Crescimento da cabeça do bebê no primeiro ano pode influenciar QI na vida adulta, aponta estudo

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Quanto maior o crescimento da cabeça - do perímetro cefálico, em específico - no primeiro ano de vida, maior o quociente de inteligência (QI) aos 18 anos de idade. É o que aponta uma pesquisa conduzida por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), realizada em parceria com a Universidade de Oxford e com apoio da Umane.

Estudos anteriores já apontavam que o tamanho da cabeça no nascimento era um fator determinante para a média de QI na vida adulta. O novo estudo, no entanto, mostra que a mudança na medida no início da vida também pode contribuir para o desempenho cognitivo na vida adulta.

"Diversos fatores podem comprometer o crescimento do cérebro durante a gestação, como o tabagismo materno e a ocorrência de infecções na gravidez. A boa notícia é que, mesmo quando a criança nasce com a cabeça pequena, o desenvolvimento posterior pode favorecer a melhora do QI", destaca Marina de Borba Oliveira Freire, autora do estudo e doutora pelo programa de pós-graduação em epidemiologia da UFPel.

A pesquisa é fruto da tese de doutorado de Marina e utilizou os dados de mais de 4 mil bebês acompanhados ao longo de 30 anos, entre 1993 e 2023, na Coorte de Nascimentos de 1993 na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Os dados indicam que, a cada aumento de um desvio-padrão (medida que compara o desenvolvimento de uma criança em relação a outras da mesma idade) no perímetro cefálico durante o primeiro ano de vida, o QI na vida adulta tende a ser 1,3 ponto mais alto. E aumentos maiores podem gerar mais pontos no QI, ou seja, a elevação é proporcional.

Esse efeito, segundo a autora, é ainda mais forte quando o crescimento ocorre nos primeiros seis meses, fase considerada crucial para o desenvolvimento do cérebro.

O estudo cita o exemplo de um menino que nasceu com 31,9 cm de perímetro cefálico, valor abaixo do registrado em 97% dos nascimentos masculinos, conforme os padrões da Curva de Crescimento Infantil da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao longo do primeiro ano, a criança alcançou 46,1 cm, a média esperada para a idade. Esse "salto" representou uma previsão de QI, aos 18 anos, três pontos acima do que ele teria se tivesse mantido a mesma diferença inicial em relação aos meninos de sua idade.

"A ideia para os próximos passos é justamente tentar entender quais fatores estão relacionados com o crescimento do perímetro encefálico para investir em políticas públicas que possam melhorar o momento inicial da vida, mas que vão ter impacto lá na frente", pontua Marina.

Apesar da necessidade de mais estudos, a pesquisadora cita que alguns fatores podem ajudar no desenvolvimento do perímetro cefálico dos bebês, como a amamentação exclusiva, estimulação adequada para a idade e construção de vínculos.

Segundo Evelyn Santos, gerente de investimento e impacto social da Umane, todas as unidades de saúde do País são orientadas a realizar consultas mensais de acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e vacinação até o sexto mês de vida. Após esse período, o acompanhamento deve ocorrer a cada três meses até o bebê completar um ano.

"Quando pensamos em termos populacionais - considerando, por exemplo, que mais de 100 mil crianças nascem por ano em São Paulo -, acompanhar o desenvolvimento pleno desse grupo é fundamental para garantir que a maioria alcance todo o seu potencial no futuro, seja em aspectos como QI ou nas relações desse indicador com outras dimensões da vida", diz a gerente.

Evelyn também destaca que a atenção primária tem um papel fundamental nessa questão. "Hoje, temos uma boa cobertura em vários municípios do Brasil. Quando o médico de família está presente nas equipes, ele realiza o acompanhamento integral de todas as famílias e está capacitado para monitorar o desenvolvimento infantil, encaminhando para um pediatra ou uma rede mais especializada caso seja identificado algum desvio."

"Então, conseguir fazer com que essas famílias sejam atendidas na atenção primária é muito importante", adiciona.

O que é QI?

QI é uma medida usada para avaliar a capacidade intelectual de uma pessoa em relação à média da população. Ele é calculado a partir de testes padronizados que analisam habilidades como raciocínio lógico, compreensão verbal, memória e resolução de problemas. A pontuação média é geralmente 100, e valores acima ou abaixo indicam desempenho superior ou inferior ao esperado.

Embora o QI ofereça uma estimativa do potencial cognitivo, ele não abrange todas as formas de inteligência, como criatividade, habilidades sociais ou emocionais. Marina reconhece essa limitação, mas explica que, ainda assim, a medida é uma das melhores formas disponíveis para medir inteligência.

