'O PCC como organização criminosa subiu um degrau', diz procurador sobre execução de Ruy Fontes

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A Polícia Civil de São Paulo identificou dois suspeitos de participar da execução do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, na segunda-feira, 15, na Praia Grande (SP), por meio de material genético recolhido no carro usado pelos criminosos.

A força-tarefa criada para investigar o assassinato de Fontes apura a participação de um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) que deixou a cadeia há um mês.

Em entrevista à Rádio Eldorado nesta quarta-feira, 17, o procurador de justiça Márcio Christino, autor do livro Laços de Sangue: A História Secreta do PCC, falou sobre a necessidade de o Estado se reorganizar para detectar e combater facções criminosas. "O PCC como organização criminosa subiu um degrau. Está demonstrando uma capacidade de organização quase militar", afirmou o procurador.

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Jojo Todynho se pronunciou após a audiência que teve com o PT para a resolução de um processo movido contra ela, após a cantora afirmar que o partido teria lhe oferecido R$ 1,5 milhão para promover o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Em suas redes sociais, nessa quinta-feira, 18, ela alfinetou os seguidores que pediram por provas: "Vão se informar sobre as coisas. Vocês são leigos, chatos." Em seguida, afirmou que não mostraria as provas: "Não tenho que provar nada para vocês."

Em um vídeo postado também em suas redes sociais, Jojo aparece junto de seus advogados, Bruno Figueiredo e Sérgio Figueiredo. Segundo eles, a defesa de Jojo se baseia na "falta de interpretação de texto e desconhecimento legal" por parte do PT.

"A difamação movida contra a Jordana (Jojo) exige um fato concreto e uma pessoa determinada. Na oração 'me ofereceram', não há sujeito determinado", explica Bruno.

"A fala em questão não individualiza sujeito determinado, tampouco atribui fato criminoso ou desonroso a pessoa específica, requisitos indispensáveis para a configuração típica", diz também, na nota oficial veiculada na legenda.

"Mais grave ainda é o paradoxo. O próprio Partido dos Trabalhadores mantém, em parceria com fundações e institutos, uma rede organizada de influenciadores digitais, contratados justamente para promover seus atos e agendas políticas. Como então poderia a menção a uma suposta oferta para campanha ser tratada como difamação, se a prática é de conhecimento público e já institucionalizada pelo próprio partido?"

Os advogados também afirmam que prestarão mais esclarecimentos da defesa para o promotor responsável pelo caso.

Confira a nota oficial na íntegra

"A tentativa de criminalizar as declarações de Jojo Todynho revela não apenas a falta de interpretação de texto, mas também o desconhecimento mais elementar sobre os contornos do crime de difamação. A fala em questão não individualiza sujeito determinado, tampouco atribui fato criminoso ou desonroso a pessoa específica, requisitos indispensáveis para a configuração típica.

Não se pode aceitar que manifestações de opinião sejam distorcidas em processo penal, numa clara instrumentalização do Poder Judiciário como ferramenta de coação. Esse expediente, além de ferir a lógica do Estado de Direito, contraria o caráter subsidiário do Direito Penal, que não se presta a silenciar críticas ou cercear vozes públicas.

Mais grave ainda é o paradoxo. O próprio Partido dos Trabalhadores mantém, em parceria com fundações e institutos, uma rede organizada de influenciadores digitais, contratados justamente para promover seus atos e agendas políticas. Como então poderia a menção a uma suposta oferta para campanha ser tratada como difamação, se a prática é de conhecimento público e já institucionalizada pelo próprio partido?

A democracia não se constrói pelo uso do processo penal como escudo político, mas pelo debate livre e plural. Forçar a criminalização de uma fala genérica é criar artificialmente um conflito inexistente, o que apenas desvirtua a finalidade da Justiça e fragiliza a credibilidade das instituições."

Entenda o processo movido contra Jojo

Em novembro de 2024, durante um programa no podcast Brasil Paralelo, Jojo afirmou que em 2022, o PT ofereceu R$ 1,5 milhão para fazer campanha para Lula, então candidato à Presidência. Ela afirmou ainda que recusou o dinheiro.

