40 anos de 'Pra Frente Brasil'

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O Canal Brasil apresenta nesta quarta-feira, 10, um Cinejornal especial para Roberto Farias (às 22h10) e, em seguida, exibe Pra Frente Brasil, o filme mais polêmico do diretor. Roberto Farias (1932-2018) tem presença marcante no cinema brasileiro. Vindo da comédia carioca (Rico Ri à Toa), moveu-se com habilidade no gênero policial (Cidade Ameaçada e Assalto ao Trem Pagador) e dirigiu a bem-sucedida trilogia com o astro da Jovem Guarda, Roberto Carlos. Gestor de talento, dirigiu a Embrafilme durante o período Geisel (1974-1979). Em 1981, rodou Pra Frente Brasil. No ano seguinte, levou o filme ao Festival de Gramado e saiu com o prêmio principal. Mas, interditado pela censura, não pôde lançá-lo comercialmente. Pra Frente Brasil só chegou às telas em 1983, ao final de uma negociação com a censura que culminou com a queda de Celso Amorim, seu sucessor na Embrafilme.

No início dos anos 1980, o Brasil vivia o período de abertura política que culminaria no fim da ditadura, em 1985. Nesse tempo um tanto mais aberto, era ainda complicado falar de fatos acontecidos na década anterior - a saber, a repressão à luta armada, assassinatos políticos, sessões de tortura, desaparecimentos, etc.

A história ficcional, contada no filme, é a de Jofre (Reginaldo Faria, irmão do diretor) que viaja de São Paulo ao Rio. No Aeroporto Santos Dumont, um desconhecido com quem conversara durante o voo (Claudio Marzo) lhe oferece carona. Jofre aceita. No trajeto, um carro aborda o táxi e abre fogo. O personagem de Marzo e o motorista morrem. Jofre sobrevive, é capturado e levado a um sítio onde passa a ser torturado para "entregar os companheiros". Jofre não tinha nada a ver com aquilo; apenas estava no lugar errado, na hora errada. Um pouco como o personagem hitchcockiano de O Homem Errado, sobre o qual recai a culpa alheia.

A levada do filme é, por um lado, a de um policial com aventura e ação, com os parentes de Jofre tentando encontrá-lo de todas as maneiras - sobretudo sua esposa Marta (Natália do Vale) e seu irmão Miguel (Antonio Fagundes). Miguel é responsável pela mais ousada curva dramática da obra, indo da alienação completa a um engajamento capaz de inimagináveis atos de bravura ao tomar consciência do que acontecera ao irmão.

Cenas de busca e ação alternam-se às sequências de tortura a que Jofre é submetido. Entre as duas, imagens do ufanismo popular ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira no México. As transmissões de TV, lembre-se, eram embaladas pela marchinha triunfal de Miguel Gustavo, a música-tema do "escrete canarinho". Daí o título.

O filme tem partes fortes, como as impiedosas cenas de tortura. Põe o dedo num tema-tabu (até hoje), a colaboração de empresários com a repressão política. Para se ter ideia, um único documentário tratou do assunto, a obra de exceção Cidadão Boilesen (2009), de Chaim Litewski, sobre o empresário Henning Boilesen, da Ultragás, benemérito da Operação Bandeirantes e morto por grupos da esquerda armada.

Os pontos menores ficam por conta de uma estrutura dramática frágil, que afrouxa a tensão em certos momentos. A decisão de restringir a prática da tortura a grupos autônomos, sem conexão aparente com o aparelho do Estado, torna notória a consciência de que o filme passaria pela censura à custa de algumas concessões. Estas se explicitam no painel de abertura, no qual se lê que o governo empenhava-se na luta contra o extremismo armado, "de um lado, a subversão da extrema esquerda, de outro, a repressão clandestina". No confronto diluído com a experiência devastadora da ditadura, o desenho estético molda Pra Frente Brasil como produção ao grande público. Tendência que o crítico Ismail Xavier chama de "naturalismo da abertura".

