Caso Evandro: TJ anula condenações de acusados pelo desaparecimento e morte do menino no Paraná

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O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) anulou nesta quinta-feira, 9, as condenações dos acusados pelo desaparecimento e morte do menino Evandro Ramos Caetano, em 1992, em Guaratuba, no litoral do Estado. Com a decisão, a Justiça reconheceu que os réus foram torturados para confessar o crime. Não cabe recurso da decisão.

Os desembargadores da 1º Câmara Criminal do TJ-PR, por 3 votos a 2, absolveram durante a revisão criminal Osvaldo Marcineiro, Beatriz Abagge, filha do à época prefeito de Guaratuba, Aldo Abagge, além do artesão Davi dos Santos Soares e do ajudante e amigo de Marcineiro, Vicente de Paula Ferreira, que morreu em 2011.

A revisão do caso foi pedida pela defesa dos acusados, em dezembro de 2021, depois que o jornalista Ivan Mizanzuk, que investigou o caso no podcast Projeto Humanos, teve acesso e divulgou fitas de áudio com indícios de tortura dos acusados cometida por policiais militares. Nos áudios, os agentes forçam os acusados a confessarem o crime.

"Após 31 anos de uma incansável luta, a 1ª Câmara Criminal do TJ-PR enfim reconheceu que os acusados do Caso Evandro foram torturados", diz trecho da nota do advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, que defende os acusados. Segundo ele, nesta quinta "a justiça foi feita".

"O julgamento de hoje é uma lição para o presente e para o futuro. Os desembargadores Adalberto Jorge Xisto Pereira, Gamaliel Seme Scaff e Sérgio Luiz Patitucci fizeram história ao deixar claro que a tortura não será aceita como método de investigação", afirma.

À época, também foram acusados pelo crime a então primeira-dama de Guaratuba, Celina Abagge, o funcionário da família Abagge, Airton Bardelli, e o vizinho de Francisco Sérgio Cristofolini. A decisão desta quinta não foi estendida a eles, pois já haviam sido absolvidos.

Ao longo dos mais de 30 anos desde o crime, o caso teve cinco julgamentos diferentes para os acusados. O primeiro deles, de 1998, que durou 34 dias, tornou-se o julgamento mais longo da história do judiciário no Brasil. Dos quatro julgados na revisão criminal desta quinta, Marcineiro ficou mais de sete anos anos na prisão; Beatriz cumpriu mais de cinco anos, Soares ficou quatro anos na cadeia e Ferreira morreu na prisão.

No julgamento da revisão, os desembargadores Adalberto Xisto Pereira, Gamaliel Seme Scaff e o desembargador substituto, o juiz Sergio Luiz Patitucci, votaram pela anulação das condenações dos acusados por entenderem que eles foram torturados para fazer falsa confissão.

Já os desembargadores Miguel Kfouri Neto, relator original do caso, e Lidia Maejima foram contrários com base no entendimento de que as fitas teriam que ter passado por perícia. Vale lembrar que o próprio TJ-PR, em agosto deste ano, permitiu que as gravações fossem usadas como provas na revisão criminal.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), representado pelo procurador Silvio Couto Neto, considerou nesta quinta, pela primeira vez, que as condenações não foram justas.

Relembre o caso

Evandro Ramos Caetano, que tinha 6 anos, desapareceu em Guaratuba, em abril de 1992, no trajeto entre a casa e a escola. Dias depois de sumir, o corpo dele foi encontrado em um matagal do município com sinais de violência. Naquele período, ocorreram diversos casos de desaparecimento de crianças no litoral do Paraná.

Os sete acusados foram apontados pela Polícia Militar (PM) como responsáveis pelo crime. Um grupo chamado Águia, do serviço de inteligência da PM do Paraná, foi ao litoral para investigar o caso. O grupo apontou que o menino foi morto pelos acusados em um ritual de "magia negra".

Em janeiro de 2022, o governo do Paraná publicou um pedido oficial de perdão para Beatriz Abagge, uma das condenadas pela morte de Evandro. Na carta, o governo expressou "veemente repúdio ao uso da máquina estatal para prática de qualquer tipo de violência", em referência às torturas sofridas pelos acusados.

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Três meses após relatar o desaparecimento da mãe, a atriz Maria Gladys, Maria Thereza Mello Maron voltou às redes sociais, nesta quinta-feira, 10, para pedir ajuda para resgatá-la.

De acordo com a publicação, a artista de 85 anos, que é avó da atriz de Hollywood Mia Goth (Pearl) e participou de novelas como Vale Tudo e Top Model, está perdida em Santa Rita de Jacutinga, Minas Gerais, e precisa chegar ao Rio de Janeiro, onde a filha reside.

"Alô amigos! Maria Gladys está em Santa Rita de Jacutinga, na rua, confusa, sozinha, sem dinheiro e sem casa. Precisa vir ao Rio me encontrar pra que eu possa trazer ela (sic) pra minha casa", começou ela. "Lá é uma cidade de difícil acesso, pois não tem transporte. Ela precisa de táxi pra chegar à Volta Redonda e, de lá, vir pro Rio e eu buscar ela (sic) na rodoviária. Nem eu, nem minha irmã temos o dinheiro da passagem. Quem puder ajudar, estou deixando o pix dela", complementou.

Na mesma postagem, ela compartilhou algumas frases publicadas pela mãe. "Preciso ir pro Rio encontrar minha filha, que é dura. Meus filhos não têm, preciso sair daqui."

