Brasil vê 15% das florestas naturais sumirem em 38 anos; País perdeu 'uma SC' desde 2018

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A área ocupada por florestas naturais no Brasil caiu 15%, em 38 anos, com uma aceleração entre 2018 e 2022. O total passou de 581,6 milhões de hectares, em 1985, para 494,1 milhões de hectares, no ano passado, de acordo com dados do MapBiomas, plataforma que reúne universidades, organizações ambientais e empresas de tecnologia, obtidos a partir do monitoramento por satélites.

Dos 87,5 milhões de hectares suprimidos nesse período, 11% foram registrados nos últimos cinco anos (2018-2022) - o equivalente a pouco mais do que o tamanho do Estado de Santa Catarina (9,54 milhões de hectares ou 95,4 mil km²).

As florestas naturais são formadas por diversos tipos de cobertura, como restingas, savanas e mangues, além das formações florestais encontradas na Amazônia e Mata Atlântica. Esses ecossistemas ocupam 58% do território brasileiro.

A área que essas florestas ocupavam foi quase totalmente (95%) convertida para a ocupação das atividades agropecuárias, pastagens ou cultivos. O governo federal lançou neste ano duas ações com foco para diminuir a destruição da Amazônia e do Cerrado.

A floresta amazônica passa por uma das maiores secas de sua história. E, como o Estadão mostrou, a estiagem em grande escala é a quarta deste século na região e deve causar um efeito dominó que aumentará os estragos.

Os biomas que mais perderam florestas naturais entre 1985 e 2022 foram o Cerrado (27%) e a Amazônia (13%), que ainda tem a maior proporção desse tipo de vegetação (78%), seguido pela Caatinga (54%).

As chamadas formações florestais - áreas de vegetação com predomínio de espécies arbóreas e dossel contínuo - correspondem a dois terços do total desmatado entre 1985 e 2022 (58 milhões de hectares), uma redução de 14% em 38 anos.

A área que essas florestas ocupavam foi quase totalmente (95%) convertida para a ocupação das atividades agropecuárias, pastagens ou cultivos.

De acordo com o levantamento do MapBiomas, nas décadas de 1980 e 1990, observa-se um aumento da perda florestal. A partir de 2006, houve um período de redução da área desmatada. Entre 2018 e 2022, porém, houve um aumento da perda de florestas, chegando a quase 10 milhões de hectares.

De acordo com a coordenadora científica do MapBiomas, Julia Shimbo, as florestas são importantes para manter o equilíbrio climático e protegem os serviços ecossistêmicos vitais. "A perda contínua das florestas representa uma ameaça direta para a biodiversidade, a qualidade da água, a segurança alimentar e a regulação climática", afirma.

Cerrado puxa alta do desmatamento

As chamadas formações savânicas cobrem 12% do território brasileiro (104,5 milhões de hectares), o que equivale a três vezes o Estado de Goiás. Elas se caracterizam pela distribuição esparsa de espécies arbóreas em meio à vegetação herbácea-arbustiva contínua. Essa formação é a segunda classe de floresta natural mais representativa em área no País e proporcionalmente a que teve o maior desmatamento.

Entre 1985 e 2022, a perda de formação savânica foi de 29 milhões de hectares, redução de 22% na formação. Segundo o levantamento, de cada cinco hectares desmatados, mais de quatro (83%) foram suprimidos no Cerrado. Na Caatinga, a perda foi de 10% (4,7 milhões de hectares).

"Em biomas como no Cerrado e na Caatinga, que já perderam parte significativa de sua vegetação nativa, o ritmo do desmatamento das savanas é alarmante, principalmente na região do Matopiba, que ainda apresenta grandes remanescentes deste ecossistema, mas que estão sendo convertidos para a expansão da agropecuária", diz a pesquisadora da equipe do Cerrado no MapBiomas, Barbara Costa.

O estudo permite identificar as florestas secundárias, aquelas que voltaram a crescer em áreas desmatadas. Em 2021, elas ocupavam 41 milhões de hectares, o equivalente a 8% das florestas naturais do País.

