Quem são as autoras com livros na lista da Fuvest 2026? Conheça as obras obrigatórias

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A lista de obras obrigatórias para a Fuvest 2026 é composta 100% por livros escritos por mulheres. Estão na lista nomes como as brasileiras Conceição Evaristo, Lygia Fagundes Telles (1918-2022), Julia Lopes de Almeida (1862-1934) e Rachel de Queiroz (1910-2003); a luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida; a portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) e a moçambicana Paulina Chiziane.

À época da divulgação da lista, em 2023, os organizadores do vestibular defenderam que muitas das escritoras selecionadas para a lista de obras obrigatórias foram invisibilizadas pelo simples fato de serem mulheres e que a escolha seria uma forma de resgatá-las do esquecimento.

A prevalência de mulheres deve durar até 2028. Somente a partir de 2029, a lista volta a ter livros escritos por homens entre as leituras obrigatórias. Os brasileiros Machado de Assis e Erico Veríssimo e o moçambicano Luís Bernardo Honwana figurarão na lista de 2029.

Processo seletivo da USP para o vestibular 2026 será realizado no dia 23 de novembro em 32 cidades da região metropolitana de São Paulo, do interior e do litoral paulista.

Confira as obras e autoras da lista de 2026

'Opúsculo Humanitário' - Nísia Floresta (1810-1885)

Considerada a primeira educadora e jornalista feminista do Brasil, a potiguar Nísia Floresta denunciou injustiças cometidas contra negros escravizados e contra os indígenas brasileiros. Publicada em 1853, a coletânea Opúsculo Humanitário reúne artigos da autora na forma de ensaios voltados à condição feminina e à educação das mulheres no Brasil do século 19. A obra defende que o progresso de uma sociedade depende da instrução formal e moral das mulheres, criticando o padrão educacional restrito à domesticidade e propondo reformas pedagógicas mais amplas.

Em domínio público, o livro foi publicado por várias editoras (219 páginas; a partir de R$ 35,90; R$ 1,90 o e-book)

'Nebulosas' - Narcisa Amália (1852-1924)

A poeta, tradutora e professora fluminense Narcisa Amália participou ativamente do cenário literário do século 19. Sua produção é marcada pela defesa da emancipação feminina e pela denúncia de desigualdades sociais. Em Nebulosas, publicado em 1872, estão poemas de tom lírico e social que exploram temas como a natureza, a condição feminina, a causa republicana e a abolição da escravidão.

Em domínio público, o livro foi publicado por várias editoras (160 págs; a partir de R$ 24,90; R$ 9,50 o e-book)

'Memórias de Martha' - Julia Lopes de Almeida (1862-1934)

A também fluminense Júlia Lopes de Almeida publicou contos, romances e peças de teatro, tendo como uma de suas preocupações centrais as protagonistas femininas e as tensões de gênero e de classe. Em 1899 lançou Memórias de Martha, romance que mostra as transformações sociais no Brasil no fim do século 19 ao narrar, em primeira pessoa, a trajetória da personagem-tema Martha, desde sua infância em um cortiço no Rio de Janeiro, passando pelas adversidades da juventude e o ingresso no magistério como via de ascensão social. A trama mostra ainda os dilemas de casamento por conveniência e perdas pessoais.

Em domínio público, o livro foi publicado por várias editoras (80 págs.; a partir de R$ 31,90; R$ 5 o e-book)

'Caminho de Pedras' - Rachel de Queiroz (1910-2003)

Primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras, em 1977, a cearense Rachel de Queiroz foi escritora, jornalista e tradutora, integrante da geração modernista de 1930. Sua obra retrata o Nordeste, as secas, o coronelismo e a condição feminina. Em Caminhos de Pedras, publicado em 1937, a autora apresenta Noemi, esposa de um ex-comunista, que mantém um casamento estável até o envolvimento com Roberto desencadear conflitos pessoais, sociais e políticos. A história ambienta-se no contexto do Brasil da Era Vargas e analisa autonomia feminina, desejo e a moral vigente.

