Cúpula do governo Trump debate planos de guerra por engano em chat com acesso de jornalista

Internacional
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Altos funcionários de segurança nacional do governo Trump mantiveram discussões detalhadas sobre planos altamente confidenciais dos EUA para lançar ataques aéreos contra o grupo rebelde Houthis, do Iêmen, usando um serviço de mensagens comerciais e incluíram erroneamente um jornalista na conversa, disseram autoridades dos EUA na segunda-feira, 24.

Os bate-papos pelo serviço de mensagens criptografadas Signal duraram dias e incluíram informações específicas sobre armas, alvos e tempo usados no ataque, de acordo com a revista Atlantic, cujo editor, Jeffrey Goldberg, foi inadvertidamente incluído na discussão e que divulgou os textos.

Especialistas em segurança nacional e ex-funcionários dizem que o uso do Signal para conduzir discussões confidenciais sobre ação militar iminente foi uma violação grave dos procedimentos de segurança que regem o manuseio de informações confidenciais de defesa.

O presidente Trump disse, inicialmente aos repórteres, que não estava ciente do artigo do Atlantic, mas funcionários do governo afirmaram mais tarde que ele apoiava o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e outros funcionários que participaram do bate-papo do Signal.

"O presidente Trump continua a ter a maior confiança em sua equipe de segurança nacional, incluindo o conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, em uma declaração.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, confirmou a autenticidade do bate-papo em uma declaração ao The Wall Street Journal. Mas ele não respondeu a perguntas sobre se o bate-papo infringiu os procedimentos legais para lidar com informações confidenciais.

"Neste momento, o tópico de mensagens que foi relatado parece ser autêntico, e estamos revisando como um número inadvertido foi adicionado à cadeia", disse Hughes.

"O tópico é uma demonstração da coordenação política profunda e ponderada entre altos funcionários. O sucesso contínuo da operação Houthi demonstra que não houve ameaças aos nossos militares ou à nossa segurança nacional", acrescentou.

O grupo de bate-papo do Signal que discutiu os ataques planejados contra os Houthis listou 18 usuários. Os funcionários listados incluíam Waltz, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, o vice-presidente JD Vance, e o diretor da Agência Central de Inteligência, John Ratcliffe. A diretora de Inteligência Nacional,Tulsi Gabbard, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o enviado especial Steve Witkoff e um usuário identificado como "MAR", que parecia ser o secretário de Estado, Marco Rubio, eram outros integrantes.

Ao longo de dois dias neste mês, o grupo debateu como atacar os Houthis com o usuário identificado como Vance argumentando para atrasar a operação porque isso poderia levar a um aumento nos preços do petróleo e os EUA estariam tomando medidas que beneficiariam principalmente as rotas comerciais que atendem à Europa.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebe na manhã desta quinta-feira, 27, o filho Jair Renan (PL), vereador em Santa Catarina, e a mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. As visitas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes entre 9h e 11h desta quinta-feira. As visitas não são simultâneas e cada visitante tem 30 minutos com Bolsonaro.

Jair Renan foi o primeiro a chegar para se encontrar com o ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, às 9h15. Michelle está no local desde 9h23 e, inicialmente, ficou dentro do carro. Ela entrou no prédio 20 minutos depois de ter chegado.

Desde que foi preso no último sábado, Bolsonaro já recebeu visitas de Michelle e dos filhos Flávio e Carlos, mas Jair Renan é o primeiro a encontrá-lo após Moraes determinar o trânsito em julgado da ação penal do golpe e o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão.

Irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Diego Torres, deixou o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta quarta-feira, 26. A exoneração, que ainda será publicada no Diário Oficial do Estado, ocorreu a pedido do próprio Diego, que agora deve ajudar a estruturar a campanha de Tarcísio - seja para a reeleição ou Presidência.

Desde 2023, Diego atuava como assessor especial do governador e era considerado um dos auxiliares mais próximos de Tarcísio. Ele era responsável principalmente pela interlocução com a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), também funcionava como ponte entre o governador e a família Bolsonaro.

A pessoas próximas, Diego afirmou que decidiu deixar o cargo para organizar projetos pessoais na área de comunicação e para ajudar a estruturar a campanha do governador no ano que vem. Ele nega qualquer desgaste com Tarcísio.

Diego cogitou deixar o governo em outras ocasiões, alegando que estava cansado. Agora, avaliou que o fim do ano seria um momento adequado para a mudança.

Um interlocutor de Tarcísio disse que no momento Diego precisa dar apoio à irmã. Com a saída do governo, acrescenta, ele terá mais liberdade para ajudar Michelle a estruturar uma candidatura, seja a senadora pelo Distrito Federal ou como parte de uma chapa presidencial - como candidata a presidente ou vice.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), recebeu alta nesta quarta-feira, 26, após cinco dias internado em São Paulo devido a um episódio de arritmia cardíaca.

Segundo o boletim médico assinado pela chefe da equipe médica Ludhmila Hajjar.

"O governador Ronaldo Caiado recebeu alta hospitalar na manhã desta quarta-feira, após evolução clínica favorável. Durante todo o período de internação no Hospital Vila Nova Star, manteve-se estável, com boa resposta ao tratamento e sem novos episódios de fibrilação atrial".

O comunicado ainda informou que o acompanhamento médico será mantido de forma rotineira. Caiado havia passado por uma cirurgia no coração nesta segunda-feira, 24, para tratar a arritmia.

O governador foi internado na tarde de sábado, 22, no mesmo dia em que se pronunciou sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em 2019, Caiado foi internado após sentir dores no peito e, em 2022, passou por outra cirurgia cardíaca.