Covid avança pelo interior e põe médias e pequenas cidades à beira do colapso

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Com a alta de internações por covid-19 no País e a confirmação da presença da nova variante do vírus em vários Estados, cidades pequenas e médias de todas as regiões já enfrentam situação próxima do colapso, com 100% dos leitos ocupados, filas de espera por vagas de UTI e equipes correndo para antecipar altas e abrir espaço para doentes gravíssimos.

A situação foi relatada por médicos, secretários municipais de Saúde e pacientes de oito Estados ouvidos entre quarta e quinta-feira. Alguns dizem já estar recusando novas internações e temem que o cenário piore nas próximas semanas com a disseminação da nova cepa do vírus.

Um dos cenários mais dramáticos acontece na região do Triângulo Mineiro. Em Uberlândia, há 222 pacientes internados em UTIs para tratamento de covid-19 - que tomam 95% da capacidade de atendimento local. A situação mais grave, no entanto, é a de Monte Carmelo, município de 48 mil habitantes - onde o Hospital Alberto Nogueira, único a tratar a covid, está há mais de um mês com 100% de ocupação de seus 16 leitos de UTI. Somente anteontem, foram 160 novos casos confirmados. Como comparação, Belo Horizonte registrou 62 casos.

No sábado, o prefeito de Monte Carmelo, Paulo Rocha, publicou vídeo nas redes pedindo a doação de cilindros ao hospital da cidade. Naquele dia, o consumo, que antes era de cinco por dia, chegou a 54 - e na quinta passou a 123. "O quadro de saúde dos pacientes está piorando muito rapidamente, o que eleva o consumo de oxigênio", disse Rocha. O secretário estadual de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, prometeu levar o problema ao governo federal.

No Paraná, a região de Maringá vive à beira do colapso há semanas. No Hospital Universitário da cidade, a ocupação segue em 100%, como conta Edvaldo Vieira de Campos, que coordena a UTI da unidade. "Antes da pandemia, tínhamos oito leitos de UTI. Abrimos 20 novos. Para um hospital do nosso porte, é um aumento absurdo. A linha entre a superlotação e o colapso é muito tênue. É uma situação que nos tira o sono", declarou.

No Rio Grande do Sul, cidades da Grande Porto Alegre, como São Leopoldo e Gravataí, e da região da Serra Gaúcha, como Gramado, registram superlotação. A cidade turística foi a primeira a ter a confirmação da nova variante no Estado. "O retorno das aulas foi suspenso, proibimos eventos, suspendemos cirurgias eletivas e os leitos cirúrgicos estão sendo adaptados para atender covid", relata o secretário da Saúde de Gramado, Jeferson Moschen.

Norte e Centro-Oeste

Na região Norte, Santarém, cidade com 300 mil habitantes no interior do Pará, enfrenta situação difícil. "Tínhamos 20 leitos de UTI antes da pandemia e fomos ampliando, mas nunca é suficiente. Já estamos com 60 e com fila de espera de doentes na UPA precisando ser transferidos", conta Antonio Alves da Silva, do Hospital Regional do Baixo Amazonas.

Ele comenta ainda a falta de profissionais para atender à demanda crescente. "Tivemos de parar a residência de médicos recém-formados para colocá-los na nossa escala da UTI."

Mesmo no Centro-Oeste, que teve aumento mais tardio de casos de covid, a superlotação não é diferente. Em Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai, não há mais leitos disponíveis. "Já estamos em uma situação de colapso agora. Tenho pacientes na sala vermelha de emergência, esperando por uma vaga de UTI. Estamos dando alta precoce da UTI para abrir vaga", diz Demetrius do Lago Pareja, diretor do Hospital Regional de Ponta Porã.

No Nordeste, o interior do Ceará vive uma das situações mais difíceis. Hospitais de Juazeiro do Norte, lotados, recorrem a hospitais privados de municípios vizinhos para transferir doentes. "Estamos recebendo pacientes com outras doenças de Juazeiro para os hospitais de lá atenderem a covid", conta Meton Alencar, que trabalha em Crato. Ele teme que a situação de Manaus se repita na região.

'Enxugar gelo'

Assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Alessandro Chagas afirma que os relatos colhidos pela reportagem em vários Estados se repetem por todo o País. Ele destaca que, enquanto não houver o controle da transmissão, a abertura de novos leitos nunca será suficiente. "É como enxugar gelo. Novos leitos não vão dar conta se a gente não seguir as medidas não farmacológicas de distanciamento e não insistir em testar mais e isolar pessoas contaminadas e seus contatos", advertiu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O autor britânico Neil Gaiman, conhecido por obras como Sandman, Coraline e Deuses Americanos, abriu um processo contra Caroline Wallner, ceramista que o acusou de abuso sexual.

