MPF pede ao STF que declare inconstitucional desqualificação de mulher vítima de crime sexual

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos defendeu que o Plenário do Supremo Tribunal Federal considere procedente a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1107, para declarar inconstitucional a prática, 'ainda frequente', de desqualificar vítimas ou colocar sob escrutínio a vida sexual de mulheres em casos de violência sexual.

"A discriminação de mulheres é incompatível com o princípio da dignidade humana", sustenta a procuradora.

Elizeta Ramos representou o procurador-geral, Paulo Gonet Branco, na sessão especial do STF desta quinta, 7, com pauta temática em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado sexta, 8 de março.

Ajuizada em dezembro do ano passado por Elizeta - que, à época, ocupava o cargo de procuradora-geral da República -, a ADPF 1107 'tem o objetivo de aprimorar a conduta do Estado no combate à violência contra a mulher'.

Segundo a Procuradoria, a intenção é eliminar a prática de colocar sob escrutínio a vida pregressa de vítimas ou trazer à tona elementos da vida sexual, do comportamento, das roupas, do passado ou do modo de vida das mulheres como forma a desqualificar vítimas de violência sexual, seja na fase de investigação, na instrução do processo penal ou no julgamento dos casos.

"O discurso de desqualificação da vítima, mediante a análise e a exposição de sua conduta e hábitos de vida parte da concepção odiosa de que haveria uma vítima modelo de crimes sexuais, como se pudesse distinguir as mulheres que merecem ou não a proteção penal pela violência anteriormente sofrida", enfatizou Elizeta, em sustentação oral.

Na ação, ela pede que o Supremo declare a desqualificação da vítima prática inconstitucional de forma imediata, por meio de concessão de medida cautelar, 'seja ela praticada pela defesa do acusado, por autoridades ou por outros sujeitos processuais'.

A ação requer que o artigo 400-A do Código de Processo Penal seja interpretado pelo Supremo de modo a garantir que qualquer menção à vida pregressa ou à conduta sexual das vítimas violência sexual seja considerada um 'elemento alheio ao objeto de apuração dos autos'.

A previsão foi incluída no Código de Processo Penal pela Lei Mariana Ferrer (Lei nº 14.245/2021), alteração que também estabeleceu como dever de todas as partes e sujeitos processuais zelar pela integridade física e psicológica da vítima, em especial das vítimas de violência sexual, 'impedindo que fatos alheios ao caso concreto sejam considerados ou mesmo mencionados no julgamento'.

Outro objetivo é assegurar que os juízes responsáveis pelos casos não levem em conta a vida pregressa das vítimas na hora de fixar as penas, beneficiando acusados com absolvições ou eventuais reduções de pena baseadas nesses elementos.

Nesse sentido, a Procuradoria pede que o STF dê interpretação conforme à Constituição à expressão 'bem como ao comportamento da vítima' - contida no artigo 59 do Código de Processo Penal, para excluir a possibilidade de que o magistrado, na fixação da pena em crimes sexuais, faça valoração da vida sexual pregressa da vítima.

A ação pede que o Supremo reafirme o dever dos juízes responsáveis por esses casos de coibir com veemência qualquer prática do tipo, 'não só mediante a representação do agressor (qualquer dos sujeitos processuais) aos órgãos com atribuição para a sua responsabilização, penal e administrativa, como também por meio da completa desconsideração dessas alegações, sujeitando sua decisão à nulidade'.

Elizeta Ramos destacou na sessão da tarde desta quinta, 7, no STF que o discurso de desqualificação da vítima de violência sexual só é recorrente porque 'encontra espaço para tanto num ambiente que deveria ser seguro, uma vez que mediado pelo Estado'.

Proteção às mulheres

Em sua sustentação, a subprocuradora-geral afirmou que a proteção às mulheres está prevista na Constituição e em tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

Apesar disso, a violência de gênero está 'escancarada no noticiário', ela alertou.

Elizeta apontou para a necessidade de se implementar, de forma efetiva, as redes legais de proteção à mulher, para evitar que o Brasil seja responsabilizado em instâncias internacionais.

