O consumo de aço na América Latina em janeiro (último dado disponível) subiu 0,8%, ante o mês anterior, pelo nono mês consecutivo, totalizando 6,09 milhões de toneladas (Mt). A alta em relação a janeiro de 2020 chega a 12,7%. Os dados são da Associação Latino-americana do Aço (Alacero). De acordo com a entidade, o consumo de aço continua crescendo devido à recuperação da demanda, ao aumento do índice de produção industrial e da manufatura, e à recomposição dos estoques, tanto dos consumidores finais quanto da cadeia de distribuição.A Alacero diz que as perspectivas de curto prazo se mostram favoráveis ao fortalecimento da demanda de aço na região. Há alguns dias, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou a atualização de abril das suas previsões para este ano, que apontam que a economia global crescerá 6%, os países desenvolvidos 5,1%, as economias emergentes 6,7% e a América Latina 4,6%; na região destacam-se o Brasil, com uma taxa de 3,7%, e o México, com 5%.
O Brasil foi o país que mais contribuiu para a melhora do desempenho da demanda de aço, com um aumento de 8,8%, e o quinto mês consecutivo acima de 2 milhões de toneladas mensais, nível que não era registrado desde junho de 2018. A Argentina também apresentou uma alta de 10,8% no consumo de janeiro, em comparação com dezembro de 2020.
As importações registraram um aumento de 5,7% na comparação com janeiro de 2020. As exportações do mês caíram 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado, porque a indústria está se concentrando em abastecer o mercado local de maneira prioritária. Este último resultado foi 12,4% inferior a dezembro do ano passado, e representou só 11,4% da produção regional em janeiro, abaixo da participação de 15,6% em 2020. Como consequência desse desempenho, houve um agravamento do déficit da balança comercial, que já tinha sido registrado em novembro e dezembro. Em janeiro, as importações representaram 35% do consumo regional, contra 33% observados durante 2020.
"Enfrentamos um período de incertezas e estamos no processo de conseguir o equilíbrio entre a demanda e a produção. No entanto, neste momento devemos cuidar das condições do mercado diante da ameaça crescente das importações e do aumento do déficit comercial", diz Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.
A produção acumulada de aço bruto até fevereiro (também último dados disponível) foi de 10,21 milhões de toneladas, representando um aumento de 3,9% na comparação com o mesmo período de 2020. O acumulado da produção de aço laminado cresceu 3,4%, atingindo 4,18 Mt em fevereiro, 2% acima do mês anterior.
"A recuperação macroeconômica deverá se acelerar na segunda metade do ano, e esperamos que a produção mantenha sua curva ascendente e que o consumo sustente seu crescimento em nível regional, com o déficit comercial sob controle", acrescenta Leal.
Consumo de aço na América Latina sobe em janeiro pelo nono mês consecutivo
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