Fazendeiros são presos após morte de indígena a tiros na Bahia

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Dois fazendeiros foram presos, suspeitos de matar a tiros uma indígena da etnia pataxó e de ferir um cacique, neste domingo, 21, na região de Potiraguá, no sudoeste da Bahia. Outras duas pessoas ficaram feridas, uma delas um fazendeiro que foi atingido por uma flecha no braço.

O conflito ocorreu durante uma tentativa de retomada de uma fazenda. Conforme a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, equipes especializadas das Polícias Militar e Civil foram enviadas para a região a fim de impedir novos conflitos entre indígenas e ruralistas. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também se deslocou para a região.

Conforme a SSP-BA, o conflito ocorreu na manhã de domingo, durante a ação de um grupo denominado Movimento Invasão Zero - há anos a região vem sendo palco de conflitos fundiários. A indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade e seu irmão, o cacique Nailton Muniz Pataxó, foram atingidos por disparos de arma de fogo. A mulher morreu. O cacique foi socorrido e está internado. Nailton passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga.

O fazendeiro ferido pela flechada também foi hospitalizado. Uma indígena ferida no braço foi atendida e teve alta. Os dois feridos internados não correm risco de morte.

A Polícia Civil confirmou que os dois fazendeiros foram autuados em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, mas não divulgou os nomes. Quatro armas de fogo e munições foram apreendidas com os dois suspeitos. As pistolas e os revólveres foram encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para perícia.

"Os autores desses crimes serão responsabilizados. Dois suspeitos foram presos e as possíveis armas utilizadas, apreendidas. Enviamos reforço para a região por tempo indeterminado", disse, em nota, o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.

Também em nota, o Ministério dos Povos Indígenas informou que a indígena assassinada fazia parte da Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, do povo Pataxó Hã Hã Hãe, onde aconteceu o conflito. A área indígena se situa entre os municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, no sul da Bahia. "O ataque foi provocado por fazendeiros do grupo autointitulado 'Invasão Zero' na retomada da Fazenda Inhuma, no município de Potiraguá, em área reivindicada pelos Pataxó como de ocupação tradicional", disse a pasta.

Segundo o ministério, cerca de 200 ruralistas da região se mobilizaram através de um chamado pelo WhatsApp que convocava fazendeiros e comerciantes para recuperar por meios próprios, sem decisão judicial, a posse da Fazenda Inhuma, ocupada por indígenas no último sábado, 20. Ainda segundo a pasta, eles cercaram a área com dezenas de caminhonetes. Após os disparos, dois fazendeiros foram detidos, além de uma indígena que portava uma arma artesanal.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, viajou para a região nesta segunda-feira, 22, e acompanha o caso através do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas. Conforme a assessoria, a ministra está fazendo interlocuções com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a pasta estadual da Segurança Pública para evitar novos conflitos. A Polícia Federal também foi acionada e enviou equipes para a região.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifestou "profundo pesar e indignação diante do assassinato da líder indígena Pataxó Hã Hã Hãe Maria de Fátima Muniz Andrade", conhecida como Nega Pataxó. "Maria de Fátima teve sua vida dedicada à luta pelos direitos e cultura de seu povo, sendo um exemplo de resistência para os povos indígenas", disse. Segundo a nota, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, e a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho, integram a comitiva do Ministério dos Povos Indígenas que está na região.

Em nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), que representa os produtores rurais, lamentou os fatos ocorridos em Potiraguá, envolvendo invasão de propriedade rural que provocaram uma morte e deixaram outras pessoas feridas. "Representando os produtores rurais e sindicatos rurais da Bahia, a Faeb, como vem fazendo ao longo dos últimos anos, mais uma vez convoca o poder público para garantir o que está previsto na Constituição. Combater invasões de terra vai além de defender a propriedade privada e a segurança no campo, é a defesa sobretudo do Estado de Direito", disse.

Ainda segundo a nota, a federação enviou ofícios aos poderes constituídos alertando para o risco de conflito. A Faeb lembrou que a invasão de propriedade é crime previsto no Código Penal e disse que orienta os produtores a atuarem na defesa dos seus interesses rigorosamente dentro dos limites da lei, sem extremismo ou violência de qualquer espécie.

