Transplante pulmonar salva doente no pós-covid

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Se um órgão do corpo não funciona nem se recupera com tratamentos convencionais, a ciência tem uma solução radical: a troca desse órgão. No Brasil, o procedimento de substituição dos pulmões é raro - foram 844 de 2011 até o 1.º trimestre deste ano. Na pandemia, o total de cirurgias teve queda de quase 40%. Elas já têm sido retomadas, mas só há centros ativos em quatro Estados. Agora, as operações também se tornaram uma esperança para pacientes que tiveram os pulmões prejudicados pela covid-19.

Conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), os centros ativos são o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Incor, o Hospital Albert Einstein, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Instituto Nacional de Cardiologia, do Rio, e o Messejana, de Fortaleza.

A lista de espera, segundo a ABTO, era de 233 pacientes em março. Eram 217 no mesmo mês do ano passado, no começo da proliferação da pandemia no País.

Henrique Batista do Nascimento, de 31 anos, teve os pulmões destruídos pela covid e ficou na espera por transplante bilateral (duplo) no Incor. Ele conseguiu receber os novos pulmões no último dia 21.

Em entrevista por videoconferência ao jornal O Estado de S. Paulo antes da operação, ele lembrou que foi infectado havia mais de quatro meses.

Já curado do vírus, Nascimento sobreviveu respirando com a ajuda do ECMO, máquina que oxigena seu sangue e que também foi usada pelo ator Paulo Gustavo, que morreu em maio de covid.

Uma traqueostomia impedia Nascimento de emitir o som da voz, mas a estudante de Psicologia Thaynan Gil, voluntária do programa de visitas do Incor, aprendeu a ler o movimento dos lábios dele para ajudar nos diálogos.

"O amor move tudo", relatou Nascimento.

A mulher, Katiane, é presença constante no cotidiano do marido. Quando posou para as fotos do jornal O Estado de S. Paulo, ela acompanhou tudo pelas imagens do celular. O casal tem um filho, Heitor, que completa um ano em setembro.

No último dia 21, ele foi operado. "Foi tudo bem", disse o médico Paulo Manuel Pêgo Fernandes, do Incor. Batista já deixou a UTI, mas ainda não tem previsão de alta.

Segundo Fernandes, antes os transplantes eram geralmente indicados para pacientes de enfisema de pulmão, fibroses cística e pulmonar. Com a crise sanitária, vieram restrições. "Hospitais cheios com doentes da covid e parte dos doadores poderia ser também portadora de covid e transmitir a doença para quem recebe o transplante."

A troca dos pulmões em pacientes que tiveram o coronavírus, afirma, é exceção: são pacientes cujos pulmões foram destruídos pela doença, mas os outros órgãos continuam saudáveis. O primeiro transplante de paciente da covid no mundo foi em julho de 2020. Depois disso, estima Fernandes, foram realizados cerca de 50 procedimentos do tipo, incluindo casos na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e no Canadá.

E como fazer a substituição e manter o paciente vivo? "Na maioria das vezes, é o próprio pulmão. Não se tira os dois ao mesmo tempo. O próprio pulmão serve como máquina", afirma Fernandes, do Incor.

O Brasil tem trabalhado para ampliar a oferta do serviço. "Mas ainda fazemos pouco no País, em comparação com o que é feito nos Estados Unidos, por exemplo", diz o cirurgião torácico Antero Gomes Neto, do Ceará. Em 2020, só uma operação foi realizada em Fortaleza.

Vida nova

O empresário José Hipólito Correia Costa, de 61 anos, sobreviveu à covid após nove meses internado no Hospital Albert Einstein.

A cirurgia foi em 14 de fevereiro e ele teve alta no começo de julho. Agora se prepara para retomar a vida normal em Alagoas, de onde havia saído intubado, em outubro do ano passado.

"Estou muito bem. Já estou dando os primeiros passos, retomando caminhadas", contou Costa ao jornal O Estado de S. Paulo no início de agosto, lembrando que foram dois meses de coma. "A doença é traiçoeira, sofri muito. Usem máscara, se protejam", recomendou. "E eu já me vacinei."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.