O petróleo fechou em leve baixa nesta sessão, mas acumulou ganhos de até 2% na semana, com a guerra entre Israel e Hamas ainda em foco. As incertezas em relação ao conflito continuam injetando volatilidade nos preços, sob o risco de envolvimento de países responsáveis por produções relevantes do óleo. O mercado também digeriu nesta sessão o anúncio do governo americano de que realizará novas compras para repor seus estoques estratégicos de barris.O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) informou ontem que publicará solicitações mensais de compra de petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo até pelo menos maio de 2024, começando com um pedido de até 6 milhões de barris de petróleo para entrega em dezembro de 2023 e janeiro de 2024, com valor igual ou menor que US$ 79 dólares por barril.
A notícia apoiou o preço do petróleo em um primeiro momento, segundo o analista de Inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX Bruno Cordeiro. Mas, depois, o mercado parece ter olhado mais para o fato de que pode ser difícil para o governo conseguir comprar barris ao preço que está pedindo - o que ajudou a pressionar a cotação do óleo, disse ele. Um movimento de realização de lucros também explica parcialmente a baixa desta sessão, na sua visão.
Assim, o WTI para dezembro fechou em queda de 0,32% (US$ 0,29), a US$ 88,08 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 0,23% (US$ 0,22), a US$ 92,16 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Em relação à sexta-feira passada, o WTI e o Brent subiram 0,44% e 1,39%, respectivamente.
"O conflito Israel-Hamas e as tensões geopolíticas continuarão sendo drivers-chave dos preços na próxima semana", projeta a Capital Economics. Um dos riscos ao mercado, destaca a consultoria, é de Israel e aliados concluírem que o Irã teve um papel na coordenação do ataque do Hamas, o que poderia levar os EUA a impor sanções às exportações de petróleo iraniano.
"Qualquer queda significativa na produção ou nas exportações ainda seria uma grande perda, especialmente em um mercado já pouco abastecido, em que a alta na oferta do Irã é um dos poucos fatores mantendo os preços sob controle neste ano", disse a consultoria em relatório.
A Capital aponta também a possibilidade de ataques atingirem a infraestrutura produtiva na região. Nesses cenários, a consultoria calcula que o barril do Brent poderia chegar a US$ 110 - US$ 130, sem descartar altas acima desse nível durante período curtos de tempo. Outra ameaça é a de os EUA serem atraídos ainda mais para o conflito, como descreveu o analista da CMC Markets em relatório, citando os relatos de ataques a bases americanas no Iraque e na Síria.
Petróleo fecha em leve baixa, mas sobe na semana, com guerra Israel-Hamas em foco
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