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Maria Bethânia e Caetano Veloso realizaram, na noite deste sábado, 15, o penúltimo show da turnê conjunta que tem rodado o País, mas nem tudo ocorreu como planejado. A cantora de 78 anos precisou interromper a apresentação na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, por conta de problemas técnicos no som.

Enquanto cantava As Canções que Você Fez pra Mim, durante seu bloco solo no show, ela começou a reclamar: "Está tudo errado aqui no som. Não dá para cantar com esse som". Em seguida, levantou a voz e interrompeu a música: "Me respeitem! Eu não vou cantar com esse som". A apresentação parou e Bethânia foi bastante aplaudida pelo público.

O show ficou interrompido por alguns minutos, enquanto a cantora conversava com a equipe técnica, visivelmente irritada. Ela explicou à plateia que seu microfone havia sido trocado e que o retorno do som estava "um horror".

"Só tem chiado no meu ouvido. Não é absolutamente o som que eu estava cantando. Querem me desafiar. Ficaram zangados comigo ontem no ensaio porque eu briguei do som. E acabou", continuou.

Depois, Bethânia disse para chamarem Caetano "para fazer o final do show". Ao ouvir os lamentos da plateia, disse: "Não posso fazer o solo se não tenho voz. Sou uma cantora, eu não tenho outra coisa se não minha voz. Eu sinto muito. É uma vergonha, no Rio de Janeiro, a gente voltar e acontecer isso."

A cantora completou a apresentação de As Canções, mas pulou Negue, que costuma ser a última música de seu segmento solo. Caetano Veloso subiu ao palco e apresentação seguiu normalmente, com os dois lado a lado no encerramento.

Preta Gil revelou que recebeu alta do hospital em que estava internada em Salvador por conta de uma pielonefrite (infecção urinária). A cantora falou sobre o tema em stories publicados em seu Instagram neste sábado, 15, enquanto se preparava para ir ao show da turnê Tempo Rei, de seu pai, Gilberto Gil.

"Eu estou bem. Estou me sentindo bem. Fui muito bem tratada aqui em Salvador", afirmou Preta, que destacou: "É uma coisa que já aprendi que vou ter que saber lidar porque vai ser recorrente. Primeiro porque estou com a sonda, um lugar que acumula muita bactéria."

"Independente da sonda, eu tive que fazer um transplante no meu rim, no meu ureter, no lado direito, por conta de um tumor que eu tinha na ureter. Essas questões de infecções no trato urinário e rim é um assunto que ficou delicado para mim, vou ter sempre que tomar cuidado. Mas não é algo que dependa de mim", continuou.

Preta Gil estava internada desde o último sábado, 8 de março, e chegou a ser monitorada na UTI. Posteriormente, recebeu alta e foi para o quarto, até deixar o hospital em definitivo na sexta, 14.

Vinícius de Oliveira, que ficou conhecido por ter protagonizado o filme Central do Brasil ao lado de Fernanda Montenegro, quando ainda era uma criança, em 1998, publicou em sua conta no Instagram um relato sobre seu reencontro com a atriz quase três décadas após as gravações.

O fato se deu durante um evento de pré-estreia do filme Vitória: "É sempre um carrossel de emoções encontrar a maior representante da cultura desse País, a amiga de longa data, nossa rainha Fernanda Montenegro."

"Foi mais uma vez único, mas, como sempre, de aprendizado de vida. Estar ao lado dela me faz todo ouvidos. Sua paixão pela arte e pela vida é tamanha que o 'pouco' tempo que pudemos estar ali foi suficiente para eu repensar o entendimento da vida", refletiu Vinícius de Oliveira.

Em seguida, o ator explicou: "Afinal, aos 95 anos, com total capacidade intelectual e física, Fernanda veio do Rio, estava fazendo toda a social e, dali a algumas horas, partiria para o Rio novamente porque teria ensaio a tarde na ABL para a noite, então, fazer sua apresentação de 14 textos diferentes de literatura."

"Que artista, que ser humano é Fernanda Montenegro! Passarei a vida agradecendo esse acontecimento de mulher. Que ela siga nos brindando com sua arte. Obrigado e obrigado, Fernanda!", concluiu.

Em Central do Brasil, Vinícius de Oliveira deu vida ao menino Josué. Após a morte de sua mãe, no Rio de Janeiro, a personagem de Fernanda Montenegro, Dora, atravessava o País rumo ao Nordeste em busca do pai do garoto. O filme, dirigido por Walter Salles, concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.