Com vacinação em massa, Serrana (SP) registra aglomerações e Butantan faz alerta

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No dia em que a cidade de Serrana, no interior de São Paulo, completou a vacinação prevista no projeto do Instituto Butantan, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a prefeitura, a cidade já parecia ter voltado ao período anterior à pandemia. Neste domingo, 11, a cidade tinha aglomerações e muita gente circulando sem máscara, inclusive na Praça da Matriz, à frente do local onde se realizou a solenidade de encerramento da vacinação.

Em bairros como o Jardim Amélia 2, pessoas se juntavam em mesas nas calçadas para beber cerveja, todos sem a proteção facial. "Estou pertinho de casa", justificou a doméstica Maria Aparecida Soares, de 46 anos, que caminhava sem máscara. "Recebi a segunda dose dia 4, mas sei que ainda preciso manter os cuidados. Em casa, minha irmã teve covid."

A pizzaiola Maria Virginia de Barros, de 55 anos, e seu filho de 19 anos não foram vacinados. "Perdemos o dia da nossa rua e, quando fomos, não pudemos receber, mas não sou contra a vacina. Quando chegar a minha vez pela idade, vou ao posto de saúde." Ela estava sem máscara.

O diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, Ricardo Palácios, disse que esses descuidos podem prejudicar o projeto. "As pessoas se sentem mais propensas a abandonar a prevenção mesmo com uma única dose, tipo de situação que pode afetar os resultados. Sabemos que as pessoas estão cansadas, mas a gente espera que, até a avaliação dos resultados, as pessoas não relaxem as medidas."

O prefeito Léo Capitelli (MDB) disse que a fiscalização será rigorosa. "O projeto S contaminou a cidade de maneira positiva em um momento delicado, mas as medidas de prevenção não serão descuidadas. Esse projeto nos traz a esperança de voltar à normalidade o quanto antes. A cidade ganhou uma nova marca, como a cidade da ciência, dos estudos clínicos, e precisa manter essa conquista. Já estamos tratando da retomada com o governo do Estado, mas de forma planejada", afirmou.

Aplicação foi encerrada neste domingo

A aplicação da segunda dose da vacina Coronavac foi encerrada neste domingo, 11, em Serrana, com um alcance de 95,7% da população apta a receber o imunizante. A boa cobertura foi comemorada pelo diretor Ricardo Palácios durante a solenidade que marcou o encerramento dessa fase do chamado Projeto S.

"Temos uma cobertura vacinal que vai nos permitir uma avaliação muito fidedigna do efeito da vacinação na comunidade", disse. Segundo ele, ainda é preciso esperar até o início de maio para conhecer os resultados.

Um dia após ter completado 72 anos de emancipação política, a cidade de 45.664 habitantes, na região de Ribeirão Preto, torna-se a primeira do Brasil com praticamente toda a população com mais de 18 anos vacinada com as duas doses.

Das 27.772 pessoas que tiveram a dose inicial, 26.577 tomaram a segunda, índice de 97,7%. "A vacina só apresentará eficácia nas pessoas que tomaram as duas doses. É um desafio que foi atingido conseguir que a quase totalidade dos que tiveram a primeira dose tomassem a segunda", disse Palácios. Entre as pessoas que não receberam a segunda dose, estão mulheres que tiveram gravidez após a primeira e pessoas que se mudaram da cidade.

Segundo ele, os resultados não serão imediatos. "Só vamos ter respostas definitivas depois que todos os grupos tiverem uma grande quantidade de anticorpos, na primeira semana de maio. Isso não quer dizer que não vamos ter resultados antes. O primeiro foi a aceitabilidade da vacina. Isso se conseguiu com diálogo, com um trabalho de convencimento para que a cidade se apropriasse de um projeto de pesquisa. Serrana já é um exemplo para o Brasil e para outros lugares do mundo. Que o Brasil aprenda essa lição e que as autoridades fiquem harmonizadas quando se trata de cuidar da saúde."

