Em Berlim, minissérie 'It's a Sin' retrata momentos em que vírus do HIV foi letal

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As pessoas envolvidas na minissérie It's a Sin, sobre a epidemia de HIV-aids entre 1981 e 1991, ficaram com um certo receio de lançar agora um drama sobre um vírus letal. "Não sabíamos se alguém ia querer assistir", admitiu o diretor Peter Hoar em entrevista com a participação do Estadão. A preocupação era infundada. It's a Sin foi um dos programas mais vistos e mais comentados de 2021 no Reino Unido e estreou com sucesso nos Estados Unidos também, no serviço de streaming HBO Max. E ainda gerou um aumento no número de testes e de doações a organizações que ajudam pessoas vivendo com o HIV. A minissérie em cinco episódios, que faz parte da programação do Festival de Berlim, deve chegar em breve ao Brasil.

Em It's a Sin, Ritchie (Olly Alexander) deixa sua família conservadora no interior para estudar em Londres. Lá, fica amigo de Jill (Lydia West) e decide estudar atuação. Ritchie e Jill dividem o chamado Palácio Rosa com Ash (Nathaniel Curtis), Roscoe (Omari Douglas), que saiu de casa depois de sua família religiosa tentar mandá-lo para a Nigéria para "consertar" sua homossexualidade, e Colin (Callum Scott Howells), que saiu do País de Gales para trabalhar numa das alfaiatarias de Savile Row. Em Londres, eles podem ser quem são e abraçar sua sexualidade sem medo.

O primeiro episódio é de alegria, festas e muito sexo, tudo embalado pelos melhores hits da época. Mas o HIV chega aos poucos, sorrateiramente, sem que as pessoas tivessem muita informação ou mesmo coragem de lidar com o assunto. Pouco a pouco, amigos começam a desaparecer, trancados em hospitais, ou "ir embora para casa" para nunca mais voltar. "Fico imaginando o que seria se o vírus não tivesse atacado nos anos 1980", disse Hoar. "Porque foi quando a vida gay começou a ser mais visível, mais aceitável. Havia mais popstars abertamente gays ou evidentemente gays. Se as coisas tivessem sido diferentes, talvez estivéssemos em outra posição agora."

Há paralelos a serem feitos com a pandemia de covid-19. "Estamos contando a história de um grupo marginalizado ainda hoje. Então, muita gente consegue se identificar com a minoria que pode ser ignorada pelas instituições de poder", disse Hoar, referindo-se ao fato de as mortes por coronavírus afetarem desproporcionalmente os mais velhos, negros, indígenas. A diferença é que, na época da aids, nem os médicos e enfermeiros queriam tocar nos pacientes. O pessoal de saúde no início era majoritariamente formado por gays e lésbicas. "Não culpo ninguém. A doença foi muito demonizada. Todos sabem da história de como a princesa Diana tocando uma pessoa com HIV alterou a percepção sobre a doença", lembrou Hoar.

A produção não fez nenhuma mudança para que esses paralelos ficassem claros. "Funcionou porque estamos contando uma história sobre a vida, sobre o amor, sobre a perda. E as pessoas se apaixonaram pelos nossos atores." A maior parte era pouco conhecida. O criador, Russel T. Davies (Queer as Folk), priorizou elenco e técnicos que fossem abertamente homossexuais.

Os jovens personagens fazem com que os jovens espectadores se identifiquem e conheçam mais a história de quem veio antes. "Nossa mensagem é: preste atenção. E não se esqueça de se divertir", afirma Hoar. Ele credita a falta de conhecimento sobre a tragédia causada pela aids às pessoas que viveram aquela época e perderam muitos amigos.

"Eles não queriam pensar nisso", afirmou o diretor. "Não queriam contar a ninguém. Elas enterraram seus sentimentos. Muita gente morreu no hospital de uma doença sobre a qual tinham vergonha de falar. Recebi muitas mensagens de pessoas dizendo que acham que seu amigo morreu por causa do HIV, que não sabiam na época e só ficou claro agora. O amigo foi embora e aí morreu. E agora quem sobreviveu pensa naquilo e fica culpado de não ter ajudado."

Talvez isso explique por que somente agora, 40 anos depois do registro dos primeiros casos, esse período esteja sendo dissecado em séries como It's a Sin e Pose. Antes, houve peças como Angels in America, mas o tom era diferente, porque foram feitas ainda no calor da hora. "Elas tinham mais raiva e ódio, o que faz sentido. Mas acho que hoje podemos contar com um pouco mais de humor."

Mas pode preparar os lencinhos. A epidemia de HIV-aids foi brutal, e o impacto nos personagens é inevitável. Peter Hoar acredita que essa seja também uma explicação para o sucesso da série no meio da pandemia. "Acho que as pessoas precisavam chorar", acrescentou. Para ele, a forma como tantos espectadores abraçaram a série é motivo de comemoração. "A empatia está em falta em algumas partes da nossa sociedade. Então, é bom perceber que ela existe, sim, está viva e passa bem."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.

Lady Gaga enfrentou problemas técnicos no início do show que fez nesta sexta-feira, 18, no Coachella. O microfone da cantora apresentou falhas durante Abracadabra, segunda música do repertório, cortando a voz da artista.

Sem interromper a apresentação, Gaga trocou discretamente o microfone de cabeça por um modelo de mão e manteve a coreografia. Depois de alguns minutos, ela voltou ao palco com um novo microfone que funcionou corretamente até o fim da performance.

Momentos depois, ao piano, a artista se desculpou com o público pelo problema técnico. "Meu microfone parou de funcionar por um segundo. Pelo menos vocês sabem que eu canto ao vivo", disse.

A artista completou afirmando que estava fazendo o possível para compensar a falha: "Acho que a única coisa que podemos fazer é dar nosso melhor, e com certeza, eu estou dando meu melhor para vocês hoje".

Lady Gaga no Brasil

Lady Gaga está preste a vir ao Brasil. O palco para o seu show em Copacabana, no dia 3 de maio, está sendo erguidona areia da praia desde o último dia 7, e envolve uma megaoperação com cerca de 4 mil pessoas na equipe de produção nacional - sem contar o efetivo de órgãos públicos que também atuam no evento, como segurança, transporte e saúde.

O palco principal terá 1.260 metros quadrados e estará a 2,20 metros do chão, altura pensada para melhorar a visibilidade do público. A produção ainda contará com 10 telões de LED distribuídos pela praia e um painel de LED de última geração no centro do palco, prometendo uma experiência grandiosa para quem estiver presente e também para aqueles que assistirem de casa.

A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

A apresentação está prevista para começar às 21h, com duração de 2h30. O show será gratuito, aberto ao público e terá transmissão ao vivo na TV Globo, Multishow e Globoplay.