CACs presos por caçar e matar assaltante na zona oeste de SP têm prisão preventiva decretada

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Os cinco homens presos por atirar e matar um assaltante na zona oeste de São Paulo, e dirigir com o corpo dentro de uma picape, tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. Eles passaram por uma audiência de custódia na última terça-feira, 10. A decisão foi assinada pela juíza Giovanna Christina Colares.

O advogado Daldete Sindeaux, que defende o grupo, discorda da decisão do Judiciário. O defensor alega que a determinação da prisão preventiva não levou em conta a individualidade e o nível de participação de cada um dos acusados no crime. Ele pretende recorrer e pedir que o grupo responda em liberdade.

"A decisão foi tomada sem analisar a vida pregressa (dos acusados). Eles são empresários, possuem residência fixa, negócios e não têm histórico de envolvimento com a criminalidade, requisitos que não justificam uma prisão preventiva, conforme o artigo 312 do Código do Processo Penal", diz Sindeaux. "Vamos impetrar um habeas-corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo para pedir pela soltura de todos".

No documento, a juíza Giovanna Christina Colares aponta a gravidade do crime e afirma que prisão cautelar não viola o princípio da presunção de inocência. "Dessa forma, reputo que a conversão do flagrante em prisão preventiva é necessária ante a gravidade concreta e periculosidade real do crime praticado e a fim de se evitar a reiteração delitiva, assegurando-se a ordem pública, bem como a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal", afirmou a magistrada na decisão.

Laércio das Neves, de 63 anos, seus dois filhos, Leandro Soares das Neves, de 20, e Alexandre Soares das Neves, 35; e os vizinhos Renato Gomes Filgueiras, 43, e Erivaldo de Oliveira, 46 anos, estão presos no CDP-4, o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste da capital.

Eles são acusados pelos crimes de homicídio qualificado tentado e consumado, com emprego de arma de fogo de uso restrito (por usar pistola de calibre 9 mm), e com causa de aumento de pena por atividade típica de grupo de extermínio.

Laércio e os filhos são empresários do ramo da construção civil, enquanto Renato e Erivaldo possuem, em parceria, uma produtora musical.

Eles foram presos em flagrante na última segunda, 9, depois de serem autuados por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) por carregaram o corpo de um homem, baleado e morto pelo grupo, dentro do veículo em que estavam, uma picape Dodge Ram.

Minutos antes, o grupo atirou contra dois homens que assaltavam uma van da empresa Mercado Livre, na Rua Eusébio de Paula Marcondes, no bairro Parque dos Príncipes. Eles foram ao local porque a dupla de assaltantes tinha roubado, naquela mesma manhã, o veículo de Laércio, uma T-Cross. Como o carro possui um sistema de rastreamento, eles se reuniram para localizar os criminosos.

Dois integrantes do grupos, Laércio e Erivaldo, possuem o registro de CAC (Caçador, Atirador, Colecionador) e levaram duas armas (uma pistola calibre 9mm e outra 380) na busca pelos assaltantes. Eles foram a bordo da picape de Erivaldo.

Pelas imagens de câmeras de monitoramento, obtidas pela reportagem, é possível ver a Dodge Ram chegando ao local e emparelhando o veículo com os assaltantes. Um dos suspeitos já estava ao volante, com o veículo ligado, preparado para fugir. O outro suspeito, de camiseta azul, estava de pé, fora da T-Cross. Ao ver os homens armados, ele ergue as mãos em sinal de rendição. Seu comparsa acelera e foge.

Um membro do grupo dispara no suspeito rendido, que cambaleia. Imagens de uma segunda câmera, de um prédio, mostram quando um novo tiro é disparado na direção do suspeito. O efeito é imediato e a vítima cai no chão. O atirador se aproxima e o agarra pelo braço e o arrasta até o carro, quando ele é jogado para cima da caçamba da picape.

O caso foi registrado como homicídio, roubo de veículo, fraude processual e tentativa de homicídio no 14° DP (Pinheiros), segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP).

O homem morto pelo grupo era Carlos Antônio Rodrigues Regis, de 36 anos. Natural da Paraíba, ele não tinha passagem pela polícia, segundo as investigações. O corpo foi identificado por um tio, que compareceu à delegacia para fazer o reconhecimento. O outro suspeito segue foragido. O veículo T-Cross, usado na fuga, foi localizado horas depois, abandonado.

