'The Nevers' estreia na HBO propondo paralelos entre a era vitoriana e a atual

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As mulheres da série The Nevers podem até usar corseletes, saltos e cabelos cuidadosamente penteados, como é esperado das mulheres na Inglaterra vitoriana. Mas a maior parte das personagens da atração, que estreia neste domingo, 11, às 22h, na HBO e na HBO Go, com novos episódios toda semana, não se encaixa nos moldes da época.

No centro da trama estão a cientista Penance Adair (Ann Skelly) e uma viúva boa de briga, Amalia True (Laura Donnelly). "O que mais me chamou a atenção foi justamente Amalia não ser a mulher típica deste período", disse Donnelly, em entrevista com participação do Estadão. "Para mim foi muito empolgante estar numa história de época fazendo uma personagem que jamais apareceria num drama como este, usando aquelas roupas, mas sendo rebelde e falando o que pensa."

Penance e Amalia não são apenas mulheres à frente de seu tempo. Depois de um evento misterioso, elas fazem parte de um grupo chamado de "touched" (ou "tocados"), tendo adquirido poderes extraordinários e, claro, a reação chocada, preconceituosa e violenta da sociedade conservadora. Penance enxerga formas de energia, enquanto Amalia vê flashes do futuro e luta como a Viúva Negra. As duas moram com outros desses mutantes, a maioria mulheres, num orfanato que remete à escola do Professor X, de X-Men.

The Nevers, afinal, é criação de Joss Whedon, que abandonou a série depois dos seis primeiros episódios alegando motivos pessoais. Coincidentemente ou não, na época ele estava sendo investigado pela Warner (que faz parte do mesmo conglomerado que a HBO) sobre sua conduta no set de Liga da Justiça, criticada pelo ator Ray Fisher e corroborada por outros membros do elenco. Pouco depois da saída, Whedon foi acusado de assédio e de criar um ambiente tóxico em Buffy, a Caça-Vampiros, exibida entre 1997 e 2003.

O elenco de The Nevers jura não ter presenciado nada do tipo na produção, que foi interrompida também pela covid-19 (por conta disso, seis episódios dos dez programados vão ao ar num primeiro momento).

Para tornar as coisas mais complexas e confusas, a série quer ser um ataque bastante direto ao patriarcado branco, heterossexual, classista e racista da era vitoriana, com uma maioria de personagens femininas que lutam contra o status quo. "A opressão de então era sistêmica, mas os inimigos eram evidentes", disse Donnelly. "Hoje, talvez não sejam tão óbvios. Mas existem. Ainda temos um longo caminho a percorrer."

Para o ator Tom Riley, que faz Augie Bidlow, um aristocrata que esconde sua condição de "tocado", é ótimo que os atuais roteiros coloquem a temática em discussão. "Às vezes a sensação é de estar num oceano de mudanças, o que pode fazer alguns se sentirem incomodados. Mas isso não significa que não seja maravilhoso. Se você se sente incomodado, tente se perguntar o porquê, repensar e se juntar a todos num futuro inevitável que só pode ser melhor do que o presente." James Norton, que faz o Lorde Swann, um aristocrata pansexual, acredita que os debates dentro da própria indústria são necessários, e que a transformação é inevitável. "A mensagem da série é que, como sociedade e como pessoas, só cresceremos se enfrentarmos essas questões."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Registros de ligações do celular de Betsy Arakawa, esposa do ator Gene Hackman, indicam que ela estava viva um dia depois da data estimada de sua morte. A informação foi confirmada na última segunda-feira à NBC News pelo gabinete do xerife de Santa Fé, Novo México.

O histórico de ligações encontrado pelas autoridades locais no aparelho telefônico da pianista aponta que ela tentou pedir ajuda antes de morrer. A mulher fez três ligações para uma clínica médica particular chamada Cloudberry Health na manhã do dia 12 de fevereiro. No mesmo dia, à tarde, a clínica retornou a ligação, mas Betsy não atendeu.

Questionada sobre a linha do tempo do caso, uma porta-voz do gabinete do xerife de Santa Fé, Denise Womack Avila, disse que as autoridades não haviam determinado o dia e a hora da morte de Betsy, mas reconheceu que a informação divulgada era a de que suas últimas atividades haviam sido no dia 11 de fevereiro.

