Imprensa internacional repercute condenação de Bolsonaro

Política
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A imprensa internacional repercutiu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Os jornais destacaram o ineditismo da decisão, que confronta o histórico de golpes militares do País, mas relembraram que, embora condenado, Bolsonaro seguirá no centro do debate político brasileiro, em meio às articulações no Congresso por um perdão que possa alcançá-lo. A possibilidade de uma anistia ao ex-presidente foi rebatida por ministros do STF durante o julgamento.

O jornal The New York Times, dos Estados Unidos, destacou que a condenação do ex-presidente é uma "decisão histórica" no Brasil. "Em pelo menos 15 golpes militares ou tentativas desde que o Brasil derrubou sua monarquia, em 1889, esta é a primeira vez que os líderes dessas conspirações foram condenados", afirmou o jornal. Segundo o Times, a condenação também sela o destino de Bolsonaro, deixando o campo político de direita "sem um líder claro".

O jornal ainda relembrou as sanções dos Estados Unidos ao Brasil, mas afirmou que o País "se manteve firme" na condução do processo. "O governo Trump deixou claro que está pronto para continuar a luta", disse a publicação.

O jornal El País, da Espanha, também destacou que, apesar de "forte pressão" dos Estados Unidos, o julgamento contra o ex-presidente e aliados foi concluído. "Nestes tempos amargos para a democracia global, o veredicto do Brasil envia uma mensagem poderosa para o resto do mundo: a Justiça pode punir aqueles que minam a ordem constitucional e as instituições", afirmou o jornal espanhol.

"No entanto, pode ser uma vitória temporária. Aliados de Bolsonaro pisaram no acelerador para que o Congresso aprove uma anistia que liberte o ex-presidente e outros condenados pela tentativa de golpe", completou a publicação.

A condenação do ex-presidente também foi destaque no The Wall Street Journal. Segundo a publicação, o julgamento ocorreu em meio a "opinião pública profundamente dividida". O jornal destacou a campanha por sanções ao País promovida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, descrito como um "lobista na Casa Branca", mas relembrou que, segundo mensagens obtidas por uma investigação da Polícia Federal, as tarifas adicionais contra produtos do Brasil "provocaram brigas internas na própria família Bolsonaro.

O Le Monde, da França, destacou a condenação como causa de uma "crise sem precedentes entre a principal potência da América Latina e os Estados Unidos", repercutindo a declaração de Donald Trump de que o processo contra o ex-presidente brasileiro era "muito parecido com o que tentaram fazer comigo". "Esta é a primeira vez que um ex-chefe de Estado teve que responder a tais acusações, em um país ainda assombrado pela memória da ditadura militar", disse o jornal francês.

O The Guardian, do Reino Unido, destacou que, apesar da condenação de Bolsonaro, paira no Brasil "a percepção de que seu movimento político continua vivo". "Alguns temem que o questionamento da competência do STF sobre o caso possa abrir a porta para desafios legais e até mesmo a anulação do julgamento no futuro", observou o jornal britânico, relembrando a articulação no Congresso para aprovar uma anistia aos mandantes e executores dos atos de 8 de janeiro de 2023.

O Clarín, da Argentina, afirmou que, "aos 70 anos, Bolsonaro enfrenta a perspectiva de passar o resto de seus dias na prisão ou em prisão domiciliar".

Além de Bolsonaro, seis dos oito réus do núcleo crucial receberam penas pesadas. Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil) foi condenado a 26 anos em regime inicial fechado; Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), a 24 anos em regime inicial fechado; Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), a 24 anos em regime inicial fechado; Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), a 21 anos em regime inicial fechado; Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa), a 19 anos em regime inicial fechado; Alexandre Ramagem, 16 anos e 1 mês, em regime inicial fechado. O tenente-coronel Mauro Cid recebeu uma pena de 2 anos em regime aberto.

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Um oficial do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês) atirou fatalmente em um suspeito que tentou evitar a prisão nesta sexta-feira em um subúrbio de Chicago, dirigindo seu carro em direção aos oficiais e arrastando um deles, disseram as autoridades.

O tiroteio fora da cidade ocorre após dias de ameaças da administração Trump de intensificar a aplicação da imigração na terceira maior cidade do país.

O Departamento de Segurança Interna afirmou em um comunicado à imprensa que o oficial estava tentando prender um homem com histórico de direção imprudente que havia entrado ilegalmente no país, mas ele recusou as ordens dos oficiais e, em vez disso, dirigiu seu carro em direção a eles. O oficial do ICE que foi atingido e arrastado pelo carro sentiu que sua vida estava ameaçada e abriu fogo, alegou o departamento.

Republicanos do Missouri deram ao presidente dos EUA, Donald Trump, uma vitória política nesta sexta-feira, ao aprovarem em caráter definitivo um plano de redistritamento que pode ajudar o partido a conquistar mais uma cadeira na Câmara dos Deputados dos EUA nas eleições do próximo ano.

A votação no Senado envia o plano de redistritamento ao governador republicano Mike Kehoe, que deve sancioná-lo para transformá-lo em lei. Mas opositores anunciaram imediatamente uma petição de referendo que, se bem-sucedida, pode forçar uma votação estadual sobre o novo redesenho distrital.

Trump agradeceu a aprovação do novo mapa eleitoral no Missouri em publicação na Truth Social. "Obrigado ao Grande Estado do Missouri pelo Redistritamento que, esperançosamente, nos dará uma cadeira adicional no Congresso!", escreveu, destacando que o plano passou "de forma esmagadora" pelas duas casas legislativas estaduais.

Na publicação, Trump parabenizou Kehoe e líderes da Assembleia Legislativa pela "fantástica" atuação, afirmando que o novo redesenho "muito mais justo e melhorado" ajudará a eleger mais um republicano do movimento MAGA (Make America Great Again, o slogan de campanha de Trump) nas eleições de meio de mandato de 2026.

No mês passado, parlamentares republicanos do Texas aprovaram um novo mapa da Câmara visando garantir ao partido cinco cadeiras adicionais. Parlamentares democratas na Califórnia reagiram com seu próprio plano de redistritamento, também mirando cinco assentos extras, mas que ainda precisa de aprovação dos eleitores. Outros estados podem seguir o mesmo caminho.

Cada cadeira pode ser crucial, já que os democratas precisam ganhar apenas três para assumir o controle da Câmara, o que lhes permitiria obstruir a agenda de Trump e abrir investigações contra ele. Trump tenta evitar a tendência histórica em que o partido do presidente geralmente perde assentos nas eleições de meio de mandato.

Protestos violentos nesta semana, que resultaram na morte de pelo menos 40 pessoas e forçaram o primeiro-ministro do Nepal a renunciar, abriram caminho para que o país do Himalaia tenha sua primeira líder feminina nesta sexta-feira, 12. Os manifestantes conseguiram, em discussões presididas pelo presidente e coordenadas pelo exército, instalar Sushila Karki, que foi a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Justiça do país, como líder de um governo interino.

Karki, de 73 anos, foi empossada na noite de desta sexta-feira (pelo horário local) pelo presidente Ram Chandra Paudel, de acordo com jornais e TV estatais.

Jovens manifestantes que foram às ruas na segunda-feira contra a corrupção e uma proibição de redes sociais pressionaram pela nomeação da ex-juíza, conhecida por promover liberdades civis e ser rigorosa contra a corrupção.

Karki serviu como chefe de Justiça por cerca de um ano entre 2016 e 2017. Fonte: Dow Jones Newswires.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado