Anvisa analisa novamente pedido de importação das vacinas Sputnik V e Covaxin

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A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avaliará nesta sexta-feira, 4, em reunião extraordinária às 14 horas (de Brasília), os pedidos de importação das vacinas contra covid-19 Sputnik V e Covaxin. Em março, a agência rejeitou a solicitação do Ministério da Saúde para autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina indiana Covaxin (BBV152).

Na época, a direção da Anvisa informou que os dados apresentados não cumpriram os requisitos de lei para atestar a qualidade e eficácia da vacina indiana. O Ministério da Saúde tem contrato para compra do imunizante, produzido pela Bharat Biotech, da Índia.

Já o imunizante russo Sputnik V teve a importação negada em abril pela Anvisa por falta de dados básicos para análise do produto e em falhas identificadas pela área técnica da agência que podem comprometer eficácia, segurança e qualidade do imunizante.

Segundo a legislação, Estados, municípios e o Distrito Federal ficam autorizados a adquirir, a distribuir e a aplicar as vacinas contra a covid-19 registradas, autorizadas para uso emergencial ou autorizadas excepcionalmente para importação caso a União não realize as aquisições e a distribuição tempestiva de doses suficientes para a vacinação dos grupos previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação.

Histórico da Sputnik V

A pressão sobre a Anvisa para uma autorização para importação excepcional da Sputnik se apoiou na lei 14.124/2021. A norma prevê que Estados e municípios podem importar e utilizar vacinas em caráter excepcional contanto que o imunizante tenha recebido aprovação dos órgãos regulatórios de um dos seguintes países/regiões: EUA, União Europeia, Japão, China, Reino Unido, Rússia, Índia, Coreia, Canadá, Austrália e Argentina.

Pela norma, a Anvisa tem 30 dias para se posicionar sobre a importação. Caso não o faça, a autorização é automática.

A partir de um pedido do governo do Maranhão para importação de doses, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, confirmou esse prazo de 30 dias, que venceria no final de abril. A Anvisa chegou a entrar com recurso dia 20 de abril, pedindo a suspensão do prazo sob a alegação de que faltam dados que atestem a segurança e eficácia do imunizante, mas Lewandovski negou o pedido.

Na avaliação do ministro, não cabia prorrogação, uma vez que a lei em questão foi desenhada justamente para acelerar os procedimentos de aprovação das vacinas no contexto da "gravíssima" pandemia.

A pressão sobre a Anvisa pela aprovação do imunizante foi intensa também por parte do Congresso. Em fevereiro, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que iria "enquadrar" a Anvisa, numa declaração que foi entendida por integrantes da agência como pressão política no órgão técnico.

No mesmo dia, o Congresso chegou a aprovar projeto de lei para que a agência autorizasse, em cinco dias, o uso emergencial de vacinas já aprovadas em outros países, como Rússia e Argentina. O trecho que estabelecia o prazo foi vetado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O lobby no Congresso teve como um dos líderes o ex-deputado federal Rogério Rosso, ex-líder do Centrão na Câmara que se tornou em 2019 diretor de negócios da farmacêutica União Química, parceira do governo russo na produção do imunizante no Brasil.

Apesar da pressão, a Sputnik vem despertando desconfiança e insegurança em outras agências regulatórias. Na segunda-feira, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, declarou que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ainda não recebeu dados suficientes dos estudos da vacina que permitam uma aprovação do produto no continente.

Histórico da Covaxin

O governo federal comprou 20 milhões de doses da Covaxin, por cerca de US$ 14 cada unidade. No total, o negócio é de R$ 1,6 bilhão, mas o pagamento só será feito após a Anvisa liberar o uso do produto, segundo a Saúde. Trata-se de valor superior ao de cada dose da vacina de Oxford/AstraZeneca, fabricada na Índia (US$ 5,25 por unidade), e os US$ 10 pagos pela Coronavac.

A expectativa do ministério era de que 8 milhões de unidades desembarcassem no País ainda em março. No mês seguinte, o mesmo volume.

Em maio, outras 4 milhões de doses. Na época, a Anvisa afirmou que os lotes já feitos desta vacina poderiam estar comprometidos, pois "não teriam a garantia de reprodutibilidade com os lotes clínicos e da segurança do produto".

Em fevereiro, o deputado Ricardo Barros também apresentou emenda à Medida Provisória 1.026/2021 para que a Anvisa liberasse imunizantes aprovados na Índia, ação que facilitava a entrada da Covaxin.

DOSES DA SPUTNIK NEGOCIADAS NO PAÍS

Ministério da Saúde - 10 milhões

Consórcio Nordeste - 37 milhões

Consórcio Brasil Central (GO, MS, MT, DF, TO, MA E RO) - 28 milhões

Niterói (RJ) - 800 mil

Maricá (RJ) - 500 mil

TOTAL: 76,3 milhões

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Durante participação no videocast Desculpa Alguma Coisa, a atriz Cláudia Ohana relembrou um episódio traumático vivido nos bastidores da novela A Próxima Vítima, exibida pela TV Globo em 1995. Em conversa com Tati Bernardi, ela contou que levou um tapa de verdade do ator Marcos Frota durante a gravação de uma cena, sem ter sido avisada previamente.