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Maria Bethânia e Caetano Veloso realizaram, na noite deste sábado, 15, o penúltimo show da turnê conjunta que tem rodado o País, mas nem tudo ocorreu como planejado. A cantora de 78 anos precisou interromper a apresentação na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, por conta de problemas técnicos no som.

Enquanto cantava As Canções que Você Fez pra Mim, durante seu bloco solo no show, ela começou a reclamar: "Está tudo errado aqui no som. Não dá para cantar com esse som". Em seguida, levantou a voz e interrompeu a música: "Me respeitem! Eu não vou cantar com esse som". A apresentação parou e Bethânia foi bastante aplaudida pelo público.

O show ficou interrompido por alguns minutos, enquanto a cantora conversava com a equipe técnica, visivelmente irritada. Ela explicou à plateia que seu microfone havia sido trocado e que o retorno do som estava "um horror".

"Só tem chiado no meu ouvido. Não é absolutamente o som que eu estava cantando. Querem me desafiar. Ficaram zangados comigo ontem no ensaio porque eu briguei do som. E acabou", continuou.

Depois, Bethânia disse para chamarem Caetano "para fazer o final do show". Ao ouvir os lamentos da plateia, disse: "Não posso fazer o solo se não tenho voz. Sou uma cantora, eu não tenho outra coisa se não minha voz. Eu sinto muito. É uma vergonha, no Rio de Janeiro, a gente voltar e acontecer isso."

A cantora completou a apresentação de As Canções, mas pulou Negue, que costuma ser a última música de seu segmento solo. Caetano Veloso subiu ao palco e apresentação seguiu normalmente, com os dois lado a lado no encerramento.

Preta Gil revelou que recebeu alta do hospital em que estava internada em Salvador por conta de uma pielonefrite (infecção urinária). A cantora falou sobre o tema em stories publicados em seu Instagram neste sábado, 15, enquanto se preparava para ir ao show da turnê Tempo Rei, de seu pai, Gilberto Gil.

"Eu estou bem. Estou me sentindo bem. Fui muito bem tratada aqui em Salvador", afirmou Preta, que destacou: "É uma coisa que já aprendi que vou ter que saber lidar porque vai ser recorrente. Primeiro porque estou com a sonda, um lugar que acumula muita bactéria."

"Independente da sonda, eu tive que fazer um transplante no meu rim, no meu ureter, no lado direito, por conta de um tumor que eu tinha na ureter. Essas questões de infecções no trato urinário e rim é um assunto que ficou delicado para mim, vou ter sempre que tomar cuidado. Mas não é algo que dependa de mim", continuou.

Preta Gil estava internada desde o último sábado, 8 de março, e chegou a ser monitorada na UTI. Posteriormente, recebeu alta e foi para o quarto, até deixar o hospital em definitivo na sexta, 14.

Vinícius de Oliveira, que ficou conhecido por ter protagonizado o filme Central do Brasil ao lado de Fernanda Montenegro, quando ainda era uma criança, em 1998, publicou em sua conta no Instagram um relato sobre seu reencontro com a atriz quase três décadas após as gravações.

O fato se deu durante um evento de pré-estreia do filme Vitória: "É sempre um carrossel de emoções encontrar a maior representante da cultura desse País, a amiga de longa data, nossa rainha Fernanda Montenegro."

"Foi mais uma vez único, mas, como sempre, de aprendizado de vida. Estar ao lado dela me faz todo ouvidos. Sua paixão pela arte e pela vida é tamanha que o 'pouco' tempo que pudemos estar ali foi suficiente para eu repensar o entendimento da vida", refletiu Vinícius de Oliveira.

Em seguida, o ator explicou: "Afinal, aos 95 anos, com total capacidade intelectual e física, Fernanda veio do Rio, estava fazendo toda a social e, dali a algumas horas, partiria para o Rio novamente porque teria ensaio a tarde na ABL para a noite, então, fazer sua apresentação de 14 textos diferentes de literatura."

"Que artista, que ser humano é Fernanda Montenegro! Passarei a vida agradecendo esse acontecimento de mulher. Que ela siga nos brindando com sua arte. Obrigado e obrigado, Fernanda!", concluiu.

Em Central do Brasil, Vinícius de Oliveira deu vida ao menino Josué. Após a morte de sua mãe, no Rio de Janeiro, a personagem de Fernanda Montenegro, Dora, atravessava o País rumo ao Nordeste em busca do pai do garoto. O filme, dirigido por Walter Salles, concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.