Filme homenageia Hitchcock

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Em 'A Mulher na Janela', que celebra o cinema do diretor inglês, a atriz Amy Adams vive personagem que enfrenta um grande trauma

Na sala de conferência de um hotel em Los Angeles, as cadeiras estão bem separadas. Sobre a mesa, pequenos frascos de álcool gel, artigo já em falta nas farmácias locais. "Está preocupante", diz a atriz Amy Adams, num dos últimos eventos presenciais de imprensa de Hollywood, de A Mulher na Janela, dirigido por Joe Wright. É 5 de março de 2020. Os Estados Unidos tinham 19 mortos pelo então chamado novo coronavírus. Dali seis dias a NBA suspenderia a temporada, Tom Hanks e a mulher Rita Wilson testariam positivo, e a Organização Mundial de Saúde declararia a pandemia. O mundo entraria numa realidade digna de um filme de Alfred Hitchcock.

Por conta disso, A Mulher na Janela, que teria estreado em maio do ano passado, só agora pode ser visto pelo público. Mas não nos cinemas, e sim na Netflix - a produção da Fox passou para a Disney com a aquisição, e o estúdio acabou vendendo para a plataforma de streaming. Coincidentemente, o longa-metragem baseado no best-seller de A.J. Finn tem ares hitchcockianos ao falar de uma mulher, Anna Fox (Adams), que passa a sofrer de agorafobia depois de um trauma.

Morando sozinha num apartamento em Manhattan, espia os vizinhos pela janela e acaba sendo testemunha de um ato de violência. Ou pelo menos acha que sim. "Sempre fui fã do filme noir, dos thrillers. E acho que meio que trouxe aspectos do gênero a meus outros filmes. Mas nunca tinha feito um thriller noir de fato", diz ao jornal O Estado de S. Paulo o diretor Joe Wright, de Orgulho e Preconceito (2005), Desejo e Reparação (2007) e O Destino de uma Nação (2017), entre outros.

A Mulher na Janela tem logo no início uma homenagem a Janela Indiscreta (1954). "Queria de cara reconhecer minha dívida e seguir adiante com nossa exploração", diz o cineasta. "Mas eu sempre me inspiro na especificidade de Hitchcock e na humanidade de Robert Bresson. O filme é uma carta de amor ao filme noir, de certa maneira." O desafio, segundo ele, era como tornar um longa inteiramente passado dentro de uma única casa ser visualmente interessante.

"Sempre tento me impor limitações e estou acostumado a trabalhar no teatro", afirma Wright. "Mas, desde Peter Pan, o auge da minha loucura barroca, tenho tentado simplificar e ficar mais minimalista, o que é muito mais difícil do que ser barroco."

Para Amy Adams, rodar um filme todo numa locação fechada não foi um desafio, mesmo que fosse uma casa construída em estúdio, para que o diretor pudesse remover paredes e filmar cenas que levassem o espectador para dentro do ambiente. "Eu adorei", diz ela, para quem Um Corpo que Cai, de Hitchcock, foi o primeiro longa em que enxergou a arte do cinema. "E eu não sei o que isso revela sobre mim. Mas era tudo muito controlado.

Foi quase reconfortante para mim, como ir para casa todos os dias." O set era calmo, e a atriz até levou sua filha de 11 anos para visitas e uma ponta. A pequena Aviana também é autora de alguns dos desenhos na lousa da casa, pois Wright achou que seria importante para Adams fazer a conexão de sua personagem com sua filha, de quem está distante. Entre as cenas, era possível também encontrar Amy Adams conversando com seus colegas de elenco, especialmente Julianne Moore, com quem nunca tinha contracenado.

O principal foi entrar no estado mental de sua personagem. "Eu precisava entender quem ela era antes para poder compreender sua noção de perda", conta. Adams consultou uma terapeuta especialista em trauma. "Ela me falou que tipo de ansiedade isso pode causar e como as pessoas conseguem superar. Mas para falar a verdade eu não preciso de muita ajuda para entender a ansiedade, não."

Ela descreve o trabalho com Joe Wright como muito íntimo e intenso. "Eu aprendi a abandonar minha camada protetora no set. E foi muito significativo me sentir segura para fazer isso", explica a atriz. "Ele realmente ficou no meu pé para que não usasse truques de atuação. Me dizia: preciso que você sinta de verdade, preciso acreditar na ansiedade, no medo, no trauma. Foi um desafio."

Foi duro também porque, sendo mãe, Adams se identificou com Anna. "Você se sente responsável por tudo o que dá errado. E é difícil assumir a responsabilidade quando as coisas dão certo. Tudo o que seu filho passa pesa em você. Então eu entendo que Anna sinta tanta responsabilidade que não consiga nem funcionar."

A atriz diz que sente culpa o tempo todo, mas prefere usar a palavra responsabilidade porque é algo em que há agência. "Tento usar palavras que provocam a ação porque assim dá para mudar. Culpa é uma emoção, uma reação. Mas eu sinto culpa também. Por exemplo, sinto culpa por ter comido sushi hoje e minha filha não estar naquele momento", conta, olhando para Aviana no canto da sala.

A menina é sutilmente retirada quando a atriz hesita a responder sobre seu maior medo. Assim que a filha fecha a porta, ela admite. "Meu maior medo, claro, é que algo aconteça com ela. Eu fiz alguns filmes em que isso ocorre e é muito difícil de processar. Por isso tenho muita empatia pelas mães que sofreram perdas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Celso Freitas reapareceu na tela da Globo nesta terça-feira, 22, em um vídeo enviado ao Encontro com Patrícia Poeta. A participação fez parte da homenagem à Fátima Bernardes, que relembrava sua trajetória na emissora. O jornalista e a apresentadora dividiram a bancada do Fantástico na década de 1990.

