No Centro das Atenções
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 23, que o Brasil tem uma economia forte e que continua a crescer, mas admitiu que o País ainda tem "enormes desafios" pela frente. Ao afirmar que a base da gestão federal é o diálogo, o chefe do Executivo voltou a defender o respeito e a harmonia entre o Executivo, Legislativo e Judiciário, que travam um impasse em relação às emendas parlamentares.
"Sempre acreditei que governar é cuidar das pessoas. Cuidar de todos e de todas os brasileiros e brasileiras. Com um olhar especial para aqueles que mais precisam. A base de tudo o que fazemos é o diálogo e o trabalho conjunto do governo federal com a sociedade, os governos estaduais e as prefeituras. É o respeito e a harmonia entre o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. É a defesa intransigente da democracia", disse o presidente, durante pronunciamento de Natal em rede nacional de rádio e TV nesta noite.
"Ainda temos enormes desafios pela frente. Mas o Brasil tem hoje uma economia forte, que continua a crescer. Um governo eficiente, que investe onde é mais importante: na qualidade de vida da população brasileira", disse.
Lula reciclou parte de seu discurso do pronunciamento de Natal do ano passado e fez referência ao processo de plantio e colheita de seu governo. "Fizemos muito, e ainda temos muito a fazer", comentou. Segundo ele, a gestão já está colhendo os frutos do trabalho de quase dois anos de mandato, mas ainda é preciso continuar "plantando".
"Semear e adubar, irrigar e cuidar, sempre e sempre. Em 2025, redobraremos nossas forças para o plantio. E que a colheita seja cada vez mais generosa", afirmou. No pronunciamento de Natal de 2023, Lula disse que, naquele ano, o governo federal criou condições para uma "colheita generosa" em 2024.
O pronunciamento deste ano durou pouco mais de três minutos. O presidente apareceu vestindo um chapéu para cobrir os machucados na cabeça decorrentes de dois procedimentos a que foi submetido para tratar de uma hemorragia intracraniana em dezembro. Na fala, Lula aproveitou para agradecer as mensagens de carinho e orações que recebeu durante a "emergência médica" que passou.
"Graças a essa corrente de solidariedade, estou ainda mais firme e mais forte para continuar fazendo o Brasil dar certo", disse.
"Este é o momento de renovarmos nossa esperança. Esperança em um País mais justo. Um Brasil sem fome, onde cada mulher e cada homem tenha trabalho digno e tempo para acompanhar o crescimento de seus filhos. Que cada mãe e cada pai tenha a felicidade de saber que seus filhos estão bem cuidados, saudáveis e protegidos", afirmou.
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Mark Burnett, o produtor que ajudou a reintroduzir o magnata Donald Trump ao público televisivo nacional com o reality show "The Apprentice" (O Aprendiz), foi escolhido pelo presidente eleito como enviado especial ao Reino Unido em seu próximo governo.
"Com uma carreira distinta em produção televisiva e negócios, Mark traz uma combinação única de percepção diplomática e reconhecimento internacional para este importante papel", anunciou Trump neste sábado, 21.
Burnett, nascido em Londres, ajudou a produzir sucessos como "Survivor" e "The Voice", mas é talvez mais conhecido por sua parceria com Trump em "The Apprentice", que estreou na emissora NBC em 2004.
Mais tarde, no sábado, Trump anunciou em outro comunicado que havia escolhido o magnata de cassinos Tilman Fertitta como embaixador dos Estados Unidos na Itália.
Trump já era uma figura conhecida nos círculos imobiliários e da cultura pop por décadas, mas o programa ajudou a transformá-lo novamente em um nome familiar. No entanto, Trump rompeu laços com a NBC em 2015, o mesmo ano em que lançou sua primeira campanha presidencial.
A escolha por Burnett dá continuidade à tendência de Trump de formar seu governo com pessoas de perfil destacado na televisão, na política ou em ambos, incluindo sua escolha para secretário de Defesa, Pete Hegseth, ex-apresentador do programa "Fox & Friends Weekend", e Mehmet Oz, um ex-médico de televisão que concorreu sem sucesso ao Senado pela Pensilvânia.
A primeira campanha de Trump, em 2016, foi marcada por alegações sobre sua conduta em "The Apprentice" e outras aparições durante sua parceria com a NBC, notavelmente em um vídeo em que ele afirmou que poderia agredir mulheres sexualmente e sair impune por ser uma "estrela".
Quase uma década após deixar seu papel no reality show, a carreira televisiva de Trump continua central em sua biografia e ascensão política. O programa apresentou a Trump Tower a dezenas de milhões de pessoas como um símbolo de poder e sucesso antes de Trump lançar sua primeira campanha.
"Mark é conhecido por criar e produzir alguns dos maiores programas da história da televisão", escreveu Trump em seu comunicado sobre Burnett, listando muitos de seus maiores sucessos antes de acrescentar, "mais notavelmente, 'The Apprentice'". Ele também destacou que Burnett "ganhou 13 prêmios Emmy!".
Burnett será um enviado especial, função geralmente designada por presidentes para regiões críticas do planeta, como o Oriente Médio - onde Trump já disse que pretende designar Steven Witkoff.
