Bebidas alcoólicas adulteradas com metanol causaram mortes em SP

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Nos últimos dias, pelo menos duas pessoas morreram por intoxicação por metanol na cidade de São Paulo e em São Bernardo do Campo, na região metropolitana. Outros 10 casos são investigados por possível contaminação pela mesma substância, segundo informações do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado de São Paulo.

A principal suspeita é de que a contaminação esteja relacionada à adulteração de bebidas alcoólicas como gim, whisky e vodka vendidas em bares e adegas. Mas, afinal, o que é o metanol e quais efeitos ele pode provocar no organismo?

A substância, também conhecida como álcool metílico, é um biocombustível altamente inflamável. Ela pode ser produzida por diferentes processos, como a destilação destrutiva da madeira, o aproveitamento da cana-de-açúcar ou a partir de gases de origem fóssil.

De acordo com Alvaro Pulchinelli Junior, médico toxicologista, patologista clínico e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a substância é amplamente utilizada na indústria química, atuando como solvente, na fabricação de tintas e vernizes e em processos de refinamento. "É basicamente uma substância de uso industrial, não tem uso caseiro ou não profissional", destaca.

O metanol, segundo o médico, não deve estar presente em nenhum alimento ou bebida. Em alguns casos, no entanto, o material é utilizado na produção de bebidas falsificadas. "O metanol não tem cheiro nem gosto específico. Ou seja, a pessoa não consegue identificar na bebida adulterada. Ela ingere sem se dar conta", detalha Pulchinelli.

Quais os sintomas da intoxicação por metanol?

Os primeiros sintomas após a ingestão são parecidos com sinais de embriaguez, como fala pastosa e reflexos diminuídos.

Algumas horas depois, após a metabolização, a substância também causa náuseas e vômitos, além de efeitos no sistema nervoso central que vão desde sonolência até a perda de visão, um dos principais impactos do consumo.

"A pessoa passa a ter visão borrada, brilhante e diminuição da visão. Isso é extremamente importante, pois pode evoluir para um quadro de cegueira", destaca o toxicologista.

No domingo, 28, a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) divulgou um alerta sobre o risco de neuropatia óptica por metanol, uma doença grave que pode causar cegueira irreversível.

Conforme o documento, mesmo com tratamento, muitos pacientes apresentam sequelas visuais permanentes. "Por isso, trata-se de uma emergência médica e oftalmológica: quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de salvar a vida e preservar a visão", diz o texto.

Os impactos podem surgir após uma única ingestão da substância e os especialistas alertam que não existe uma dose segura para o consumo. "É claro que, quanto maior a exposição, mais grave será o quadro. Mas isso não significa que, por ter ingerido apenas uma dose ou uma única cerveja adulterada, a pessoa não terá consequências", alerta Pulchinelli.

O que fazer em caso de suspeita de intoxicação?

Em caso de suspeita de intoxicação, a recomendação é procurar um médico o mais rápido possível. Alguns dos sintomas - náuseas e vômitos - podem ser confundidos com uma ressaca normal, apesar de acontecerem em um grau mais forte. A indicação de Pulchinelli é ficar atento às alterações no sistema nervoso central, principalmente relacionadas à visão.

"Vá direto para o médico. Não ache que ficar em casa vai fazer os sintomas passarem, você vai estar perdendo um tempo precioso para a introdução do antídoto", recomenda Pulchinelli.

Mesmo sem sintomas, também é importante procurar atendimento médico caso haja desconfiança em relação à procedência da bebida consumida, diz o patologista.

A Secretaria da Saúde de São Paulo recomenda que bares, restaurantes e locais que realizam a venda de bebidas alcoólicas verifiquem com atenção a procedência dos produtos oferecidos pelos fornecedores.

A pasta ainda recomenda que a população compre apenas bebidas de fabricantes legalizados e que possuam rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, "evitando opções de origem duvidosa e prevenindo casos de intoxicação que podem colocar a vida em risco".

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A polícia americana trata o cantor D4vd como suspeito da morte de Celeste Rivas, adolescente que foi encontrada em decomposição no porta-malas do carro do rapper. A informação é do portal TMZ.

O caso é tratado como um homicídio, embora o médico legista ainda não tenha determinado a causa da morte da vítima, uma vez que os investigadores ainda estão aguardando os resultados toxicológicos.

