Trump assina ordem que dá à Casa Branca controle sobre agências independentes

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O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta terça-feira, 18, que dá aos seus indicados políticos um controle de longo alcance sobre as agências federais que, durante décadas, operaram independentemente da influência da Casa Branca.

A ordem exige que os órgãos independentes apresentem as principais regulamentações ao escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca para análise. O escritório é dirigido por Russell Vought, um aliado de Trump.

Vought escreverá "padrões de desempenho e objetivos de gerenciamento" para os chefes de agências independentes e fornecerá atualizações para Trump sobre os cumprimentos desses requisitos. Vought também analisará e ajustará os orçamentos das agências.

"Para que o governo federal seja realmente responsável perante o povo americano, os funcionários que exercem um vasto poder executivo devem ser supervisionados e controlados pelo presidente eleito pelo povo", diz a ordem.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que mantém a previsão de votação do projeto antifacção nesta terça-feira, 18, conforme postagem na rede social X, na manhã desta segunda-feira, 17. O parlamentar reforçou que o tema requer urgência e citou medidas que constam do texto.

"Segurança pública exige firmeza, mas também garantias e eficiência institucional. Por isso, inseri na pauta de amanhã e a Câmara dos Deputados vai votar o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado", escreveu Motta. "É a resposta mais dura da história do Parlamento no enfrentamento do crime organizado", continuou.

"O projeto aumenta as penas para integrantes de facções e dificulta o retorno às ruas, também cria e integra os Bancos Nacional e Estaduais de Dados sobre as Organizações Criminosas. Vamos em frente com responsabilidade e a urgência que o tema requer", acrescentou o presidente da Câmara.

O PL 5582/2025 foi proposto pelo governo federal como resposta à crise na segurança pública, tema que voltou a ganhar força no debate nacional com a megaoperação da Polícia do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que deixou 121 mortos.

Governistas manifestaram desagrado com Motta após a decisão do presidente da Câmara de nomear como relator da proposta o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Derrite fez uma série de mudanças no projeto enviado pelo governo. Durante a semana passada, o relator propôs a inserção de práticas de facções criminosas na Lei Antiterrorismo, mas recuou da tentativa depois do protesto do governo contra a medida, por considerá-la nociva à soberania nacional.

Apesar da concessão, Derrite não conseguiu um acordo pela aprovação. O governo ainda critica propostas relacionadas à tipificação penal das facções criminosas, aos repasses a fundos federais de segurança pública e ao perdimento de bens ilícitos de empresas beneficiadas pelo crime organizado.

Como mostrou o Estadão, promotores, empresários e auditores fiscais querem saber quem ajudou Derrite a fazer seus textos. Eles apontam no relatório ataque à Receita, inviabilizando o combate ao contrabando, a Operação Carbono Oculto e até ações como a das joias de Bolsonaro. As alterações, segundo o promotor Lincoln Gakiya, que atua no combate ao crime organizado, só interessam ao crime organizado.

Ao Estadão/Broadcast, na sexta-feira, 14, Motta fez um apelo por união. "É momento dos partidos saírem da disputa por holofote e dividendos eleitorais", disse.

A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (Conafer) afirmou em nota divulgada nesta segunda-feira, 17, que o presidente da entidade, Carlos Lopes, vai se entregar à Polícia Federal (PF) para o cumprimento da ordem de prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça.

Lopes foi um dos alvos da nova fase da Operação Sem Desconto na semana passada e é suspeito de comandar desvios de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio da Conafer. Ele não foi localizado no dia da operação e era considerado foragido. A PF apontou indícios de que Carlos Lopes, em conjunto com outros operadores da Conafer, realizava pagamentos periódicos de propina a dirigentes do INSS e políticos.

"O presidente da Conafer encontra-se em viagem em área de difícil acesso e que apresenta limitações de comunicação, o que explica a dificuldade de contato imediato. Ressalta-se que sua ausência não decorreu, em nenhum momento, de tentativa de evasão, ocultação ou resistência à atuação das autoridades públicas. A Conafer informa que o presidente já está em processo de retorno e se apresentará às autoridades competentes assim que tiver acesso aos autos, conforme já comunicado à assessoria jurídica da Confederação, que acompanha todos os trâmites de forma transparente e colaborativa", diz a nota.

A entidade também rebateu as acusações e criticou a divulgação das informações do inquérito. "A Conafer manifesta, ainda, seu repúdio à forma sensacionalista com que parte da imprensa tem tratado o tema, distorcendo fatos, antecipando juízos e buscando criar narrativas que não condizem com a verdade, alimentando um ambiente de especulação que apenas prejudica a opinião pública e compromete a lisura do debate", afirma o texto.

Thiago Barral, coordenador da Área de Energia da COP30, disse há pouco, durante painel no Pavilhão do Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas que o Brasil construiu um arcabouço legal robusto para fazer a transição para uma economia sustentável e moderna "sem ficar a reboque do arcabouço dos outros países".

"Entre junho de 2024 e janeiro de 2025, aprovamos um pacote de legislações que é impressionante", afirmou, acrescentando que "agora precisamos transformar isso em resultados".

Barral citou a lei do mercado de carbono (SBCE), mobilidade verde, hidrogênio de baixa emissão de carbono, combustível do futuro, entre outras.