Frio já desafia os protocolos de aula presencial em SP

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As aulas presenciais, que ainda caminham a passos lentos para retomar o ritmo normal, agora precisam enfrentar o frio. Nas últimas duas semanas, o tempo trouxe o nariz escorrendo, a tosse, a dor de garganta - e o medo da covid-19.

Crianças passaram a ser mandadas para casa, turmas inteiras suspensas por causa da coriza de um colega. Mesmo com a reclamação de alguns pais, especialistas dizem que o contexto de alta transmissão do vírus e de vacinação lenta exige que os alunos esperem um resultado negativo de um caso suspeito ou fiquem 14 dias em casa para voltar à sala de aula.

No ano passado, as escolas estavam fechadas neste período. Agora, o maior problema está entre as crianças menores, com menos imunidade e com mais dificuldade para usar máscaras. "Os pais ficam nervosos e, os professores, arrasados. Eles estão começando a desenvolver um trabalho e têm de parar tudo", diz Tânia Rezende, diretora da Escola de Educação Infantil Jacarandá, em Higienópolis. Ela teve de suspender quatro das seis turmas em 15 dias. Um terço das crianças da escola teve algum sintoma respiratório. "A frustração é enorme", diz. E todas que fizeram o teste deram negativo para covid.

"Toda vez que uma criança espirrar vai suspender a turma?", indaga Patrícia Portela, que é médica e mãe de Ana Teresa, de 6 anos, de outra escola. A menina teve de ficar em casa na semana passada por causa dos sintomas de um dos colegas. Ao ser avisada, ela assistiu à aula online chorando, na cama.

Para Patrícia, as escolas deveriam ter um protocolo específico para esta época, que considerasse mais de um sintoma. A turma de Ana Teresa foi liberada para voltar depois de alguns dias. "Eu fui dormir rezando para que não aparecesse mais nenhuma criança resfriada."

Muitas das escolas particulares da capital contrataram consultorias para fazer protocolos e auxiliar em momentos de possíveis surtos. A confusão de normas - já que não há um protocolo nacional para a educação, como em muitos países - atrapalha as decisões. Atualmente, na capital, a recomendação é a suspensão da turma por 14 dias quando um aluno apresenta sintomas, ou até que tenha um resultado negativo. Em crianças, os documentos da Prefeitura dizem que até a "obstrução nasal" deve ser considerada como sintoma suspeito de covid "na ausência de outro diagnóstico".

A recomendação geral dos médicos também é de que qualquer sintoma seja tratado como um caso suspeito de covid. "Infelizmente neste momento a escola está correta, se a criança tem sintoma respiratório, todas as medidas devem ocorrer até o diagnóstico", diz o pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Cláudio Schvartsman. Na semana passada, o governo do Estado anunciou a vacinação de professores de todas as idades em julho, o que, para alguns especialistas e educadores, deve melhorar a situação.

Confusão

"A escola fica muito fragilizada. Tem mães que ficam insistindo para a criança voltar antes do prazo ou não querem fazer o teste", diz a diretora da Escola Projeto Vida, na Casa Verde, Mônica Padroni, que também teve vários casos de alunos com sintomas respiratórios nos últimos dias. "Não cabe à escola avaliar a criança."

A coordenadora nacional do programa Escola Segura, Letícia Tapina, afirma que os gestores escolares - que raramente tinham de lidar com situações de saúde antes - estão confusos e sobrecarregados. A empresa atende mais de 400 escolas no País, privadas e públicas, durante a pandemia. Letícia recomenda que os colégios montem comitês para ajudar nas decisões no outono e no inverno.

Mesmo em casos de alergia, também comuns nesta época, ela diz que é difícil a criança permanecer na sala de aula. O melhor é tratar da crise alérgica antes. "A família precisa entender, imagina ficar com coriza e máscara? A criança põe a mão na máscara o tempo todo, fica molhada, coça olho, o nariz."

