Processo milionário e saída turbulenta não impedem possível retorno de Sampaoli ao Santos

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Menos de 24 horas após a demissão de Pedro Caixinha, Jorge Sampaoli se tornou o favorito para reassumir o comando do Santos. O técnico argentino esteve à frente da equipe em 2019, quando chegou às semifinais do Paulistão e ao vice-campeonato no Brasileirão. Caso alcancem um acerto, o clube tentará repetir o sucesso esportivo e apagar os problemas de relacionamento com o argentino, que chegaram a resultar em um processo trabalhista.

Sampaoli teve uma conversa com o presidente Marcelo Teixeira na tarde desta segunda-feira. Livre no mercado desde que deixou o Rennes, da França, o argentino vive no Rio de Janeiro e foi procurado pelo departamento de futebol do Santos. Ele foi o primeiro nome em que o clube iniciou conversas, para além de sondagens, como as ocorridas com Tite e Dorival Júnior, e reflexões internas da diretoria sobre possíveis nomes.

A qualidade do Santos no período em que esteve sob o comando do treinador é um dos principais pontos para seu nome ser considerado. Em 2019, comandou a equipe em 64 jogos, com 34 vitórias, 15 empates e 15 derrotas no período - 61% de aproveitamento no período. Em 2024, o próprio Marcelo Teixeira, em seu primeiro ano de gestão, já havia consultado o argentino, mas houve uma recusa da proposta.

Além do vice-campeonato brasileiro, o Santos não conseguiu chegar a um acordo, em 2019, para manter o treinador. À época, o clube, presidido por José Carlos Peres, mostrou insatisfação pela forma com a qual o treinador conduziu as negociações e sua relação com o Santos. "Conversamos com dirigentes chilenos e temos relatos da convivência dele. Os relatos mostram que ele sai sempre de forma difícil dos clubes. É um grande treinador, mas sempre sai com um final infeliz", disse o presidente, em 2020.

Na época, o clube não conseguiu prometer ao treinador a contratação de grandes nomes para reforçar a equipe na disputa da Copa Libertadores de 2020. Esses fatores pesaram para que ele pedisse demissão, em dezembro de 2019, e deixasse o clube. "Fomos vice do Brasileiro, e a medalha dele está lá para retirar. Só temos a agradecer e que seja feliz em outro clube", reforçou Peres.

No ano seguinte, Sampaoli ganhou processo de R$ 4,4 milhões contra o Santos. O clube alegava, na ação judicial, que o treinador havia pedido demissão em 9 de dezembro, o que o forçaria a pagar multa. O argentino, porém, defendeu que sua saída ocorreu apenas no dia 11, quando já não havia multa para a rescisão. E esse argumento foi aceito pelo tribunal.

Simultaneamente, chegou a um acordo para comandar o Atlético-MG. No reencontro com o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, uma vitória para cada lado: 3 a 1 na Vila Belmiro para os paulistas, enquanto Sampaoli se deu a melhor no confronto em Belo Horizonte, com vitória por 2 a 0.

Em 2024, Sampaoli mudou sua postura em relação ao clube: mesmo após recusa para retornar ao comando técnico, escreveu carta "de amor" à instituição, em seu aniversário de 112 anos (14 de abril). "Agradeço ao Santos. Muito obrigado. Porque em sua imensa história guardou um lugar para eu ser feliz. E ser feliz no futebol é muito mais do que ganhar o campeonato", disse o treinador.

O Santos deve anunciar seu novo treinador nos próximos dias. Nesta terça-feira, a partir das 15h, o CEO Pedro Martins irá conceder entrevista coletiva na sala de imprensa da Vila Belmiro. A tendência é de que o nome do novo treinador para a temporada seja abordado e, caso chegue a um acordo a tempo, anunciado pelo dirigente.

Para o duelo de quarta-feira, justamente contra o Atlético-MG, o auxiliar técnico César Sampaio assume o Santos de maneira interina. O clube ocupa a 18ª posição no Campeonato Brasileiro e busca sua primeira vitória na competição, depois de três rodadas. O mesmo vale para os mineiros, comandados por Cuca - vice-campeão da Libertadores de 2020 com o Santos -, que somam apenas dois pontos na competição e estão na beira da zona de rebaixamento.

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Ministério da Saúde atualiza, nesta quarta (15), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 148 notificações foram registradas, sendo 41 casos confirmados e 107 em investigação. Outras 469 notificações foram descartadas. 

O estado de São Paulo concentra 60,81% das notificações, com 33 casos confirmados e 57 ainda em investigação.  

Até a última atualização, apenas os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul haviam registrado casos confirmados. Agora, o estado de Pernambuco também confirmou casos por esse tipo de intoxicação. Com isso, os números de casos confirmados são: 33 em SP, 4 no PR, 3 em PE e 1 no Rio Grande do Sul. 

Em relação aos casos em investigação, São Paulo investiga 57, Pernambuco (31), Rio de Janeiro (6), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (3), Rio Grande do Sul (3), Alagoas (1), Goiás (1) e Paraná (1). 

Em relação aos óbitos, 6 foram confirmados no estado de São Paulo e 2 em Pernambuco. Outros 10 seguem em investigação, sendo 4 em SP, 3 em PE, 1 no MS, 1 na PB e 1 no PR. 

Uma pesquisa do instituto Ipsos revelou que a saúde mental é o maior motivo de preocupação entre os brasileiros quando o assunto é saúde pública. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados citaram o tema como prioridade, superando problemas como câncer (37%), estresse (33%), abuso de drogas (26%) e obesidade (22%).

Os dados mostram ainda diferenças importantes entre grupos. Enquanto 60% das mulheres dizem se preocupar com saúde mental, entre os homens esse índice é de 44%. A preocupação também é mais forte entre os jovens da Geração Z (60%) do que entre os Boomers (40%), indicando uma mudança geracional na forma como o tema é percebido.

A pesquisa também revela desafios estruturais. Oito em cada dez brasileiros afirmam não conseguir arcar com os custos de uma boa assistência à saúde, e 57% acreditam que a qualidade dos serviços de saúde ainda pode melhorar nos próximos anos. Além disso, 70% apoiam a vacinação obrigatória e 55% temem que a obesidade aumente no país.

O levantamento reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a saúde mental, ao mesmo tempo em que garantam acesso mais amplo e equitativo aos serviços de saúde para a população.

A mamografia é considerada um dos métodos mais eficazes para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tipo de câncer mais letal entre as mulheres no Brasil. Trata-se de um exame de imagem que permite identificar alterações suspeitas antes mesmo de sintomas surgirem, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.

O procedimento é feito por meio de uma máquina que examina especificamente o tecido mamário. As mamas são posicionadas sobre uma bandeja de acrílico, onde ocorre uma leve compressão, necessária para obter imagens nítidas. A máquina, então, realiza radiografias utilizando doses baixas de radiação, menores do que as aplicadas em exames de outras regiões do corpo.

De acordo com o Ministério da Saúde, recomenda-se que mulheres entre 40 e 69 anos realizem o exame a cada dois anos como forma de rastreamento. Já mulheres com menos de 40 anos podem ser orientadas a fazer a mamografia caso haja histórico familiar de câncer de mama ou risco de tumores hereditários.

A importância do exame é reforçada pelo dado alarmante: somente em 2025, o Brasil deve registrar cerca de 73,6 mil novos casos da doença. A prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as principais armas para reduzir a mortalidade e ampliar as chances de cura.