Gertrudes Altschul, pioneira moderna

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Ainda com fotos suas na mostra Fotoclubismo - Brazilian Modernist Photography, 1946-1964, no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), até 26 de setembro, a fotógrafa alemã Gertrudes Altschul (1904-1962), uma das poucas mulheres frequentadoras do histórico Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), ganha uma exposição no Masp, aberta sexta, dia 27. Com curadoria assinada por Adriano Pedrosa, diretor artístico do museu, e Tomás Toledo, curador-chefe na instituição, a exposição Gertrudes Altschul: Filigrana resume, em 64 fotografias (12 delas pertencentes ao acervo do Masp), a breve, mas fecunda, carreira dessa fotógrafa, que registrou de maneira poética as transformações arquitetônicas de São Paulo nos anos 1950 e lançou um olhar moderno sobre a natureza, ao se debruçar sobre a botânica com uma precisão de entomóloga.

O próprio título da exposição, Filigrana, que é também o de uma de suas imagens mais conhecidas, traduz essa obsessão pelo detalhe, o que logo despertou a atenção do Clube do Bolinha que era o FCCB em sua época, a ponto de uma foto sua, Linhas e Tons (1953), ilustrar a capa do boletim mensal da instituição, um ano antes de Gertrudes ingressar no Bandeirante, formado basicamente por fotógrafos homens. Essa foto, que integra a coleção do MoMA (cujo acervo tem 12 fotos suas), é uma das imagens da exposição do Masp, que merece ser vista por mais razões: o curador Tomás Toledo conseguiu álbuns da família Altschul vistos por poucos e com imagens históricas, como a do avião que trouxe Gertrudes ao Brasil, em 1939.

Fugindo da perseguição nazista, Gertrudes, judia, instalou-se em São Paulo e aqui criou com o marido uma fábrica de flores decorativas para chapéus e roupas femininas. Muito de sua fascinação pelo mundo botânico vem dessa atividade, mas, claro, seu interesse pelas linhas modernas da arquitetura paulistana dos anos 1950 vai além do registro das edificações. O poder transformador de suas montagens desafia o espectador a ver algo além do aspecto formal dos prédios.

O curador Toledo, curioso, foi atrás de um deles, retratado numa espécie de colagem em que ela sobrepôs numa composição triangular o topo de edifícios em Higienópolis, descobrindo se tratar do edifício Itamarati, na esquina da Avenida Higienópolis com a Rua Sabará. Projetado em 1953 pelo arquiteto Cyro Ribeiro Pereira, não é tão conhecido como os seus vizinhos, mas tem sua graça, que certamente atraiu a atenção de Gertrudes. A mencionada foto Linhas e Tons (Lines and Tones) retrata igualmente a marquise de um prédio modernista, mas o que interessa não são suas linhas sinuosas, e sim o trompe-l'oeil. Ao apontar sua Leica para o alto, ela transforma o branco do teto e duas colunas numa espécie de véu transparente.

"Como se sabe, o Foto Cine Clube Bandeirante formou a primeira leva de fotógrafos modernos em São Paulo, cujo interesse pela arquitetura era evidente", lembra o curador Tomás Toledo, que pesquisou para a exposição - em parceria com Isabel Amado - alguns clássicos e fotos inéditas da breve carreira de dez anos da fotógrafa, entre eles fotos que dialogam com exemplares da mostra do MoMA - imagens no limiar da abstração em que ela usa desde manilhas de águas pluviais para simular jogos geométricos até folhas sob efeito de solarização, passando por peneiras que simulam um desenho concretista.

"O que mais sobressai em sua técnica é o trabalho de edição, recorte e sobreposição de negativos", analisa o curador Tomás Toledo, que anuncia a produção da primeira monografia realizada sobre a artista. Com versões em português e inglês, organizado por Pedrosa e Toledo, o catálogo contará com textos dos curadores e de Abigail Lapin Dardashti, Heloisa Espada, Helouise Costa, Paula Victoria Kupfer e Sarah Meister - curadora do MoMA que organizou a exposição sobre fotoclubismo brasileiro em cartaz no museu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A produtora 3LM Entretenimento anunciou nesta quinta-feira, 9, o cancelamento de quatro shows da turnê Acústico 20 Anos, da banda Ira!, nas cidades de Caxias do Sul, Jaraguá do Sul, Blumenau e Pelotas.

