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Zélia Duncan: 'Sou folk na essência'

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Na hora marcada, Zélia Duncan entra na plataforma Zoom, meio escolhido para o bate-papo com o Estadão. Ela está em um quarto de sua nova casa, em São Paulo, onde gravou vozes e instrumentos de Pelespírito. É a primeira vez que ela mora na capital paulista. Tomou a decisão a fim de se casar com a designer Flávia Soares. "Estou sempre na contramão.

Enquanto muita gente se separou na pandemia, eu casei", diz. Atrás dela, uma televisão sem som sintonizada em um canal de notícia mostra os desdobramentos da CPI da covid. O assunto, de uma maneira ou de outra, aparece na conversa. "Não quero estar ao lado de quem não usa máscara ou rejeita a vacina", diz. Na conversa, Zélia fala sobre outro casamento, o musical, com Juliano Holanda, seu parceiro no disco, e das canções que fizeram.

Se compararmos a parceria musical com um relacionamento, ficar é um feat (participação) e uma parceria de quinze músicas já é praticamente um namoro. Por que escolheu o Juliano Holanda para este trabalho?

As músicas desse trabalho são irmãs, elas nasceram quase do mesmo parto. Eu e Juliano tivemos uma espécie de espasmo. Estou muito ativa, compondo muito e com muita gente. Porém, o Juliano furou a fila de uma maneira muito forte, pela disponibilidade e pelas afinidades que fomos sentindo. Era música o tempo todo! Na faixa Onde É Que Isso Vai Dar?, eu falo "acordo cedo, palavras soltas/ mal lavei o rosto e a canção brinca na boca". É de uma literalidade desconcertante. Eu acordava olhando o celular, se já havia uma resposta dele, e eu, imediatamente, mandava uma frase. Foi tudo muito intenso. A gente está assim, emocional. É por isso que esse disco fala de algo que diz respeito às pessoas.

Como o conheceu e como sentiu que ele seria seu parceiro?

O (empresário) José Maurício Machline fez um almoço em sua casa para que o Almério cantasse. Juliano estava com ele. Muito calado, na dele. Já achei isso bacana, pois não curto muito oba-oba - e no nosso meio tem muita fagulha para pouca chama (risos). Quando eu estava para entrar em estúdio para gravar o álbum Tudo É Um (de 2019), Almério me ligou, estava com o Juliano no Rio de Janeiro novamente. Eles foram me mostrar algumas canções e eu escolhi O Que Mereço. Até brinquei com o Juliano que ele não me esperou para fazer essa música. Depois disso, um começou a cutucar o outro. Antes da pandemia, começamos a compor juntos. Quando o isolamento começou, a provocação ficou mais intensa. Minha ideia era fazer um disco com as composições que fiz durante a pandemia com diversos parceiros. Porém, um dia, mandei uma mensagem para ele, dizendo que tinha mudado de ideia. Queria fazer um disco só com as nossas. Não estou só gravando músicas, estou afirmando um encontro que foi impactante.

Antes, vocês foram gravados por Elba Ramalho, a canção Eu e Vocês, que batizou o último álbum dela.

Quando a fizemos, disse para o Juliano que era a cara da Elba, pois falava de um coração materno - e eu nem sabia que ela estava fazendo um disco com a família (o filho Luã Yvys, produtor, e as filhas nos vocais). Mandei e ela rapidamente me respondeu que a música estava dentro e seria o nome do álbum. São essas confirmações que recebemos indicando que estamos no caminho certo. Na verdade, fiz essa música pensando no meu público, no banzo que eu sinto do palco, da saudade de cantar com o público. Eu adoro isso: a gente faz uma música por um motivo e ela toca as pessoas por outro. Eu saquei que a Elba ia se identificar pelo lado familiar, e foi o que aconteceu. A letra fala "uma balada simples, um amigo em casa". A gente nunca deu tanto valor a isso.

A faixa Pelespírito fala de um momento seu, mas mostra sua preocupação com o todo.

Tem sido uma preocupação constante minha. Tenho aprendido que é preciso estarmos mais juntos para sairmos dessa. E não é o mais junto romântico. É no sentido de que, se eu não te respeitar e se você não me respeita minimamente, não vamos conseguir nada. Mas há pontos que precisam ser comuns. Se você não concorda que tem de usar máscara e tomar vacina, eu não quero falar com você, não tenho vontade. E aí, onde é que isso vai dar? Estamos perdendo pessoas e perdendo momentos valiosos da vida. É um momento de mistério. E ele permeia o disco.

O disco tem uma pegada folk. Por que escolheu esse caminho musical?

