Brasil pode participar de avaliação inédita de educação infantil da OCDE

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A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) começa a realizar neste ano a primeira grande avaliação mundial de crianças de 5 anos. Fundações privadas assumiram parte do valor para que o Brasil participe do exame inédito e a entidade, a mesma que faz o Pisa, ainda aguarda uma oficialização do Ministério da Educação (MEC). A prova, chamada de International Early Learning and Child Well-being Study (IELS), terá testes de Linguagens e Matemática e ainda vai coletar informações de pais e professores.

Para especialistas, avaliar crianças pequenas da educação infantil, algo ainda pouco comum, pode ajudar a garantir uma aprendizagem efetiva e melhor desenvolvimento durante toda a jornada escolar. "Uma avaliação pode ajudar muito na alfabetização das crianças, algo que o Brasil precisa melhorar. Porque a alfabetização não começa quando o aluno chega ao ensino fundamental, já começa na educação infantil", diz a gerente de Conhecimento Aplicado na Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Beatriz Abuchaim.

Como as conversas com a gestão de Jair Bolsonaro (PL) não prosperaram, a entidade se juntou à Fundação Lemann, ao Itaú Social, à B3 Social, entre outras, e captou cerca de R$ 700 mil - metade do valor que deve ser pago pelo governo à OCDE - para dar início à participação do Brasil no IELS. O primeiro passo são traduções e adaptações dos questionários, que serão feitos neste ano. A aplicação da prova a cerca de 3 mil crianças dos primeiros dez países será em 2024 e os resultados devem sair em 2025.

"Esperamos que o grupo de nações participantes reflita um balanço de sistemas de ensino fortes e outros em desenvolvimento, além de variedade regional", disse ao Estadão Andreas Schleicher, diretor de Educação e Habilidades da OCDE e um dos criadores do Pisa. "A OCDE espera que o Brasil possa participar e para isso precisamos ainda de uma formalização do governo."

Schleicher, no entanto, acredita que o apoio das fundações e a mudança de governo podem ajudar a viabilizar a participação brasileira. Procurado, o MEC da gestão Bolsonaro não respondeu à reportagem até o fim de dezembro. Antes da posse, a equipe de transição da área da educação do governo Lula disse que o exame chegou a ser mencionado em discussões, mas nenhuma decisão havia sido tomada.

Lúdico

Segundo a OCDE, os testes com os alunos são feitos com tablets, de maneira lúdica e duram cerca de duas horas. Há educadores que têm ressalvas em relação a provas feitas para crianças pequenas pela pressão a que podem ser submetidas. Segundo Beatriz Abuchaim, o exame não requer que a criança saiba ler ou escrever, apesar de avaliar essas habilidades, e é realizado sempre junto com um adulto mediador. "A ideia é que ele engaje a criança e não seja um momento de tensão."

Um piloto do IELS realizado em 2018 em três países (Estônia, EUA e Inglaterra), divulgado em 2020, mostrou que a aprendizagem das crianças de 5 anos era maior quando os pais liam para elas todos os dias, conversavam com elas, tinham livros infantis em casa e as levavam para atividades extras, como dança e natação. Além da Linguagem e da Matemática, foram avaliadas as habilidades socioemocionais e a autorregulação das crianças. Os resultados indicaram relação positiva entre as questões cognitivas e socioemocionais.

O Brasil tem 2,4 milhões de crianças de 0 a 3 anos na creche e 4 milhões na pré-escola (4 e 5 anos de idade), ambas compõem a educação infantil. Nas últimas décadas, cresceu o investimento na primeira infância no mundo, após diversos estudos científicos mostrarem que boa parte do desenvolvimento do cérebro humano se dá nos primeiros anos de vida. O País ainda não tem, no entanto, nem todas crianças de 4 e 5 anos matriculadas na escola.

Saeb

A única avaliação oficial desta etapa no País foi feita pelo MEC em 2021, por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), quando aplicou-se questionários aos professores de uma amostra de creches e pré-escolas. Mas não houve análise dos resultados no governo Bolsonaro. "O IELS vai ajudar os esforços do Brasil para melhorar sua educação. Os pais e professores precisam entender a importância do desenvolvimento da primeira infância e as evidências de como esse momento da vida das crianças é crucial para o futuro", diz o diretor da OCDE.

Em 2021, uma avaliação realizada pela Fundação Maria Cecília acompanhou as atividades em 3.400 salas de educação infantil do País, com observação de materiais, estrutura, currículo, alimentação e equipes. Foi a mais ampla análise da educação infantil até agora no País e mostrou que 42% das salas não tinham momentos de brincadeira livre para as crianças e 55% não faziam leitura de livros. "Se não avaliarmos no início da trajetória escolar, vamos ter menos chance de consertar a rota", afirma Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecília.

O Brasil já participa desde a primeira edição do Pisa, em 2000, como país convidado, já que não é membro da OCDE. Os resultados do desempenho dos alunos de 15 anos ganharam importância e passaram a nos últimos anos a definir um ranking de educação mundial. Por outro lado, há críticas a países que estariam moldando seus sistemas de ensino para se sair bem no exame. O Brasil costuma estar entre as mais baixas colocações, mas melhorou ao longo das décadas. Segundo a OCDE, os resultados das crianças pequenas poderão ser comparados aos do Pisa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Dá para dizer, até com certa tranquilidade, que As Aventuras de uma Francesa na Coreia é um filme menor do cineasta sul-coreano Hong Sang-soo. Em cartaz nos cinemas, o novo longa-metragem não chega perto das provocações de títulos como Certo Agora, Errado Antes ou, mais recentemente, A Mulher Que Fugiu. Ainda assim, o filme é melhor do que muitos por aí ao propor uma reflexão sobre as barreiras naturais que existem na fala.

De um lado, está a francesa Iris (Isabelle Huppert), mulher que decide ensinar seu idioma na Coreia do Sul mesmo sem método, didática ou uma cartilha pedagógica. Faz tudo do jeito mais artesanal possível, bebendo um shot de uma bebida alcoólica local entre uma aula e outra. Do outro lado, estão os alunos que tentam se comunicar com ela.

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As Aventuras de uma Francesa na Coreia, assim, se revela como um filme sobre a incomunicabilidade. O inglês é a língua usada como padrão por essas pessoas - afinal, Iris não fala coreano, enquanto os locais quase não falam francês. Nesse terceiro idioma, muita coisa se perde. A comunicação se torna estática, atrapalhada, pouca fluida. O inglês pode ser entendido por todos, mas ainda assim, para Hong Sang-soo, não é compreensível. Como expressar ideias e sentimentos em uma língua que não é sua?

Emoções se perdem nas palavras estrangeiras e são, logo depois, afogadas na bebida. A vergonha de falar errado impede a comunicação. A paisagem grita por sentimentos, mas as palavras simplesmente não saem - não há, afinal, meios para compreendê-las totalmente. A música ou os olhares podem servir de escape, mas nunca são a linha final.

Sang-soo tenta entender a linguagem não como algo que se pode atravessar facilmente, mas como uma barreira que nem sempre pode ser transposta. Mesmo para aqueles que dominam outra língua, os sentimentos não serão expressos da mesma forma. É o cineasta coreano chegando perto de reflexões que permearam toda a carreira do suíço Jean-Luc Godard, que sempre tentou entender as formas (e desafios) da linguagem.

Há, assim, algo potente a ser discutido nesse novo filme de Sang-soo, um dos cineastas mais prolíficos em atividade - e que já mantém a marca de dois filmes novos a cada ano.

No entanto, há pouca inspiração aqui. Por mais que a estética do diretor seja a mesma vista em seus filmes mais recentes, com bastante uso de zooms, ele parece menos disposto. Os acontecimentos se movem sem muita empolgação, sem a vontade de ir além na discussão. É como se o coreano levantasse os pontos centrais da incomunicabilidade, mas não fosse além em busca de questões mais fortes e profundas.

Lembra um pouco outro filme menor do coreano, A Câmera de Claire, também com Isabelle Huppert. Um filme de uma ideia só, bem provocada, mas que não consegue ir além dela.

Provocação

Há quem diga que Sang-soo é assim: um cineasta de conversas encavaladas, discussões travadas e que gosta de perguntar, não de responder. De certa forma, é verdade. Mas é só ver alguns títulos que já estão alcançando o patamar de obra-prima da cinefilia, como O Dia Depois, O Hotel às Margens do Rio e os já citados Certo Agora, Errado Antes e A Mulher Que Fugiu. Há uma provocação e, depois, ideias concatenadas, buscando provocar outros questionamentos. Já As Aventuras de uma Francesa na Coreia se mantém em uma nota só. Mas, de verdade: uma nota só de Hong Sang-soo é melhor do que muito do que chega aos cinemas hoje em dia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maidê Mahl postou pela primeira vez nas redes sociais após ser encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel de São Paulo, em setembro do ano passado.

A atriz de 32 anos, que ficou três dias desaparecida e mobilizou a classe artística na ocasião, fez uma postagem nesta sexta-feira, 18, no qual compartilhou um vídeo antigo e explicou que está no maior centro de reabilitação da América Latina.

"Meu coração é pura saudade quando vejo esse vídeo. Quando eu falava, cantava, eu andava e dançava. Agora esse sonho está perto de se realizar. Sigo com minha recuperação no maior Centro de Reabilitação da América Latina. Então eu creio que vou voltar muito melhor. Amém? Amém!!! Assim seja", escreveu ela, sem detalhar o tipo de reabilitação.

Conhecida por viver Elke Maravilha em O Rei da TV (2022) e pela série Vale dos Esquecidos, Maidê desapareceu no começo de setembro de 2024 após ser vista com uma mochila nas costas no bairro paulistano de Moema, na zona sul.

Seu sumiço mobilizou famosos e, três dias depois, em 5 de setembro, ela foi encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel do centro de São Paulo. Maidê ficou um mês em coma internada na UTI e teve alta hospitalar no final de janeiro de 2025.

Após a eliminação de Diego Hypolito na noite de quinta-feira, 17, restaram quatro brothers na casa. Com a vitória de Guilherme na Prova do Finalista, um novo Paredão foi automaticamente formado na noite desta sexta-feira, 18. Além da vaga na final, o pernambucano também ganhou um carro.

Com pouco mais de sete horas de prova, Vitória foi a primeira a ser eliminada da prova, depois de gastar todos os créditos de descanso. Em seguida, com mais de nove horas de prova, João Pedro também desistiu e foi eliminado.

Renata foi a penúltima a deixar a prova após doze horas de prova, dando a Guilherme a vitória, a vaga na grande final e um carro. A cearense lamentou ter ficado em segundo lugar em provas de resistência mais uma vez e foi acolhida por Vitória, que disse se inspirar em Renata.

O resultado desse último Paredão definirá quem se juntará a Guilherme na disputa da grande final, que acontece na próxima terça-feira, 22.

A eliminação acontece no próximo domingo, 20.