Série 'Quem Matou Sara?' tem estrutura policial americana e pele de telenovela

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Se você é um dos 55 milhões de assinantes do mundo inteiro que, segundo a Netflix, assistiu a Quem Matou Sara?, pode ficar tranquilo. A segunda temporada, que estreou na quarta, 19, em mais de 190 países, vai trazer respostas. Inclusive, a principal: quem matou Sara (Ximena Lamarid). "Mas vamos ter outras perguntas, podem ficar tranquilos", contou ao Estadão o criador da série, José Ignacio Valenzuela, por videoconferência.

Em Quem Matou Sara?, Álex Guzmán (Manolo Cardona) deixa a prisão depois de cumprir pena de 18 anos pelo assassinato da irmã Sara. Mas ele é inocente e foi condenado por culpa da poderosa família Lazcano, encabeçada por César (Ginés García Millán). Álex (Leo Deluglio nos flashbacks) era um adolescente passando um fim de semana na casa do amigo Rodolfo (Andrés Baida), namorado de Sara, acompanhado do irmão de Rodolfo, Chema (Polo Morín), e de Nicandro (Martin Saracho). Todos passeavam de barco quando o paraglider de Sara se rompeu. Mas, claro, não foi um acidente. Alguém provocou sua morte. Adulto, Álex vai atrás dos Lazcano, incluindo os antigos amigos Rodolfo e Chema (agora vividos por Alejandro Nones e Eugenio Siller), para descobrir a verdade e se vingar pela morte da irmã e por sua prisão.

Quem Matou Sara? é um policial, mas não se envergonha de embaralhar as coisas com mil reviravoltas. "A estrutura, ou os ossos, é gringa, com o formato americano clássico em quatro atos que vimos nos últimos 50 anos. Por isso é tão fácil de decodificar no mundo todo", disse Valenzuela. "Mas a pele da série é latino-americana, particularmente noveleira. Eu usei o melodrama sem pudores." Valenzuela, que é chileno, trabalhou no México muitos anos e escreveu diversas telenovelas. Mesmo morando nos Estados Unidos, continua escrevendo para o mercado latino-americano. "Temos uma cena de série gringa, com uma morte, pistas, necrotério, e aí passamos para uma cena de amor entre Álex se apaixonando pela filha do inimigo, o que parece uma novela. Para mim, foi muito divertido de escrever - e pelo jeito foi muito divertido de ver!"

O mais maluco é que as reviravoltas são ainda mais frequentes do que nas telenovelas, porque são poucos episódios - dez na primeira, oito na segunda. Nos novos capítulos, há ainda mais variação, na opinião do ator colombiano Manolo Cardona, que já fez inclusive novela brasileira (Aquele Beijo). "Temos mais ação, mistério, romance, intriga. E muitas respostas", afirmou.

Mesmo sendo uma peça de puro entretenimento, Quem Matou Sara? procura abordar assuntos que incomodam seu autor. "Eu não escrevo sobre o que gosto, porque o que gosto já está resolvido na minha cabeça", disse Valenzuela. "Então escrevi sobre algo que me incomoda - e que provavelmente incomoda também no Brasil, na Polônia, na França e em Abu Dhabi: o abuso de poder. Essa impunidade que certas pessoas gozam por serem membros do governo, ou por serem alguém importante, ou terem um primo senador. Eles podem fazer as piores coisas que nada vai acontecer." Assim é César Lazcano, aquele homem que tem dinheiro e sobrenome conhecido e por isso pode enviar um rapaz inocente para a prisão ou ter um bordel com mulheres sequestradas em seu cassino. "Ele pode fazer e desfazer, que as leis não vão tocá-lo", disse Valenzuela.

A série também aborda outras questões, como o feminicídio, a homossexualidade, a gestação de substituição, a saúde mental.

