Mestre, Raul de Souza foi além do trombone

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Muitos vão dizer por dias que ele foi o maior trombonista do Brasil, um dos maiores do mundo. Sua morte será lamentada, imagens serão postadas e sua generosidade, exaltada. Mas o que de fato Raul de Souza tinha, além da superfície e da história que se cata aqui e ali, para ser Raul de Souza? O que o levou aos inúmeros festivais de jazz, a estar onde a música brasileira mais brilhava e a gravar com Sonny Rollins, Airto Moreira, Cal Tjader, Stanley Clarke, Ron Carter, Chick Corea, Freddie Hubbard, Sarah Vaughan, George Duke, Lionel Hampton, Frank Rosolino, Sérgio Mendes, Flora Purim, Milton Nascimento e tanta gente? Que música era essa?

Não se conhecerá Raul de Souza por inteiro ouvindo apenas um de seus álbuns, mas uma parte de Raul já é inebriante. Então, com o perdão do imperativo, ouça o que deixou esse homem que se foi aos 86 anos, na noite de domingo, 13, na França, onde vivia, por complicações de um câncer na garganta. E, se puder, comece por À Vontade Mesmo.

Este primeiro álbum da discografia solo do trombonista, lançado em 1965, já o traz arrasador e pronto, aos 31 anos de idade, depois de muitas colaborações em estúdios, gigs no Beco das Garrafas e gafieiras pelos bailes do Rio de Janeiro.

Sua backing band, jeito bonito de chamar a banda de apoio, era tão luxuosa quanto o termo: tratava-se do Sambalanço Trio, de César Camargo Mariano, que vinha com a bateria de Airto Moreira e o baixo de Humberto Cláiber. Raulzinho, como era chamado, vem espantosamente ágil e feroz para tocar À Vontade Mesmo, o tema de abertura. Um fraseado limpo e sempre muito melódico, com cortes na respiração e sem glissandos, o deslizar entre as notas que torna os trombones de vara tão mais sensuais do que os de pisto. Raul, jovem e em busca da lacração, só usou, até meados da década de 1970, as peças com pisto, ou válvulas, uma forma de conseguir respostas mais rápidas.

João Gilberto já havia lançado Você e Eu, de Carlos Lyra e Vinicius, no álbum de 1961, e é bom saber disso antes de pular para a versão feita por Raul de Souza em À Vontade Mesmo. O jazz e sua força instrumental pulsavam em Raul e o faziam se juntar ao time dos rebeldes em busca de um lugar de protagonismo para os instrumentistas. A bossa nova, desde 1959, havia se apresentado muito generosa aos compositores, aos arranjadores e, mesmo impondo sérias limitações, às vozes. Assim, Você e Eu surge no álbum de Raul como uma libertação reverencial mas impositiva que dizia: por trás de toda a contenção das gravações minimalistas de uma bossa nova pode haver um músico exuberante. Seu trombone já chega improvisando no segundo ciclo harmônico, depois de tocar a melodia apenas uma vez, em um andamento bem mais veloz do que as versões de Você e Eu que se conhecia até ali. Ele faz extravagâncias deliciosas antes de passar a vez para o piano de César e retomar a melodia novamente. Depois de dizer 'olhem para nós também', retomava sua admiração pela beleza da cena que se impunha a todos e tocava uma das mais belas versões de Primavera, também de Lyra e Vinicius, mas agora como uma bossa cool extremamente delicada, como Chet Baker fazia com um aerofone menor, o trompete.

O Raul de Souza que se ouve em 1977, para conhecer mais uma de suas faces, é outro homem. Aqui, inspirado pelo funk e pela disco, ele faz um álbum pulsante, eletrificado e rock and roll. Sua vida já saiu do Brasil e se baseia agora nos Estados Unidos, onde viveu por quase 20 anos antes de sua partida para 16 anos de França. O jazz que ele respira já havia se fundido ao rock no início da década para criar o fusion, arrastando gente que o admirava, como Chick Corea, John McLaughlin e Miles Davis. Mas Raul viu tudo aquilo talvez como algo cerebral demais. Agora, no LP Sweet Lucy, tudo se eletrificava de forma espetacular nas mãos gigantes do "funky boy" Byron Miller no baixo; do impossível baterista Leon Ndugu Chancler, que cinco anos depois estaria gravando o álbum Thriller, com Michael Jackson; da tecladista Patrice Rushen e do guitarrista Al McKay, do Earth, Wind & Fire. Todos dirigidos por George Duke, da banda de Frank Zappa, The Mothers of Invention. É preciso ouvir esse álbum para falar de Raul de Souza.

Muitas histórias, músicas e um instrumento inovador existem entre o álbum de 65 e o de 77. Dirão que, em algum momento, Raul criou um instrumento e o patenteou, e é verdade. Seu nome é souzabone, uma peça de quatro válvulas, uma a mais do que os trombones de válvula normais. Raul adorava falar de sua invenção e escreveu sobre ela em sua página de Facebook. Em 5 de abril de 2020, ele disse o seguinte ao postar a imagem de um de seus shows mais recentes: "O souzabone é o instrumento que criei. É um trombone de pisto com um quarto pisto a mais e geralmente é usado com pedais de efeito (oitavador, delay, etc), como nessa performance". Seu apetite pela invenção não cabia mais no próprio instrumento. Foi preciso expandi-lo.

Uma das mais saborosas histórias que às vezes vira lenda foi confirmada ao repórter pelo músico em uma entrevista ao Estadão, de 2014. Era sério mesmo que ele tocava para os búfalos quando era menino? Sim, disse. Ele atravessava um rio de barco, levando seu instrumento em uma caixa, quando avistou um búfalo enorme perto da margem. Em vez de fazer silêncio, como as outras pessoas, empunhou o trombone e tocou duas melodias, uma em tom maior e outra em menor. Os búfalos, antes mesmo das pessoas, já haviam entendido a beleza de seu som.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A mulher que acusou Jay-Z de tê-la estuprado quando ela tinha 13 anos afirmou, em uma gravação que veio a público nesta semana, que o rapper não cometeu o abuso. No mesmo áudio, ela também declarou que foi forçada a mover o processo por seu advogado.

A gravação, obtida pela emissora americana ABC News e pela revista Rolling Stone, é de uma conversa entre a mulher, identificada com o pseudônimo Jane Doe, e dois investigadores particulares associados ao rapper, e vem à tona após o arquivamento do processo, no mês passado.

Durante a conversa, a mulher responde perguntas feitas pelos investigadores. "Você está dizendo que Jay-Z estava lá, mas que ele não participou?", questiona um deles. A mulher, então, responde: "Ele só estava lá."

Em seguida, a segunda investigadora continua: "Ele só estava lá, mas não teve relação alguma com qualquer ato sexual direcionado a você?" A mulher apenas concorda e, posteriormente, afirma que moveu a acusação por pressão de seu advogado, Tony Buzbee. "Foi ele quem me forçou a seguir em frente com a acusação contra ele, contra Jay-Z."

Advogado nega acusações e rebate com outro áudio

Em contrapartida, Buzbee enviou à ABC outra gravação, de uma conversa sua com a cliente, em que ela nega as declarações dadas aos investigadores. Ele pergunta: "Eles dizem que têm uma gravação sua negando que Jay-Z te estuprou. É verdade?" Ela refuta: "Não, eu nunca disse isso."

Buzbee continua: "Eles também alegam que você disse, e eles têm isso gravado, que eu, Tony Buzbee, criei esse plano e te disse para acusar Jay-Z de abuso, só para você ganhar mais dinheiro." Ela mais uma vez diz que não.

Posteriormente, em declaração enviada à revista Rolling Stone, o advogado diz que as acusações contra ele são falsas, e que sua cliente foi perseguida pela defesa de Jay-Z. "A posição dela é muito clara e nunca mudou. A gravação é uma prova montada. Os investigadores atormentaram, assediaram e enganaram aquela pobre mulher, tiraram o que ela disse do contexto e a gravaram secretamente. Ela mantém sua alegação de que Jay-Z estava lá na festa e que [ele] a agrediu. Ela nunca hesitou nesse ponto, nem uma vez."

