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Saber interpretar o tema e não deixar a folha em branco são algumas das regras básicas para não zerar a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova, que auxilia no ingresso de estudantes em universidades de todo o País, ocorre nos domingos, 9 e 16 de novembro. Segundo o Painel Enem 2025, criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de inscritos este ano é de 4,81 milhões.

De acordo com Caroline Zanoni, corretora na plataforma Redação Online, de Florianópolis, em Santa Catarina, diferentes situações podem contribuir para a redução de pontos da redação e até mesmo zerar o texto. Por isso, o ideal é que os vestibulandos estudem interpretação de texto, para saber desenvolver a ideia do tema, e também mantenham a calma durante a prova.

No Enem, segundo explica a corretora, a redação é avaliada em cinco competências, que são domínio da norma culta, compreensão do tema, organização do texto, argumentação e proposta de intervenção. Cada competência pode chegar a 200 pontos. Para atingir a nota mais alta de cada uma é preciso escrever em formato dissertativo-argumentativo, propondo soluções para o tema exposto. Quando os estudantes fogem do tema, escrevem apenas palavras isoladas ou copiam o texto de apoio, podem zerar a redação.

"Os alunos são penalizados por erros como acentuação incorreta, palavras fora da margem da folha, falhas de sintaxe e ortografia. No caso de palavras fora da margem, por exemplo, é preciso continuar a palavra na próxima linha e não escrever fora da margem, porque mesmo um deslize pequeno pode custar pontos. O Enem permite até dois desvios leves, mas a reincidência já afeta a nota", explica Caroline.

Outro erro comum é tentar decorar redações ou repertórios prontos. Isso não apenas aumenta o nervosismo como pode reduzir a autenticidade do texto. Apesar da correção das redações ser minuciosa, é possível garantir alguns pontos. Conforme Caroline, os estudantes que apresentam a proposta de intervenção do tema, incluindo agente, ação, meio, finalidade e detalhamento, e respeitam o tema, já podem atingir 200 pontos.

Segundo Gabriele Amorim, também corretora do Redação Online, durante a escrita da redação, os estudantes podem se basear nos textos de apoio, que contêm dados, gráficos e informações sobre o tema. Entretanto, é preciso estar atento para não copiar e sim desenvolver a ideia utilizando os textos.

"Muitos alunos acham que podem copiar dados dos textos de apoio, mas se fizerem isso integralmente, a redação pode ser anulada. Um exemplo que vi foi em 2023, sobre a herança cultural africana no Brasil: alguns alunos viram o termo 'herança' e abordaram o tema como se fosse uma herança financeira. Por isso, é preciso estar atento para se embasar no material de apoio sem recorrer a um copia e cola", explica.

Erros que podem zerar a redação:

Fugir totalmente do tema proposto

Não apresentar proposta de intervenção quando exigida

Não respeitar o gênero dissertativo-argumentativo

Apresentar apenas palavras isoladas, desenhos ou frases desconexas

Copiar integralmente os textos motivadores

Caligrafia ilegível

Conter conteúdo ofensivo, discriminatório ou que viole os direitos humanos

Erros que podem reduzir a pontuação:

Falta de interpretação do tema

Erros de acentuação e ortografia

Texto fora das margens

Decoreba de redações prontas

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira, 7, que o mundo está distante de atingir, em plenitude, o que foi estabelecido no Acordo de Paris, tratado juridicamente vinculativo sobre o combate às mudanças climáticas. Ele falou em plenária sobre os 10 anos desse acordo, adotado em 2015.

A fala vem no contexto de atraso na apresentação, por diferentes países, das chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) - esforços internos para reduzir a emissão de poluentes. "Ainda não estamos fazendo o melhor possível em reduzir emissões", frisou Lula.

Ele reforçou que as NDCs "são o caminho para concretizar o ideal do desenvolvimento sustentável".

O chefe de Estado brasileiro também disse ser possível trabalhar por um novo modelo de desenvolvimento econômico "sem sacrificar a geração de riqueza". Ele acrescentou que "é viável trabalhar por uma transição justa, em que o Sul Global tenha as oportunidades que lhe foram negadas no passado", enfatizou.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) será na próxima semana. O Brasil propõe que a COP30 reconheça o papel dos territórios indígenas como "instrumento de mitigação climática".

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu que é legítimo exigir que quem emite mais gases de efeito estufa pague mais pela transição climática. Em discurso na cúpula de líderes em Belém, Lula afirmou que criar um imposto mínimo sobre multinacionais, grandes emissoras, e taxar os super ricos têm potencial de gerar recursos valiosos para o clima.

"Exigir adequação de países em desenvolvimento é injusto", afirmou o presidente.

Ele argumentou que não há sentido ético ou prático em exigir que países em desenvolvimento paguem juros para preservarem seus territórios, florestas.

Lula defendeu a criação de metodologias para contabilizar o financiamento climático. "Os bancos multilaterais precisam ser maiores, melhores e mais eficazes", disse, repetindo que "não existe solução para o planeta fora do multilateralismo".

Ele argumentou que o enfrentamento da mudança do clima deve ser visto como investimento e não como gasto.

"Em vez de abandonar a esperança, podemos construir juntos nova era de prosperidade", disse Lula. "No que depender do Brasil, Belém será sobre reafirmar compromissos do Acordo de Paris", afirmou.