Valenzuela contou que aprendeu a falar de assuntos reais e importantes com as telenovelas brasileiras. "Eu vivi no Chile até 1995, e as novelas estrangeiras que víamos eram as brasileiras", disse ele, declarando-se fã de Sonia Braga e Glória Pires. "Cresci com Dancin' Days, O Bem-Amado, Tieta, Pantanal. A diferença entre a telenovela mexicana e a brasileira é que, na telenovela mexicana, a realidade feia não existia. Todos se levantavam às 8 da manhã com os cabelos perfeitos e os cílios postiços colocados. Eles vendiam a esperança. E o Brasil vendia a naturalidade. Havia atrizes suadas, sem maquiagem, porque estavam em Mato Grosso." Para o autor, a ficção não é um espaço de pura fuga, mas um lugar onde se pode ter opinião, onde se pode mostrar o lado feio, sujo, sombrio. "A história do abuso de poder, da homofobia, da misoginia é muito importante para mim, porque são realidades do mundo e são questões que me incomodam."

Poder levar essa tradição para o mundo é um motivo de orgulho e responsabilidade. "Eu espero que Quem Matou Sara? abra portas para a América Latina, porque temos grandes histórias para contar, além de uma enorme tradição", disse o autor. No que depender de José Ignacio Valenzuela, Quem Matou Sara? vai continuar divertindo com suas reviravoltas mesmo depois da segunda temporada. "Não sei se vamos ter uma terceira ou outras", disse ele. "Mas eu tenho um monte de material." E isso mesmo revelando quem matou Sara nesta temporada. Na cabeça de um escritor de telenovela, o que não falta são coincidências absurdas, situações fantásticas e reviravoltas de deixar o espectador boquiaberto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas confirmou que Conan O'Brien será o apresentador do Oscar 2026. Após o sucesso na última edição, o comediante retorna para comandar a 98ª cerimônia, que acontecerá no dia 15 de março, no Dolby Theatre, em Hollywood.

O anúncio foi feito por Bill Kramer, CEO da Academia, e Janet Yang, presidente da instituição. Além de O'Brien, a equipe de produção vencedora do Emmy, liderada por Raj Kapoor e Katy Mullan, também estará de volta para a terceira edição consecutiva.

A escolha de O'Brien reflete o impacto positivo de sua performance na edição deste ano, que registrou a maior audiência do Oscar nos últimos cinco anos, com mais de 19 milhões de espectadores nos Estados Unidos. A premiação também dominou as redes sociais, ultrapassando interações de eventos como o Grammy e o Super Bowl.

Além de sua carreira consolidada na televisão e na comédia, O'Brien atualmente comanda o podcast Conan O'Brien Needs a Friend e a série documental Conan O'Brien Must Go, da HBO Max. Em 2026, também estará nas telonas com o filme Se Eu Tivesse Pernas, Te Chutaria.

Piadas no Oscar 2025

Em seu monólogo de abertura do Oscar 2025, a personagem de Fernanda Torres no filme brasileiro Ainda Estou Aqui e a atriz Karla Sofía Gascón, de Emília Pérez, envolvida numa série de polêmicas, estiveram entre os alvos das piadas de O'Brien.

"Eu amei Anora. Anora usa a 'palavra com F' [um palavrão em inglês] 479 vezes. São três a mais que o recorde atingido pelo agente de Karla Sofía Gascón", brincou.

Conan O'Brien também fez piada o filme brasileiro vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional que aborda a história de Eunice Paiva, mulher do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido e morto durante a ditadura militar brasileira.

O apresentador disse que Ainda Estou Aqui é sobre "uma mulher que segue sua vida adiante e sozinha após seu marido desaparecer". "Minha esposa viu e o chamou de 'filme de conforto' do ano".

Gracyanne Barbosa demonstrou insatisfação com sua indicação ao nono Paredão do BBB 25. Durante a madrugada desta segunda-feira, 17, a sister conversou com Maike na cozinha e questionou a justificativa de Guilherme, atual Líder da casa. Para ela, a decisão de indicá-la não faz sentido dentro da lógica do jogo. "Engraçado... porque ele não tem embate comigo", afirmou.

A musa fitness quis entender se o fisioterapeuta buscou informações sobre as estratégias de voto do grupo antes da formação da berlinda.

"Ele queria saber a nossa estratégia porque na cabeça dele a gente tem que votar em quem tem embate", explicou Maike. Gracyanne concordou e destacou que a estratégia faz parte da competição. "Estratégia é se defender e não ir para o Paredão", disse.

Gracyanne critica postura de Guilherme no jogo

A sister continuou sua análise sobre a indicação e reforçou que Guilherme também usa estratégia, mas tenta justificar suas escolhas de maneira diferente. "Vocês não podem ter uma estratégia e o lado de lá pode ter uma estratégia?", questionou.