Editora: José Olympio (176 págs.; R$ 54,90; R$ 34,90 o e-book; R$ 34,99 o audiolivro)

'O Cristo Cigano' - Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)

Primeira mulher portuguesa a ganhar o Prêmio Camões, em 1999, Sophia de Mello Breyner Andresen foi uma poeta reconhecida por sua voz lírica e engajamento cultural. Em 1961, sob influência e inspirada pelo brasileiro João Cabral de Mello Neto, publicou O Cristo Cigano, que aborda a figura de Cristo em diálogo com a marginalidade representada pelo cigano. Os 12 poemas reunidos na obra narram a história de um cigano que foi morto para que servisse de modelo para um artista esculpisse a imagem de Cristo crucificado.

Editora: Companhia das Letras (109 págs.; R$ 49,90; R$ 29,90 o e-book)

'As Meninas' - Lygia Fagundes Telles (1918-2022)

Reconhecida por seus contos e romances que exploram subjetividade, gênero, urbanidade e a condição feminina moderna, a imortal da Academia Brasileira de Letras Lygia Fagundes Telles é autora de As Meninas, de 1973. A trama do romance se desenrola em um pensionato em São Paulo, onde três jovens universitárias, Lorena, Lia e Ana Clara, constroem amizade em meio às tensões políticas dos anos 1970. A narrativa examina identidade, sexualidade e engajamento político feminino sob um regime autoritário.

Editora: Companhia das Letras (304 págs.; R$ 89,90; R$ 12,90 o e-book)

'Balada de Amor ao Vento' - Paulina Chiziane

Ganhadora do Prêmio Camões em 2021, Paulina Chiziane foi a primeira mulher moçambicana a publicar um romance. Suas obras exploram gênero, etnia e herança literária africana em português. Em 1990, publicou Balada de Amor ao Vento, romance que narra os amores e desilusões de Sarnau. Embora não reconhecida pela lei, a poligamia é uma prática comum em Moçambique, em especial em algumas províncias. E isso serve de pano de fundo para a história de Sarnau.

Editora: Companhia das Letras (155 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book; R$ 44,99 o audiolivro)

'Canção para Ninar Menino Grande' - Conceição Evaristo

Criadora do conceito de "Escrevivência", que busca dar voz à experiência afro-brasileira por meio da escrita, Conceição Evaristo é uma das autoras mais importantes da literatura brasileira contemporânea. Ela é autora de Canção para Ninar Menino Grande, publicado em 2018. Na obra, Conceição explora a masculinidade negra, o racismo estrutural e as relações de gênero por meio da figura de Fio Jasmim, um trabalhador ferroviário que vive relações complexas com várias mulheres e reflete-se em narrativas de dor, memória e resistência.

Editora: Pallas (124 págs.; R$ 42; R$ 28 o e-book)

'A Visão das Plantas' - Djaimilia Pereira de Almeida

A luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida é professora e ensaísta.Sua obra aborda raça, gênero e identidade no contexto da lusofonia contemporânea. Lançou, em 2019, o romance A Visão das Plantas, que conta a história do capitão Celestino, um homem de passado violento que retorna à casa da infância em Portugal, onde um jardim e as plantas tornam-se metáforas da memória, da culpa, da colonização e da possibilidade de regeneração. Leia entrevista concedida no lançamento.

Editora: Todavia (101 págs; R$ 61,90; R$ 42,90 o e-book)

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Filme de maior sucesso da história da Netflix e detentor de um disco de platina por sua trilha sonora, Guerreiras do K-Pop teve suas músicas banidas de uma escola inglesa. Localizada no condado de Dorset, no sudoeste da Inglaterra, a Lilliput Church of England Infant School enviou, na última sexta-feira, 14, um comunicado às famílias dos alunos orientando os responsáveis que falem para as crianças "não cantarem essas canções na escola em respeito àqueles que acham que os temas entram em conflito com sua fé".

De acordo com a BBC, a escola afirmou ainda que as músicas, compostas por Marcelo Zarvos em parceria com Ian Eisendrath, EJae e outros artistas, não correspondem ao "ethos cristão" pregado pela instituição. De acordo com a direção do colégio religioso, as composições tinham "incomodado membros da comunidade [cristã]", que afirmaram ter associado suas letras com "forças espirituais opostas a Deus e à bondade".