Ele é total folk - e eu sou muito folk na minha essência. Quando eu apareci (para o grande público), no disco que tinha Catedral, sempre me perguntavam qual era o meu estilo. Eu inventei que era pop-folk-brasileiro. Nisso, tem o violão de aço, que é uma afinidade que tenho com o meu primeiro parceiro, o Christiaan (Oyens) e também agora com o Juliano. A espinha do disco sou eu e meu violão. Foi muito natural que os arranjos ficassem com essa levada que muito me caracteriza.

Tudo Por Nada talvez surpreenda porque é sertaneja, algo que ainda não tinha explorado.

Nela há um pouco do sertão nordestino e da música pantaneira. É uma brasilidade que também aparece em Eu Moro Lá, que é mais samba-reggae, com o violão que o Webster (Santos), que é baiano danado, tocou. O disco teria 14 músicas, já estava orçado, mas essa precisava entrar. O discurso dela é muito forte, fala "eu preciso doer para te estender a mão". É tudo o que estamos vivendo agora. Se para isso eu preciso estar doendo, OK, já estou doendo, pronta para ajudar alguém.

Outra faixa forte é Você Rainha, na qual você aborda a questão da violência contra a mulher, não só como denúncia, mas como uma forma de encontrar uma solução. Como você a criou?

Eu a dedico às mulheres que ficaram em casa com seus algozes ou foram vítimas de feminicídio, que é uma das doenças do Brasil. Nós, mulheres, conhecemos as assediadas. Somos as que sofrem essa violência. Sou essas mulheres. Todas nós somos essas mulheres. Essa canção é um carinho em todas elas. E ela propõe uma virada. Quando a mulher se sente um animal, uma fêmea que se protege, protege suas crias, se torna a rainha de sua vida. Fiz a letra com sentido de urgência e mandei para o Juliano. Ele logo fez a música. É bom poder contar com um parceiro homem nessa luta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Vários astros de Hollywood, como Olivia Colman, Joaquin Phoenix, Mark Ruffalo, Javier Bardem, Penélope Cruz, Emma Thompson, entre outros, assinaram uma declaração exigindo uma resposta mais contundente da Academia do Oscar referente ao caso do cineasta Hamdan Ballal. A informação é do portal Deadline.

O diretor palestino e vencedor do prêmio pelo filme Sem Chão, detido após ser espancado por colonos israelenses, foi liberado da prisão por Israel na última terça-feira, 25.

A lista também traz a assinatura dos seguintes brasileiros votantes no Oscar: Alice Braga, Lais Bodanzky, Pedro Kos, Rodrigo Teixeira, Maria Augusta Ramos, Anna Muylaert, Paula Barreto, Alê Abreu, Petra Costa, Daniel Rezende, Sara Silveira e Vania Catani.

"Nós condenamos o ataque brutal e a detenção ilegal do cineasta palestino ganhador do Oscar Hamdan Ballal por colonos e forças israelenses na Cisjordânia", diz a carta. "Como artistas, dependemos de nossa capacidade de contar histórias sem represálias. Os documentaristas frequentemente se expõem a riscos extremos para esclarecer o mundo. É indefensável para uma organização reconhecer um filme com um prêmio na primeira semana de março e, em seguida, deixar de defender seus cineastas apenas algumas semanas depois."

Um comunicado da presidente da Academia, Janet Yang, e do presidente-executivo, Bill Kramer, foi enviado aos membros depois que o codiretor do filme Yuval Abraham criticou seu silêncio após o ataque.

O texto condenava ataques a artistas, mas não mencionava o nome de Ballal ou do documentário. "Compreensivelmente, somos frequentemente solicitados a falar em nome da Academia em resposta a eventos sociais, políticos e econômicos. Nesses casos, é importante notar que a Academia representa cerca de 11.000 membros globais com muitos pontos de vista únicos", dizia o comunicado.

O Instituto Nacional de Seguridade Nacional (INSS) reativou a aposentadoria do compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal nesta sexta-feira, 28, após reclamação feita pelo artista nas redes sociais.

Hermeto, de 88 anos, disse que teve seu benefício bloqueado pelo órgão. De acordo com o INSS, ele não sacava os valores desde 2021 e, por isso, o acesso foi suspenso. Isso acontece quando o segurado não retira o dinheiro em até 60 dias após a data do depósito. Assim, os créditos são devolvidos pelo banco ao INSS e o pagamento fica suspenso até que a situação seja regularizada com a atualização cadastral, inclusive no banco. O órgão também esclareceu que o músico recebe aposentadoria por meio do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Pascoal chegou a divulgar nota de repúdio contra o bloqueio da aposentadoria. O músico alegou que o benefício foi suspenso porque ele não compareceu para fazer a prova de vida presencial, na cidade de Curitiba, no Paraná, onde não mora há mais de 10 anos.

