Policiais montaram milícia para extorquir comerciantes no Brás, diz MP

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Conhecida pelo comércio de vestuário, a região do Brás, no Centro de São Paulo, esteve sob o controle de uma milícia armada que dividiu as ruas do bairro e passou a cobrar extorquir ambulantes e comerciantes com ameaças e agressões. Os detalhes de como esse grupo agia, com a participação de policiais militares, estão na denúncia oferecida pelo Ministério Público de São Paulo a partir da investigação da Operação Aurora.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, denunciaram 16 pessoas à Justiça por três crimes - constituição de milícia privada, extorsão e lavagem de dinheiro. Na lista estão policiais militares, alguns em exercício e outros reformados, um escrivã da Polícia Civil e até um agiota.

A investigação foi aberta depois que um grupo de dez vítimas pediu ajuda do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo para denunciar as extorsões na rua Henrique Dias, uma das ruas da Feira da Madrugada.

Os pagamentos eram cobrados a título de "luva", em troca de autorização para os comerciantes se instalarem na região, e também semanalmente. Testemunhas relataram que os comerciantes que não pagavam o valor cobrado eram ameaçados de morte, agredidos e retirados dos pontos de venda.

Os investigadores circularam à paisana no Brás por semanas, com uma caneta ca^mera espia~, para colher provas. Diversas cobranças foram flagradas durante as ações de monitoramento, tanto nos boxes quanto em barracas na rua. Não se sabe ao certo quando o esquema começou, mas o Ministério Público têm certeza que ele estava em operação.

"Os denunciados, organizados em atividade de milícia, exerciam o controle territorial do local, dividindo entre os membros da milícia o controle específico de determinadas ruas, onde podiam exercer seus atos de extorsão, controlando a fixação de pontos de energia elétrica, fixação de iluminação e exercendo rigoroso controle quanto ao tamanho permitido das barracas dos comerciantes", diz um trecho da denúncia.

A região do Brás tem alto índice de informalidade. Segundo o MP, como não têm acesso a linhas de crédito, os comerciantes de região pegavam dinheiro emprestado com agiotas a juros abusivos para pagar os milicianos e, muitas vezes, os próprios policiais que faziam parte do esquema eram contratados para fazer as cobranças.

"Aproveitando-se da especial vulnerabilidade das vítimas, comerciantes informais, em sua maioria de origem de países de baixa renda, sem acesso a crédito formal, parte dos integrantes da milícia passaram atuar também no mercado da agiotagem, oferecendo empréstimos aos vitimados para que pudessem pagar pelos valores da extorsão, em um ciclo vicioso que somente dragava recursos das vítimas e as aprisionava cada vez mais aos denunciados", afirma o Ministério Público.

Veja a lista de denunciados:

Michele Dantas da Costa Batista;

Luzia Constantino Stefani;

Viviane Leticia Felix Trevisan;

Maurício Oliveira de Souza;

William Perdomo Zanabria Pichamba;

Peterson Ribeiro Batista;

Kelen Fernanda Cardoso;

Fernando Bondade de Oliveira;

Ronei Rodrigues da Cruz;

Luciano Santos da Silva;

Francisco José da Silva Neto;

Miriam Esther Hernandez Rodriguez;

Paloma Joana Bueno;

João Paulo Schmid;

Antônio Marcos Alves de Castro;

Sergio Ferreira do Nascimento.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS

O Estadão busca contato com as defesas. O espaço está aberto para manifestação (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

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Memórias de um Caracol, animação australiana indicada ao Oscar de melhor animação, ganhou data de estreia nos cinemas brasileiros. Com distribuição da Mares Filmes, o longa chega às telonas no dia 1º de maio no País.

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A separação leva a anos de solidão e tristeza, e a menina encontra conforto em sua peculiar coleção de caracóis e porquinhos-da-índia. Até que ela faz amizade com uma idosa excêntrica, Pinky, com quem compartilha histórias, sejam elas felizes ou dolorosas, e aventuras hilárias. Grace começa então a sair de sua concha, e volta a ver a beleza da vida.

Memórias de um Caracol ganhou o prêmio principal do Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França. No Oscar, concorreu com Robô Selvagem, Divertida Mente 2, Wallace & Gromit: Avengança e Flow, que levou a estatueta. Também foi indicado ao Globo de Ouro.

Com animação em stop-motion, o filme é dirigido e roteirizado por Adam Elliot. Em 2004, o australiano venceu o Oscar de melhor curta-metragem de animação por Harvie Krumpet.