Em declaração juramentada, os investigadores privados afirmaram que a mulher falou com eles na entrada de sua própria casa, no Alabama, no dia 21 de fevereiro, e que não foi pressionada em momento algum.

No entanto, a própria Jane afirmou, também de forma juramentada, que sustenta suas alegações contra o rapper, e que desistiu do processo por "medo de intimidação e retaliação de Jay-Z" e seus fãs. Segundo o advogado do artista, Casey Spiro, a mulher e Tony Buzbee serão processados por difamação.

Relembre o caso

A denúncia de estupro, feita no final de 2024, alegava que Jay-Z e Sean Combs, o P. Diddy, haviam abusado de uma adolescente em setembro de 2000, em uma festa após o Video Music Awards (VMA), premiação da MTV. O ato foi supostamente testemunhado por uma outra celebridade que nada teria feito para impedir o ataque.

O marido de Beyoncé sempre negou as acusações, e comemorou o arquivamento do caso em fevereiro. "Hoje é um dia de vitória. As alegações frívolas, fictícias e terríveis foram arquivadas. Este processo civil não tinha mérito e nunca levaria a lugar nenhum. O conto fictício que criaram seria risível, se não fosse pela seriedade das alegações", afirmou o norte-americano nas redes sociais de sua gravadora, a Roc Nation.

George Clooney surpreendeu ao surgir com os cabelos escuros para seu mais novo trabalho. O ator e diretor trocou os fios grisalhos por um tom mais escuro para interpretar o jornalista Edward R. Murrow na peça Boa Noite e Boa Sorte, sua estreia nos palcos da Broadway.

O espetáculo é uma adaptação teatral do filme homônimo de 2005, que Clooney dirigiu e coescreveu.

O visual renovado do astro chamou atenção nas redes sociais, já que os cabelos grisalhos sempre foram uma de suas marcas registradas.

Em entrevista ao The New York Times, Clooney comentou que não estava animado com a mudança e brincou sobre a reação de sua família, mencionando que sua esposa, Amal Clooney, não aprovaria e que seus filhos provavelmente ririam da transformação.

"Nada faz você parecer ainda mais velho do que pintar o cabelo", afirmou o ator.

A peça, que marca a estreia de Clooney na Broadway, revive a história do lendário jornalista Edward R. Murrow, conhecido por seu papel fundamental na cobertura da era do macartismo nos anos 1950.

Ayo Edebiri, atriz conhecida por seu papel na premiada série O Urso, revelou ter recebido ameaças de morte e comentários racistas após um boato falso sobre sua participação na franquia Piratas do Caribe. O rumor, que circulou em fevereiro de 2024, afirmava que ela substituiria Johnny Depp como protagonista da saga.

A especulação ganhou força após Elon Musk, dono da plataforma X (antigo Twitter), compartilhar a informação falsa com a legenda "A Disney é uma droga". O boato alegava que Edebiri assumiria o papel de Jack Sparrow no sexto filme da franquia. No entanto, outras versões apontavam que ela, na verdade, faria parte de um projeto derivado liderado por Margot Robbie - ambos os projetos foram anunciados pela Disney em 2020, mas não avançaram desde então.

Mesmo sem qualquer envolvimento oficial com os filmes, Edebiri foi alvo de uma onda de ataques nas redes sociais. Em uma publicação recente no Instagram, a atriz relembrou o episódio, descrevendo as ameaças recebidas como algumas das "mais insanas" de sua vida. Ela ainda criticou Musk, referindo-se ao empresário com "um homem idiota".

Atualmente, Ayo Edebiri segue envolvida em novos projetos, incluindo a produção de um filme live-action sobre Barney, em parceria com o estúdio A24. Enquanto isso, a franquia Piratas do Caribe ainda não tem um futuro definido. O produtor Jerry Bruckheimer afirmou em 2024 que um reboot está nos planos e que, se dependesse dele, Johnny Depp voltaria ao papel de Jack Sparrow.