Gleisi Hoffmann, que era presidente do partido, desmentiu a cantora. Ainda em novembro de 2024, o PT entrou com uma ação penal no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro alegando crime contra a honra e difamação. O partido alega que as falas da cantora representam um "infundado ataque" à sigla e os advogados do PT sustentaram que Jojo imputou ao partido uma conduta "socialmente reprovável" sem apresentar qualquer prova.

O objetivo da audiência realizada na última quinta-feira, 18, foi tentar resolver o conflito por meio de conciliação para evitar o prosseguimento da ação judicial ou um julgamento. Jojo afirmou que não houve conciliação entre as partes, o que significa que o processo seguirá na Justiça.

Mariah Carey usou o perfil nas redes sociais para registrar o carinho pelo Brasil. Em publicação no Instagram nessa quinta-feira, 18, a cantora compartilhou um trecho de sua apresentação no Amazônia Live e escreveu: "I love you, Brazil".

O Amazônia Live ocorreu na quarta-feira, 17, em Belém (PA), e contou com um palco flutuante instalado no rio Guamá. Além de Mariah, artistas como Joelma, Dona Onete, Gaby Amarantos e Zaynara participaram da iniciativa, que buscou chamar atenção para a preservação da floresta amazônica.

O evento foi promovido pela Rock World, empresa responsável por festivais como Rock in Rio e The Town, e teve como objetivo ampliar o debate sobre mudanças climáticas. A ação se conecta diretamente à 30ª Conferência das Partes para o Clima (COP30), que será realizada no Pará em novembro.

Repertório e destaque

Após passagem pelo The Town, em São Paulo, no último sábado, 13, Mariah Carey desembarcou em Belém para o show na Amazônia. Vestindo um figurino vermelho brilhante, ela abriu a apresentação com My All e cantou sucessos como Touch My Body, Heartbreaker e We Belong Together. O encerramento ficou por conta de Hero, uma de suas músicas mais conhecidas.

A suspensão do Jimmy Kimmel Live! não foi resultado apenas de críticas públicas. Segundo informações divulgadas pelo site The Hollywood Reporter, funcionários da Disney tiveram seus e-mails expostos e chegaram a receber ameaças de morte após comentários feitos pelo apresentador em seu programa.

Na segunda-feira, 15, durante o monólogo de abertura, Kimmel ironizou republicanos ligados ao movimento MAGA que tentavam se afastar do acusado de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk. A declaração desencadeou uma forte reação nas redes sociais e se intensificou após a participação do presidente da FCC (Comissão Federal de Comunicação), Brendan Carr, em um podcast conservador.

Pressão sobre a Disney

Com a repercussão, grupos de afiliadas da emissora ABC e patrocinadores começaram a questionar a manutenção do programa. A Sinclair exigiu que o apresentador se retratasse e suspendeu a exibição do programa. Em paralelo, executivos da Disney passaram a discutir com Kimmel como ele trataria o assunto em edições seguintes.

De acordo com fontes, a emissora esperava um posicionamento que reduzisse a tensão, mas Kimmel teria planejado reforçar sua defesa, sem pedir desculpas. A perspectiva aumentou o receio de que a situação se agravasse, levando a novas pressões.

Decisão final

Na quarta-feira, 17, com 66 das cerca de 200 afiliadas da ABC já dispostas a não transmitir o programa, a decisão de suspender a atração foi tomada por Bob Iger, CEO da Disney, e Dana Walden, chefe de entretenimento da empresa. O anúncio foi feito pouco antes da gravação, quando o público já aguardava a entrada no estúdio.

Nem Kimmel nem a Disney comentaram oficialmente o episódio. Internamente, executivos avaliam possibilidades de retorno do programa, mas condicionam o futuro da atração à disposição do apresentador em adotar um tom mais conciliador, além da aceitação das afiliadas.