Integrantes do grupo Rumo reavaliam história da 'vanguarda paulistana'

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Rumo, de Flávio Frederico e Mariana Pamplona, é um documentário original sobre o grupo musical do mesmo nome, um dos emblemas da chamada "vanguarda paulistana". Integrado originalmente por dez elementos (duas mulheres, oito homens), com variações ao longo do tempo, o Rumo foi uma faísca de inteligência num momento de renovação da música brasileira dos anos 1970.

Não por acaso, um dos seus integrantes relembra que a 'Bíblia' era o livro Balanço da Bossa (Editora Perspectiva), coletânea de artigos organizada por Augusto de Campos em 1968. Assinados por gente como o próprio Augusto, Júlio Medaglia, Gilberto Mendes, Brasil Rocha Brito, etc., os textos estudam a evolução da MPB, do samba tradicional à bossa nova, e, desta, à Tropicália. Uma expressão permeia o livro e lhe dá sentido: "linha evolutiva da MPB", arte em mutação, incorporando o passado e gerando sínteses para o futuro.

É um pouco o que deseja fazer o Rumo, já nos anos 1970. As entrevistas com os músicos dão conta dessa busca permanente da invenção, que redunda não apenas em releitura de clássicos da música brasileira, como Ataulfo Alves e Noel Rosa, mas em composições próprias. Às vezes envereda por uma espécie de canto falado, de grande originalidade, em diálogo talvez longínquo com o Pierrot Lunaire, de Arnold Schoenberg.

O grupo Rumo, que apostava também no humor e numa poética inovadora e rigorosa em suas letras, oficiava no Teatro Lira Paulistana, na Praça Benedito Calixto, e dirigia-se às plateias cults daqueles anos um tanto soturnos da história brasileira. Era composto por jovens da cidade, muitos da USP, como Luiz Tatit, Ná Ozzetti, Hélio Ziskind, Paulo Tatit, Pedro Mourão, Akira Ueno, Gal Oppido, Zecarlos Ribeiro, Geraldo Leite, Ricardo Breim e Fábio Tagliaferri. Ciça Tuccori morreu em 2003. Outros passaram pelo grupo, como o ensaísta, pianista, compositor e professor José Miguel Wisnik.

Aqui e ali, na reavaliação dos músicos sobre o passado, feita agora a partir do presente, ouvem-se queixas sobre a falta de divulgação nas rádios e TVs. A crítica os glorificava mas, como diz um deles, "jornal não toca música".

Essa circunstância os manteve num semiamadorismo talvez desconfortável, mas bastante profícuo. Todos seus integrantes tinham outras profissões "para pagar os boletos", como se diz hoje. E, portanto, faziam a música que bem entendiam, sem concessões a modismos, facilidades ou outras imposições comerciais.

Mesmo assim, foram bem longe. Conseguiram inesperado sucesso no Rio de Janeiro, mais do que em São Paulo. Mantinham plateias fiéis. O grupo durou nada menos que 17 anos contínuos. Soube acabar, na consciência rara de que tudo é provisório nesta vida, mesmo conjuntos musicais bem-sucedidos. Usou humor refinado até para se dissolver, num emocionante show de despedida. A música final, interpretada por Ná Ozzetti, é uma joia de invenção e sensibilidade filosófica bem-humorada sobre o correr do tempo.

De resto, o grupo terminou e voltou várias vezes, renascendo como fênix, fazendo shows, gravando e depois retornando ao silêncio. Marcou a história da música brasileira.

A sacada certeira do documentário é fazer-se original para abordar um conjunto inovador. Um filme convencional não daria o mesmo resultado. Desse modo, o uso intenso de técnicas de animação traz frescor ao trabalho. Em especial na primeira parte, os personagens são apresentados, em ambiente real, em suas casas ou estúdios. Mas suas imagens são de avatares animados. Esse recurso entra em consonância com um grupo que alia o erudito ao pop sem qualquer cerimônia. A irreverência dos seus integrantes ganha, deste modo, contrapartida cinematográfica.

No mais, é um filme banhado em muita música, o que, por paradoxo, não é coisa muito frequente em documentários musicais. A opção em trazer doses generosas da música do Rumo para a tela beneficia não apenas os que a conhecem - e dela têm saudades - como aqueles, mais jovens, que estão sendo agora apresentados a ela.

Vale a pena assistir ao documentário e voltar ao repertório do Rumo, que, apesar de outsider, gravou vários discos e hoje encontra-se disponível nos serviços de streaming.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Gracyanne Barbosa utilizou os Stories do Instagram nesta terça-feira, 22, para compartilhar uma mensagem de aniversário para Belo. O pagodeiro está comemorando 51 anos.

"Hoje é o aniversario de uma pessoa com quem dividi quase metade da minha vida. Foi amor. Foi real. Foi intenso. Foi verdadeiro. Independentemente dos caminhos que a vida tomou, desejo a ele um novo ciclo de luz, paz, sabedoria e proteção. Que Deus continue guiando seus passos e afastando tudo aquilo que não é verdadeiro. O tempo pode passar, mas o carinho e a gratidão permanecem. Feliz aniversário, Belo", escreveu a musa fitness.

O ex-casal se encontrou publicamente após a eliminação de Gracyanne do BBB 25. Os dois estiveram no palco do Domingão com Huck no dia 23 de março, e ela falou sobre a separação: "É impossível não ter uma boa relação. O carinho, a amizade, o amor, mesmo que em outro lugar, vai permanecer sempre."

Separada de Belo desde abril de 2024, a ex-BBB voltou a falar sobre o assunto durante o Encontro com Patrícia Poeta, mas evitou afirmar ou descartar um retorno. Belo está atualmente em um relacionamento com Rayane Gigliuzzi. "O futuro a Deus pertence", afirmou.

Sophie Nywedie, atriz mirim que participou de filmes como Noé e Corações em Conflito, morreu no dia 14 de abril, aos 24 anos.

A notícia foi divulgada pela imprensa americana nesta terça-feira, 22. Segundo o Deadline, ela "se automedicou para lidar com todo o trauma e vergonha que guardava dentro de si, e isso resultou em sua morte".

Em um texto divulgado pela família da atriz, Sophie foi descrita como uma garota gentil e confiante, qualidade que, segundo seus familiares, a deixou vulnerável a abusos.

"Ela escrevia e desenhava de forma intensa, sua arte revela a profundidade que ela possuía e também expressa a dor que enfrentava. Muitos de seus trabalhos são mapas de suas dores e traumas. Mesmo com esses mapas, com diagnósticos e com suas próprias revelações, as pessoas próximas a ela - terapeutas, policiais e outros que tentaram ajudá-la - estão com o coração partido por não terem conseguido salvá-la", diz a nota.

A família da atriz ainda disse que ela afirmava que conseguiria lidar com seus traumas sozinha e que se recusava a se submeter a tratamentos.

O comunicado publicado pela família ainda pediu que, em vez de flores e presentes, as pessoas realizassem doações à organização RAINN (Rede Nacional de Estupro, Abuso e Incesto, em tradução livre) em nome de Sophie Nyweide. A instituição é a maior organização de combate à violência sexual nos Estados Unidos.

A atriz participou de filmes como Corações em Conflito, Bella, Margot e o Casamento, E Depois Chegou o Amor, Apaixonados em Nova York e Noé.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

João Pedro disputa a grande final do BBB 25 nesta terça-feira, 22, ao lado de Renata e Guilherme. O brother, que entrou no programa formando dupla com o irmão gêmeo João Gabriel, chega ao último dia com 13% das intenções de voto segundo enquete parcial do Estadão, ocupando o terceiro lugar na disputa pelo prêmio de R$ 2,72 milhões.

Parceria com o irmão gêmeo

João Pedro entrou no BBB 25 ao lado do irmão João Gabriel, formando a dupla apelidada carinhosamente de "os gemim". Nascidos em Goiatuba, Goiás, os gêmeos de 21 anos ganharam a simpatia do público rapidamente, principalmente pela forte sintonia entre eles e pela maneira extrovertida com que lidavam com a vida no campo, sua maior paixão fora do programa.

Os dois irmãos, que trabalham juntos como salva-vidas de rodeio e influenciadores digitais, começaram o programa destacando diferenças em suas personalidades: João Pedro sempre se apresentou como o mais calmo e paciente da dupla, enquanto João Gabriel era visto como mais "esquentado".

"Meu irmão é mais namorador, parte para cima de todo mundo. É conversador", afirmou João Gabriel sobre João Pedro, ainda no início da temporada.

A parceria entre os gêmeos foi duradoura, sendo desfeita apenas no 14º Paredão, quando João Gabriel foi eliminado com 51,95% dos votos. A saída veio após um confronto simbólico com Diego Hypolito, irmão de Daniele, que havia sido eliminada por João Pedro dois dias antes.

'Treta do Chapéu'

Um dos momentos mais marcantes da participação de João Pedro foi a briga protagonizada com o irmão João Gabriel, que ficou conhecida pelo público como a "Treta do Chapéu".

Tudo começou durante uma Festa do Líder com temática rural, quando João Gabriel percebeu que o chapéu entregue pela produção para João Pedro era, na verdade, dele.

O engano provocou tensão imediata entre os dois irmãos, resultando em uma discussão acalorada, troca de farpas e um afastamento temporário. Chateado, João Gabriel chegou a abandonar o Apê do Líder e avisou ao irmão: "Comigo você não fala mais nunca".

Após algumas horas e com os ânimos mais calmos, os gêmeos acabaram se reconciliando. João Gabriel esclareceu para os outros participantes que aquele tipo de discussão era comum entre eles: "É normal isso daí. Eu e meu irmão somos desse jeito. Só que a gente ama um ao outro".

Provas e desempenho no jogo

João Pedro se destacou por ser competitivo e participar bem das dinâmicas do BBB 25. Foi o único entre os finalistas a conquistar quatro lideranças, venceu uma Prova do Anjo, garantiu imunidade em outras duas semanas e nunca recebeu o Castigo do Monstro. Ao longo da temporada, passou 11 vezes no Vip e 10 vezes na Xepa.

Uma das vitórias mais impressionantes foi na prova em que os participantes foram içados por cabos a alturas que simulavam um prédio de sete andares. A cada nível, precisavam arremessar objetos em alvos no chão com pontuações variadas. João Pedro somou 525 pontos e venceu a disputa, garantindo vaga no Top 4. Após o resultado, Tadeu Schmidt o apelidou de "goleiro", em referência à sua precisão nos lançamentos.

Além das provas tradicionais, João Pedro também protagonizou momentos marcantes em dinâmicas especiais, como no "Barrado no Baile". Escolhido para ficar de fora da festa da Líder Vitória Strada, foi levado a um quarto separado com o desafio de encontrar cinco chaves escondidas entre 22 mil bolinhas.

Embate com Vitória Strada

Apesar de manter uma postura geralmente tranquila, João Pedro protagonizou um dos conflitos mais intensos da temporada ao indicar Vitória Strada ao Castigo do Monstro após vencer a Prova do Anjo.

A decisão reacendeu uma tensão antiga entre os dois, iniciada ainda nas primeiras semanas, quando o goiano a colocou no Paredão e justificou a indicação com base em conflitos anteriores envolvendo outras sisters.

Na ocasião, Vitória reagiu à justificativa de João Pedro e o acusou de retaliação por ter sido vetado por ela na dinâmica do "Barrado no Baile".

"Você me colocou no Monstro porque eu te barrei da festa", disse a atriz, em meio à discussão que se espalhou pela casa. João Gabriel também entrou no embate, alegando que os dois irmãos haviam sido atacados em comentários que questionavam sua índole. "Você questionou nossa índole. Eu não gostei. Eu não gosto", reforçou João Pedro.

O confronto ganhou ainda mais proporção quando Vinícius interveio para defender Vitória, criticando o tom da conversa e a postura dos irmãos. "Gritar com uma mulher é falta de respeito também", disse o promotor de eventos, em um bate-boca que envolveu diversos participantes.

Horas depois, já mais calmos, os gêmeos se isolaram no Quarto Nordeste para refletir sobre o impacto da discussão. João Pedro reconheceu o excesso: "Tudo bem que a gente fala 'a, a, a', mas é o nosso jeito. Tudo bem que a gente tem que mudar isso também."

Clima tenso com Eva e rachadura com Renata

Na reta final do programa, João Pedro protagonizou mais um momento de tensão ao se desentender com Eva durante uma festa.

O brother se incomodou com uma suposta expressão de deboche da sister e afirmou, em conversa com Renata, que já não conseguia manter a aliança com a dançarina. "Eu não estou aguentando mais, não", disse, dizendo ainda que o irmão, João Gabriel, também estava abalado pela convivência com a Sister.

A tentativa de Renata de mediar a situação acabou piorando o clima. Acusada por João Pedro de se afastar dos irmãos e falar mal deles com Eva, a sister rebateu: "Claro que não, João!", mas ouviu em resposta: "Já deu pra perceber!".

Ao fim da festa, o desentendimento se estendeu até o banheiro, quando João Pedro ironizou Eva com um comentário sobre o quarto do grupo: "Vou deitar lá, viu Eva, no quarto! Se você deixar... Princesa!". Renata, já irritada com a sequência de provocações, respondeu de forma direta: "Para com isso, João!".

Prêmios e legado no jogo

Durante sua participação no BBB 25, João Pedro conquistou dois apartamentos e um prêmio de R$ 10 mil em diferentes dinâmicas do programa - ou seja, antes da grande final, ele já acumulou um valor de R$ 540 mil.

Em sua retrospectiva no programa, emocionou-se ao rever cenas com João Gabriel e destacou: "Nunca pensei que chegaria na primeira ou na segunda semana. E chegar na final do BBB 25 não tem explicação".

Seguidores e palavras mais usadas

Conforme levantamento do Estadão em parceria com a Cast Insights, João Pedro chega à final com quase 400 mil seguidores a mais no Instagram.

E a palavra mais dita por ele no último mês de programa não poderia ser outra: "irmão", em referência ao gêmeo João Gabriel.

A final do BBB 25 será nesta terça-feira, 22, após a novela das nove. João Pedro, Renata e Guilherme disputam o prêmio milionário.