MP instaura inquérito para apurar três mortes em UPA de SP por falta de oxigênio

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Ministério Público (MP) de São Paulo instaurou um inquérito civil nesta terça-feira, 23, para investigar os relatos de que três pacientes com covid-19 morreram após falha no abastecimento de oxigênio na UPA Ermelino Matarazzo, zona leste paulistana, na noite de sexta-feira, 19. A Secretaria Municipal da Saúde, que nega as mortes, tem o prazo de três dias para se manifestar sobre o procedimento.

"A situação, diante da violência do agravamento da pandemia, pode se repetir em outras unidades municipais de saúde", diz a portaria de abertura do inquérito, assinada pelo promotor Arthur Pinto Filho, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos - Saúde.

Os relatos dos óbitos foram revelados por reportagem do jornal Folha de S.Paulo, na qual trabalhadores da saúde apontaram que a falta do insumo também causou piora no estado de saúde dos pacientes. Segundo a Prefeitura, a unidade teve um problema no abastecimento e as 10 pessoas que precisavam de oxigênio foram transferidas a tempo.

Com UTIs lotadas e fila de espera por vagas no Estado, pacientes graves têm ficado internados entubados em leitos que não são de terapia intensiva em UPAs e prontos-socorros paulistas. Também há preocupação pela falta de medicamentos, especialmente para a intubação.

Na segunda-feira, 22, outra UPA da zona leste, em São Miguel Paulista, teve de transferir pacientes para três hospitais da região após falha no sistema de oxigênio. Um socorrista que auxiliou na situação disse ao Estadão que foi necessário pegar cilindros emprestados de ambulâncias e utilizar respiradores manuais.

Na portaria, o promotor destaca artigos da Constituição Federal sobre o dever do Estado de garantir o direito universal à saúde. Ele ainda destaca que o inquérito tem o objetivo de "apurar devidamente os fatos e tomar, a posteriori, as providências que se fizerem necessárias, inclusive eventual propositura de ação civil pública".

A Prefeitura se manifestou por meio de nota: "Nessa data, em todo o dia, foram registrados dois óbitos, nenhum deles devido à falta de oxigênio. A UPA conta com um reservatório principal de oxigênio e outro reserva, para diminuir a possibilidade de uma possível falta do insumo. Na sexta-feira, quando o reservatório principal apresentou baixo nível, o reserva foi acionado e cumpriu a sua função. Por precaução, dez pacientes foram transferidos da unidade até que a situação voltasse ao normal."

Também em nota, a empresa responsável pelo fornecimento do oxigênio (White Martins) negou problema no abastecimento. "No dia 19 de março de 2021, a UPA consumiu todo o produto do tanque de oxigênio (suprimento primário) e o sistema iniciou automaticamente o uso da central reserva de cilindros (suprimento secundário). Esta central reserva (dotada de duas baterias independentes de cilindros) entrou em operação como estabelece a referida norma. Durante o uso do suprimento secundário, o suprimento primário (tanque) foi abastecido, não ocorrendo falta de produto."

Ainda de acordo com a nota distribuída pela empresa, "a rede interna de distribuição do oxigênio para uso terapêutico é de responsabilidade dos estabelecimentos assistenciais de saúde e a White Martins tem alertado exaustivamente seus clientes sobre os riscos envolvidos na transformação de unidades de pronto atendimento em unidades de internação para pacientes com covid-19 sem um planejamento adequado."

No caso específico da UPA de Ermelino Matarazzo, a empresa afirmou que a unidade já foi notificada formalmente sobre a necessidade de informar previamente qualquer incremento de consumo do produto à fornecedora.

Em outra categoria

Um ônibus que transportava o cantor Ferrugem e sua equipe se envolveu em um acidente de trânsito na manhã deste domingo, 20, na região de Porto Alegre. Ninguém ficou ferido.

Na noite anterior, o artista havia se apresentado no festival Festimar, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho.

Segundo comunicado divulgado pela empresa responsável pelo veículo, o acidente ocorreu por volta das 6h45 da manhã na BR-290, próximo à Ponte do Guaíba, que liga a capital ao interior do Estado.

Ferrugem falou sobre o ocorrido em suas redes sociais, compartilhando uma foto da frente do ônibus com os vidros estilhaçados. "Livramento! Um senhor acidente, mas graças a Deus todos estão bem", escreveu.

Mais tarde, gravou um vídeo explicando o acidente: "Destruiu tudo ali, a frente do ônibus, a porta foi arrancada, mas, graças a Deus, ninguém se machucou. Todo mundo bem, todo mundo inteiro."

O cantor também esclareceu que o acidente não atrapalharia o show que fará na noite deste domingo, 20, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.

Durante a tarde, ele mostrou que estava almoçando com a família antes de se encaminhar para a apresentação.

Em nota, a Mônica Turismo, responsável pelo ônibus, disse que os danos do acidente foram apenas materiais.

"A empresa imediatamente solicitou a substituição do veículo, mas não houve necessidade, a equipe preferiu ir até o aeroporto com o mesmo veículo para evitar atrasos", diz o comunicado.

Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.