Embora muitos pais e responsáveis tenham reclamado e reforçado que as letras de canções como Golden e What It Sounds Like trazem mensagens positivas para os jovens, a direção manteve o banimento. Na segunda-feira, a escola emitiu novo comunicado, afirmando que está apoiando aqueles que consideram os temas levantados nas composições "desafiadores".

Em contato com a emissora britânica, o pai de uma das alunas da escola afirmou que a decisão da direção é "ridícula" e, muito provavelmente, resultado de uma pressão exercida por pais mais conservadores. "Minha filha é fã de k-pop e ela e suas amiguinhas amam [Guerreiras do K-Pop]." De acordo com ele, sua filha costuma reproduzir momentos do filme com as amigas, o que ele, ateu, vê como "algo inofensivo para elas fazerem e que reforça sua autoconfiança".

Líder do corpo docente da Lilliput Church of England Infant School, Lloyd Allington afirmou ter recebido grande feedback dos pais e responsáveis de seus alunos, mas que o banimento será mantido para respeitar "a diversidade de crenças dentro de nossa comunidade escolar". "Para alguns cristãos, referências a demônios podem ser extremamente desconfortáveis", disse o professor.

"Não estamos pedindo aos pais para dizer a seus filhos que há algo errado em gostar do filme ou de suas músicas se eles estiverem alinhados com suas próprias crenças", seguiu Allington. "Nosso papel é simplesmente ajudar as crianças a entender que alguns de seus colegas talvez tenham visões diferentes e a explorar como eles podem respeitar e apoiar tais colegas a defenderem suas crenças."

O curioso é que a trama de Guerreiras de K-Pop não exalta demônios, pelo contrário: o trio protagonista enfrenta essas ameaças nefastas, com suas músicas sendo sua principal arma nesta luta. Além disso, as letras das canções do grupo principal, as Huntr/x, versam sobre união, autoconfiança e trabalho em grupo.

Disponível desde junho de 2025 na Netflix, Guerreiras do K-Pop acumula mais de 325 milhões de visualizações na plataforma. A animação ainda foi levada aos cinemas em sessões especiais para cantar junto meses após a sua estreia, sendo sucesso de bilheteria e arrecadando mais de US$ 25 milhões ao redor do mundo.

A trilha sonora da animação também foi sucesso de vendas, liderando paradas do mundo inteiro e adquirindo o certificado de disco de platina nos Estados Unidos, dado a artistas cujas vendas superaram 1 milhão de unidades ou 150 reproduções no streaming. Principal hit do longa, Golden já acumula mais de 1 bilhão de reproduções só no Spotify.

Um retrato pintado por Gustav Klimt que ajudou a salvar a vida de sua retratada judia durante o Holocausto foi vendido na terça-feira, 18, por US$ 236,4 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão na cotação atual) um recorde para uma peça de arte moderna.

O Retrato de Elisabeth Lederer, de Klimt, foi vendido após uma guerra de lances de 20 minutos na Sotheby's, em Nova York.

O retrato de 1,8 metro de altura (6 pés), pintado ao longo de três anos, entre 1914 e 1916, retrata a filha de uma das famílias mais ricas de Viena, adornada com um manto de imperador do Leste Asiático. É um dos dois únicos retratos de corpo inteiro do artista austríaco que permanecem em coleções particulares. A obra foi mantida separada de outras pinturas de Klimt que foram queimadas em um incêndio em um castelo austríaco.

A pintura colorida retrata a vida de luxo da família Lederer antes que a Alemanha Nazista anexasse a Áustria em 1938. Os nazistas saquearam a coleção de arte Lederer, deixando apenas os retratos de família, que foram considerados "muito judeus" para valer a pena roubar, de acordo com a Galeria Nacional do Canadá, onde a pintura esteve anteriormente emprestada.