Os biomas com maior proporção de florestas secundárias são a Mata Atlântica e a Caatinga, com 27% cada (8,1 milhões de hectares e 12,5 milhões de hectares, respectivamente), seguidos pelo Cerrado (12% do bioma, ou 10 milhões de hectares), Pantanal (8% do bioma, ou 100 mil hectares), Amazônia (3% do bioma, ou 9,8 milhões de hectares) e Pampa (2% do bioma, ou 300 mil hectares).

Amazônia sofre com a seca

A seca que castiga os Estados amazônicos fez com que a superfície da cobertura de água no Estado do Amazonas atingisse sua menor extensão desde 2018. De acordo com uma nota técnica do MapBiomas, em setembro foram registrados 3,56 milhões de hectares, uma redução de 1,39 milhão de hectares em relação aos 4,95 milhões de hectares de setembro de 2022.

Ao todo, 25 municípios do Estado tiveram redução na superfície de água superior a 10 mil hectares. Barcelos, no centro do Amazonas, teve a maior perda: 69 mil hectares entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Na sequência estão Codajás (47 mil hectares), Beruri (43 mil hectares) e Coari (40 mil hectares) - todos com perdas superiores a 40 mil hectares de água.

Imagens de satélite mostram que lagos inteiros secaram. Além do Lago Tefé, onde morreram mais de 100 botos, a seca também atinge o Lago de Coari, afetando o acesso a alimentos, medicamentos e o funcionamento das escolas. Entre Tefé e Alvarães, a seca forma bancos de areia extensos, mostra a nota técnica do MapBiomas.

Os efeitos da atual falta de chuva, impulsionados pelo fenômeno El Niño, ainda vão permanecer na Floresta Amazônica por muito tempo. Em Manaus, o Rio Negro, um dos principais rios amazônicos, continua baixando e atingiu seu nível mais baixo em 121 anos, desde que o monitoramento começou a ser feito.

O ar de Manaus, na semana passada, foi considerado um dos piores lugares do mundo para se respirar devido à fumaça das queimadas. Segundo o monitoramento de qualidade internacional World's Air Polution, a classificação atingiu o nível de "perigo" antes de melhorar nesta semana.

O desmatamento na Amazônia registrou queda de 7,4% de agosto de 2022 a julho deste ano, firmando a tendência de queda no desmate da floresta. Enquanto no período anterior, de 2021 a 2022, foram 8.590 km² desmatados, no período mais recente foram 7.592 km².

Por outro lado, a destruição no Cerrado bateu recorde no período histórico registrado. De agosto do ano passado a julho de 2023, a destruição do bioma alcançou 6.359 km², a maior área desde o biênio 2016-2017, o mais antigo da série histórica. Em relação ao período anterior (2021-2022), a alta foi de 16,5%.

Governo lança planos para o Cerrado e a Amazônia

Compromisso de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo federal lançou neste ano duas ações com foco para diminuir a destruição da Amazônia e do Cerrado. Em junho foi lançada a nova versão do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDam), e em setembro a reedição, atualizada, do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado (PPCerrado).

O plano para a Amazônia chegou a sua quinta edição. Lançado em 2004, o PPCDam foi um dos principais instrumentos para a queda do desmatamento. O plano para o Cerrado foi levado à consulta pública. A proposta traz quatro eixos de atuação que incluem medidas como criação de unidades de conservação, incentivos para bioeconomia, regulamentação do mercado de carbono, monitoramento da degradação das terras, entre outros pontos.

As contribuições foram até o dia 12 de outubro. Somente na versão final serão incluídas metas e prazos para a redução da destruição no bioma.

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Aviso: Este artigo contém spoilers da série 'The Last of Us' e do jogo 'The Last of Us Part 2'.

Pedro Pascal, que interpreta Joel Miller em The Last of Us, revelou sua reação ao segundo episódio da série que foi ao ar neste domingo, 20, durante uma entrevista ao Entertainment Weekly.

Com o começo da temporada, poucos esperavam que a jornada de Joel Miller, personagem que protagonizou a primeira temporada ao lado de Ellie (Bella Ramsey), chegasse ao final. Com a morte do personagem, Pedro Pascal reagiu: "Estou em negação".

"Eu percebo que, quanto mais velho fico, mais eu me vejo em negação sobre o final das coisas. Eu sei que estarei para sempre ligado aos membros da experiência e que tenho que vê-los em diferentes circunstâncias, mas nunca estarei [novamente] sob as circunstâncias de interpretar Joel em The Last of Us".