Procurada, a Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar) informa que orienta as instituições, "diante de um caso sintomático", para que o aluno não frequente as aulas presenciais por dez dias. "A 'bolha' ou a classe só deverá ter as suas atividades presenciais suspensas em caso de teste positivo para covid-19."

Para liberar logo o aluno para voltar para a escola e descartar o diagnóstico de covid, pais de escolas particulares em São Paulo têm usado os testes de farmácia - que custam em torno de R$ 150 e são menos sensíveis que o PCR. Ou ainda exames feitos por hospitais privados que saem no mesmo dia. Nas redes públicas, no entanto, a família precisa procurar uma UBS e esperar dias pelo resultado.

Exemplo

A coriza de Nina, de 3 anos, foi o motivo da suspensão da sala toda, de dez alunos, no Colégio Oswald de Andrade, na Vila Madalena. "É uma sensação muito ruim, todas as crianças estão sem aula, você se sente obrigada a fazer o teste, mesmo sendo só uma coriza", diz a mãe, a cineasta Isabel Ribeiro. Ela também testou o filho mais velho João, de 6 anos, por causa do contato com a irmã. Foi preciso ainda esperar o terceiro dia de sintomas para realizar o exame. "É difícil, demora, mas não tem jeito, é a única forma de proceder", diz.

A designer Helena Rios, mãe de Domenico, de 2 anos, concorda. "Mas na hora que leio a mensagem de aula suspensa, fico mal. Depois respiro, e vejo que tudo bem." Por causa das paralisações durante a pandemia, o menino já começou a adaptação na escola quatro vezes.

"Eu sei que é muito ruim estar preparado para levar o filho na escola e ter de cancelar, mas estamos vivendo tempos muitos ruins", diz a diretora da educação infantil e fundamental 1 do Oswald, Rosane Reinert. Ela tem feito reuniões de pais nos últimos dias e falado sobre as dificuldades desta época do ano em plena pandemia. Desde a reabertura, em 19 de abril, só um aluno testou positivo.

"Nunca exercitamos tanto os nossos pilares, de colaboração, da autonomia responsável, de considerar sempre o outro para fazer as escolhas", afirma ela. "Agora mais do que nunca vale aquele ditado: é preciso uma aldeia para educar uma criança."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Uma vaquinha online foi aberta para ajudar a atriz Maidê Mahl, de 32 anos, que segue em recuperação após ter sido encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel de São Paulo, em setembro do ano passado. A informação foi divulgada na noite de domingo, 20, no Instagram dela.

De acordo com a publicação, Maidê saiu da UTI, mas ainda requer cuidados especiais. Ela está sendo acompanhada por uma mulher chamada Mariá, que deixou o trabalho para se dedicar integralmente à recuperação da atriz.

"Os gastos com medicamentos, alimentação e cuidados básicos são altos, e elas precisam da nossa ajuda. Qualquer valor faz diferença. Se puder, contribua e compartilhe. Juntos, podemos garantir que a Maidê siga vencendo essa batalha!", dizia a publicação.

A atriz ficou conhecida por interpretar Elke Maravilha na série O Rei da TV (2022) e por atuar em Vale dos Esquecidos. Em setembro de 2024, ela desapareceu após ser vista com uma mochila nas costas no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo.

Três dias depois, em 5 de setembro, a atriz foi localizada em um hotel na região central da cidade, com ferimentos graves e inconsciente. Ela ficou internada na UTI por um mês, em coma, e recebeu alta hospitalar apenas no fim de janeiro deste ano.

No último dia 18, Maidê fez sua primeira publicação nas redes sociais desde o ocorrido. "Meu coração é pura saudade quando vejo esse vídeo. Quando eu falava, cantava, eu andava e dançava. Agora esse sonho está perto de se realizar", escreveu ela, sem dar detalhes sobre o tratamento. A atriz disse estar em reabilitação no maior centro especializado da América Latina e demonstrou otimismo com a recuperação.

O texto abaixo contém spoilers do segundo episódio da nova temporada de 'The Last of Us'.

