'Tem que sofrer mesmo', diz bombeiro que atendeu estudante morto após ser baleado por PM em SP

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Um dos bombeiros que participaram do atendimento ao estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas, morto aos 22 anos após ser baleado por um policial militar em novembro do ano passado, na capital paulista, afirmou que o jovem "tem que sofrer mesmo".

A declaração foi feita enquanto Cardenas recebia atendimento em uma unidade hospitalar, na madrugada do dia 20 de novembro, e foi registrada pela câmera corporal de um policial militar. As imagens, anexadas aos autos do processo sobre o caso, foram obtidas pelo Estadão nesta quinta-feira, 16.

Instantes antes, no mesmo diálogo, outro agente comenta que profissionais do hospital relataram falta de tomografia, o que poderia prejudicar o atendimento ao estudante. "Não tem como localizar nada. Vai ser na mão", disse o bombeiro.

"Só que as meninas falaram que tá sem tomografia. Não tem como localizar nada (em referência à bala alojada no corpo de Cardenas). Vai ter que ser na mão mesmo. Eles estavam mexendo nele lá", diz um dos bombeiros.

"Tem que sofrer mesmo", responde o militar ao lado. O colega, que havia mencionado a tomografia, sorri após a declaração. Tudo foi registrado pelas câmeras corporais. A identidade dos dois bombeiros não foi informada.

Em novembro do ano passado, Marco Aurélio Cardenas foi baleado na região abdominal por um policial militar dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. A discussão entre o estudante e os agentes começou após ele dar um tapa no retrovisor de uma viatura da PM que estava parada em um semáforo próximo ao local.

No veículo estavam os policiais Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho Prado, que reagiram de forma imediata. Eles saíram do carro e perseguiram Cardenas, que entrou no hotel onde estava hospedado com uma companheira.

Os policiais encurralaram o jovem na entrada do estabelecimento e abriu fogo contra o estudante. Ferido, Cardenas se contorce no chão. Com a arma apontada para ele, Macedo o ameaça: "Se você se mexer vai tomar mais um", diz o agente.

Toda a ocorrência - desde a perseguição até o atendimento hospitalar - foi registrada pelas câmeras corporais dos agentes. Em um dos vídeos, Macedo relata a colegas que atirou porque Cardenas "jogou o Prado longe" e que o estudante "tentou vir pra cima de mim".

A versão foi contestada pela Polícia Civil, que instaurou um inquérito e pediu a prisão de Macedo. No relatório final da investigação, concluído em janeiro deste ano, o delegado Gabriel Tadeu Brienza Vieira afirmou que o uso de arma de fogo por parte do militar foi ilegítimo, uma vez que a vítima não estava armada e não representava risco aos policiais.

O Ministério Público também solicitou a prisão de Macedo, mas a Justiça negou o pedido. A juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara do Júri da capital, entendeu que o policial não apresentava periculosidade que justificasse a medida e determinou que ele passasse a atuar em funções administrativas na corporação. A magistrada aplicou apenas medidas cautelares a Macedo e a Prado.

Com a junção das novas gravações e, os advogados que representam a família da vítima pediram a prisão preventiva dos dois policiais, alegando que as imagens indicam "obstrução à Justiça", "periculosidade" e "frieza evidenciada pelas condutas nas gravações".

Os advogados afirmam que a polícia omitiu, no boletim de ocorrência, a informação de que os policiais usavam câmeras corporais. Dizem também que os agentes já conheciam Cardenas, visto que, em um trecho das gravações, Macedo se referem ao estudante como sendo da comunidade Mario Cardim, na Vila Mariana.

"O que confirma a suspeita de uma abordagem premeditada, diante do estereótipo de um jovem com aparência de favelado, periférico, perfis mais abordados pela polícia", dizem os advogados.

No caso da Justiça decidir pela não decretação da prisão dos acusados, a defesa pede que os agentes sejam afastados "de qualquer função policial, inclusive administrativa", e que passem a ser monitorados por tornozeleira eletrônica "até o julgamento final da ação penal".

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O músico André Geraissati, violonista de destaque da música instrumental brasileira, morreu nesta terça-feira, 19, aos 74 anos.

A informação foi divulgada pelo filho do artista, Gabriel Geraissati, pelas redes sociais.