O Reino Unido, que há muito tempo desfruta de uma "relação especial" com os Estados Unidos, tornando-se um dos aliados globais mais fortes de Washington, normalmente não exige um enviado especial. No entanto, Trump anunciou que nomeará uma série de enviados especiais para vários países aliados antes de assumir o cargo em 20 de janeiro, incluindo seu ex-embaixador na Alemanha, Richard Grenell, escolhido como enviado para missões especiais.
Esse anúncio se juntou a outros, como a escolha de Adam Boehler como enviado presidencial especial para assuntos de reféns, e Keith Kellogg como enviado especial para Ucrânia e Rússia.
Trump havia anunciado, em 2 de dezembro, a escolha do bilionário banqueiro de investimentos Warren Stephens como embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido. Isso pode levantar questões sobre um possível conflito de funções entre o enviado especial e o embaixador, mas o presidente eleito disse em seu comunicado que Burnett "trabalhará para melhorar as relações diplomáticas, com foco em áreas de interesse mútuo, incluindo comércio, oportunidades de investimento e intercâmbios culturais"./AP
O governo da Guiana fez um protesto formal à Venezuela por conta de obras determinadas pelo governo de Caracas em uma região remota compartilhada pelos dois países. Os trabalhos na ponte, que liga a Venezuela a uma base militar, causaram décadas de disputas diplomáticas entre as duas nações.
O ministro das Relações Exteriores da Guiana, Hugh Todd, expressou em um comunicado que foi forçado a convocar o embaixador da Venezuela no país, Amador Perez Silva, para o seu gabinete e condenar a decisão da administração Nicolás Maduro de concluir as obras da ponte, que conecta a Venezuela ao lado leste da ilha Anacoco. O ministério liderado por Todd ressalta que a ponte liga a Venezuela a uma base militar construída ilegalmente no lado da Guiana em Anacoco, uma pequena ilha habitada em grande parte por garimpeiros de ouro e oficiais militares.
"As atividades da Venezuela, incluindo as atividades militares no leste da linha de fronteira, violam a soberania da Guiana e a lei internacional requer que sejam interrompidas e que todo o pessoal, equipamentos e instalações construídos ou trazidos pela Venezuela sejam removidos", apontou o ministério das relações exteriores.
No ano passado, Nicolás Maduro ameaçou anexar a região à força, após um referendo no qual eleitores do seu país foram questionados se ela deveria tornar-se um Estado venezuelano. Mas em cúpula de emergência organizada pela Organização das Nações Unidas, Brasil e líderes do Caribe, os presidentes da Venezuela e da Guiana concordaram em resolver a disputa por meios pacíficos e adotar ações para evitar o aumento das tensões.
Um caça F/A-18 da Marinha dos Estados Unidos na região do Mar Vermelho, no Oriente Médio, foi abatido em um incidente de "fogo amigo", informaram as Forças Armadas do país na madrugada deste domingo, 21. O caça havia acabado de sair do convés do porta-aviões USS Harry S. Truman quando foi abatido por um cruzador de mísseis das próprias forças americanas.
Os dois pilotos que estavam na aeronave conseguiram ejetar da aeronave e foram localizados com vida, um deles com ferimentos leves. Esse foi o incidente mais grave a ameaçar as tropas americanas em mais de um ano de ataques dos EUA contra os rebeldes Houthi do Iêmen. As informações são da AP.
"O cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg, que faz parte do USS Harry S. Truman Carrier Strike Group, disparou por engano e atingiu o F/A-18", disse o Comando Central em um comunicado.
Apesar de "fogo amigo", o incidente do abate do caça F/A-18 mostra o quão perigoso se tornou o corredor do Mar Vermelho devido aos ataques contínuos a navios americanos pelos Houthis apoiados pelo Irã, apesar das coalizões militares dos EUA e da Europa patrulharem a área.
Chegada do USS Harry S. Truman
Desde a chegada do porta-aviões Truman à região, ocorrida no último dia 15 de dezembro, os EUA intensificaram seus ataques aéreos contra os rebeldes Houthi, além de aumentarem seus disparos de mísseis no Mar Vermelho e áreas próximas.
Na madrugada de sábado, 21, para o domingo, 22, aviões de guerra dos EUA conduziram ataques aéreos que abalaram Sanaa, a capital do Iêmen, que está sob o domínio dos Houthis desde 2014. Segundo o Comando Central, os ataques tiveram como alvo uma "instalação de armazenamento de mísseis" e uma "instalação de comando e controle", sem dar mais detalhes.
A mídia controlada pelos Houthi relatou ataques em Sanaa e ao redor da cidade portuária de Hodeida, mas sem dar detalhes sobre quantidades de vítimas ou danos causados. Em Sanaa, foram direcionados a uma região de encosta de montanha conhecida por abrigar instalações militares.
As investidas Houthi
Os Houthi já conseguiram atingir cerca de 100 navios mercantes com mísseis e drones desde que a guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023. Esses rebeldes apreenderam um navio e afundaram dois em uma investida que também matou quatro marinheiros.
Outros mísseis e drones foram interceptados por coalizões separadas lideradas pelos EUA e pela Europa no Mar Vermelho ou não conseguiram atingir seus alvos, que também incluíam embarcações militares ocidentais.
Os rebeldes afirmam que alvejam navios ligados a Israel, aos EUA ou ao Reino Unido para forçar o fim da campanha de Israel contra o Hamas em Gaza. No entanto, muitos dos navios atacados têm pouca ou nenhuma conexão com o conflito, incluindo alguns com destino ao Irã. /AP