A HBO e a Max exibiram no domingo, 20, o segundo episódio da nova temporada de The Last of Us. A produção trouxe um dos momentos mais aguardados e polêmicos do videogame: a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal. A cena, marcada por violência, foi debatida pelos criadores Craig Mazin e Neil Druckmann em entrevista à revista Variety.

Na trama, Joel é atacado por Abby (Kaitlyn Dever) durante uma patrulha, após ajudá-la a escapar de infectados. Ela o atrai até uma cabana, onde o personagem é ferido e espancado diante de Ellie (Bella Ramsey), que tenta intervir. A motivação da personagem está ligada aos acontecimentos do final da primeira temporada. Enquanto isso, a cidade de Jackson lida com uma invasão de infectados, ampliando a tensão.

Druckmann explicou que o momento precisava ocorrer ainda no começo da temporada para dar início ao novo arco narrativo da série - no jogo, a morte de Joel também acontece no início. Para ele, atrasar essa virada poderia enfraquecer o impacto da história.

Mazin completou dizendo que o desafio era equilibrar a surpresa para quem ainda não conhecia o jogo e a expectativa de quem já sabia o que viria.

"Existe o risco de atormentar o público, e não é isso que queremos fazer. Se as pessoas souberem que isso vai acontecer, vão começar a se sentir atormentadas. E quem não sabe, vai acabar descobrindo, porque todo mundo comentaria sobre a ausência da cena", explicou o criador. "Nosso instinto foi garantir que, quando acontecesse, parecesse natural dentro da história - e não como uma escolha pensada apenas para abalar o público."

A versão televisiva da história também expande elementos que, no jogo, aparecem apenas como menções. A crise em Jackson, por exemplo, foi mostrada de forma mais direta, o que ajuda a consolidar o local como um personagem dentro da narrativa. "Queríamos que o público levasse Jackson em consideração daqui para frente", disse Druckmann.

O episódio também aprofunda a relação entre Joel e Dina (Isabela Merced), que não chega a ser mostrada no jogo. A adaptação sugere que, ao longo dos anos em Jackson, Joel e Dina desenvolveram uma conexão próxima, o que reforça o impacto emocional do ataque. Já a dinâmica entre Ellie e Dina ainda está em construção, com diferenças importantes em relação ao material original.

O autor britânico Neil Gaiman, conhecido por obras como Sandman, Coraline e Deuses Americanos, abriu um processo contra Caroline Wallner, ceramista que o acusou de abuso sexual.

Ele cobra mais de US$ 500 mil (cerca de R$ 2,6 milhões), alegando que ela quebrou o acordo de confidencialidade firmado entre os dois há três anos. As informações são da revista Vulture.

Wallner se mudou para a casa de Gaiman em Woodstock, nos Estados Unidos, onde trabalhou e morou, junto com o ex-marido. Segundo ela, os abusos teriam ocorrido entre 2018 e 2020, após o fim do casamento. Nesse período, o autor teria proposto relações sexuais em troca de moradia. Ele nega a acusação e diz que foi ela quem iniciou os encontros íntimos.

Em 2021, Gaiman e Wallner assinaram um acordo que incluía cláusulas de sigilo e não difamação. Como parte do acerto, o escritor pagou US$ 275 mil à ceramista, que ficou impedida de processá-lo ou relatar publicamente o que viveu. Agora, ele afirma que Wallner descumpriu os termos ao dar entrevistas a veículos de imprensa.

No novo pedido, o autor exige o reembolso total do valor pago, o pagamento de honorários advocatícios e uma compensação de US$ 50 mil para cada entrevista concedida. O ex-marido de Wallner, que também assinou o acordo à época, foi citado no processo.

Vincent White, advogado da ceramista, e especialista em casos de assédio, afirmou que raramente homens acusados recorrem à Justiça nesses casos, por conta da repercussão pública negativa. "Quando alguém tenta silenciar esse tipo de denúncia, muita gente acaba acreditando que ela é verdadeira", afirmou.