Numa tentativa de se salvar, Elisabeth Lederer inventou uma história de que Klimt, que não era judeu e morreu em 1918, era seu pai. Ajudou o fato de o artista ter passado anos trabalhando meticulosamente em seu retrato.

Com a ajuda de seu ex-cunhado, um oficial nazista de alta patente, ela convenceu os nazistas a lhe darem um documento atestando que ela era descendente de Klimt. Isso permitiu que ela permanecesse segura em Viena até morrer de uma doença em 1944.

O retrato fazia parte da coleção do bilionário Leonard A. Lauder, herdeiro da gigante de cosméticos The Estée Lauder Companies. Ele morreu este ano aos 92 anos, deixando uma impressionante coleção avaliada em mais de US$ 400 milhões.

A Sotheby's recusou-se a compartilhar a identidade do comprador do retrato. A venda superou o recorde anterior de arte do século 20, estabelecido por um retrato de Marilyn Monroe de Andy Warhol, vendido por US$ 195 milhões em 2022.

Cinco peças de Klimt da coleção de Lauder foram vendidas no leilão por um total de US$ 392 milhões, disse a Sotheby's.

Peças de Vincent van Gogh, Henri Matisse e Edvard Munch estavam entre outras vendas notáveis.

O Vaso Sanitário de Ouro

Mais tarde naquela noite, um vaso sanitário de ouro 18 quilates de Maurizio Cattelan - o provocador artista italiano conhecido por prender uma banana na parede - foi a leilão. Cattelan disse que a peça de 101 quilos (223 libras), intitulada America, é uma sátira à super-riqueza.

"O que quer que você coma, um almoço de US$ 200 ou um cachorro-quente de US$ 2, os resultados são os mesmos, em termos de vaso sanitário", disse ele uma vez.

O vaso sanitário, de propriedade de um colecionador não identificado, foi um dos dois que Cattelan criou em 2016. O outro foi exibido em 2016 no Museu Guggenheim de Nova York, que propositalmente se ofereceu para emprestá-lo ao presidente dos EUA, Donald Trump, quando ele pediu um quadro de Van Gogh emprestado.

Depois, a peça foi roubada enquanto estava em exposição na Inglaterra, no Blenheim Palace, a casa de campo onde Winston Churchill nasceu. Dois homens foram condenados pelo roubo do vaso sanitário, mas não está claro o que fizeram com o lavatório. Os investigadores não têm conhecimento de seu paradeiro, mas acreditam que ele provavelmente foi quebrado e derretido.

"América" foi exibida na sede da Sotheby's em Nova York nas semanas que antecederam o leilão. A Sotheby's chamou o vaso de um "comentário incisivo sobre a colisão da produção artística e do valor da mercadoria".

*Com informações da Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

A cantora sertaneja Paula Fernandes se prepara para lançar a música Amar de Novo, a sua versão em português para Set Fire to the Rain, sucesso da cantora britânica Adele, que aprovou a música que chega às plataformas digitais no próximo dia 27.

Esta não é a primeira vez que a sertaneja adapta para o português do Brasil um sucesso internacional. Em 2019, ela lançou a polêmica Juntos e Shallow Now, com Luan Santana. A música era uma versão para o hit Shallow, que rendeu um Oscar de Melhor Canção Original a Lady Gaga em 2019. A música fez parte da trilha sonora do filme Nasce uma Estrela, de 2018.

Amar de Novo integra o EP SIMPLESmente, EU que vai reunir outras quatro faixas que marcam uma nova fase em que a artista busca uma "conexão com a sua essência".

"Set Fire To The Rain sempre me tocou de uma forma especial. É uma música que fala sobre entrega e recomeço, temas que fazem parte do meu momento atual", disse Paula Fernandes em comunicado enviado à imprensa. "Poder interpretá-la com a autorização da própria Adele foi uma honra. Busquei trazer essa emoção para o meu universo, mantendo o respeito à obra original e colocando nela a minha verdade", completa.

Relembre o hit de Adele

Paula contabiliza mais de 6 milhões de discos vendidos, 15 turnês internacionais e mais de 20 músicas em trilhas de novelas e filmes.