Leandro teve passagem breve, mas marcante, pela música sertaneja

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Leandro e Leonardo formaram uma das maiores duplas sertanejas do Brasil durante a década de 1990. A parceria chegou ao fim em 1998, quando Luiz José Costa, verdadeiro nome de Leandro, morreu após luta contra um câncer. Este domingo, 15 de agosto, marcaria o aniversário de 60 anos do cantor.

O primeiro grande sucesso dos irmãos foi Entre Tapas e Beijos. Depois, vieram outras músicas pelas quais a dupla é lembrada até hoje, como Desculpe Mas Eu Vou Chorar, Pense em Mim, Não Aprendi Dizer Adeus, Eu Juro (versão de I Swear), Talismã e Solidão. No último álbum da dupla, lançado postumamente, também marcaram canções como Sonhador e Cumade e Cumpade.

Leandro era conhecido por seu jeito mais reservado em relação a Leonardo. Durante entrevista ao programa Jô Soares Onze e Meia, em 1997, o apresentador chegou a brincar com as respostas 'monossilábicas' do sertanejo. "Ele só responde o que eu falo! 'Tranquilo?'. 'Graças a Deus'. 'Na ativa?'. 'Na ativa'. Se eu falar 'tá dando?', [ele responde:] 'Tô dando'. Tudo que eu falo ele repete!", disse Jô, despertando gargalhadas do artista.

Durante a juventude, trabalhou na plantação de tomates, ao lado do irmão. Acordavam de madrugada e andavam cerca de 15 km a pé antes de realizar o serviço pesado. Em 1982, saíram de Goianópolis e foram morar em Goiânia, onde Leandro fez bicos em farmácias, lojas de roupa e marcenarias, até que começassem a cantar em uma boate. Inicialmente o nome da dupla variava. Apenas depois de algum tempo consolidaram a conhecida Leandro e Leonardo.

Em entrevista ao Cara a Cara, do SBT, Leonardo valorizava a parceria: "Considero o Leandro como meu segundo pai. É um cara muito sério, não brinca com nada. Tudo que ele fala tem 90% de razão. Eu me inspiro muito nele. Nas coisas que ele faz, eu dou o maior apoio, acho que faz quase tudo certo".

"Tem gente que fala: 'Pô, Leonardo, você é tão 'dado' com as pessoas, e o Leandro com aquele jeitão dele, fechado'. É que vocês não conhecem o Leandro. Se vocês chegarem nele e conversarem dez minutos, vão ver que é um cara maravilhoso. [O lado negativo é que o Leandro] não aceita muita opinião não, viu. Eu gosto é de gravar com ele", continuava.

Aproveitando o embalo das rádios, em 1991 a Globo convidou a dupla para gravar um especial de fim de ano, de forma semelhante ao que já havia feito com Chitãozinho e Xororó no ano anterior. Em 27 de dezembro de 1991, às 21h30, foi ao ar o Especial Leandro e Leonardo, que mesclava momentos de dramaturgia envolvendo a dupla e muita cantoria (gravada no Canecão). Entre as presenças ilustres no programa, Zezé Di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Elba Ramalho, Sula Miranda, João Mineiro e Marciano, Zé Ramalho, Edon Gaúcho e Patrulha 666.

Com a boa recepção do público, entre abril e dezembro de 1992, a emissora investiu também no seriado Leandro e Leonardo, protagonizado pela dupla. Três anos depois, eles voltariam a figurar na programação da emissora com o especial de fim de ano Amigos, um show gravado em conjunto às duplas Zezé Di Camargo e Luciano e Chitãozinho e Xororó.

O sucesso da dupla caiu no gosto até mesmo do presidente da República à época, Fernando Collor, que cantou uma de suas músicas. Em fevereiro de 1992, Pense em Mim foi tocada pela banda dos Dragões da Independência após uma solenidade de reabertura dos trabalhos no Congresso Nacional.

Dores nas costas marcaram os primeiros sintomas do problema de saúde que causaria a morte de Leandro, o tumor de Askins, um tipo de tumor torácico, em 19 de abril de 1998. No mesmo mês, ele viajou aos Estados Unidos para realizar exames, e na sequência iniciou um tratamento com quimioterapia. Em raras aparições públicas, demonstrava otimismo: "Vou lutar mesmo que tenha 1% de chances de viver".

A doença foi avassaladora. Menos de dois meses após o diagnóstico, o cantor não resistiu. Em 15 de junho, passou por uma parada cardiorrespiratória em seu apartamento. Chegou a ser reanimado e levado à UTI do hospital São Luiz, em São Paulo, onde foi sedado após uma infecção generalizada. Já eram seus últimos momentos de vida. Leandro morreu em 23 de junho de 1998, mesmo dia em que a seleção brasileira perdeu um jogo para a Noruega na Copa do Mundo realizada na França. Cerca de 300 mil pessoas acompanharam seu velório e o cortejo do caixão até o cemitério em que foi enterrado na cidade de Goiânia.

Em outra categoria

Anitta foi homenageada na noite da última quinta-feira, 25, com o Prêmio Vanguard durante o Billboard Latin Women In Music 2025. A entrega simbólica do troféu foi feita por Shakira, que participou virtualmente do evento.

A colombiana abriu o discurso dizendo estar feliz por poder entregar o prêmio "a uma grande artista, mas também a uma grande amiga", que é muito especial para ela. Em seguida, comparou o talento da carioca a uma obra criativa: "Dizem que o mundo nada mais é do que uma tela em branco para a criação. E se tem alguém que sabe desenhar a vida com suas ideias e com essa alegria contagiante, essa pessoa é a Anitta".

Shakira foi além do reconhecimento musical e destacou o papel de Anitta na valorização do funk no cenário internacional. "Ela levou o som do funk aos mais altos padrões da indústria e hoje é a rainha do funk brasileiro", afirmou.

Na cerimônia, Anitta também se apresentou com a música Larissa, que faz parte do documentário Larissa, O Outro Lado de Anitta, lançado recentemente na Netflix. Em seu discurso, ela agradeceu o reconhecimento e destacou a importância do papel das mulheres na música.

"A Shakira sempre foi uma inspiração pra mim, uma mulher incrível", disse. "Devemos usar isso [a visibilidade] não apenas para ganhar dinheiro, ser famosas ou competir com os egos umas das outras, mas para transformar a sociedade de alguma forma. Com tantos milhões de pessoas nos acompanhando, temos o poder e a responsabilidade de provocar mudanças culturais", refletiu a artista, por fim.

Em celebração que reunirá nomes marcantes da televisão brasileira, a TV Globo apresenta nesta segunda o Show 60 Anos - um pacote que inclui música, jornalismo e esporte. A exibição ocorre logo após o capítulo de Vale Tudo.

O evento mistura apresentações musicais com cenas de dramaturgia, gravadas nos Estúdios Globo. A proposta é trazer ao público uma viagem por personagens e histórias que marcaram a vida do canal.

Entre os artistas confirmados estão Roberto Carlos, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Ivete Sangalo, Chitãozinho & Xororó, Angélica, Xuxa, Fafá de Belém, Lulu Santos, Daniel, Péricles e Zeca Pagodinho. Eles dividem o palco com outros nomes em colaborações especiais, interpretando canções que ficaram na memória afetiva dos brasileiros.

Também participam da festa IZA, Ana Castela, Simone Mendes, Maiara & Maraisa, Zezé Di Camargo & Luciano, Joelma, João Gomes, Lauana Prado, MC Cabelinho, Negra Li, Rosana, As Frenéticas, Alexandre Pires, Roupa Nova e Paulinho da Viola, entre outros.

O programa inclui a participação de jornalistas, atletas e atores em números especiais. A cenografia foi criada em parceria com o britânico Nathan Paul Taylor. Serão mais de 2 mil m² de cenário, com 550 m² de painéis de LED e 14 câmeras de cinema. O Show 60 anos tem direção artística de Antonia Prado e direção de gênero de Monica Almeida. A direção-geral também conta com Dennis Carvalho, João Monteiro, Henrique Sauer, Gian Carlos Bellotti, Renan de Andrade e Marcelo Amiky.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Além de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, outro filme com envolvimento de brasileiros fará sua estreia mundial na 78ª edição do Festival de Cannes, em maio: 'O Riso e a Faca', fruto de uma parceria entre Portugal, Brasil, Romênia e França, foi selecionado para integrar a mostra Un Certain Regard, um dos destaques da programação do evento.

Dirigido pelo português Pedro Pinho, o longa-metragem tem mais de 31 nomes brasileiros na equipe, como a produtora Tatiana Leite (que comanda a Bubbles Project) e o diretor de fotografia Ivo Lopes Araújo. O título do longa faz referência à música homônima do músico baiano Tom Zé.

Gravada na Guiné-Bissau e no deserto da Mauritânia, a trama conta a história de Sérgio, um engenheiro ambiental português que viaja para uma metrópole africana onde tocará um projeto rodoviário entre o deserto e a selva. Por lá, ele desenvolverá um relacionamento íntimo com dois moradores da cidade, Diára e Gui. O ator brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei, interpreta Gui. Ele divide a cena com o português Sérgio Coragem e a cabo-verdiana Cleo Diára.

PALMA DE OURO

Já o diretor Kleber Mendonça Filho disputará a Palma de Ouro, principal prêmio do evento, com O Agente Secreto. O filme, um thriller ambientado no Brasil de 1977, traz Wagner Moura no papel de um especialista em tecnologia que, durante a ditadura militar, foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz. Ele logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.