Deputado do partido de Bolsonaro participa de evento em apoio a candidato petista em Fortaleza

Política
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O deputado federal cearense Júnior Mano organizou nesta quarta-feira, 17, um encontro entre prefeitos para sinalizar apoio a Evandro Leitão, candidato petista que concorre à prefeitura de Fortaleza no segundo turno contra André Fernandes, do Partido Liberal (PL) - o mesmo partido do parlamentar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além do deputado e de outros 41 prefeitos, participaram do encontro o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o ex-governador do Estado e ministro da Educação Camilo Santana.

Um dos participantes do evento foi Acilon Gonçalves, prefeito de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza. Atualmente sem partido, o prefeito foi filiado ao PL e era presidente estadual da sigla até novembro de 2023. Gonçalves é aliado do ministro da Educação e, em sua gestão à frente do partido bolsonarista, precisou adotar uma postura menos simpática ao PT.

Foi com o partido sob seu comando no Ceará que aconteceu a expulsão do deputado federal licenciado Yuri do Paredão, que posou ao lado de ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "fazendo o L" e deu declarações de apoio ao atual presidente. Ao deixar o comando do PL cearense, Acilon declarou que sua saída foi motivada por "divergências de entendimento com outros membros da sigla".

Nas redes sociais, prefeitos como Tiago Abreu (PSB), de São Luís do Curu (a cerca de 82 km da capital cearense), comentaram ter recebido orientações do deputado para apoiar o candidato petista.

"Acompanhando nosso líder e amigo Júnior Mano, manifestamos apoio ao candidato a prefeito Evandro Leitão", escreveu Abreu em seu Instagram.

Apesar de ser do partido que abriga boa parte dos políticos ligados ao bolsonarismo, Júnior Mano integra a ala governista da sigla, que tem sofrido punições internas na Câmara dos Deputados. Ele foi suspenso das comissões da Casa por ter votado a favor da reestruturação ministerial.

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A Casa Branca chamou de "ilegítima" a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para um terceiro mandato no cargo. "Maduro demonstrou desprezo à democracia", afirmou a secretária de imprensa do governo americano, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa nesta sexta, 10.

Jean-Pierre também comentou o forte relatório de emprego dos EUA, o payroll, que apontou criação de 256 mil postos de trabalho em dezembro. Segundo ela, o governo do presidente americano, Joe Biden, é o primeiro registrar ganho de empregos em todos os meses da administração.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, minimizou nesta sexta, 10, o impacto de novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia nos preços de petróleo e, portanto, nos de gasolina.

Em coletiva de imprensa, Jean-Pierre explicou que espera oferta global da commodity maior que a demanda este ano, o que deve impor pressão sobre as cotações. "Acreditamos que preços de gasolina continuarão caindo", ressaltou.

A porta-voz acrescentou as "significativas" sanções miram o setor de energia russo, com objetivo de reprimir a capacidade do Kremlin de manter a guerra contra a Ucrânia. Para ela, por conta das medidas, o mercado petrolífero está "em lugar fundamentalmente melhor".

Jean-Pierre disse ainda que os EUA impuseram sanções contra aliados da Venezuela, após a posse do ditador Nicolás Maduro a um terceiro mandato, que os EUA consideram "ilegítima".

O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições venezuelanas, afirmou que retornará ao país "em breve" para assumir a presidência e ordenou que o alto comando militar venezuelano preparasse as condições de segurança para sua posse. O opositor que é reconhecido como o presidente eleito por países como EUA e Argentina, afirmou que Nicolás Maduro consumou um golpe e se "autocoroou ditador" ao tomar posse para um terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira, 10.

"Maduro violou a Constituição e a vontade soberana dos venezuelanos expressa em 28 de julho. Consumou um golpe de Estado. Autoproclamou-se ditador. Não tem o apoio do povo", disse o opositor em uma mensagem gravada. "Não conta com o respaldo de nenhum governo que se respeite como democrático. Apenas os ditadores de Cuba, Congo e Nicarágua o apoiam."

Como autoproclamado presidente, González ordenou ao alto comando militar que desconsiderasse as ordens ilegais de Maduro e preparasse as condições de segurança para sua posse. "Os soldados da nossa Força Armada Nacional devem obediência ao povo através de mim, pois hoje sou o presidente eleito da República Bolivariana da Venezuela", declarou.

Maduro, no poder desde 2013, foi empossado em uma cerimônia na sede do Parlamento, sob seu controle, assim como todas as instituições do país, incluindo as Forças Armadas, que pela lhe juraram "lealdade e subordinação absoluta".

González afirmou que está "muito perto" da Venezuela. Após viajar pelas Américas para dialogar com lideranças internacionais, o opositor cogitava pegar um voo para a Venezuela para pressionar por sua posse, mas desistiu de ir a Caracas por um pedido de sua aliada, a líder opositora María Corina Machado. Na quinta-feira, 9, na saída de um protesto contra Maduro, a oposição venezuelana denunciou a detenção temporária de Corina Macho pelo regime chavista.

"Como disse María Corina Machado, a decisão de fechar as fronteiras do país e armar os aviões militares que protegem o espaço aéreo, visavam fazer comigo, no ar, o que fizeram ontem contra nossa líder", disse. Nesta sexta-feira, a Venezuela fechou fronteira com o Brasil e com a Colômbia.

González declarou que está trabalhando para entrar na Venezuela de maneira segura e no momento certo, enfatizando que sua liderança representa a vontade de quase oito milhões de eleitores. "Em breve, muito em breve, apesar de tudo o que eles fizerem, conseguiremos entrar na Venezuela e pôr fim a esta tragédia. Estou muito perto da Venezuela. Estou pronto para o ingresso seguro e no momento propício", afirmou.

Na cerimônia desta sexta-feira, Maduro pediu múltiplos juramentos de lealdade, feitos por militares, policiais e seguidores do chavismo.

A autoridade eleitoral proclamou Maduro vencedor das eleições com 52% dos votos, mas não apresentou até hoje os dados detalhados da apuração, como determina a lei. A oposição, por sua vez, afirma que González com 70%.

A principal coalizão de partidos políticos opositores, a Plataforma Unitária, denunciou que Maduro consumou "um golpe de Estado" ao tomar posse, apoiado "pela força bruta e não reconhecendo a soberania popular expressada contundentemente em 28 de julho", diz um comunicado, sustentando que "González Urrutia é quem deve ser empossado".