem do The Guardian.

O Flamengo ainda cita problemas para o desempenho do jogo, como variação na velocidade da bola e alteração no comportamento tático. A ideia seria extinguir os sintéticos de maneira progressiva na Série A em 2028 e, na Série B, em 2029.

OS GRAMADOS DO BRASILEIRÃO 2026

Natural - Bahia, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo/Fluminense, Grêmio, Internacional, Mirassol, Red Bull Bragantino, Remo Santos, São Paulo, Vasco e Vitória

Sintético - Atlético-MG, Athletico-PR, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras

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