Mesmo após resolver essa pendência, o músico disse que o acesso continuou suspenso. Hermeto fez um pedido para reativação do benefício, mas nada foi resolvido. Ele reclamou que todas as etapas dependem de aplicativo ou telefone - canais difíceis de acessar para pessoas nessa faixa etária. Hermeto alertou ainda sobre como o sistema trata os idosos, inclusive aqueles que dedicaram suas vidas à cultura brasileira.

A casa do BBB 25 se transformou em palco de uma discussão acalorada na tarde desta sexta-feira, 28, logo após João Pedro vencer a Prova do Anjo e indicar Vitória Strada para o Castigo do Monstro.

A decisão, que já havia causado desconforto durante a justificativa, desencadeou uma sequência de acusações, gritos e desentendimentos envolvendo os irmãos João Pedro e João Gabriel.

Acusação e resposta

A tensão começou assim que João Pedro anunciou seu castigo. Vitória não escondeu a insatisfação e cobrou o brother pela forma como se dirigiu a ela, alegando que ele elevou o tom durante a justificativa. A atriz também apontou o motivo da escolha como sendo uma retaliação por tê-lo barrado em uma festa da casa.

"Você me colocou no paredão. Você me colocou no monstro porque eu te coloquei no barrado", disse ela, referindo-se à dinâmica do "Barrado no Baile", em que o Líder escolhe alguém para não ir à festa semanal.

Os irmãos, no entanto, rebateram imediatamente. João Gabriel afirmou que ouviu a palavra "índole" associada ao nome dele e do irmão em uma conversa anterior. João Pedro reforçou a acusação, alegando que se sentiu ofendido e que sua escolha foi uma resposta a isso. "Você questionou nossa índole, eu não gostei. Eu não gosto", afirmou o Anjo.

Vitória se defende

A atriz negou veementemente ter atacado os dois. Disse que jamais falou sobre o caráter dos irmãos e que não compreendia o motivo da reação. "Eu acho vocês dois caras incríveis com uma índole intacta. E eu não tô aqui pra questionar isso", disse.

O clima ficou mais tenso à medida que os brothers falavam ao mesmo tempo, interrompendo uns aos outros. Vitória, visivelmente incomodada, pediu várias vezes para ser ouvida. "Deixa eu terminar pelo menos a minha frase?", reclamou.

Vinícius também entrou no bate-boca com os gêmeos. O baiano confrontou João Gabriel e relembrou episódios passados envolvendo Aline e Renata. "Gritar com uma mulher é falta de respeito também", disse o promotor de eventos. "Se coloque no seu lugar e seja homem, rapaz!"

Guilherme tentou intervir e aconselhou Vinícius: "Você não é pai de ninguém, não". A fala incomodou João Gabriel, que respondeu exaltado: "Eu não vim procurar pai não, meu chapa. Eu tenho meu pai lá fora!".

Em meio à confusão, João Gabriel questionou se Vinícius o chamou de "pomba suja" no passado. O baiano negou, mas admitiu o uso da expressão em outro contexto e reforçou seu arrependimento: "Mas de qualquer forma, me desculpa pela palavra que eu falei. Assim como todo mundo já errou aqui dentro. Mas os pesos são colocados de formas unilaterais sempre."

Vinícius ainda destacou o que considera uma diferença de tratamento dentro da casa: "Parece que o meu erro mereceu apedrejamento... e o erro de outras pessoas aqui dentro?" Renata respondeu: "Foi algo que nos machucou. Eu fiquei muito chateada."

Ainda assim, João Gabriel manteve a posição de que ele e o irmão foram atacados. A conversa se estendeu por vários minutos, sempre marcada por interrupções e tensão crescente.

Desabafo no quarto

Mais tarde, Vitória se isolou no quarto e desabafou, chorando, com colegas do grupo. Disse sentir que sua voz não é ouvida da mesma forma que a dos brothers e que está cansada da forma como precisa se posicionar.

"Só tem escuta para homem, não é o mesmo tratamento", afirmou. "Tenho que gritar pra ser ouvida, e mesmo assim eu não sou. Eles são muito reativos, estou com muita raiva."

Enquanto isso, João Pedro e João Gabriel também se recolheram no Quarto Nordeste para conversar sobre a repercussão da briga. Renata, que é próxima dos dois, ouviu o relato e fez um comentário direto sobre a postura dos irmãos. "Às vezes vocês passam dos ponto, sim", disse ela, em tom calmo.

Os gêmeos ouviram a observação em silêncio e, em seguida, refletiram sobre o comportamento durante as discussões."Tudo bem que nós fala 'a, a, a', mas é o nosso jeito. Tudo bem que nós tem que mudar isso também", comentou João Pedro.