'BBB 21': participantes perdem fãs e dinheiro

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Desde o ano passado, o reality show Big Brother Brasil, exibido pela TV Globo, convida famosos para compor seu quadro de participantes. É a turma do "camarote" - os anônimos são chamados de "pipoca".

Na edição de 2020, nomes como o ator Babu Santana, a atriz e cantora Manu Gavassi e a influencer Rafaella Kalimann se beneficiaram da exposição de pouco mais de três meses na casa, aumentando o número de seguidores nas redes sociais e, consequentemente, o interesse de marcas dispostas a investir em posts patrocinados. Porém, neste ano, a situação para alguns famosos não é tão favorável assim.

O caso mais notório é da cantora e apresentadora curitibana Karol Conká. Escolhida pelo público como uma das vilãs da temporada 2021, ela começou o programa com 1,6 milhão de seguidores no Instagram. Agora, cinco semanas após a estreia do BBB, esse número caiu para 1,2 milhão.

Um perfil batizado de Rejeição da Karol, cuja descrição diz que "a meta de ter mais seguidores que a Karol", faz postagens negativas sobre a rapper e já soma 2 milhões de adeptos. A reportagem do Estadão entrou em contato com a equipe de Karol para que ela comentasse esses fatos, mas não obteve resposta.

A fama de má grudou na cantora após ela se envolver no cancelamento do ator Lucas Penteado, que, por se sentir perseguido e isolado, optou por desistir da competição. Karol chegou a expulsá-lo da mesa na hora do jantar. Soma-se a isso ao fato de ela ter se aliado a outros dois jogadores mal avaliados pelo público: a mestra em psicologia Lumena Aleluia e o humorista Nego Di, eliminado no último dia 16 de fevereiro com 98,76% dos votos, um recorde de rejeição na história do programa.

Em um bate-papo logo após sua eliminação, Nego se mostrou decepcionado ao ver que ganhou apenas pouco mais de 200 mil seguidores durante as três semanas que ficou no programa, totalizando 1,3 milhão. Rafaela Kalimann, segunda colocada na edição passada, ganhou 400 mil em uma semana. Passado um ano, a influencer conta com 20,3 milhões. Manu Gavassi ganhou quase 9 milhões depois de três meses na casa.

O comportamento de Karol Conká também deve doer em seu bolso. De acordo com levantamento feito pela agência Brunch, a pedido da revista Forbes, as perdas da cantora com a deterioração de sua imagem artística podem chegar a R$ 5 milhões. No começo de janeiro, o canal GNT anunciou que não iria exibir o programa Prazer, Feminino, já gravado por Karol antes de entrar no BBB. Dois festivais de músicas tiraram a cantora de seu elenco.

Outro prejudicado é o rapper Projota que, na visão dos telespectadores, integra o chamado "gabinete do ódio" do reality, ao lado de Karol, Lumena, Nego Di e da funkeira Pocah. Ele chegou a ganhar seguidores no começo do programa, chegando a ter 4,3 milhões de fãs no Instagram. Porém, de 15 dias para cá, perdeu 600 mil deles. A equipe do cantor minimiza a fuga.

"Na verdade, os números estão errados. O Projota, somente no Instagram, tinha 2,9 milhões de seguidores quando o programa começou. O número chegou a crescer mais e então caiu um pouco. Mas ainda é positivo", diz Haroldo Tzirulnik, empresário e fundador da Faz Produções, que cuida da carreira do rapper.

Tzirulnik afirma que Projota, um artista já consagrado - suas músicas somam mais de 2 bilhões de visualizações em seu canal de vídeos Vevo -, aceitou participar do programa para se "fazer seu rosto mais conhecido e passar sua mensagem".

O empresário afirma que Projota não perdeu nenhum patrocínio ou apoio comercial por conta de sua participação no programa. "Pelo contrário. Recebemos diversas consultas e seus números em todas as redes de streaming só fazem subir. Ele tem um grande catálogo que fala também por si. E isso é um bem valioso que poucos artistas podem se dar ao luxo de ter", afirma.

No programa deste domingo, 21, Karol e Projota foram indicados ao paredão. Ela, pela líder, Sarah, que a acusou de ter atitudes incoerentes. Ele foi um dos escolhidos pelos outros participantes, mas se livrou da berlinda na prova chamada bate-volta. Horas antes, o diretor-geral do programa, Boninho, fez uma postagem no Twitter afirmando que Karol é uma das participantes que ele "ama".

Em situação mais confortável, os administradores dos perfis oficiais da turma da pipoca estão pulando de alegria. A advogada paraibana Juliette Freire tinha menos de 4 mil seguidores no Instagram quando entrou no BBB. Atualmente, passa de 9 milhões. O número é maior que os seguidores de famosos como Carolina Dieckmann, Reynaldo Gianecchini, Preta Gil e de Thelma Assis, vencedora da edição de 2020. O fazendeiro goiano Caio Afiune era acompanhado por apenas 900 pessoas na rede social. Com a fama repentina, saltou para 3,2 milhões.

Cancelamento

Há 19 anos no ar, o Big Brother Brasil é responsável por dar fama a dezenas de participantes a cada temporada - o número de confinados variou ao longo dos anos e, em 2021, chegou a 20. Após saírem da casa, eles aproveitavam a fama participando de eventos - a chamada presença vip. Nomes como Grazi Massafera, Sabrina Sato e Jean Wyllys ganharam títulos que foram além do preconceituoso "ex-BBB".

Com o crescimento das redes sociais e, sobretudo, com a pandemia, a fonte de renda, patrocínio e permutas passaram a depender dos perfis digitais nas redes sociais, especialmente no Instagram. Por isso, o número de seguidores é tão importante. Ele é um dos termômetros para as marcas patrocinadoras que costumam fugir de polêmicas.

Para Thiago Costa, coordenador da pós-graduação em Comunicação e Marketing Digital da Faap, deixar de seguir um participante do programa virou o posicionamento do telespectador. "Com esse ato, ele diz 'eu não gosto de você'. A rede social sempre foi parte do jogo, mas, neste ano, ganhou uma função mais específica: não basta apenas votar no site do programa para eliminar um participante, é preciso deixar clara a preferência. Virou parte da diversão. É uma face do cancelamento", explica.

O cancelamento, comportamento que virou tema no programa - inclusive, por meio de uma ação de um dos patrocinadores para conscientizar os participantes sobre como ele pode ser maléfico a quem o recebe -, é definido como uma "moda" por Costa.

"Há um efeito manada, algo bastante tradicional nas redes. Muita gente nem sabe direito o motivo do cancelamento, mas vai atrás. Faz parte do momento polarizado em que vivemos, no qual tudo precisa ser encaixado em colunas de certo ou errado, bom ou mau. Com a quarentena, a necessidade de aprovação social pelas redes sociais se intensificou. Então, escolhe-se um lado", afirma.

Para Costa, não há um tempo certo para que a rejeição de um cancelado se reverta. O conselho que ele dá é "deixar a poeira baixar". Para os administradores dos perfis - Projota, por exemplo, tem uma equipe de quatro pessoas cuidando exclusivamente de suas redes-, resta administrar a crise e tentar ressaltar os pontos positivos dos participantes.

De acordo com o especialista, desde o ano passado, as celebridades têm perdido seguidores nas redes sociais em um movimento que, segundo ele, é mundial.

Cansado de ver o look do dia ou uma infinidade de stories nos quais os famosos exibem produtos, o público, que tem ficado mais em casa por conta da pandemia, partiu em busca de conteúdos considerados mais relevantes ou que fazem mais sentido neste momento, como aulas de música, esquetes de humor, dicas no estilo faça você mesmo e entretenimento no geral, além de marcas que se posicionam de forma clara sobre assuntos da atualidade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Eliana participou do Dança dos Famosos como jurada da grande final no último domingo, 7. Essa foi a primeira vez da apresentadora no Domingão com Huck e foi surpreendida com um camarim cheio de flores e um tapete azul.