"Eu não passo muito tempo pensando nisso porque me deixa triste", completou.

Entretanto, o ator revelou que já sabia sobre o destino de Joel. A trama, que é uma adaptação do jogo de homônimo, trazia o mesmo fim para um dos personagens mais emblemáticos do enredo. Com relação a isso, ele emendou: "Era só uma questão de como e quando".

A cena da morte de Joel foi gravada por ele, entretanto, com um sentimento de "relaxamento".

"Eu estava sempre colocando de lado como eu realmente me sentia sobre o meu fim na série [...] Acho que o mais estranho de passar por isso foi o laço que criei com todos da série após os desafios da primeira temporada, não só com a Bella mas com toda a equipe e o elenco".

"Então ter esse 'adeus' foi muito triste para mim, e eu tive uma manifestação física, um espelho violento do quão triste estava pela morte do Joel. Para ser honesto, [atuar na cena] foi como um sonho", finalizou, sobre sua morte.

Pascal afirmou ao portal americano que a maquiagem e os efeitos fizeram grande parte do trabalho, o que causou outro choque: "Eu matei a 'vibe' completamente depois que entrei no set [com a maquiagem]. Eu podia sentir esse luto tomar conta do olhar das pessoas".

The Last of Us estreou sua segunda temporada na Max em 13 de abril. Os sete episódios serão lançados semanalmente aos domingos, 22h, simultaneamente na HBO e na Max.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais.

O filme Conclave (2024) alcançou o topo do ranking de títulos mais assistidos do Prime Video no Brasil nesta terça-feira, 22. O interesse pelo longa cresceu após a morte do papa Francisco, na segunda-feira, 21.

Desde a última sexta, 18, o título já figurava entre os mais vistos na plataforma. Com a notícia da morte do pontífice, o longa não apenas assumiu a liderança entre os filmes, como ultrapassou também as séries, tornando-se o conteúdo mais assistido em todo o catálogo do streaming no País.

Dirigido por Edward Berger, Conclave é baseado no livro homônimo de Robert Harris e explora os bastidores da escolha de um novo papa, processo que historicamente desperta atenção por seu caráter reservado e simbólico. A narrativa combina fatos históricos e elementos ficcionais, focando nos dilemas internos dos cardeais durante o conclave.

A produção foi indicada a oito categorias no Oscar de 2025, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator (Ralph Fiennes) e Melhor Atriz Coadjuvante (Isabella Rossellini), e venceu na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Também recebeu destaque em áreas técnicas, como figurino, direção de arte e montagem.

Mais sobre 'Conclave'

Disponível no streaming Prime Video desde 16 de abril, o filme não apenas atraiu a atenção do público, mas também da crítica, que elogiou a habilidade de Berger em criar um thriller dramático envolvente.

O elenco estelar, liderado por Ralph Fiennes, Stanley Tucci e John Lithgow, foi muito elogiado pela capacidade de explorar a profundidade e complexidade da narrativa.

A trama de Conclave gira em torno do Cardeal Lawrence, encarregado de conduzir o conclave após a morte inesperada do papa. Este evento é meticulosamente retratado, destacando as intrigas e segredos que permeiam os corredores do Vaticano.

A Netflix anunciou nessa segunda-feira, 22, que a série Heartstopper será encerrada com um filme. A produção, que já conta com três temporadas disponíveis na plataforma, terá seu desfecho baseado no sexto volume dos quadrinhos de Alice Oseman, criadora da história original.

O último capítulo da trama acompanha o desdobramento da relação entre Charlie (Joe Locke) e Nick (Kit Connor). A obra em que o filme se apoia ainda está em publicação nos Estados Unidos e marca o encerramento da história do casal.

Além da dupla protagonista, a série conta com nomes como William Gao, Yasmin Finney, Tobie Donovan e Jenny Walser no elenco. Assim como nas temporadas anteriores, o filme também será conduzido por Alice Oseman.

A terceira temporada de Heartstopper chegou à plataforma em outubro, com oito episódios. Ainda não há previsão de estreia para o filme, que concluirá a narrativa criada por Oseman.