Banco é condenado por pressionar funcionário a diminuir o período do atestado

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Um empregado do Banco Bradesco S. A. deverá ser indenizado em R$ 5 mil após ser pressionado a trocar um atestado médico de cinco dias por outro de período menor e ameaçado de demissão caso não retornasse ao trabalho. "Diante de tal ameaça, não há dúvidas de o empregado ter se sentido constrangido", afirmou o relator do recurso, ministro Augusto César, em decisão da Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

O caso aconteceu em uma agência do Bradesco em Pires do Rio, Goiás. Na reclamação, o funcionário disse que, depois de entregar ao seu gerente administrativo o atestado médico de cinco dias, em razão de uma infecção grave de garganta, o gerente regional visitou a agência e determinou que retornasse imediatamente ao trabalho, sob pena de ser demitido, e que trocasse o atestado por outro de período menor.

Em decorrência da pressão psicológica, ele fez o que foi determinado e trabalhou doente. As informações foram confirmadas por testemunhas.

Ao analisar o caso, o Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (GO) considerou que, apesar de o empregado ter comprovado suas alegações, tratou-se de um fato isolado, não havendo notícia de outros atos abusivos do empregador e de fatos de maior potencial ofensivo. Para o Tribunal, o instituto da indenização por danos morais não visa reparar "lesões de pequena repercussão nos direitos da personalidade".

Já no exame do recurso de revista do bancário, o ministro Augusto César destacou que não há controvérsia a respeito da ameaça de dispensa e da pressão sofridas, que resultaram na troca do atestado e no retorno ao trabalho antes do determinado pelo médico. "Não é razoável concluir que obrigar que um empregado troque o atestado médico e trabalhe doente resulte em lesão de pequena repercussão", afirmou.

Na avaliação do relator, a indenização por danos morais não tem como único objetivo compensar o dano moral sofrido pelo trabalhador, mas também servir como uma "razoável carga pedagógica", a fim de inibir a reiteração de atos do empregador que afrontem a dignidade humana.

A decisão foi unânime.

COM A PALAVRA, O BANCO BRADESCO

"O Bradesco esclarece que segue rigorosamente todas as normas aplicadas às leis trabalhistas que regem o sistema financeiro. E não comenta assuntos em tramitação na justiça."

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O sucesso de uma banda de rock pode ser ensurdecedor, mas a tragédia, quando atinge, ecoa um silêncio que pesa sobre os fãs pela eternidade. Exemplos não faltam: The Doors, Nirvana, INXS, Morphine. No caso da banda australiana, fundada em 1977 pelos três irmãos Farris, Kirk Pengilly, Garry Gary Beers e o vocalista Michael Hutchence, o choque veio em 1997, quando o cantor foi encontrado sem vida em seu apartamento, enforcado com o próprio cinto preso à maçaneta da porta. Ele morreu aos 37 anos e a causa definida pelas autoridades foi suicídio.

Pengilly, hoje com 66 anos, ainda questiona o que pode ter acontecido com o ex-parceiro. "Nunca saberemos o que aconteceu", diz ele, que lança nova edição comemorativa e ampliada de 40 anos do álbum Listen Like Thieves (1985), que inclui gravações inéditas de um show em Londres, além de demos e outtakes.

O disco, que mudou o grupo de patamar na esfera da música pop, agora ganha versão remasterizada em Dolby Atmos por Giles Martin, filho de George Martin, o lendário produtor dos Beatles. Herdeiro dos talentos do pai, Giles tem sido aclamado pelo mesmo tipo de trabalho com o catálogo do quarteto de Liverpool.

Nesta conversa, o guitarrista e saxofonista falou ainda sobre o show memorável no Rock in Rio de 1991 diante de cerca de 150 mil pessoas, e contou sobre como a tragédia de Hutchence o afetou. "Você começa a aprender que não é imortal. E a principal lição disso é apenas aproveitar tudo", afirma ele, que já batalhou contra um glaucoma e um câncer de próstata.

Como você virou músico e se interessou pela guitarra e o saxofone?

Cresci em uma parte remota de Sydney. Nós não tínhamos eletricidade e era uma longa estrada de terra até a cidade mais próxima. Quando eu tinha uns 10 anos, meu irmão mais velho estava saindo de casa e ele me deu um violãozinho velho. E eu realmente me apeguei ao violão e tocava junto com as músicas no rádio de que eu gostava. E então, talvez três ou quatro anos depois, eu conheci Tim Farris, o mais velho dos três irmãos do INXS, no ensino médio e formamos uma banda juntos. Eu era o cantor e o principal compositor. Terminamos o ensino médio, aquela banda meio que se desfez, e o INXS se formou. Depois, comecei a tocar saxofone um pouco antes de começarmos a gravar nosso primeiro disco. Comprei um saxofone porque nós tínhamos três guitarristas na banda, incluindo eu. E era demais às vezes, muitas guitarras.

Como ser uma banda da Austrália ajudou ou prejudicou o início da carreira?