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Filme de maior sucesso da história da Netflix e detentor de um disco de platina por sua trilha sonora, Guerreiras do K-Pop teve suas músicas banidas de uma escola inglesa. Localizada no condado de Dorset, no sudoeste da Inglaterra, a Lilliput Church of England Infant School enviou, na última sexta-feira, 14, um comunicado às famílias dos alunos orientando os responsáveis que falem para as crianças "não cantarem essas canções na escola em respeito àqueles que acham que os temas entram em conflito com sua fé".

De acordo com a BBC, a escola afirmou ainda que as músicas, compostas por Marcelo Zarvos em parceria com Ian Eisendrath, EJae e outros artistas, não correspondem ao "ethos cristão" pregado pela instituição. De acordo com a direção do colégio religioso, as composições tinham "incomodado membros da comunidade [cristã]", que afirmaram ter associado suas letras com "forças espirituais opostas a Deus e à bondade".

Embora muitos pais e responsáveis tenham reclamado e reforçado que as letras de canções como Golden e What It Sounds Like trazem mensagens positivas para os jovens, a direção manteve o banimento. Na segunda-feira, a escola emitiu novo comunicado, afirmando que está apoiando aqueles que consideram os temas levantados nas composições "desafiadores".

Em contato com a emissora britânica, o pai de uma das alunas da escola afirmou que a decisão da direção é "ridícula" e, muito provavelmente, resultado de uma pressão exercida por pais mais conservadores. "Minha filha é fã de k-pop e ela e suas amiguinhas amam [Guerreiras do K-Pop]." De acordo com ele, sua filha costuma reproduzir momentos do filme com as amigas, o que ele, ateu, vê como "algo inofensivo para elas fazerem e que reforça sua autoconfiança".

Líder do corpo docente da Lilliput Church of England Infant School, Lloyd Allington afirmou ter recebido grande feedback dos pais e responsáveis de seus alunos, mas que o banimento será mantido para respeitar "a diversidade de crenças dentro de nossa comunidade escolar". "Para alguns cristãos, referências a demônios podem ser extremamente desconfortáveis", disse o professor.

"Não estamos pedindo aos pais para dizer a seus filhos que há algo errado em gostar do filme ou de suas músicas se eles estiverem alinhados com suas próprias crenças", seguiu Allington. "Nosso papel é simplesmente ajudar as crianças a entender que alguns de seus colegas talvez tenham visões diferentes e a explorar como eles podem respeitar e apoiar tais colegas a defenderem suas crenças."

O curioso é que a trama de Guerreiras de K-Pop não exalta demônios, pelo contrário: o trio protagonista enfrenta essas ameaças nefastas, com suas músicas sendo sua principal arma nesta luta. Além disso, as letras das canções do grupo principal, as Huntr/x, versam sobre união, autoconfiança e trabalho em grupo.

Disponível desde junho de 2025 na Netflix, Guerreiras do K-Pop acumula mais de 325 milhões de visualizações na plataforma. A animação ainda foi levada aos cinemas em sessões especiais para cantar junto meses após a sua estreia, sendo sucesso de bilheteria e arrecadando mais de US$ 25 milhões ao redor do mundo.

A trilha sonora da animação também foi sucesso de vendas, liderando paradas do mundo inteiro e adquirindo o certificado de disco de platina nos Estados Unidos, dado a artistas cujas vendas superaram 1 milhão de unidades ou 150 reproduções no streaming. Principal hit do longa, Golden já acumula mais de 1 bilhão de reproduções só no Spotify.

Um retrato pintado por Gustav Klimt que ajudou a salvar a vida de sua retratada judia durante o Holocausto foi vendido na terça-feira, 18, por US$ 236,4 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão na cotação atual) um recorde para uma peça de arte moderna.

O Retrato de Elisabeth Lederer, de Klimt, foi vendido após uma guerra de lances de 20 minutos na Sotheby's, em Nova York.

O retrato de 1,8 metro de altura (6 pés), pintado ao longo de três anos, entre 1914 e 1916, retrata a filha de uma das famílias mais ricas de Viena, adornada com um manto de imperador do Leste Asiático. É um dos dois únicos retratos de corpo inteiro do artista austríaco que permanecem em coleções particulares. A obra foi mantida separada de outras pinturas de Klimt que foram queimadas em um incêndio em um castelo austríaco.