O cantor Belo, ex-marido de Gracyanne Barbosa, publicou um longo pronunciamento nas redes sociais, na noite de sábado, 15, após a musa fitness revelar aos colegas de confinamento no Big Brother Brasil 2025 que já passou fome.

Confinada no reality show da Globo, a sister reuniu os brothers na sala e pediu desculpas por ter roubado comida de outros participantes enquanto estava na Xepa. Ela desabafou sobre um período de sua vida em que passou tanta dificuldade que precisou comer do lixo.

No Instagram, Belo falou sobre o assunto: "Eu conheço a Gracyanne como poucos. Durante 17 anos, estive ao lado dela, vi sua força, suas batalhas e tudo que ela superou para se tornar a mulher incrível que o Brasil não conhece. Mas o que muitos não sabem - e, talvez, ela nunca tenha tido coragem de contar antes - é o que realmente ficou marcado em sua trajetória."

"Quando a Gra chegou ao Rio de Janeiro, ela não tinha nada. Nada além de um sonho e a vontade de vencer. Teve dias em que não teve o que comer, noites em que não tinha onde dormir. Ela passou dificuldades. Fome. Parte disso ela já tinha conseguido contar publicamente, parte não", contou.

O cantor afirmou que sabe de toda a trajetória da empresária e que o assunto ficou guardado entre os dois durante os 16 anos em que foram um casal. "Isso não é algo fácil de dizer, nem para mim, nem para ela. Mas é uma verdade que agora veio à tona e que explica muito sobre as reações dela dentro da casa do BBB 25. Tem a dificuldade com a comida, que ela expôs hoje. E também a desconfiança em relação a tudo e a todos, muito compreensível, quando se observa todo o passado", explicou.

Belo completou dizendo que "o medo de passar por tudo aquilo de novo deixa marcas que ninguém vê, mas que influenciam até as pequenas escolhas". Ele afirmou que não pretendia justificar as atitudes de Gracyanne, mas que queria pedir respeito "por alguém que passou por mais do que muita gente pode imaginar."

"A Gra sempre teve uma relação distante com sua família, e só quando já era independente financeiramente conseguiu se aproximar. Tudo o que ela conquistou foi com suor, dedicação e sacrifício", continuou. O artista afirmou que, no BBB 25, a ex-mulher está vivendo um "turbilhão emocional" e que reviver traumas não é fácil.

"Ela tem o meu apoio incondicional. Nada do que vivemos juntos será apagado, e eu sei da grandeza do coração dela. Que ela possa sair dessa experiência mais forte do que entrou. E que a gente aprenda a olhar as pessoas além do que a TV nos mostra", finalizou.

Marcelo Rubens Paiva confirmou que, assim como é mostrado no filme Ainda Estou Aqui, Gilberto Gil realmente acolheu sua irmã, Vera Paiva, em Londres, Inglaterra, quando a jovem foi morar no exterior e o cantor estava exilado, em 1971.

O escritor, autor do livro que deu origem ao longa vencedor do Oscar, fez a revelação na rede social X neste domingo, 16, ao comentar um vídeo do encontro entre Gil e a atriz Valentina Herszage, intérprete de Vera (a Veroca) na produção de Walter Salles.

O cantor e a atriz conversaram nos bastidores da turnê Tempo Rei, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Valentina compartilhou o momento nas redes sociais e revelou que os dois falaram sobre a cena do filme em que Vera manda uma carta à família e conta ter dançado com ele em uma festa na capital inglesa.

"Essa cena rolou de verdade em 1971. Gil, sabendo do que tinha acontecido com a nossa família no Brasil, acolheu a Veroca exilado em Londres. Décadas depois, minha mãe foi advogada da sua fundação", escreveu Marcelo.

Ainda Estou Aqui conta a história real de Eunice Paiva, mãe de Marcelo, que teve de se reinventar após o marido, o engenheiro civil e ex-deputado Rubens Paiva, ser preso e morto pela ditadura militar, no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970. Quando Paiva foi levado, em 1971, Vera passava uma temporada em Londres com amigos da família, o que é retratado no filme.

Eunice é vivida por Fernanda Torres, indicada ao Oscar pelo trabalho no longa. A produção também foi indicada à categoria de Melhor Filme e levou para casa a estatueta de Melhor Filme Internacional, inédita para o Brasil.