Ação de formigas protege zebras de leões na África

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Quando um leão decide caçar uma zebra nada pode detê-lo, certo? Errado. Pesquisadores acabam de descobrir que esses enormes predadores estão sendo barrados por pequeninos inimigos: as formigas cabeçudas (Pheidole megacephala). Ou pelo menos é o que está acontecendo em um parque no Quênia. A disseminação dessas formigas invasoras deflagrou uma cadeia de acontecimentos que acabou fazendo com que os leões passassem a matar bem menos zebras. O trabalho foi publicado na última edição da revista Science.

"Fiquei muito impressionado", afirmou Todd Palmer, da Universidade da Flórida, coautor do estudo. "A redução nas mortes de zebras está diretamente ligada ao fim de uma relação crucial que existia entre as formigas nativas e as árvores em que elas viviam, o que acabou gerando uma perda de proteção para os leões."

Segundo ele, a descoberta joga luz sobre a importância da interação entre espécies diferentes. "Nós sempre falamos de conservação no contexto das espécies separadamente", afirmou. "Mas essas interações são a cola que mantém todo o sistema unido."

Há 20 anos, a savana era coberta por acácias. Essas árvores frondosas ofereciam alimento e abrigo para as formigas nativas e, em troca, os insetos protegiam as árvores dos elefantes. Toda vez que um elefante tentava alcançar as folhas ou o tronco das árvores, ele era atacado pelas formigas, que se infiltravam por sua tromba e o picavam, obrigando-o a se afastar.

Essa relação estável entre as acácias e as formigas nativas, chamada de mutualismo, garantiu a sobrevivência de ambas por muitos anos. Mas uma espécie invasora de formigas acabou interferindo no bem-sucedido relacionamento, deflagrando uma cascata de eventos que acabou por alterar os hábitos alimentares dos elefantes e dos leões.

Há duas décadas, no entanto, a região foi invadida pelas formigas cabeçudas, contou Jacob Goheen, professor do Departamento de Zoologia e Fisiologia da Universidade de Wyoming, coautor do estudo.

Essas formigas são relativamente pequenas - têm aproximadamente um terço do tamanho de suas primas que viviam nas acácias -, mas muito perigosas.

Elas formam supercolônias, com centenas de milhares de indivíduos, e exterminam populações inteiras de formigas nativas toda vez que se deparam com uma. Isso acabou deixando as acácias desprotegidas, suscetíveis aos elefantes, que, além de comer suas folhas, começaram a derrubar seus troncos.

Efeito borboleta

"Estamos vendo grandes áreas abertas, em que a densa cobertura das acácias deu lugar a uma vegetação rasteira", afirmou Douglas Kamaru, da Universidade de Wyoming, que também participou da pesquisa.

Segundo ele, nos últimos 20 anos, de 70% a 80%, das árvores foram derrubadas. A transformação do ecossistema tornou mais difícil para os leões caçarem zebras, sua presa mais comum.

Tradicionalmente, o elemento surpresa faz parte da estratégia de caça dos leões. Eles se escondem atrás das árvores, aguardando o melhor momento para atacar as zebras.

Em áreas mais abertas, de vegetação rasteira, as zebras conseguem avistar seu predador de longe e têm tempo de fugir. Pelas contas dos cientistas, os leões tinham três vezes mais chances de caçar uma zebra quando o parque era coberto por árvores.

"A ecologia é, realmente, uma bagunça. É muito difícil estudar as interações entre múltiplas espécies", afirmou Kaitlyn Gaynor, professora do Departamento de Zoologia da Universidade de Colúmbia Britânica. Kaitlyn não participou do estudo, mas assinou um texto sobre o trabalho publicado também na Science.

"O que esse estudo fez, de forma muito elegante, foi seguir a mudança, passo a passo, através dessa complexa teia de interações, fornecendo documentação científica para o chamado efeito borboleta (de ações que têm efeito cascata)", afirmou ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

Última eliminada do BBB 25, com 54,52%, Vitória Strada participou do Mais Você, nesta segunda-feira, 21, e falou sobre o rompimento com Camilla e Thamiris. A atriz e as duas irmãs formaram uma aliança ao longo do programa, mas se afastaram após informações reveladas pelo quadro RoBBB Seu Fifi.

Durante a conversa com Ana Maria Braga, Vitória reconheceu que demorou a perceber o comportamento delas. "Tão bobinha eu. A gente não tem o pay-per-view, então eu só tinha o que os meus olhos podiam ver. E ninguém me contava muita coisa", disse. "Na minha vida aqui fora também sou assim, eu não sou de largar nenhum aliado meu na primeira briga, tentativa, e foi o que eu tentei fazer com elas ali. Estava agindo com o que eu tinha, e eu não sabia de todo o resto."

Segundo a atriz, ela passou a perceber o distanciamento das duas após uma votação. Ao comentar sua liderança no jogo, quando dividiu o quarto com Diego Hypolito e Thamiris, Vitória explicou que não conseguiu indicar Camilla ao Paredão, pois preferiu seguir o que sentia.