Segundo a empresa, a motivação foram os diversos pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos e desistência de patrocinadores para as apresentações nestas cidades, após polêmica envolvendo o cantor Nasi ocorrida em show do grupo em Contagem, no dia 29 de março.

O Estadão solicitou um posicionamento por meio da assessoria do artista sobre os cancelamentos, mas não obteve retorno até o momento.

Na ocasião, segundo relato publicado no X, antigo Twitter, um grupo da plateia começou a vaiar em direção ao palco após Nasi gritar "sem anistia!", manifestando-se em relação aos ataques antidemocráticos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. Diante disso, o vocalista declarou que muitas pessoas vão aos shows sem que entendam o posicionamento do grupo, e pediu para que essas pessoas se retirassem.

"A vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa para vocês. Tem gente que acompanha o Ira! mas que nunca entendeu o Ira!. Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista. Isso não tem nada a ver, gente. Por favor, vão embora, vão embora da nossa vida! Vão embora e nunca mais voltem em show, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço", disse o artista de 63 anos.

Pouco mais de um ano depois de deixar a direção de Pânico 7, Christopher Landon explicou sua decisão de se demitir da produção. Em entrevista à Vanity Fair, o cineasta afirmou que recebeu uma série de ameaças à sua vida e à de sua família após a demissão de Melissa Barrera, desligada do filme por criticar as ações de Israel contra a Palestina.

"Eu não a demiti", reforçou Landon na entrevista. "Muita gente acha que teve dedo meu na decisão, mas não foi por minha causa. Não tinha nenhum controle sobre a situação. Acho que na falta de pessoas que entendam como Hollywood funciona, fãs pensaram 'foi esse cara' e vieram para cima de mim com facas nas mãos."

A situação se agravou ao longo de novembro de 2023, quando Landon começou a receber mensagens ameaçando ele e sua família - ele é casado com Cody Morris, com quem tem dois filhos de cinco e oito anos de idade. "O FBI se envolveu [no caso]. Recebia mensagens falando 'vou encontrar seus filhos e matá-los porque você apoia a morte de crianças. A segurança de vários estúdios e o FBI tiveram que analisar as ameaças. Foi muito agressivo e assustador."

Landon lembra que o estúdio tentou mantê-lo no projeto mesmo após as saídas de Barrero e Jenna Ortega, que deixou o projeto em apoio à colega. "A quantidade de abuso com a qual eu tive que lidar - decidi que não queria continuar assim. Para mim, não valia a pena."

"No meio de todo aquele caos, eu fiquei de luto pela perda de um dos meus trabalhos dos sonhos", seguiu o cineasta. "Passei por todas as fases [do luto] - fiquei chocado, triste e então fiquei bravo. [Queria] fazer parte deste legado. Foi muito difícil desistir", concluiu, dizendo que só agora sente que consegue falar sobre o assunto.

Barrera foi demitida de Pânico 7 pela Spyglass em novembro de 2023, após acusar Israel de "genocídio e limpeza étnica" pelos ataques do país ao povo palestino em retaliação ao atentado do Hamas em 7 de outubro. Um dia depois, o estúdio anunciou a saída de Ortega do filme, afirmando "problemas de agenda".

Recentemente, Ortega negou que conflitos de calendário tenham feito ela deixar Pânico 7, reiterando que largou a produção por causa da demissão de Barrera. "Não teve nada a ver com agenda ou salário", disse a atriz ao The Cut. "As coisas com a Melissa estavam acontecendo e tudo estava desmoronando. Se Pânico 7 não fosse com os diretores [Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett] e com as pessoas por quem eu me apaixonei, parecia não ser a melhor coisa para a minha carreira naquele momento."

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Gracyanne Barbosa, ex-participante do BBB 25, contou na tarde desta quarta-feira, 9, que está tendo dificuldade em retomar os treinos pesados após o confinamento. No reality, a musa fazia exercícios todos os dias, mas não na mesma intensidade na qual está acostumada. Em sua rede social, a musa escreveu que está sendo muito desafiador voltar a treinar e não lembrava como era sentir essa dor.

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