Helicópteros da polícia são atingidos durante operação no RJ; mobilização mira Comando Vermelho

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Cerca de mil agentes das forças estaduais de segurança do Rio de Janeiro iniciaram nesta segunda-feira, 9, uma grande operação de combate ao crime no Complexo da Maré, na Vila Cruzeiro e na Cidade de Deus. O foco principal é conter o avanço do Comando Vermelho, maior facção do Rio. Durante a ação, dois helicópteros das forças de segurança foram atingidos por disparos e tiveram de pousar.

"Hoje (segunda-feira), especificamente, nós queremos atacar essa facção criminosa que está tentando expandir o território e travando conflito com outras organizações criminosas, trazendo instabilidade à nossa segurança", disse em coletiva de imprensa o secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres. "Nesse primeiro momento a gente está pacificando territórios."

Duas aeronaves que sobrevoavam a Vila Cruzeiro foram atacadas a tiros, mas nenhum agente se feriu e os helicópteros conseguiram pousar normalmente. "Nossa tripulação é extremamente técnica, e seguindo o protocolo da aviação, elas são obrigadas a pousar para avaliar o dano causado", explicou Torres.

Além das polícias civil e militar, homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tropa de elite da Polícia Militar do Rio também participam da ação.

Ainda conforme o governo estadual, drones estão sendo usados no Complexo da Maré. Os equipamentos têm câmeras que fazem mapeamento de áreas em 3D, além de terem zoom de longo alcance. As imagens desses drones estão sendo enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

No Complexo da Maré, foi encontrado um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos. No local, quatro suspeitos foram presos e encaminhados à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Na Maré, as equipes também atuando na retirada de barricadas.

Antes de estender as buscas e apreensões por esses criminosos, o governo do Rio havia dito que o objetivo da operação, inicialmente, era pacificar o território do Complexo da Maré.

Seap age no Complexo de Bangu para diminuir ação de líderes na operação

Em outra frente da operação, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) atua na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3) e na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4). A intenção é impedir que as lideranças do tráfico que estão presas no Complexo de Bangu transmitam ordens a seus comparsas nas favelas alvo da operação desta segunda-feira.

Para isso, os agentes estão realizando bloqueio prévio do sinal de celular a apreendendo aparelhos. Os agentes utilizam um scanner de mão para checar esconderijos improvisados por presos para esconder os celulares e outros itens.

Assassinato de médicos é investigado

As polícias do Rio e de São Paulo, além da Polícia Federal, investigam o assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio, na madrugada da quinta-feira passada, 5. A principal hipótese da polícia para a motivação do crime é que um dos profissionais pode ter sido confundido com um miliciano.

O médico Perseu Ribeiro Almeida pode ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa. A tese foi compartilhada por investigadores do Rio com agentes de São Paulo que prestam apoio ao inquérito.

Imediatamente após a ocorrência, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) foi acionada e investiga as mortes de Marcos de Andrade Corsato, Perseu Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim. Diego é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que cobrou apuração do caso e se disse "devastada" com a notícia.

Conforme informações da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, uma quarta vítima foi socorrida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Daniel Sonnewend Proença permanece hospitalizado.

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Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação em sua página no Instagram.

Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba. Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada. Nas redes sociais, seu filho prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade "avessa aos holofotes".

"Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. 'Bom mesmo é o coro', ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto", escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o "ser humano mais íntegro" que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. "Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo", escreveu a atriz em suas redes. A artista deixa cinco filhos.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: "Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba."

Carreira

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974. Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de "Quantas lágrimas", composição do sambista Manacéa.

Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira (Immub), a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente "Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia", de 2010. Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos.

Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara. Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de "chefia" nas rodas de samba cariocas.