Dona Déa, comentarista fixa do programa, divertiu a produção do programa ao ver o camarim da nova contratada. "Dois anos trabalhando, dando meu suor, entendeu? A velha mais engraçada do programa. Aí abro a porta e o camarim de Eliana (com) tapete, flores... Ciúmes, não. Fiquei com revolta", começou.

"Fiz ele (Luciano Huck) pegar as flores e colocar tudo aqui para mim. Agora está lá no meu camarim", brincou a mãe de Paulo Gustavo.

O vídeo da "reclamação" foi postado nas redes sociais de Luciano Huck e mostra que ele realmente levou as flores para o camarim de Dona Déa. "Ano que vem não estou aqui mais, hein. Vou estar no SBT", disse a comentarista.

Rita Cadillac nega ser mãe de Roberta de Freitas, mulher de 50 anos que afirma ser filha da cantora e dançarina, de 70. Em maio, ela abriu uma ação na Justiça pedindo que a artista faça um teste de DNA para comprovar o parentesco.

Em comunicado enviado ao Estadão, Rita chamou a situação de "injusta" e "dolorosa". "Gostaria de afirmar categoricamente que não sou a mãe da autora da ação. Aliás, como mulher e mãe, jamais negaria uma filha", disse. "Este tipo de ação traz um profundo desconforto e tristeza, não apenas para mim, mas também para minha família e amigos. Como artista, sempre prezei pela transparência e pelo respeito ao meu público, e é com esse mesmo respeito que venho esclarecer esta situação", continuou.

Em seguida, a dançarina disse estar colaborando com a Justiça, afirmou que fará "todos os exames necessários para comprovar [sua] posição" e que confia que a situação, que ela chamou de "mal-entendido", será resolvida "o mais breve possível".

"Agradeço a compreensão e o apoio de todos neste momento difícil. A injustiça desta situação é dolorosa, mas tenho fé na Justiça e na verdade", concluiu ela.

Em uma entrevista ao Domingo Espetacular, Roberta de Freitas disse que nasceu no Rio de Janeiro e foi criada por uma mulher que assumia não ser sua mãe biológica. Quando Roberta era criança, a mulher dizia que Rita era sua madrinha de batismo, mas, anos mais tarde, afirmou que a artista era sua mãe.

Ela também revelou uma situação que, agora, acredita ter sido o dia em que conheceu Rita: "Uma mulher foi nos visitar, uma mulher loira, e chegou com umas caixas de boneca. Me lembro que ela foi muito carinhosa, e a minha mãe, a Mônica que me criou, dizia que era minha madrinha."

Roberta ainda alega que fez um teste de DNA com a mãe de criação, Mônica, que comprovou que ela realmente não é sua mãe biológica. Rita afirma não ser mãe e nem madrinha de Roberta. Ela tem um filho, Carlos César Coutinho, de 53 anos, fruto do relacionamento com o ex-marido César Coutinho.

A filha da escritora Alice Munro, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, revelou que foi abusada sexualmente pelo padrasto Gerald Fremlin. Andrea Robin Skinner, de 58 anos, alegou que a mãe, uma das mais respeitadas escritoras, que morreu em maio, aos 92 anos, sabia das acusações e manteve o relacionamento com o marido mesmo assim. Fremlin morreu em 2013.

Em um artigo publicado pelo jornal Toronto Star, do Canadá, Andrea Skinner disse que Gerald Fremlin abusou sexualmente dela quando ela tinha nove anos, em 1976 - foi neste ano que Munro e ele se casaram. Andrea vivia com o pai, James Munro, e a madrasta e tinha ido visitar a mãe.