Maike concordou e lembrou que, apesar de nunca ter tido atritos com Gracyanne, o Líder optou por colocá-la no Paredão. "Nunca teve, tanto que ele me abraçou e falou: 'Eu jamais abraçaria alguém que estou indicando'", relatou a fisiculturista.

Em 1999, um filme dirigido por Jean-Pierre e Luc Dardenne arrebatou a Palma de Ouro e o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes. O longa em questão era Rosetta. Produzido, dirigido e escrito pelos irmãos, o filme é estrelado por uma jovem Émilie Dequenne interpretando uma adolescente em situação de vulnerabilidade que sai em busca de emprego para garantir uma vida melhor para ela e para a mãe.

O drama de amadurecimento foi o responsável por dar destaque à carreira da atriz belga, que na época tinha apenas 18 anos. Morta aos 43 vítima de um câncer raro na glândula suprarrenal, Émilie seria escolhida como melhor atriz em Cannes mais uma vez ao longo de sua carreira, além de acumular vitórias no César Awards e outras premiações europeias.

Vida e carreira de Émilie Dequenne

Nascida na cidade de Beloeil, na Bélgica, em 29 de agosto de 1981, Émilie começou a estudar atuação e artes dramáticas aos 12 anos, e logo passou a fazer parte de uma companhia de teatro local. Foi escalada para o filme dos irmãos Dardenne aos 17, e o papel foi responsável por sua escalada à fama, fazendo com que ela tivesse uma carreira de destaque em filmes de arte na Europa.

Em Rosetta, Dequenne interpreta a personagem-título, uma jovem que vive com a mãe alcoólatra (interpretada por Anne Yernaux) em um parque de trailers residenciais, e luta por um emprego para conseguir tirá-las da situação de risco. Quando um contrato de experiência se encerra sem que ela seja contratada de forma fixa, Rosetta recusa doações feitas por caridade e luta para se estabilizar em um emprego digno.

Sucesso de crítica, o filme foi o selecionado da Bélgica para competir ao Oscar do ano seguinte, e embora não tenha conseguido uma indicação ao prêmio da Academia, o destaque foi o suficiente para que Dequenne recebesse atenção e conquistasse uma carreira proeminente.

Atuando majoritariamente em obras de língua francesa, ela está creditada em mais de 60 títulos, em que se destacam filmes como Os Nossos Filhos (2012), As Coisas que Dizemos, As Coisas que Fazemos (2020), O Pacto dos Lobos (2021) e Close (2022).

Quanto a obras de língua inglesa, Dequenne atuou com Robert De Niro no filme The Bridge of San Luis Rey (2004), na série de TV The Missing (2014) e na aventura sci-fi Sobreviver (2024). Seu último trabalho para o cinema foi no longa belga TKT (2024), em que interpreta a mãe de uma vítima de bullying.

Outros prêmios

Em 2012, Dequenne foi premiada em Cannes pela segunda vez, agora como melhor atriz na mostra paralela Un Certain Regard, pelo drama familiar psicológico Os Nossos Filhos. O longa acompanha um casal feliz, Mounir (Tahar Rahim) e Murielle (Dequenne), que se apaixona e resolve ter filhos. Mas, ao contrário de outros casais, eles aceitam renunciar à sua autonomia e concordam em viver com o pai adotivo de Mounir, sem saber que estão caminhando rumo a uma tragédia.

Em 2018, Émilie foi eleita melhor atriz na premiação belga Magritte Awards, pelo longa Essa é Nossa Terra. Dois anos mais tarde, conquistou o título de melhor atriz coadjuvante no César Awards, com As Coisas que Dizemos, As Coisas que Fazemos. Além disso, o hit Close, de Lukas Dhont, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2022. Na trama, ela interpreta Sophie, mãe de Rémi (Gustav De Waele), um dos personagens centrais.

Em entrevista à rádio France Info (via Variety), Luc Dardenne lamentou a morte de Émilie. "Atuar era a sua vida. Ela era uma atriz que poderia ter feito muitas coisas, e alguém que as pessoas amavam. Ela era intuitiva, mas se esforçava e adorava trabalhar."