Imóveis vizinhos a praças de SP não veem valorização, diz pesquisa

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Em São Paulo, pode-se dizer que morar em frente a uma praça não tem preço. Mas esse respiro em meio ao mar de prédios, asfalto e concreto nem sempre significa um imóvel mais valorizado. Pesquisa da Loft, startup do setor imobiliário, analisou o efeito no preço dos anúncios dos apartamentos próximos a 50 praças nos bairros mais valorizados da cidade.

Na região de 31 dessas praças (62% da amostra), quanto mais longe do equipamento público, maior a valorização do imóvel - ao menos R$ 100 a cada quilômetro. Ou seja, a maior parte da amostra de praças nas regiões mais valorizadas da capital não é atraente o bastante para que os imóveis em prédios ao redor sejam também mais valorizados.

Entre elas, estão o Largo da Batata, em Pinheiros, e as praças Visconde de Cunha Bueno, no Morumbi, Província de Saitama, no Alto de Pinheiros, a 1,5 quilômetro do Parque Villa-Lobos, e a famosa Praça do Pôr do Sol, no mesmo bairro.

Na lista também entram algumas das praças mais importantes e conhecidas da região central, como a Sé, República, Arouche, Dom José Gaspar, Júlio Prestes, Princesa Isabel e Vale do Anhangabaú.

Desvalorização

Se problemas claros dessa região, como o trânsito, a zeladoria urbana e a dispersão da Cracolândia, tornam a presença dessas praças na lista menos surpreendente, o que explica a desvalorização em bairros nobres, como o Alto de Pinheiros?

Fatores como a conservação e o grande fluxo de pessoas - como na Praça do Pôr do Sol - podem trazer mais desvantagens do que benefícios para os moradores do local.

Segundo o gerente de dados da Loft, Rodger Campos, uma cidade heterogênea como São Paulo tem causas difusas para fenômenos como esse. Questões ligadas à zeladoria urbana, segurança pública e fluxo de frequentadores entram nessa conta, mas não só. Hábitos e preferências da população local também precisam ser considerados.

Isso significa que estar ao lado de uma praça pode não ser um atrativo para parte da população por variados motivos, da qualidade do serviço público oferecido ao uso (ou a falta dele) que o morador dá ao local. "Nem todo comportamento que a gente vê no geral, vemos no micro", afirma Campos.

O mesmo processo se aplica, por exemplo, a estações de metrô. Desejada e esperada em diversas áreas da cidade, viver ao lado de uma também pode significar morar perto de um grande fluxo de pessoas, o que para parte da população pode ser um problema.

Zeladoria

Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie Celso Aparecido Sampaio, a zeladoria urbana ineficiente em algumas dessas praças faz com que o espaço público não seja ocupado pelos moradores da região.

A forma de construção, como um elemento estranho ao local, sem conexão com o entorno, também afasta a ocupação. "O Largo da Batata é um exemplo de um grande projeto urbanístico não totalmente executado. Pode ser uma praça seca, mas se tiver cafés, bancos e outros pontos de atração as pessoas vão ocupar. Mas se não tiver nem uma sombra sequer...", afirma. "O mesmo acontece com o Vale do Anhangabaú que não dialoga com as ruas do entorno."

A pesquisa da Loft avalia o efeito da proximidade das praças no valor do metro quadrado dos apartamentos usando um modelo estatístico que analisa o imóvel a partir de suas características. Entram nessa conta a distância para o parque avaliado, a distância para o segundo parque mais próximo, o tamanho da área privativa da unidade, os números de banheiros, vagas, quartos e o valor do condomínio e do IPTU.

Para estabelecer os valores do metro quadrado dos imóveis nas regiões analisadas foram considerados os anúncios nas principais plataformas imobiliárias em setembro deste ano.

O reverso da situação dessas praças que não valorizam os imóveis ao seu redor são as que conseguem levantar o valor do metro quadrado dos apartamentos que ficam ao seu lado. Das 50 analisadas pela Loft, em 13 delas o afastamento de cada quilômetro resulta na queda do valor do metro quadrado em ao menos R$ 100.