Ele revelou que houve temor de que acontecesse maior resistência a tomar a vacina, devido à falta de exemplo na esfera federal. "Não dá para fazer de forma vertical, é preciso ter adesão da comunidade."

Durante a aplicação das 55 mil doses, foram registrados 46 eventos adversos, entre eles a morte de seis pessoas, mas, segundo Palácios, os óbitos não foram relacionados à vacinação. Cinco pessoas tinham tomado uma dose e a outra, as duas doses, quando já estaria infectada.

No mesmo período, houve 14 óbitos entre os não vacinados, o que, segundo ele, já pode indicar que a vacina protege. "Por mais que a vacina atinja uma eficácia muito alta, ela não é absoluta. Nesse caso, os números indicam a possível maior eficácia da vacina."

Ele destacou que o estudo vai prosseguir, sobretudo para avaliar a resposta da imunização à variante P.1, também chamada de variante brasileira. "Vamos confirmar se a vacina é mesmo eficaz contra a P.1. Fizemos uma avaliação rigorosa de pessoas que tomaram a vacina antes de aparecerem as variantes e já confirmamos que a vacina resiste de forma igual às variantes. Isso nos permite supor que a eficácia da vacina não será afetada pela variante P.1 e P.2", disse.

Ele lembrou que os moradores vacinados devem procurar os serviços de atendimento assim que tiverem alguns sintomas. "É possível, sim, ter casos de covid após a vacinação, por isso é importante continuar a prevenção. Estaremos acompanhando, não só os vacinados, mas a comunidade toda. Vamos avaliar o que acontece com aqueles que não tomaram a vacina, através do sistema do que chamamos de vigilância aprimorada. Já estamos produzindo relatórios sobre casos e óbitos desde o início do projeto e isso se estenderá até fevereiro de 2022. Espera-se que exista uma proteção parcial das pessoas que não tomaram a vacina, por conta de estarem entre os que foram vacinados."

Assim que forem concluídos, os estudos serão colocados à disposição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da comunidade científica. "A partir desse projeto, estamos pensando em outros estudos conjuntos com a população de Serrana, inclusive já temos instituições interessadas em novos estudos aqui", afirmou o pesquisador.

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A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.

Lady Gaga enfrentou problemas técnicos no início do show que fez nesta sexta-feira, 18, no Coachella. O microfone da cantora apresentou falhas durante Abracadabra, segunda música do repertório, cortando a voz da artista.

Sem interromper a apresentação, Gaga trocou discretamente o microfone de cabeça por um modelo de mão e manteve a coreografia. Depois de alguns minutos, ela voltou ao palco com um novo microfone que funcionou corretamente até o fim da performance.

Momentos depois, ao piano, a artista se desculpou com o público pelo problema técnico. "Meu microfone parou de funcionar por um segundo. Pelo menos vocês sabem que eu canto ao vivo", disse.

A artista completou afirmando que estava fazendo o possível para compensar a falha: "Acho que a única coisa que podemos fazer é dar nosso melhor, e com certeza, eu estou dando meu melhor para vocês hoje".

Lady Gaga no Brasil

Lady Gaga está preste a vir ao Brasil. O palco para o seu show em Copacabana, no dia 3 de maio, está sendo erguidona areia da praia desde o último dia 7, e envolve uma megaoperação com cerca de 4 mil pessoas na equipe de produção nacional - sem contar o efetivo de órgãos públicos que também atuam no evento, como segurança, transporte e saúde.

O palco principal terá 1.260 metros quadrados e estará a 2,20 metros do chão, altura pensada para melhorar a visibilidade do público. A produção ainda contará com 10 telões de LED distribuídos pela praia e um painel de LED de última geração no centro do palco, prometendo uma experiência grandiosa para quem estiver presente e também para aqueles que assistirem de casa.

A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

A apresentação está prevista para começar às 21h, com duração de 2h30. O show será gratuito, aberto ao público e terá transmissão ao vivo na TV Globo, Multishow e Globoplay.