A descoberta do corpo

No dia 8 de setembro, o Departamento de Polícia de Los Angeles atendeu um chamado sobre um "odor desagradável" vindo de um veículo apreendido em um pátio de reboque. No porta-malas do carro estava o corpo de Celeste Rivas, uma garota de 15 anos.

O veículo, um modelo da marca Tesla, está registrado no nome de David Anthony Burke, a identidade verdadeira de D4vd. Segundo a emissora norte-americana ABC, o veículo estava no local há alguns dias e o corpo foi deixado no porta-malas dianteiro. A polícia revelou que o carro não estava registrado como roubado.

D4vd nega qualquer envolvimento com a morte de Celeste. Algumas evidências, no entanto, mostram que o cantor e a jovem provavelmente se conheciam e mantinham algum tipo de relacionamento amoroso.

Na internet, uma canção vazada de D4vd em 2023 foi recuperada por usuários da plataforma SoundCloud. Na música, D4vd canta sobre estar apaixonado por uma garota chamada Celeste. O título do arquivo vazado da canção, inclusive, era "Celeste_Demo unfin".

O cantor seria atração do Lollapalooza Brasil 2026, mas teve o show cancelado.

Um dos criadores do especial infantil Plunct Plact Zum, exibido pela TV Globo em 1983, Daltony Nóbrega morreu nesta segunda-feira, 17. A morte foi confirmada na página do compositor no Facebook. De acordo com a postagem, o músico de 77 anos lutava contra o câncer.

Mineiro de Juiz de Fora, Daltony era violonista, arranjador, redator e tradutor, além de compositor. Começou a sua carreira nos anos 1960, usando alguns codinomes como Daltõ e Dal-Tom.

Integrou o Grupo Mineiro, conjunto vocal que representou o Brasil no Festival de Viña Del Mar, no Chile; interpretou composições de nomes como Taiguara, Ivan Lins e Arthur Verocai e se apresentou com Beth Carvalho e Marlene.

Já nos anos 1970, já fora do Grupo Mineiro, compôs sucessos que ficaram eternizados nas vozes de Eliana Pittman, Evinha, Cláudia e Trio Mocotó.

Em 1980, o compositor participou do Festival MPB Shell (Rede Globo), o que lhe valeu convite de Augusto César Vannucci para ser diretor musical da linha de shows da Rede Globo, cargo que exerceu por vários anos.

Foi da parceria com Vannucci que surgiu o especial Plunct Plact Zum, que teve a participação de nomes como Raul Seixas, Maria Bethânia, Eduardo Dusek e Zé Rodrix. Ele é compositor também da música Turma do Pererê, que se desdobrou no livro homônimo de Ziraldo.

Daltony foi velado no Cemitério São Pedro, em São Paulo, e depois o corpo foi levado para o Crematório Vila Alpina, onde foi cremado.

A União Brasileira de Compositores (UBC) lançou nesta segunda-feira, 18, uma campanha pelo uso ético da inteligência artificial (IA) na música e nas artes. A campanha, criada em colaboração com a Pró-Música, recebeu o título de Toda criação tem dono. Quem usa, paga, e visa remuneração justa para autores. Artistas como Caetano Veloso, Marisa Monte e Marina Sena já se aliaram ao movimento e declararam apoio.

Segundo o texto do projeto, uma das propostas é pressionar autoridades por um marco regulatório que proteja a criação humana em ambientes digitais, por meio de um abaixo-assinado.

"As grandes empresas de tecnologia estão usando criações artísticas para treinar modelos de inteligência artificial sem autorização, sem transparência e sem remuneração aos autores, e demais titulares de direitos autorais e conexos", afirma uma publicação no site oficial da campanha, que também apresenta declarações dos artistas citados. "Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas", afirma Monte.

Um segundo pilar, no entanto, reforça que o grande problema não é a IA, e sim um "ponto de tensão" que surge quando empresas utilizam criações humanas para treinar a tecnologia sem autorização ou compensação financeira.

A campanha quer que titulares de direitos autorais e conexos possam autorizar ou proibir o uso de suas obras em treinamentos de IA, e que a tecnologia "não se sobreponha" a quem cria.