Bolsonaro pode recorrer da decisão do STF? Entenda os próximos passos

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Condenado a mais de 27 anos de pena privativa de liberdade pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá apresentar recurso contra a decisão da Primeira Turma antes do trânsito em julgado e o início do cumprimento da pena.

Está prevista para o dia 23, na Primeira Turma, a leitura da ata do julgamento. A partir disso, o tribunal tem até 60 dias para publicar o acórdão, que é a íntegra do que foi decidido no plenário. Somente depois dessa publicação os advogados poderão apresentar embargos declaratórios, em um prazo de até cinco dias. A expectativa no STF é que o acórdão seja publicado em meados outubro, antes de vencer o prazo máximo previsto no Regimento Interno.

Os embargos declaratórios são recursos destinados a esclarecer dúvidas ou pontos obscuros de decisões judiciais. Eles serão julgados também na Primeira Turma. Embora não tenham o condão de reverter as condenações, podem resultar em diminuição das penas impostas aos réus. O pedido é enviado ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, que pede um parecer para a Procuradoria Geral da República (PGR). A PGR tem até 15 dias para se manifestar sobre as demandas das defesas.

Os réus têm o direito de apresentar um novo embargo, após julgado o primeiro recurso. Em seguida, é declarado o trânsito em julgado - ou seja, a decisão definitiva, já com a determinação de início de cumprimento das penas. A expectativa é que isso ocorra em novembro.

O placar de votação da Primeira Turma do STF, que condenou, por 4 votos a 1, Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, reduziu de forma significativa as alternativas de recursos para a defesa do ex-presidente, segundo avaliação de especialistas ouvidos pelo Estadão.

A defesa de Bolsonaro teria duas possibilidades imediatas de recurso, segundo a professora do curso de Direito da ESPM Ana Laura Pereira Barbosa. A primeira são os embargos de declaração, que raramente leva a mudanças substantivas, diz a especialista. A segunda seriam os embargos infringentes, que permitem reabrir o julgamento quando há decisão não unânime, levando o caso da Primeira Turma, formada por cinco ministros, para o Plenário do STF, que tem 11 integrantes.

Ana Laura explica que o regimento interno não especifica qual é o número mínimo necessário de votos divergentes na Turma para abrir espaço para a apresentação desse tipo de recurso. Mas decisões recentes da Corte não são animadoras para a defesa de Bolsonaro, por terem exigido dois votos e não apenas um.

Em outra categoria

Um oficial do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês) atirou fatalmente em um suspeito que tentou evitar a prisão nesta sexta-feira em um subúrbio de Chicago, dirigindo seu carro em direção aos oficiais e arrastando um deles, disseram as autoridades.

O tiroteio fora da cidade ocorre após dias de ameaças da administração Trump de intensificar a aplicação da imigração na terceira maior cidade do país.

O Departamento de Segurança Interna afirmou em um comunicado à imprensa que o oficial estava tentando prender um homem com histórico de direção imprudente que havia entrado ilegalmente no país, mas ele recusou as ordens dos oficiais e, em vez disso, dirigiu seu carro em direção a eles. O oficial do ICE que foi atingido e arrastado pelo carro sentiu que sua vida estava ameaçada e abriu fogo, alegou o departamento.

Republicanos do Missouri deram ao presidente dos EUA, Donald Trump, uma vitória política nesta sexta-feira, ao aprovarem em caráter definitivo um plano de redistritamento que pode ajudar o partido a conquistar mais uma cadeira na Câmara dos Deputados dos EUA nas eleições do próximo ano.

A votação no Senado envia o plano de redistritamento ao governador republicano Mike Kehoe, que deve sancioná-lo para transformá-lo em lei. Mas opositores anunciaram imediatamente uma petição de referendo que, se bem-sucedida, pode forçar uma votação estadual sobre o novo redesenho distrital.

Trump agradeceu a aprovação do novo mapa eleitoral no Missouri em publicação na Truth Social. "Obrigado ao Grande Estado do Missouri pelo Redistritamento que, esperançosamente, nos dará uma cadeira adicional no Congresso!", escreveu, destacando que o plano passou "de forma esmagadora" pelas duas casas legislativas estaduais.

Na publicação, Trump parabenizou Kehoe e líderes da Assembleia Legislativa pela "fantástica" atuação, afirmando que o novo redesenho "muito mais justo e melhorado" ajudará a eleger mais um republicano do movimento MAGA (Make America Great Again, o slogan de campanha de Trump) nas eleições de meio de mandato de 2026.

No mês passado, parlamentares republicanos do Texas aprovaram um novo mapa da Câmara visando garantir ao partido cinco cadeiras adicionais. Parlamentares democratas na Califórnia reagiram com seu próprio plano de redistritamento, também mirando cinco assentos extras, mas que ainda precisa de aprovação dos eleitores. Outros estados podem seguir o mesmo caminho.

Cada cadeira pode ser crucial, já que os democratas precisam ganhar apenas três para assumir o controle da Câmara, o que lhes permitiria obstruir a agenda de Trump e abrir investigações contra ele. Trump tenta evitar a tendência histórica em que o partido do presidente geralmente perde assentos nas eleições de meio de mandato.

Protestos violentos nesta semana, que resultaram na morte de pelo menos 40 pessoas e forçaram o primeiro-ministro do Nepal a renunciar, abriram caminho para que o país do Himalaia tenha sua primeira líder feminina nesta sexta-feira, 12. Os manifestantes conseguiram, em discussões presididas pelo presidente e coordenadas pelo exército, instalar Sushila Karki, que foi a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Justiça do país, como líder de um governo interino.

Karki, de 73 anos, foi empossada na noite de desta sexta-feira (pelo horário local) pelo presidente Ram Chandra Paudel, de acordo com jornais e TV estatais.

Jovens manifestantes que foram às ruas na segunda-feira contra a corrupção e uma proibição de redes sociais pressionaram pela nomeação da ex-juíza, conhecida por promover liberdades civis e ser rigorosa contra a corrupção.

Karki serviu como chefe de Justiça por cerca de um ano entre 2016 e 2017. Fonte: Dow Jones Newswires.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado