Em 'Labirinto', Dustin Hoffman tenta desvendar segredos de uma mulher misteriosa

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Há uma disputa de narrativas em O Labirinto. O longa do italiano Donato Carrisi, baseado em seu livro, ganha mais uma semana em cartaz. É falado no idioma nativo do autor e em inglês. Conta a história de uma mulher encontrada na rua - nua, dopada e com uma perna quebrada. Samantha (Valentina Bellè) é identificada como a garota de 13 anos que desapareceu 15 anos antes. No quarto do hospital, é assistida pelo Dr. Green/Dustin Hoffman, que tenta penetrar nos segredos de sua mente para descobrir onde esteve presa, e por quem. Na rua, um tal Bruno Genko/Toni Servillo realiza outra busca. No passado, ele desistiu de procurar Samantha e agora, com os dias contados - é doente terminal -, dedica seu resto de tempo a investigar o caso.

Ambos, Hoffman e Servillo, buscam identificar o homem do labirinto - o título original, L'Uomo del Labirinto -, que manteve Samantha presa todo esse tempo. Hoffman é aquilo que a crítica chama de Hollywood legend - fez na juventude todos aqueles filmes cultuados, A Primeira Noite de Um Homem, Perdidos na Noite, John e Mary -, ganhou duas vezes o Oscar, por Kramer Vs. Kramer e Rain Man, em 1979 e 88, e segue na ativa. Servillo tem sido, ou foi, por um bom tempo, o ator-fetiche de Paolo Sorrentino, fazendo com ele os melhores filmes do autor - no geral, os anteriores à sua consagração em Hollywood.

Dois estilos de interpretação dos atores, duas narrativas que cabem ao espectador completar. Dr. Green investiga o labirinto da mente de Samantha, e ela esteve presa num labirinto. Estabeleceu uma espécie de jogo com seu sequestrador. Para o espectador cinéfilo, as associações são mais que evidentes - o labirinto de Stanley Kubrick em O Iluminado, a mente enferma de Jack Nicholson; e O Quarto de Jack, porque Samantha pode ter tido um filho no cativeiro. Na rua, Genko segue uma pista que parece esdrúxula. O homem que encontrou Samantha diz que viu o sequestrador - um coelho do tamanho de um homem, com olhos em formato de coração, e vermelhos. Genko, mesmo com risco de ter a sua sanidade colocada em xeque, busca o Bunny Man.

E aqui é preciso esclarecer que talvez seja difícil avançar na crítica sem spoiler. Bunny Man existiu, nem que seja como lenda urbana. Um criminoso serial que agiu na Virginia, nos EUA, décadas atrás e é transportado para uma Itália que sofre o rigor de um calor absurdo. A pesquisa de Genko o leva a um porão, e é difícil não pensar em Jogos Mortais, O Silêncio dos Inocentes e até Seven - Os Sete Crimes Capitais, quando entra em cena o sacristão que pode estar implicado no caso. Tudo 'pode' ser, nada é conclusivo. Lá pelas tantas, levantam-se suspeitas sobre o próprio Dr. Green. Samantha conseguirá fugir ao labirinto da sua mente? E Genko conseguirá resolver o caso antes de morrer? O que é fato e o que é ficção nessas narrativas cruzadas?

Para seguir falando sobre O Labirinto é preciso evocar o giallo, gênero literário e cinematográfico que se impôs como uma tendência do cinema industrial italiano dos anos 1960 aos 80. O nome vem da capa amarela das revistas pulps que proliferaram nas bancas italianas, coincidentemente com a evolução do fascismo, a partir de 1929. Surgiram, bem depois, diretores como Mario Bava, Dario Argento e Umberto Lenzi, para só citar alguns. Viraram cults, mesmo que na época não merecessem tratamento respeitoso da crítica.

Mistura de suspense e romanzo criminale, o giallo carregava nas tintas, isto é, nas cores. Não por acaso, Mario Bava foi grande diretor de fotografia e Dario Argento, um crítico reputado na abordagem de gêneros populares. Justamente por suas cores, e cenários bizarros, O Labirinto já foi definido como a viagem do autor/diretor pelos círculos do inferno de Dante. Nesse sentido, talvez se possa fazer o elo entre Donato Carrisi e Lars Von Trier, que também foi à fonte da Divina Comédia - ao Inferno - em A Casa Que Jack Construiu. Gostando-se ou não, Lars é muito mais conclusivo em relação a Jack. Carrisi não chega a uma conclusão satisfatória. Dá a impressão de querer aprisionar o público no jogo.

O que parece talvez não seja - Bunny, o Homem do Labirinto. Intrigante, opressivo, o filme tem cenas fortes e perturba com suas múltiplas citações a filmes e diretores. O jogo da mente, no labirinto, é o próprio cinema. Carrisi quer expor os medos ocultos do público, tirá-lo da sua zona de conforto. Luca Guadagnino tentou fazer o mesmo com seu remake de Suspiria, após o triunfo internacional de Me Chame Pelo Seu Nome. A questão é que as imagens recentes no aeroporto de Cabul remetem a uma velha lição de Peter Bogdanovich em Targets/Na Mira da Morte, no fim dos anos 1960. O horror da realidade consegue ser mais assustador que o dos filmes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.

Lady Gaga enfrentou problemas técnicos no início do show que fez nesta sexta-feira, 18, no Coachella. O microfone da cantora apresentou falhas durante Abracadabra, segunda música do repertório, cortando a voz da artista.

Sem interromper a apresentação, Gaga trocou discretamente o microfone de cabeça por um modelo de mão e manteve a coreografia. Depois de alguns minutos, ela voltou ao palco com um novo microfone que funcionou corretamente até o fim da performance.

Momentos depois, ao piano, a artista se desculpou com o público pelo problema técnico. "Meu microfone parou de funcionar por um segundo. Pelo menos vocês sabem que eu canto ao vivo", disse.

A artista completou afirmando que estava fazendo o possível para compensar a falha: "Acho que a única coisa que podemos fazer é dar nosso melhor, e com certeza, eu estou dando meu melhor para vocês hoje".

Lady Gaga no Brasil

Lady Gaga está preste a vir ao Brasil. O palco para o seu show em Copacabana, no dia 3 de maio, está sendo erguidona areia da praia desde o último dia 7, e envolve uma megaoperação com cerca de 4 mil pessoas na equipe de produção nacional - sem contar o efetivo de órgãos públicos que também atuam no evento, como segurança, transporte e saúde.

O palco principal terá 1.260 metros quadrados e estará a 2,20 metros do chão, altura pensada para melhorar a visibilidade do público. A produção ainda contará com 10 telões de LED distribuídos pela praia e um painel de LED de última geração no centro do palco, prometendo uma experiência grandiosa para quem estiver presente e também para aqueles que assistirem de casa.

A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

A apresentação está prevista para começar às 21h, com duração de 2h30. O show será gratuito, aberto ao público e terá transmissão ao vivo na TV Globo, Multishow e Globoplay.