A pintura colorida retrata a vida de luxo da família Lederer antes que a Alemanha Nazista anexasse a Áustria em 1938. Os nazistas saquearam a coleção de arte Lederer, deixando apenas os retratos de família, que foram considerados "muito judeus" para valer a pena roubar, de acordo com a Galeria Nacional do Canadá, onde a pintura esteve anteriormente emprestada.

Numa tentativa de se salvar, Elisabeth Lederer inventou uma história de que Klimt, que não era judeu e morreu em 1918, era seu pai. Ajudou o fato de o artista ter passado anos trabalhando meticulosamente em seu retrato.

Com a ajuda de seu ex-cunhado, um oficial nazista de alta patente, ela convenceu os nazistas a lhe darem um documento atestando que ela era descendente de Klimt. Isso permitiu que ela permanecesse segura em Viena até morrer de uma doença em 1944.

O retrato fazia parte da coleção do bilionário Leonard A. Lauder, herdeiro da gigante de cosméticos The Estée Lauder Companies. Ele morreu este ano aos 92 anos, deixando uma impressionante coleção avaliada em mais de US$ 400 milhões.

A Sotheby's recusou-se a compartilhar a identidade do comprador do retrato. A venda superou o recorde anterior de arte do século 20, estabelecido por um retrato de Marilyn Monroe de Andy Warhol, vendido por US$ 195 milhões em 2022.

Cinco peças de Klimt da coleção de Lauder foram vendidas no leilão por um total de US$ 392 milhões, disse a Sotheby's.

Peças de Vincent van Gogh, Henri Matisse e Edvard Munch estavam entre outras vendas notáveis.

O Vaso Sanitário de Ouro

Mais tarde naquela noite, um vaso sanitário de ouro 18 quilates de Maurizio Cattelan - o provocador artista italiano conhecido por prender uma banana na parede - foi a leilão. Cattelan disse que a peça de 101 quilos (223 libras), intitulada America, é uma sátira à super-riqueza.

"O que quer que você coma, um almoço de US$ 200 ou um cachorro-quente de US$ 2, os resultados são os mesmos, em termos de vaso sanitário", disse ele uma vez.

O vaso sanitário, de propriedade de um colecionador não identificado, foi um dos dois que Cattelan criou em 2016. O outro foi exibido em 2016 no Museu Guggenheim de Nova York, que propositalmente se ofereceu para emprestá-lo ao presidente dos EUA, Donald Trump, quando ele pediu um quadro de Van Gogh emprestado.

Depois, a peça foi roubada enquanto estava em exposição na Inglaterra, no Blenheim Palace, a casa de campo onde Winston Churchill nasceu. Dois homens foram condenados pelo roubo do vaso sanitário, mas não está claro o que fizeram com o lavatório. Os investigadores não têm conhecimento de seu paradeiro, mas acreditam que ele provavelmente foi quebrado e derretido.

"América" foi exibida na sede da Sotheby's em Nova York nas semanas que antecederam o leilão. A Sotheby's chamou o vaso de um "comentário incisivo sobre a colisão da produção artística e do valor da mercadoria".

*Com informações da Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

A cantora sertaneja Paula Fernandes se prepara para lançar a música Amar de Novo, a sua versão em português para Set Fire to the Rain, sucesso da cantora britânica Adele, que aprovou a música que chega às plataformas digitais no próximo dia 27.

Esta não é a primeira vez que a sertaneja adapta para o português do Brasil um sucesso internacional. Em 2019, ela lançou a polêmica Juntos e Shallow Now, com Luan Santana. A música era uma versão para o hit Shallow, que rendeu um Oscar de Melhor Canção Original a Lady Gaga em 2019. A música fez parte da trilha sonora do filme Nasce uma Estrela, de 2018.

Amar de Novo integra o EP SIMPLESmente, EU que vai reunir outras quatro faixas que marcam uma nova fase em que a artista busca uma "conexão com a sua essência".

"Set Fire To The Rain sempre me tocou de uma forma especial. É uma música que fala sobre entrega e recomeço, temas que fazem parte do meu momento atual", disse Paula Fernandes em comunicado enviado à imprensa. "Poder interpretá-la com a autorização da própria Adele foi uma honra. Busquei trazer essa emoção para o meu universo, mantendo o respeito à obra original e colocando nela a minha verdade", completa.

Relembre o hit de Adele

Paula contabiliza mais de 6 milhões de discos vendidos, 15 turnês internacionais e mais de 20 músicas em trilhas de novelas e filmes.