Hoje, é fácil criticar. Aqueles eram tempos mais ásperos e não se pode tirar de Pra Frente Brasil o mérito de, no calor da hora, haver denunciado, ainda que de forma incompleta, o arbítrio, a violência e o sufoco da ditadura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma professora de artes usou suas redes sociais para compartilhar o resultado da pintura de um de seus alunos. A foto, que viralizou no X (Antigo Twitter), mostra Antônio, que se inspirou no filme Flow para colorir sua tela.

"Gente, olhem que coisa mais maravilhosa, seu Antônio, acabou de finalizar a pintura do quadro do gatinho de Flow na nossa aula de hoje. E está todo orgulhoso perguntando se vocês vão gostar, não tenho a menor dúvida", diz a legenda.

A pintura fez tanto sucesso que Gints Zilbalodis, diretor da animação, agradeceu o brasileiro.

"Obrigada, Sr. Antônio", escreveu, em português.

Flow venceu o Oscar 2025 de Melhor Animação. Produzido na Letônia, o filme narra a história de um gato solitário que, após uma devastadora inundação apocalíptica, precisa se unir a outras criaturas para sobreviver, lutando para proteger seu barco.

A produção superou grandes concorrentes, como Robô Selvagem, da DreamWorks, e Divertida Mente 2, da Disney Pixar, para conquistar a estatueta. Embora também tenha disputado na categoria de Melhor Filme Internacional, foi derrotado pelo brasileiro Ainda Estou Aqui.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

O testamento do ator Gene Hackman, que foi encontrado morto em sua casa no dia 26 de fevereiro deste ano, foi revelado pelo site americano TMZ nesta sexta-feira, 14. Os valores deixados pelo artista não foram divulgados, mas o portal de notícias revelou que a fortuna de Hackman deveria ser destinada para sua esposa, a pianista Betsy Arakawa.

O problema é que Betsy também foi encontrada morta na residência do casal no dia 26 de fevereiro. Segundo a polícia, a esposa morreu no dia 11 de fevereiro, de síndrome pulmonar por hantavírus. O marido morreu cerca de uma semana depois, vítima de uma doença cardíaca e Alzheimer.

Para complicar ainda mais a situação, os três filhos de Hackman - Christopher, Leslie e Elizabeth - não são mencionados em seu testamento. O ator nunca escondeu que não tem a melhor relação com seus filhos e, apesar de ter se reconciliado com eles nos últimos anos, não havia mudado seu testamento. De acordo com o TMZ, o documento foi redigido em 1995.

Agora, um processo legal deve decidir para quem a fortuna de Hackman irá. Como Betsy morreu antes de Hackman, as suas posses iriam para o ator. Há uma cláusula no testamento da pianista, no entanto, que indica que caso a morte de ambos ocorresse em um intervalo menor do que 90 dias, as mortes deveriam ser consideradas simultâneas.

Nesse caso, o testamento de Betsy afirma que todas as suas posses seriam doadas para instituições de caridade. Já as posses de Hackman devem ser disputadas pelos filhos do ator na justiça norte-americana. Até o momento, os familiares do ator não se pronunciaram publicamente sobre a questão.

Os torcedores do AFC Richmond podem respirar aliviados, a série Ted Lasso retornará para uma quarta temporada.

E mais: Jason Sudeikis, que interpreta o protagonista da obra, também estará de volta na pele do técnico de futebol mais fofo e empático do planeta.

A produção da Apple TV+, no entanto, contará com uma novidade no enredo: na quarta temporada, Ted Lasso comandará um time de futebol feminino.

Os detalhes da trama ainda não foram divulgados, mas já se sabe que Lasso retornará dos Estados Unidos para comandar o AFC Richmond feminino.

Ao final da terceira temporada, o treinador se despediu do elenco masculino da equipe britânica e retornou ao estado do Kansas para se reunir com seu filho.

O primeiro episódio da nova temporada será filmado nos Estados Unidos e deve explicar os motivos que levaram Lasso a retornar para a Inglaterra.

Nomes importantes da série original também retornarão, como Hannah Waddingham (Rebecca), Brett Goldstein (Roy) e Jeremy Swift (Leslie).

Os atores que interpretam os jogadores do AFC Richmond, no entanto, não devem retornar regularmente para a série.