Naquela época, antes da internet e dos celulares, a Austrália era muito isolada do resto do mundo. Você não sabia o que estava acontecendo no resto do mundo a não ser por um jornal, que até eles imprimirem qualquer notícia que fosse de outro lugar do mundo, já era notícia velha. Mas o que era bom para nós é que tínhamos uma cena de pubs florescente. E quase todo bar tinha uma banda tocando praticamente todas as noites da semana. Tivemos sorte de poder juntar nosso som e experimentar e tentar coisas diferentes, mas meio que fora dos olhos do mundo. Então, você podia aprimorar sua arte antes de ir para o grande mundo. Isso foi uma grande vantagem para nós. E também, criativamente, foi muito bom porque não fomos necessariamente influenciados pelo que acontecia no resto do mundo.

O que se lembra da primeira visita ao Brasil para o show no Rock in Rio, em 1991?

Eu me lembro que não nos era permitido sair do hotel porque havia muitos fãs. Mas isso não era só para nós, já que todas as bandas ficavam no mesmo hotel em Ipanema. Ficamos meio que trancados em nossos quartos, o que foi chato porque queríamos sair e ver como era o Rio. Isso foi um pouco difícil. Mas, claro, o show foi fantástico. Tivemos a sorte de ser a principal atração.

Sobre os 40 anos de 'Listen Like Thieves', como esse álbum se destaca na discografia do INXS e como ele ajudou vocês a evoluírem musicalmente?

Ao conseguir um produtor realmente conhecido como Chris Thomas, acreditamos que estávamos fazendo algo bastante especial e que se sustentaria ao redor do mundo. Sentimos que este álbum estava voltando ao som do INXS e esperávamos que fosse nos levar mais adiante em nossa carreira. E, claro, foi o que aconteceu, especialmente com a música What You Need.

Esta nova edição é remasterizada pelo Giles Martin. Ficou impressionado com o que ele fez com o catálogo dos Beatles?

Sim. Há muito tempo, em Las Vegas, fui assistir a Love, do Cirque du Soleil. E Giles tinha feito as mixagens de todas as faixas dos Beatles. Foi incrível ver como as músicas eram cruas sem toda aquela parafernália que eles colocavam por cima. Não sei como ele fez aquilo. Mas nós conhecemos o Giles há bastante tempo, fizemos um show especial no Japão, junto com George Martin. Foi lá que nós nos conhecemos e realmente nos demos bem. Ele é fabuloso.

Há alguma história sobre o Michael que você possa compartilhar que ilustre quem ele era como artista e como pessoa?

Havia tanto nele, realmente. Você não nasce uma estrela do rock, você meio que se desenvolve, cresce nisso. Mas acho que os melhores intérpretes e estrelas do rock têm algo. Algum tipo de carisma ou fator X. Michael definitivamente tinha isso. Muitas pessoas achavam que ele era distante às vezes, mas na verdade ele era bastante tímido.

Você sentiu que ele estava em uma má fase nas suas últimas conversas com ele?

Não, absolutamente o oposto, porque ele estava hospedado em um hotel perto de onde eu morava e, em várias manhãs, eu ia buscá-lo e dirigíamos juntos. Ele estava num estado positivo. Então, quem sabe o que aconteceu naquela noite? Nunca saberemos. Eu só sei que sempre sentiremos falta dele.

E como essa tragédia e todos os obstáculos que você teve na sua vida, seus problemas de saúde, mudaram sua percepção da vida?

Você começa a aprender que não é imortal e vai morrer em algum momento. Acho que a principal lição disso é apenas aproveitar cada momento. E Michael era muito bom nisso. Ele saboreava tudo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Barbie Ferreira, atriz americana de origens brasileiras, foi criada pela mãe, a chef de cozinha Jana Seppe, pela tia e pela avó. Seu pai foi embora quando ela tinha 7 anos. Por isso, quando leu o roteiro de Um Pai para Lily, a atriz nascida em Nova York se sentiu extremamente conectada à história. "Eu queria um roteiro focado em uma personagem e no real significado de cinematografia. Muito do que eu andava lendo não estava me impactando dessa forma", ela conta.

O filme, que passou pelo circuito de festivais acumulando 26 prêmios desde o SXSW do ano passado, estreou de forma discreta nos cinemas brasileiros entre um novo filme da Marvel e a cinebiografia de Ney Matogrosso. Em Um Pai para Lily, acompanhamos a história de uma jovem criada apenas pelo pai, Bob Trevino, com quem mantém relação turbulenta. Solitária, a aspirante a poeta acidentalmente faz amizade no Facebook com um estranho que, embora compartilhe o mesmo nome de seu pai, é uma pessoa diferente, com quem ela cria uma relação transformadora.

Por mais improvável que a história pareça, o caso é verídico e aconteceu com a diretora Tracie Laymon durante seus anos formativos como cineasta. E, mesmo não sendo a história de Barbie, acabou se transformando em algo íntimo e pessoal também para a atriz. "Quando li o roteiro, não tinha expectativa. Mas me senti impactada. Era muito singular e específico, mas se conectava muito comigo. E eu sabia que outras pessoas se sentiriam assim."