"Com imensa tristeza comunico aos amigos e fãs o falecimento de meu pai, André Geraissati, hoje, 19 de novembro, em São Paulo. Meu pai foi um violonista único, um artista que tocou muitas vidas - e um pai de coração generoso e amor imenso. Agradeço pelo carinho de todos neste momento tão difícil", escreveu ele.

Geraissati foi reconhecido por seu trabalho inovador no violão de 12 cordas e por misturar elementos de música brasileira, jazz e música experimental.

Ele ganhou destaque nos anos 1970 e 1980, especialmente como integrante do grupo D'Alma, ao lado de outros grandes violonistas como André Ribeira e Ulisses Rocha. O trio tornou-se referência pela técnica apurada e pela sonoridade contemporânea aplicada ao violão acústico.

Em carreira solo, Geraissati lançou discos que exploram texturas sonoras sofisticadas, improvisação e forte sensibilidade melódica, consolidando-se como um dos nomes mais originais do instrumento no Brasil.

O primeiro disco dele, Entre Duas Palavras, saiu em 1982, com participação de Egberto Gismonti. Nos anos 80, ele também lançou os álbuns Insight, Solo e Dadgat.

Ele fundou, em 1992, o selo independente Tom Brasil, a partir de uma iniciativa cultural, o Projeto Banco do Brasil Musical, em prol da música instrumental no Brasil. Além disso, esteve presente em grandes festivais internacionais, como o Montreux Jazz Festival, o Paris Jazz Festival e o Montreal Jazz Festival.

Ao longo da carreira, também colaborou com Hermeto Pascoal, Arthur Moreira Lima, Wagner Tiso e o flautista americano Paul Horn.

Em 8 de dezembro, Geraissati participaria de uma palestra sobre produção musical no Centro Cultural São Paulo, ao lado de Marco Briones, autor do livro Solo: A História do Primeiro Álbum Duplo de Violão no Brasil , o primeiro sobre a obra musical de Geraissati.

Heloísa Périssé está vivendo um relacionamento discreto com a diretora de TV Leticia Prisco desde o fim do ano passado, segundo o jornal Extra. A atriz de 59 anos anunciou em outubro de 2024 o fim de seu casamento de 20 anos com o diretor Mauro Farias.

As duas teriam se aproximaram nos bastidores da segunda temporada do seriado Tem que Suar, exibido pelo Multishow em 2024, e depois acabaram se envolvendo.

O relacionamento ainda não foi assumido publicamente. Em setembro, elas estiveram em um encontro com Maria Bethânia, que contou com a presença da jornalista Leilane Neubarth. Em outubro, viajaram juntas para um casamento no Uruguai, de onde Heloísa Périssé chegou a postar alguns registros, inclusive ao lado de Leticia.

Quem é Leticia Prisco?

Leticia Prisco é diretora de TV e cinema com uma carreira sólida e cheia de projetos. No Canal Brasil, ela dirigiu a série Vizinhos e também esteve à frente dos longas Barba, Cabelo e Bigode (Netflix) e Não Vamos Pagar Nada (Telecine).

Ainda na TV, Letícia foi diretora artística de Desencontro de Gerações (GNT/Globo). Também assinou a direção geral de Loucos por Novelas, uma homenagem às telenovelas brasileiras, e de Dois em Cena (Canal Viva), em que atores de diferentes gerações conversam sobre a profissão.

No Multishow, comandou várias temporadas de Dono do Lar e dirigiu a segunda temporada de Tem que Suar. Também esteve à frente da 10ª temporada de Vai que Cola e de outros programas do canal, como A Vila. No GNT, participou de atrações como SuperBonita, Boas-Vindas - Álbum de Família e Pode Entrar.

Durante sua recente visita ao Brasil, a cantora Dua Lipa indicou a Livraria Leonardo da Vinci, localizada no centro do Rio de Janeiro, para o seu clube do livro, o Service95 Book Club.

A artista, conhecida por sua paixão pela literatura, também já recomendou para seus fãs a obra Lugar de Fala, da brasileira Djamila Ribeiro.

A Livraria Leonardo da Vinci é uma livraria independente e tradicional, fundada em 1952, conhecida por sua relevância cultural na cidade do Rio de Janeiro. A indicação da cantora gerou grande repercussão entre os fãs brasileiros e a comunidade literária nas redes sociais.

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