Ela tentou uma reconciliação com Thamiris, com quem sentia mais "abertura", mas depois que ouviu os relatos do RoBBB Seu Fifi, ficou surpresa com o que descobriu. Após o quadro, afirmou que foi o momento de se priorizar. "Ali eu estava vendo muito mais o lugar do outro do que o meu sentimento", desabafou.

Ao final da entrevista, Vitória refletiu sobre o que faria diferente. "Tenho certeza de que tudo que vivi foi porque eu tinha que aprender alguma coisa. [...] Mas, se a gente está falando objetivamente, talvez ter confiado, me entregado demais para as pessoas", concluiu.

Uma vaquinha online foi aberta para ajudar a atriz Maidê Mahl, de 32 anos, que segue em recuperação após ter sido encontrada com ferimentos graves e desacordada em um hotel de São Paulo, em setembro do ano passado. A informação foi divulgada na noite de domingo, 20, no Instagram dela.

De acordo com a publicação, Maidê saiu da UTI, mas ainda requer cuidados especiais. Ela está sendo acompanhada por uma mulher chamada Mariá, que deixou o trabalho para se dedicar integralmente à recuperação da atriz.

"Os gastos com medicamentos, alimentação e cuidados básicos são altos, e elas precisam da nossa ajuda. Qualquer valor faz diferença. Se puder, contribua e compartilhe. Juntos, podemos garantir que a Maidê siga vencendo essa batalha!", dizia a publicação.

A atriz ficou conhecida por interpretar Elke Maravilha na série O Rei da TV (2022) e por atuar em Vale dos Esquecidos. Em setembro de 2024, ela desapareceu após ser vista com uma mochila nas costas no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo.

Três dias depois, em 5 de setembro, a atriz foi localizada em um hotel na região central da cidade, com ferimentos graves e inconsciente. Ela ficou internada na UTI por um mês, em coma, e recebeu alta hospitalar apenas no fim de janeiro deste ano.

No último dia 18, Maidê fez sua primeira publicação nas redes sociais desde o ocorrido. "Meu coração é pura saudade quando vejo esse vídeo. Quando eu falava, cantava, eu andava e dançava. Agora esse sonho está perto de se realizar", escreveu ela, sem dar detalhes sobre o tratamento. A atriz disse estar em reabilitação no maior centro especializado da América Latina e demonstrou otimismo com a recuperação.

O texto abaixo contém spoilers do segundo episódio da nova temporada de 'The Last of Us'.

A HBO e a Max exibiram no domingo, 20, o segundo episódio da nova temporada de The Last of Us. A produção trouxe um dos momentos mais aguardados e polêmicos do videogame: a morte de Joel, interpretado por Pedro Pascal. A cena, marcada por violência, foi debatida pelos criadores Craig Mazin e Neil Druckmann em entrevista à revista Variety.

Na trama, Joel é atacado por Abby (Kaitlyn Dever) durante uma patrulha, após ajudá-la a escapar de infectados. Ela o atrai até uma cabana, onde o personagem é ferido e espancado diante de Ellie (Bella Ramsey), que tenta intervir. A motivação da personagem está ligada aos acontecimentos do final da primeira temporada. Enquanto isso, a cidade de Jackson lida com uma invasão de infectados, ampliando a tensão.

Druckmann explicou que o momento precisava ocorrer ainda no começo da temporada para dar início ao novo arco narrativo da série - no jogo, a morte de Joel também acontece no início. Para ele, atrasar essa virada poderia enfraquecer o impacto da história.

Mazin completou dizendo que o desafio era equilibrar a surpresa para quem ainda não conhecia o jogo e a expectativa de quem já sabia o que viria.

"Existe o risco de atormentar o público, e não é isso que queremos fazer. Se as pessoas souberem que isso vai acontecer, vão começar a se sentir atormentadas. E quem não sabe, vai acabar descobrindo, porque todo mundo comentaria sobre a ausência da cena", explicou o criador. "Nosso instinto foi garantir que, quando acontecesse, parecesse natural dentro da história - e não como uma escolha pensada apenas para abalar o público."

A versão televisiva da história também expande elementos que, no jogo, aparecem apenas como menções. A crise em Jackson, por exemplo, foi mostrada de forma mais direta, o que ajuda a consolidar o local como um personagem dentro da narrativa. "Queríamos que o público levasse Jackson em consideração daqui para frente", disse Druckmann.

O episódio também aprofunda a relação entre Joel e Dina (Isabela Merced), que não chega a ser mostrada no jogo. A adaptação sugere que, ao longo dos anos em Jackson, Joel e Dina desenvolveram uma conexão próxima, o que reforça o impacto emocional do ataque. Já a dinâmica entre Ellie e Dina ainda está em construção, com diferenças importantes em relação ao material original.