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A miopia, antes vista como um problema comum da adolescência, tem aparecido cada vez mais cedo e com maior intensidade. Dados recentes de associações oftalmológicas mostram um aumento significativo no número de crianças diagnosticadas com dificuldade de ver de longe — uma tendência que acende o alerta entre especialistas e famílias.
O principal fator apontado pelos médicos é a exposição excessiva a telas. Em média, crianças passam hoje mais de seis horas por dia entre celulares, tablets, computadores e televisão. Esse padrão reduz a frequência com que os olhos são estimulados a focar objetos distantes, favorecendo o alongamento do globo ocular, processo que caracteriza a miopia.
Outro elemento determinante é a falta de tempo ao ar livre. Estudos internacionais mostram que apenas 40 minutos diários de exposição à luz natural podem reduzir significativamente o risco de desenvolver miopia. No entanto, a rotina urbana, a insegurança nas ruas e a alta carga escolar fazem com que cada vez menos crianças tenham contato regular com ambientes externos.
Além do aumento no número de casos, os oftalmologistas também observam um avanço rápido do grau entre os pequenos. Crianças que antes tinham -1 grau podem chegar a -3 ou -4 em poucos anos, o que amplia o risco de complicações futuras, como descolamento de retina, glaucoma e degeneração macular.
Diante do cenário, especialistas reforçam a importância de consultas regulares com oftalmologista, especialmente a partir dos três anos de idade. Outros hábitos também são essenciais: manter pausas a cada 20 minutos de uso de telas, estimular brincadeiras ao ar livre, garantir iluminação adequada nos estudos e limitar o tempo de exposição durante a noite.
Embora os dispositivos eletrônicos façam parte da rotina moderna, médicos defendem que é possível conciliar tecnologia e saúde ocular com orientações simples. O desafio, segundo eles, é conscientizar pais e escolas sobre a necessidade de estabelecer limites — e lembrar que o desenvolvimento visual das crianças depende, em grande parte, da forma como elas interagem com o mundo fora das telas.
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