No início deste ano, Maria Thereza Mello Maron relatou que a atriz tinha sumido: "Amigos, Maria Gladys está desaparecida desde ontem [terça, dia 31], às 5h. A polícia diz que precisa esperar 24 horas. Não sei o que fazer! Socorro!", declarou, à época.

Poucas horas depois da publicação, ela informou ter localizado a mãe: "Obrigada pela atenção. Consegui achá-la. Desculpem o susto. É porque ela está em um apartamento na [rua] Sá Ferreira [em Copacabana], quando cheguei, não a encontrei. Entrei em pânico. Gratidão".

Juliana Silveira revelou que sofreu assédio de um diretor da Record. O caso aconteceu entre 2012 e 2013, quando a atriz estava gravando a novela Balacobaco.

A informação foi divulgada por ela no podcast Papagaio Falante, de Sérgio Mallandro e Renato Rabelo. Juliana explicou que precisou aprender a mergulhar de cilindro para as gravações da novela e que um dos diretores do folhetim, que era mergulhador profissional, a acompanhava nas cenas em que sua personagem mergulhava.

Ela disse que, antes do assédio, "considerava o diretor um amigo" e que no começo ele era um ponto de apoio para ela.

"Eu demorei a descobrir, porque ele me passava mensagens. Era início do WhatsApp, e eu não tenho telefone de um diretor nenhum. Eu tenho sempre telefone da produção. E aí veio um número desconhecido passando mensagens de cantadinha, sabe? Ele não se identificava. Eu não sabia quem era", disse.

Na época, a atriz chegou a desconfiar que as mensagens vinham de Bruno Ferrari, seu par romântico na novela, que já era casado com Palomma Duarte.

"Já fui par romântico dele mais de cinco vezes. A gente é muito amigo, e ele é muito calado. Só fazia cenas com ele, de homem, não pensei que seria o diretor", esclareceu.

Um tempo depois da primeira mensagem, a perseguição se intensificou. "Chegava bilhetinho no carro no estacionamento. Um dia, não aguentei, e falei: 'Preciso descobrir quem é essa pessoa'. Liguei na produção e pedi que identificassem o número na lista de quem fazia a novela", detalhou.

Em seguida, ela conversou com o assediador, que era casado e tinha filhos, e ele pediu desculpas. Juliana relatou que depois da situação, todas as suas cenas eram dirigidas por ele, apesar da novela ter cinco diretores.

"Ele ia me dirigir, e eu tinha uma cena de choro, ele mandava eu repetir 20 vezes. Nada estava bom. Ele pegou um ranço e começou a me torturar no trabalho. Comecei a administrar que ele não gostou por ter tomado um 'não'. Até a hora que chegou em uma cena que eu não posso negociar mais."

Juliana ainda revelou que chegou a levar um tapa na cara de uma colega por ordem do diretor. Na cena, sua personagem estava desmaiada em um cativeiro e tinha que tomar um tapa. A atriz explicou que, de olhos fechados, reagiria e chegaria a piscar caso tomasse a tomar um tapa verdadeiro e orientou o diretor a escolher o tapa técnico.

Ela afirmou que ouviu o assediador orientar a outra atriz na cena a bater nela de verdade.

"Tomei a chalapada. O [tapa] combinado, eu nem ligo, mas eu já estava em um estresse tão grande com essa situação. Fiquei com uma raiva tão grande, levantei como um demônio. E aí foi quebra pau, né? Fui para o camarim e falei: 'Chega! Não gravo mais com ele'", relatou.

Aos prantos, ela entendeu que não conseguiria mais trabalhar com o assediador.

Na época, o diretor geral da novela, Edson Spinello, estava viajando em lua de mel, então Juliana levou o caso à alta direção da emissora.

Ela explicou que o pedido para não ser mais dirigida pelo assediador foi acatado, mas que ele mandava recado para ela pelos outros atores.

"Ele mandava recado pelos atores: 'Eu quero pedir desculpas, eu me apaixonei'. Ele assumiu, quando a galera da Record veio fazer acareação. E ficou tudo ali, interno. Falo essa história, porque é uma história minha. Não estou falando nome nem nada", finalizou.

*Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, anunciou nesta quinta-feira, 10, a criação de uma categoria para reconhecer dublês na premiação. Nomeada Achievement in Stunt Design (melhor design de acrobacias, em tradução livre), a categoria competitiva passa a valer partir da edição de 2028, quando o Oscar chegará à sua 100ª edição.

"Desde os primórdios do cinema, o design de acrobacias tem sido uma parte integrante da produção cinematográfica. Estamos orgulhosos em homenagear o trabalho inovador desses artistas técnicos e criativos, e os parabenizamos por seu comprometimento e dedicação para chegar a esta ocasião memorável", disseram o CEO da Academia, Bill Kramer, e a Presidente da Academia, Janet Yang, durante o anúncio.

As regras de elegibilidade e votação para o prêmio inédito serão anunciadas em 2027. Detalhes específicos da apresentação do prêmio também serão determinados futuramente. Mais de 100 dublês profissionais são membros da Academia, no ramo de Produção e Tecnologia, que representa membros da indústria atuantes em cargos técnicos e de produção, em todas as etapas.

Os dublês já contam com uma categoria própria no SAG Awards, o prêmio do Sindicato dos Atores, e, desde 2021, são reconhecidos também pelo Emmy, premiação dedicada à TV americana.

Em fevereiro, o Oscar anunciou que, a partir da próxima edição, contará com a categoria de Melhor Escalação de Elenco, que busca reconhecer os responsáveis pela seleção dos atores e atrizes que compõem o elenco de um longa.