"Eu me lembro do dia em que fiz. Eu tive um ataque no dia porque ele [Marcos Frota] me deu um tapa de verdade e eu saí chorando, falando: 'Não vou gravar essa cena, não estou aqui para levar tapa de ninguém'. Isso era a Cláudia falando", relatou a atriz.

Segundo Cláudia, a situação causou uma crise nos bastidores, a ponto de ela não querer mais gravar a cena prevista para o dia. A atriz explicou que sua personagem, Isabela, era constantemente agredida na trama e que, em outra sequência, chegou a ser esfaqueada pelo personagem Marcelo, interpretado por José Wilker.

Ela ainda refletiu sobre como cenas de violência eram tratadas na época. "Eu acho que essa cena não se gravaria hoje de jeito nenhum. Não pode", afirmou. Cláudia também disse que sentia medo na hora de gravar as cenas e criticou a maneira como o público reagia: "As pessoas adoravam ver isso, adoravam ver a Isabela sendo espancada, sendo esfaqueada".

A exposição inédita Andy Warhol: Pop Art! estreia em São Paulo em 1º de maio, no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB-FAAP). Trata-se da maior mostra sobre o artista e diretor americano já realizada fora dos Estados Unidos, e ficará em cartaz até 30 de junho. Os ingressos, que custam entre R$ 25 (meia-entrada) e R$ 70, já podem ser adquiridos no site oficial.

As mais de 600 obras apresentadas virão diretamente do The Andy Warhol Museum, que fica em Pittsburgh, na Pensilvânia, cidade natal do artista.

A mostra pretende destacar a pluralidade artística de Warhol, e para isso contará com obras de diversas fases de sua carreira, com pinturas, serigrafias, esculturas raras, fotografias, instalações e filmes experimentais, dispostas em 2.000 metros quadrados no MAB. Estarão na lista pinturas icônicas como Campbell's Soup.

Expoente do movimento Pop Art, famoso por utilizar de elementos da cultura popular, Warhol pintou retratos de figuras célebres como Elvis, Mao, Marilyn, Michael Jackson e Pelé, que integram a mostra. A curadoria é de Amber Morgan e Priscyla Gomes.

Andy Warhol: Pop Art!

Quando: de 1º de maio a 30 de junho de 2025, de terça a domingo, das 9h às 20h (com última entrada às 19h)

Onde: Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB FAAP) - Rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo

Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada) de terça à sexta-feira; R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia-entrada) aos sábados, domingos e feriados

Como comprar: Ingressos já disponíveis no site oficial ou na bilheteria do MAB, sem taxa de conveniência

Livre para todas as idades

Estacionamento no local

O ator Robert de Niro, lenda do cinema americano e duas vezes ganhador do Oscar, receberá uma Palma de Ouro honorária na abertura do 78º Festival de Cannes, em 13 de maio, informaram os organizadores da mostra nesta segunda-feira, 7.

"Há rostos que encarnam a sétima arte e diálogos que marcam para sempre os cinéfilos. Com sua interpretação interiorizada, que aflora na suavidade de um sorriso ou na dureza de um olhar, Robert De Niro se tornou um mito do cinema", destacou a organização em nota à imprensa.

O Festival não apenas premiará a carreira do protagonista de Taxi Driver e A Missão, mas também seu papel como produtor e fundador do Festival TriBeCa, em Nova York, acrescentou o texto.

"Meus sentimentos pelo Festival de Cannes são muito fortes", explicou de Niro, de 81 anos, citado no comunicado.

"Especialmente hoje, quanto tantas coisas no mundo nos separam, Cannes nos reúne: narradores, cineastas, admiradores e amigos. É como voltar para casa", prosseguiu.

De Niro receberá o prêmio na cerimônia de abertura, e no dia seguinte dará uma "masterclass" para o público em Cannes.

A 78ª edição do festival será realizada entre 13 e 24 de maio. A seleção de filmes será revelada na próxima quinta-feira a partir das 11h, horário de Paris (6h de Brasília).

De Niro participou de várias edições do Festival de Cannes e presidiu o júri da mostra francesa em 2011, mas nunca recebeu um prêmio de melhor ator.

Em Hollywood, ganhou o Oscar em duas ocasiões: em 1975, como melhor ator coadjuvante no papel do jovem mafioso Vito Corleone em O Poderoso Chefão II, de Francis Ford Coppola; e em 1981, como melhor ator pela interpretação de um lutador de boxe em Touro Indomável, de Martin Scorsese.

De Niro nasceu em agosto de 1943, em Little Italy, bairro de Nova York, filho de pais artistas e imigrantes europeus. Americano de nascimento, obteve a cidadania italiana em 2006.

Cresceu em um ambiente boêmio e começou a atuar aos 16 anos, inicialmente no teatro. Seu primeiro papel no cinema foi em Festa de Casamento (1969), de Brian de Palma, seguido de Os Cinco de Chicago (1970), de Roger Corman.

Embora tenha interpretado papéis muito variados, de dramas familiares a comédia, sua carreira permanece irremediavelmente ligada à de Martin Scorsese, que tem a propensão de escalá-lo para papéis de mafioso ou vilão, como em Os Bons Companheiros (1990), O Irlandês (2019) e Assassinos da Lua das Flores (2023).