Ele cobra mais de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,6 milhões), alegando que ela quebrou o acordo de confidencialidade firmado entre os dois há três anos. As informações são da revista Vulture.

Wallner se mudou para a casa de Gaiman em Woodstock, nos Estados Unidos, onde trabalhou e morou, junto com o ex-marido. Segundo ela, os abusos teriam ocorrido entre 2018 e 2020, após o fim do casamento. Nesse período, o autor teria proposto relações sexuais em troca de moradia. Ele nega a acusação e diz que foi ela quem iniciou os encontros íntimos.

Em 2021, Gaiman e Wallner assinaram um acordo que incluía cláusulas de sigilo e não difamação. Como parte do acerto, o escritor pagou US$ 275 mil à ceramista, que ficou impedida de processá-lo ou relatar publicamente o que viveu. Agora, ele afirma que Wallner descumpriu os termos ao dar entrevistas a veículos de imprensa.

No novo pedido, o autor exige o reembolso total do valor pago, o pagamento de honorários advocatícios e uma compensação de US$ 50 mil para cada entrevista concedida. O ex-marido de Wallner, que também assinou o acordo à época, foi citado no processo.

Vincent White, advogado da ceramista, e especialista em casos de assédio, afirmou que raramente homens acusados recorrem à Justiça nesses casos, por conta da repercussão pública negativa. "Quando alguém tenta silenciar esse tipo de denúncia, muita gente acaba acreditando que ela é verdadeira", afirmou.

Preta Gil passou o domingo de Páscoa, 20, ao lado da família e de amigos próximos. A cantora compartilhou registros do almoço em casa, que contou com a presença de Fernanda Paes Leme e de sua mãe, Sandra Gadelha.

"Renascimento, a Páscoa nunca teve um significado tão forte pra mim", escreveu Preta nas redes sociais.

A cantora recebeu alta médica na última quarta-feira, 16, depois de um período no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Preta estava hospitalizada desde o dia 6, após ser transferida do Rio de Janeiro.

O tratamento contra o câncer que faria nos Estados Unidos foi adiado por conta do quadro de saúde. Até o momento, não há nova previsão para o início das sessões.

Entenda o caso de Preta Gil

A cantora lida com um câncer de intestino desde 2023. Entre os sintomas que a fizeram suspeitar de um problema de saúde estavam uma intensa constipação intestinal e fezes achatadas, com muco e sangue.

À época, ela realizou sessões de radioterapia e tratamento cirúrgico. A artista também passou por uma histerectomia total abdominal, procedimento que consiste na remoção do útero.

Após o tratamento primário, entrou em uma fase sem manifestação da doença, comumente chamada de "remissão", segundo médicos ouvidos pelo Estadão. Em outras palavras, o câncer não era mais detectável por exames físicos, de imagem, tomografia e/ou sangue.

Recentemente, Preta realizou uma cirurgia para a retirada de tumores e precisará utilizar uma bolsa de colostomia definitiva. A bolsa coleta fezes ou urina em uma espécie de saco externo ao corpo a partir de uma abertura feita na cavidade abdominal. Confira o depoimento dela sobre o procedimento aqui.

Desde março, a cantora relatou uma nova dificuldade: o esgotamento de tratamentos que possam ajudar na remissão da doença dentro do Brasil. Ela explicou, durante uma passagem pelo Domingão com Huck, que iria aos Estados Unidos com o objetivo de tentar novos métodos de tratamento.

A Rede Globo anunciou, na manhã desta segunda-feira, 21, mudanças na programação para dedicar uma cobertura especial à morte do papa Francisco. A emissora informou que o noticiário sobre o esporte será incorporado aos telejornais locais, enquanto o programa Globo Esporte foi cancelado excepcionalmente neste dia.

A edição do Jornal Hoje será estendida, ocupando o espaço da Edição Especial com a novela História de Amor, que não será exibida.

Atualizações sobre o tema também entrarão nos intervalos comerciais.

Na GloboNews, o jornalismo dedicará a programação ao longo do dia para trazer informações e desdobramentos sobre a morte do pontífice.

A morte do papa Francisco

O papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21, conforme divulgou o Vaticano ainda durante a madrugada. A causa da morte teria sido um derrame, segundo noticiou o jornal italiano Corriere Della Sera.

"Um derrame seria a causa da morte do papa Francisco. Nas próximas horas, a Santa Sé emitirá comunicado oficial indicando a causa da morte", indicou o periódico.

Outro jornal italiano, o la Repubblica, também aponta a mesma causa para o falecimento do pontífice, que tinha 88 anos.

O argentino morreu menos de um mês após deixar o hospital, onde ficou internado para tratar de uma pneumonia bilateral. Um dia antes da morte, ele apareceu em público no Vaticano em uma missa de Páscoa, quando fez a última saudação aos fiéis.