Walter Salles é o primeiro convidado da série 'Cineastas do Real' do Canal Brasil

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Walter Salles é o primeiro entrevistado da 3ª temporada de Cineastas do Real, série escrita, dirigida e apresentada por Amir Labaki no Canal Brasil. O programa vai ao ar nesta quarta, 4, às 19h30, com horários alternativos na quinta, às 13h30, e terça, às 7h. Esta será a primeira de 13 entrevistas com destacados documentaristas brasileiros. Depois de Walter Salles, virão, ainda este mês, Antônio Carlos da Fontoura, Joel Zito Araújo e Sandra Kogut.

Em tempo de pandemia, as gravações de Cineastas do Real foram feitas de maneira remota. Labaki, criador e diretor do festival de documentários É Tudo Verdade, diz que perdeu o privilégio do convívio pessoal com os cineastas, "mas a série nada perdeu em foco, sintonia e concentração".

É bem o que se vê nos dois primeiros programas, aos quais o Estadão teve acesso. Walter Salles é bastante conhecido por sua obra ficcional, em especial por Central do Brasil (1998), vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim. Mas, como diz, é da prática documental que muitas vezes tira material para sua obra de ficção. É o caso de Central do Brasil, que surge após o documentário Socorro Nobre (1995) sobre a presidiária que escrevia cartas ao artista plástico Frans Krajcberg.

Também é o caso de Antonio Carlos da Fontoura, bastante conhecido por filmes como Rainha Diaba (1974) e o mais recente Somos Tão Jovens (2013), recriação da trajetória de Renato Russo. Fontoura começou com documentários hoje tidos como clássicos, como Heitor dos Prazeres (1966) e Ver Ouvir (1966).

Da mesma forma, Salles dá início à sua carreira com documentários como Japão, uma Viagem no Tempo: Kurosawa, Pintor de Imagens (1986), Krajcberg: O Poeta dos Vestígios (1987) e Chico ou o País da Delicadeza Perdida (1989), obras que precedem sua estreia na ficção em 1991 com A Grande Arte, adaptação do romance de Rubem Fonseca.

Salles relembra como foi importante o processo documental pela América Latina antes da filmagem de outro de seus sucessos, Diários de Motocicleta (2004), recriação do processo de descoberta geográfica e política do jovem Ernesto Guevara em anos que antecederam a Revolução Cubana. Muitas das imagens documentais migram para o filme de ficção, enriquecendo-o e dando-lhe autenticidade.

Mesmo processo para On The Road (2012), versão ficcional da obra de Jack Kerouac, precedida por um documentário sobre a beat generation norte-americana. O doc pode ser uma obra em si, ou um processo de aprendizagem do cineasta com vistas à realização de uma obra de ficção sobre aquela realidade.

Salles deu seguimento à sua carreira de cineasta de ficção, mas volta e meia se exercita no documentário. É o caso do ótimo Jia Zhangke, um Homem de Fenyang (2014), sobre o formidável diretor chinês, que Salles realizou em parceria com o crítico francês Jean-Michel Frodon.

Os diálogos entre Labaki e os diretores são muito interessantes, leves, bem-humorados e esclarecedores. É conversa entre criadores e um crítico experiente, que conhece seu ofício e as obras que discute. Pode conduzir a conversa a temas importantes da reflexão crítica contemporânea, como o dos limites entre documentário e ficção, cada vez mais fluidos. Pelo que se percebe, doc e ficção não se opõem: fertilizam-se mutuamente. Aquele fornecendo base de realidade para encorpar a ficção; esta doando técnicas narrativas que podem enriquecer o registro documental.

Os outros entrevistados desta temporada são: Sérgio Tréfaut, Ricardo Calil, Gregório Baccin, Silvio Da-Rin, Daniel Santiago, Ana Carolina, Cristiano Burlan, Walter Carvalho e Sérgio Oksman.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O festival Turá anunciou nesta segunda-feira, 5, as atrações de sua quarta edição, que acontece nos dias 28 e 29 de junho, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Seu Jorge, Raça Negra e Só Pra Contrariar são alguns nomes da programação, exclusiva de artistas nacionais, cuja proposta é a diversidade de gêneros e ritmos musicais.

No sábado, 28, line-up conta com Só Pra Contrariar, Seu Jorge, Lenine e Spok Frevo Orquestra, Pretinho da Serrinha convida Criolo e Leci Brandão, Bonde do Tigrão, Forró das Minas, e os DJs Luísa Viscardi e Trepanado.

Já no domingo, 29, o evento terá Gloria Groove, Raça Negra, Saulo convida Luiz Caldas, Samuel Rosa, Gabriel O Pensador, Samba de Dandara, e os DJs Millos Kaiser e Linda Green.

Os ingressos para o Turá já estão a venda no site da Tickets For Fun ou na bilheteria física oficial (sem taxa), no Teatro Renault. A entrada para apenas um dos dias do festival custa entre R$ 228 (meia) e R$ 456. O passaporte (combo de entradas para os dois dias), R$ 330 (meia) e R$ 660. Clientes Banco do Brasil Ourocard Visa têm desconto de 15% na compra e possibilidade de parcelamento em até 10 vezes sem juros.

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A A24 e a Apple lançaram, nesta segunda-feira, 5, o primeiro trailer de Highest 2 Lowest, novo filme de Spike Lee estrelado por Denzel Washington. No longa, o vencedor do Oscar vive um magnata da indústria musical, conhecido por ter "os melhores ouvidos do negócio", que é envolvido em uma trama com reféns e se vê dividido em um dilema de vida ou morte.

Inspirado em Céu e Inferno, filme de 1963 dirigido por Akira Kurosawa, Highest 2 Lowest é o quinto trabalho de Lee estrelado por Washington. Os dois trabalharam juntos em Mais e Melhores Blues (1990), Malcolm X (1992), Jogada Decisiva (1998) e O Plano Perfeito (2006).

O elenco de Highest 2 Lowest conta ainda com Jeffrey Wright (Ficção Americana), Ilfenesh Hadera (Godfather of Harlem), Aubrey Joseph (Manto e Adaga) e o cantor A$AP Rocky.

O longa será lançado nos cinemas norte-americanos em 22 de agosto e estreia no Apple TV+ em 5 de setembro.

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Desde o lançamento da primeira prévia de Superman, fãs do personagem têm se mostrado extremamente ansiosos para ver mais de Krypto, o Supercão, mascote histórico do Homem de Aço. Diretor do longa, James Gunn revelou em postagem nas redes sociais que o agitado cãozinho foi criado usando seu próprio cachorro, um vira-lata chamado Ozu, como modelo.

Em um vídeo que mostra Ozu latindo para uma televisão que exibia o teaser mais recente do filme, Gunn disse que "Krypto foi modelado tridimensionalmente a partir do corpo de Ozu". "Fizemos a captura em 3D de Ozu e o transformamos em Krypto, deixamos ele branco, [e agora] toda vez que ele se vê na tela, ele tenta se assassinar", contou o cineasta.

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Em uma postagem de outubro de 2024, Gunn já havia contado um pouco sobre a relação entre Krypto e Ozu, que ele adotou no começo do processo de escrita do roteiro de Superman. Segundo ele, o cachorro, que foi encontrado em meio a dezenas de outros cachorros abandonados, nunca havia interagido com humanos e teve adaptação difícil à nova casa. "Ele imediatamente entrou e destruiu nossa casa, nossos sapatos, nossos móveis - ele até comeu meu laptop. Demorou muito para ele nos deixar tocá-lo. Lembro de pensar 'Deus, quão difícil seria a vida se Ozu tivesse superpoderes?' - e assim, Krypto entrou no roteiro e mudou o curso da história como Ozu estava mudando minha vida", escreveu ele.

Escrito e dirigido por Gunn, Superman estreia nos cinemas brasileiros em 11 de julho. O elenco conta com David Corenswet (Twisters) como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan (Marvelous Mrs. Maisel) como Lois Lane, Nicholas Hoult (Jurado Nº 2) como Lex Luthor, Skyler Gisondo (The Righteous Gemstones) como Jimmy Olsen e Milly Alcock (A Casa do Dragão) como a Supergirl. Nathan Fillion (Recruta), Anthony Carrigan (Barry), Isabela Merced (The Last of Us) e Edi Gathegi (For All Mankind) completam o elenco como Lanterna Verde, Metamorfo, Mulher-Gavião e Sr. Incrível, respectivamente.