Ela conta, agora, que numa noite, Fremlin deitou-se com ela na cama onde ela estava dormindo na casa da mãe e abusou sexualmente dela. Na época, o marido de Munro tinha cerca de 50 anos. Ainda criança, Andrea Skinner contou à madrasta, que contou ao pai, mas nenhum dos dois confrontou o padrasto.

Nos anos seguintes, Fremlin teria exposto as partes íntimas a ela diversas vezes e falado sobre "as meninas da vizinhança de quem ele gostava". Ele parou os abusos quando ela já era adolescente, mas a filha de Munro alega que desenvolveu bulimia, insônia e enxaquecas por conta dos traumas do abuso. Ela decidiu contar o ocorrido à mãe em 1992, depois dela expressar simpatia por uma personagem ficcional que também havia sido abusada pelo padrasto.

"Querida mamãe, por favor, encontre um lugar sozinha antes de ler isto... Tenho guardado um segredo terrível há 16 anos: Gerry abusou sexualmente de mim quando eu tinha nove anos de idade. Durante toda a minha vida, tive medo de que a senhora me culpasse pelo que aconteceu", dizia uma carta entregue a Munro pela filha.

Skinner afirma que a reação da mãe não foi a mesma à demonstrada pela personagem. "Ela reagiu exatamente como eu temia que ela faria, como se tivesse descoberto uma infidelidade". Munro se separou do marido por um período, mas reatou o casamento pouco tempo depois.

Já o padrasto admitiu o abuso, mas culpou a menina. Segundo Skinner, ele disse, em cartas enviadas a ela, que ela havia "buscado uma aventura sexual" com ele, chegou a ameaçá-la e afirmou que divulgaria fotos dela tiradas durante um dos abusos caso ela fosse a público.

"Ela disse que havia sido 'informada tarde demais', (...) que o amava demais e que nossa cultura misógina era a culpada se eu esperava que ela negasse suas próprias necessidades, se sacrificasse pelos filhos e compensasse as falhas dos homens", escreveu Skinner sobre a mãe. De acordo com ela, Munro alegou que os acontecimento entre a filha e o marido eram entre os dois, e ela não se envolveria.

Skinner também diz que a mãe acreditava que o pai da filha havia guardado segredo sobre os abusos para "humilhá-la" e que chegou a dizer que Fremlin tinha "amizades" com outras crianças. "[Ela estava] enfatizando sua própria sensação de que ela, pessoalmente, havia sido traída. Será que ela percebeu que estava falando com uma vítima e que eu era sua filha? Se ela percebeu, eu não senti isso", escreveu.

Em 2004, já afastada da família, Skinner leu uma entrevista da mãe em que ela elogiava o marido e dizia ter uma boa relação com as filhas. No ano seguinte, então, decidiu denunciar o padrasto à polícia, levando as cartas em que ele a ameaçava como prova. Fremlin, que então tinha 80 anos, foi indiciado por abuso e se declarou culpado. Ele foi condenado a apenas dois anos de liberdade condicional.

Skinner diz que a fama da mãe permitiu que o silêncio sobre a situação continuasse, mesmo após a morte do padrasto, em 2013. "Eu também queria que essa história, minha história, se tornasse parte das histórias que as pessoas contam sobre minha mãe", escreveu ela.

"Eu nunca mais queria ver outra entrevista, biografia ou evento que não se debruçasse sobre a realidade do que aconteceu comigo e sobre o fato de que minha mãe, confrontada com a verdade do que aconteceu, escolheu ficar com meu agressor e protegê-lo", completou.

Munro recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 2013, aos 82 anos. Na ocasião, foi celebrada como uma "mestre do conto contemporâneo" com a habilidade de "acomodar a complexidade épica de um romance em apenas algumas páginas". Ela morreu em 13 de maio de 2024, após sofrer de demência em seus últimos anos de vida.