É o caso da Diogo do Amaral, na Lapa, na zona oeste. A um quilômetro da praça, os imóveis têm, em média, valor de R$ 724 menor do que os que estão em frente e ao lado do local. Isso pode ser importante na hora de decidir comprar um apartamento ali e nas imediações, mas para a empresária Laura Ribeiro Barbosa, de 42 anos, o que não tem preço mesmo é olhar pela janela do quarto e ver uma área verde em frente de casa.

"É um bairro que ainda tem muita casa, tem uma coisa meio interiorana de as pessoas cumprimentarem quem elas veem sempre na praça", diz ela, que durante a pandemia deu graças a Deus por ter o local a seu alcance para escapar do confinamento forçado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Um ônibus que transportava o cantor Ferrugem e sua equipe se envolveu em um acidente de trânsito na manhã deste domingo, 20, na região de Porto Alegre. Ninguém ficou ferido.

Na noite anterior, o artista havia se apresentado no festival Festimar, na cidade de Rio Grande, no litoral gaúcho.

Segundo comunicado divulgado pela empresa responsável pelo veículo, o acidente ocorreu por volta das 6h45 da manhã na BR-290, próximo à Ponte do Guaíba, que liga a capital ao interior do Estado.

Ferrugem falou sobre o ocorrido em suas redes sociais, compartilhando uma foto da frente do ônibus com os vidros estilhaçados. "Livramento! Um senhor acidente, mas graças a Deus todos estão bem", escreveu.

Mais tarde, gravou um vídeo explicando o acidente: "Destruiu tudo ali, a frente do ônibus, a porta foi arrancada, mas, graças a Deus, ninguém se machucou. Todo mundo bem, todo mundo inteiro."

O cantor também esclareceu que o acidente não atrapalharia o show que fará na noite deste domingo, 20, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.

Durante a tarde, ele mostrou que estava almoçando com a família antes de se encaminhar para a apresentação.

Em nota, a Mônica Turismo, responsável pelo ônibus, disse que os danos do acidente foram apenas materiais.

"A empresa imediatamente solicitou a substituição do veículo, mas não houve necessidade, a equipe preferiu ir até o aeroporto com o mesmo veículo para evitar atrasos", diz o comunicado.

Xuxa Meneghel fez um desabafo sobre a pressão estética que sofria da TV Globo na época em que apresentava o Xou da Xuxa, entre 1980 e 1990. Segundo a apresentadora, ela era pressionada para não chegar perto dos 60 quilos.

A revelação foi feita durante entrevista ao podcast WOW. Hoje com 62 anos, Xuxa comentou que lembrou da situação durante os bastidores do documentário Pra Sempre Paquitas, lançada em 2024 na Globoplay, mas que isso acabou não aparecendo no filme.

"Revisitando meu passado no documentário das paquitas, eles não colocaram uma coisa que me mandaram para eu ver em que me coloco para baixo, em que vejo uma foto minha nas cartinhas, em que eu falo 'olha como estou gorda, feia'", explicou Xuxa.

A apresentadora continuou: "Uma coisa que era me colocada na época [era] que se eu passasse dos 60 kg [estaria gorda]. Na época, 54 kg foi o normal que eu ficava. Na Globo, meu normal era 54 kg, 55 kg. Se eu fosse para 58 kg, já apertavam as minhas roupas."

Ela explicou que hoje tem boa relação com o próprio corpo, mas que, na época, a ideia de estar gorda caso seu peso aumentasse "era o que ouvia o tempo todo".

"Era uma cobrança muito grande, um negócio cruel. Você não se gostar e querer ficar mais forte ou menos forte, seja o que for, para você se sentir melhor, é uma coisa. Agora fazer isso por um padrão que lhe foi colocado...", completou.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota de pesar pelo falecimento da cantora Cristina Buarque, que morreu neste domingo, 20, aos 74 anos. Segundo Lula, a compositora teve "papel extraordinário" na música brasileira.

"Quero expressar meus profundos sentimentos pelo falecimento de Cristina Buarque. Cantora e compositora talentosa, teve um papel extraordinário na música brasileira ao interpretar as canções de alguns dos mais importantes compositores do samba carioca, ajudando a poesia e o ritmo dos morros do Rio a conquistarem os corações dos brasileiros", escreveu o chefe do Executivo no período da tarde. "Aos seus familiares e ao meu amigo Chico Buarque, deixo minha solidariedade e um forte abraço."

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda.

A causa da morte de Cristina não foi divulgada.