Conforme a equipe médica, os registros do celular da mulher ainda não estavam nas mãos dos investigadores quando uma entrevista coletiva informou a causa das mortes de Betsy e Gene Hackman.

No último dia 7 de março, as autoridades revelaram que Betsy morreu pelos efeitos do hantavírus, que causa uma doença respiratória e está associado a fezes de roedores, aos 65 anos. Já Hackman teria morrido uma semana depois, vítima de doença cardíaca. A médica-legista-chefe Heather Jarrel informou que a doença de Alzheimer foi um fator contribuinte para a morte do ator.

As mortes de Hackman e Arakawa foram consideradas como sendo de causas naturais, mas a polícia de Santa Fé ainda não concluiu a investigação, com o objetivo de fazer uma linha do tempo com informações obtidas dos celulares coletados na casa. "O caso é considerado aberto até que tenhamos as informações necessárias para fechar a linha do tempo", disse uma porta-voz à Associated Press.

Uma homenagem de Rachel Zegler à atriz Adriana Caselotti, dubladora de Branca de Neve na animação original de 1937, gerou polêmicas no Instagram. A protagonista do live-action que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 20, foi criticada por referenciar o filme original, que já chamou de "datado" em uma ocasião anterior.

Na publicação, Rachel compartilhou uma foto sua caracterizada como a Branca de Neve em um estilo mais clássico, em que replica uma fotografia de Caselotti referenciando a animação. "Eu precisava prestar homenagem à Branca de Neve original, senhorita Adriana Caselotti, a quem devo tudo", escreveu na legenda.

Nos comentários, no entanto, muitos questionaram a ideia. "Você fala mal do filme e depois ele é sua inspiração", escreveu um. "É sério que você quer fazer homenagem agora, depois de todas as coisas ruins que você andou dizendo sobre o filme? Um pouco tarde para mim", criticou outro.

Mesmo assim, outros seguidores elogiaram a atriz e, sobretudo, o penteado usado para a foto, que se assemelha ao de Branca de Neve e os Sete Anões: "É esse o estilo de cabelo que você deveria ter usado no filme", opinou uma terceira pessoa. "Por que não fizeram o seu cabelo assim para o filme?", questionou outra.

Com Rachel Zegler e Gal Gadot, Branca de Neve vem envolto a polêmicas desde o anúncio da escalação das atrizes. Zegler, cuja família tem origem colombiana, foi alvo de comentários racistas nas redes sociais, e a onda de ódio aumentou quando ela apontou, em seu perfil no X, que o príncipe "literalmente persegue a princesa" na animação de 1937.

"Eu interpreto os sentimentos das pessoas como uma paixão pelo filme", declarou em entrevista à Vogue México, a respeito das críticas. "Que honra fazer parte de algo que desperta tanto a paixão nas pessoas. Nem sempre teremos os mesmos sentimentos que as outras pessoas ao nosso redor, tudo o que podemos fazer é dar o nosso melhor."

Dirigido por Marc Webb (O Espetacular Homem-Aranha, 500 Dias com Ela), o novo Branca de Neve sugere um novo olhar para a história da primeira princesa da Disney.

Confira o trailer

A atriz Fernanda Montenegro agradeceu nesta quarta, 19, ao público que foi assistir a Vitória nos cinemas. O longa, protagonizado por ela, estreou no topo das bilheterias na semana passada.

"A essa altura da minha vida, me coube fazer essa personagem. Eu estou muito agradecida ao acaso, ou a Deus, ou aos deuses", disse Fernanda em um vídeo publicado no Instagram.

Confira aqui

A trama do filme é baseada na história verídica de Joana da Paz, aposentada que desmascarou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos na Ladeira das Tabajaras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 2004.

Fernanda também celebrou o recente sucesso de produções brasileiras. "As plateias estão lotadas. É um momento especial para o cinema brasileiro, com tanto acerto, com tanta presença de público nos nossos cinemas, assistindo aos nossos filmes brasileiros", comentou.

"Por mais que eu fale, eu não dou conta da minha emoção", disse a atriz. "Muito obrigada pela presença da plateia que tem vindo ver Vitória. Uma história de coragem, de resistência."

O longa estreou na última quinta, 13. O roteiro é baseado no livro Dona Vitória da Paz, de Fábio Gusmão, jornalista que noticiou o caso.