"Durante anos nós transmitimos muitas alegrias e também momentos marcantes que ficam registrados na memória do público brasileiro", disse Celso em sua mensagem. Ele também parabenizou Fátima pelo trabalho: "Quero aqui cumprimentar e dar parabéns pela sua trajetória profissional e por fazer parte desses 60 anos da Globo".

A breve aparição chamou a atenção por ser a primeira vez que o jornalista voltou à programação da Globo desde sua saída da Record, em março deste ano. Após 21 anos na emissora, ele deixou a bancada do Jornal da Record, onde dividia a apresentação com Christina Lemos. O desligamento foi confirmado em comunicado oficial.

Desde então, Freitas não anunciou novos projetos e tampouco foi confirmado oficialmente como parte do time de jornalistas da Globo. Portanto, sua presença no programa de Patrícia Poeta não indica um retorno definitivo, apenas uma participação pontual na comemoração do aniversário da emissora carioca.

Na época em que deixou a Record, ele publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo pela trajetória e se dizendo aberto a novos desafios. "Acompanhei e noticiei os principais fatos do Brasil e do mundo. A partir de agora, sigo para novos desafios. Experiente, ligado à tecnologia e sempre disposto para aprender cada vez mais", disse.

Regina Duarte, atriz que interpretou Raquel na primeira versão de Vale Tudo, relembrou o conselho que deu a Taís Araújo para o remake da novela.

Ela explicou que a atriz, que dá vida à mesma personagem que Regina interpretou, lhe mandou uma mensagem. A revelação foi feita durante o Conversa Com Bial desta segunda-feira, 21.

A atriz elogiou a colega de profissão, afirmando que a nova versão de Raquel está muito boa.

"Que novelão, coisa linda, impressionante. Taís me mandou uma mensagem linda e respondi também lindamente como ela merecia e merece [...] Falei para ela: 'Relaxa e se solta, se joga nessa mulher. O que a gente faz é um parque de diversões, vai brincar'. A brincadeira é falar e fazer o que você não faria nunca. A liberdade de ser outro ser, com outras convicções. Sempre tive sorte de fazer personagem muito parecido com a pessoa que meus pais criaram", disse.

No início do mês, após a estreia da novela de Manuela Dias, Regina Duarte já havia declarado não gostar muito de remakes.

"Preciso confessar que não sou simpatizante de remakes, especialmente aqueles que se baseiam em grandes sucessos", disse em entrevista à Marie Claire. Uma das alterações que mais a incomodam envolve a relação da protagonista com outro personagem.

Na versão original, Raquel criava laços afetivos com um menino chamado Gildo. Agora, no remake, a relação é com Gilda, uma mulher. "Fico toda arrepiada de pânico com tal subversão. Aí penso, indignada: 'não mexe, cara! Faz outra!'", declarou, em tom de brincadeira.

Aviso: Este artigo contém spoilers da série 'The Last of Us' e do jogo 'The Last of Us Part 2'.

Pedro Pascal, que interpreta Joel Miller em The Last of Us, revelou sua reação ao segundo episódio da série que foi ao ar neste domingo, 20, durante uma entrevista ao Entertainment Weekly.

Com o começo da temporada, poucos esperavam que a jornada de Joel Miller, personagem que protagonizou a primeira temporada ao lado de Ellie (Bella Ramsey), chegasse ao final. Com a morte do personagem, Pedro Pascal reagiu: "Estou em negação".

"Eu percebo que, quanto mais velho fico, mais eu me vejo em negação sobre o final das coisas. Eu sei que estarei para sempre ligado aos membros da experiência e que tenho que vê-los em diferentes circunstâncias, mas nunca estarei [novamente] sob as circunstâncias de interpretar Joel em The Last of Us".

"Eu não passo muito tempo pensando nisso porque me deixa triste", completou.

Entretanto, o ator revelou que já sabia sobre o destino de Joel. A trama, que é uma adaptação do jogo de homônimo, trazia o mesmo fim para um dos personagens mais emblemáticos do enredo. Com relação a isso, ele emendou: "Era só uma questão de como e quando".

A cena da morte de Joel foi gravada por ele, entretanto, com um sentimento de "relaxamento".

"Eu estava sempre colocando de lado como eu realmente me sentia sobre o meu fim na série [...] Acho que o mais estranho de passar por isso foi o laço que criei com todos da série após os desafios da primeira temporada, não só com a Bella mas com toda a equipe e o elenco".

"Então ter esse 'adeus' foi muito triste para mim, e eu tive uma manifestação física, um espelho violento do quão triste estava pela morte do Joel. Para ser honesto, [atuar na cena] foi como um sonho", finalizou, sobre sua morte.

Pascal afirmou ao portal americano que a maquiagem e os efeitos fizeram grande parte do trabalho, o que causou outro choque: "Eu matei a 'vibe' completamente depois que entrei no set [com a maquiagem]. Eu podia sentir esse luto tomar conta do olhar das pessoas".

The Last of Us estreou sua segunda temporada na Max em 13 de abril. Os sete episódios serão lançados semanalmente aos domingos, 22h, simultaneamente na HBO e na Max.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais.