O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,6 pontos porcentuais de junho para julho, informou nesta quinta-feira, 29, o Banco Central. A taxa passou de 428,7% (dado revisado) para 432,3% ao ano.No caso do parcelado, o juro passou de 182,5% (dado revisado) para 178% ao ano entre junho e julho.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 85,2% (dado revisado) para 82,8%.
O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida, caso os bancos não chegassem a um acordo sobre o assunto, chancelado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Como não houve consenso, o teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer no dia 3 de janeiro de 2024.
As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa, porém, nem sempre é efetivada porque, geralmente são apenas por alguns dias ou semanas que o consumidor fica "pendurado" no cartão, que costuma ter as taxas mais elevadas.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.
Para acompanhar as exigências da nova lei, o BC criou um novo indicador, que deve ficar "maduro" no segundo semestre, quando houver mais dados disponíveis na amostragem.
Juro do rotativo do cartão sobe 3,6 pontos porcentuais em julho, para 432,3% ao ano, diz BC
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