No filme, à medida que Lily vai desenvolvendo uma amizade mais forte com o "novo" Bob Trevino, passa a enxergar nele uma figura paterna e a possibilidade de encontrar amor de pai em outros lugares. Por isso, a conexão que Barbie sente com a história é singular - mas não exclusiva. "Acabei encontrando figuras paternas que me ajudaram muito a passar pelas filmagens, às vezes difíceis", desabafa. "Muitas cenas eram dependentes de emoção, e isso pode ser exaustivo. É muito difícil quando você está sozinha em um lugar desconhecido, sem ninguém, e você precisa ser vulnerável e dar o seu melhor", desabafa. "Ter figuras paternas como (os atores) John Leguizamo e French Stewart foi maravilhoso."

Hoje aos 28 anos, Barbie ascendeu à fama interpretando Kat Hernandez em Euphoria, série que deixou ao fim da segunda temporada, alegando que o desenvolvimento da sua personagem, querida entre os fãs, havia estagnado. Desde então, atuou na série A Casa Mórbida, do Prime Video, e fez uma participação em Não! Não Olhe!, de Jordan Peele.

EXPRESSÃO

Foi na infância que ela deu os primeiros passos na carreira de atriz, em um curso para aprender a expressar suas emoções e personalidade. Chamou a atenção da professora, que a encorajou a e investir na carreira. Conseguiu alguns trabalhos como modelo e participou de pequenas montagens no teatro, em que aprimorou as habilidades.

Descolada e fashionista, Barbie é considerada um dos ícones da geração Z, e faz jus ao título com sua simpatia. A atriz atendeu o Estadão em uma entrevista virtual e, embora nascida nos Estados Unidos, parece carregar a famosa cordialidade brasileira sem esforço algum - apesar de ter preferido que o papo fosse conduzido em inglês.

Para ela, as origens latinas são traços que nunca estão longe, mas quando o assunto é trabalho, sua vontade é sempre a de expandir. "Nem sempre eu interpreto personagens latinas, mas, na maioria das vezes, sim. Geralmente são personagens ambíguas, e não totalmente latinas. E, para mim, tudo bem." É algo que acaba sendo limitante. "Eu acho que eles me veem como latina, mas ao mesmo tempo não", conta. "Acabei de fazer um filme em que eu não tinha nenhum traço latino. E foi uma experiência muito boa, porque ali percebi que em quase todos os meus outros papéis eu tinha pais que eram latinos."

Isso, é claro, não quer dizer que ela renegue as raízes. "Eu quero desenvolver alguma coisa que tenha relação com o fato de eu ser brasileira, quero muito fazer isso. Sem contar que o renascimento do cinema brasileiro agora é muito animador, e as pessoas estão superempolgadas. Fui às lágrimas quando vi o apoio que o Brasil deu a Ainda Estou Aqui."

Em Um Pai para Lily, embora o assunto não venha à tona, sua personagem de fato tem origens latinas. No contexto, no entanto, isso acaba se ligando à ideia de a personagem ser bastante solitária. Além do pai, ela não tem nenhum outro membro da família. E embora a situação de Barbie seja diferente, as duas dividem algo em comum: Lily acaba descobrindo o conceito de "família escolhida", algo que definitivamente não é novidade para a atriz.

"Cresci com a minha avó, minha tia e minha mãe. Não tínhamos nossa família aqui nos EUA. Então, todos os imigrantes brasileiros da região eram melhores amigos. Minha mãe é a rainha do Facebook brasileiro", explica, aos risos. "Ela é muito sociável e valoriza demais a amizade. Então, cresci com muitas crianças de famílias brasileiras nascidas em Nova York, como eu. Íamos ao salão brasileiro, mercado brasileiro. Em todas as datas comemorativas são tipo 50 brasileiros que eu conheço a minha vida inteira que se reúnem. Eles são parte da minha família, e tão importantes quanto a minha família no Brasil."

Tudo isso fez com que a experiência de gravar Um Pai para Lily fosse prazerosa, mas ao mesmo tempo difícil. Eu sou uma pessoa muito específica na minha vida pessoal. Sou espalhafatosa, sou uma atriz, sou dramática. Tenho todas essas características que são minhas. Então, quando tenho de entrar em uma personagem, me desprendo de tudo isso. Mas, não importa o quanto eu estivesse em Lily, e não em Barbie, meu corpo sempre sentia as coisas que Barbie sentiria, através de Lily. Parecia uma atuação muito espiritual. Minhas próprias dores vieram à tona. E eu acho que é isso que faz bons filmes."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Vera Viel celebrou a remissão de câncer após realizar uma bateria de exames. A esposa do apresentador Rodrigo Faro comunicou a notícia em suas redes sociais. A apresentadora foi diagnosticada com a doença em outubro de 2024 e revelou que estava curada em fevereiro deste ano.

Viel contou que realizou uma série de exames. Eles serão repetidos a cada três meses neste ano seguinte ao procedimento cirúrgico.

"Continuo em remissão do câncer para toda a honra e glória de Deus, que fez a cura completa no dia da cirurgia. Acabei de ver os resultados dos meus exames", comemorou ela.