"O ordenamento jurídico nacional e internacional exige postura ativa do Estado, que garanta com real efetividade a proteção da mulher, tanto para evitar que sofra nova violência, decorrente da exposição com intuito vexatório, como para invalidar os efeitos da prática no resultado do julgamento do crime", afirmou.

Os representantes da Advocacia-Geral da União e da Defensoria Pública da União também defenderam que a ação seja acolhida integralmente, mesmo posicionamento do Instituto Maria da Penha, admitido como amicus curie na ação, que está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia.

A ação foi pautada para a sessão desta quinta apenas para leitura de relatório e para sustentações orais. O julgamento será realizado em outra data.

Na sessão especial, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e Cármen destacaram a 'importância da data e das ações para efetivar direitos iguais para as mulheres, ainda pouco representadas em espaços de decisão e poder e sujeitas às mais diversas violações no dia a dia'.

Em outra categoria

Maike deixou o BBB 25 poucos dias após iniciar o romance com Renata. Mesmo com a distância, a bailarina não descarta um futuro relacionamento ao fim do programa. Neste sábado, 19, ela refletiu sobre a possibilidade em conversa com Guilherme.

"Acho que lá fora a vida é diferente, então têm outras coisas para conhecer, minhas e dele. Então acho que vai ter que existir esse momento de, lá fora, a gente se permitir outras coisas, ter uma nova conversa", pontuou Renata.

A bailarina disse que precisa conhecer o "currículo" do pretendente fora da casa. Contudo, acredita que a convivência ao longo do confinamento pode ajudar em alguns quesitos, já que eles se viram em diversas situações.

"Mas eu não deixei de viver nada aqui dentro. E não tem mais muito o que eu mostrar, ele já me viu com geleca na cabeça, com pipoca, pó na cara, caindo no molho de tomate, ele já me viu de todos os jeitos", refletiu aos risos.

Maike foi eliminado no 15º Paredão com 49,12% dos votos, no último dia 10. Na ocasião, ele disputou a berlinda com Vinicius, que teve 48,02%, e Renata, 2,86%.

Lady Gaga enfrentou problemas técnicos no início do show que fez nesta sexta-feira, 18, no Coachella. O microfone da cantora apresentou falhas durante Abracadabra, segunda música do repertório, cortando a voz da artista.

Sem interromper a apresentação, Gaga trocou discretamente o microfone de cabeça por um modelo de mão e manteve a coreografia. Depois de alguns minutos, ela voltou ao palco com um novo microfone que funcionou corretamente até o fim da performance.

Momentos depois, ao piano, a artista se desculpou com o público pelo problema técnico. "Meu microfone parou de funcionar por um segundo. Pelo menos vocês sabem que eu canto ao vivo", disse.

A artista completou afirmando que estava fazendo o possível para compensar a falha: "Acho que a única coisa que podemos fazer é dar nosso melhor, e com certeza, eu estou dando meu melhor para vocês hoje".

Lady Gaga no Brasil

Lady Gaga está preste a vir ao Brasil. O palco para o seu show em Copacabana, no dia 3 de maio, está sendo erguidona areia da praia desde o último dia 7, e envolve uma megaoperação com cerca de 4 mil pessoas na equipe de produção nacional - sem contar o efetivo de órgãos públicos que também atuam no evento, como segurança, transporte e saúde.

O palco principal terá 1.260 metros quadrados e estará a 2,20 metros do chão, altura pensada para melhorar a visibilidade do público. A produção ainda contará com 10 telões de LED distribuídos pela praia e um painel de LED de última geração no centro do palco, prometendo uma experiência grandiosa para quem estiver presente e também para aqueles que assistirem de casa.

A estrutura do evento está sob responsabilidade da Bonus Track, mesma produtora que assinou o histórico The Celebration Tour de Madonna no ano passado, também em Copacabana. Para efeito de comparação, o palco da Rainha do Pop tinha 24 metros de largura e 18 metros de altura, com três passarelas e um elevador. A expectativa é que o show de Gaga supere esses números em impacto visual e tecnológico.

A apresentação está prevista para começar às 21h, com duração de 2h30. O show será gratuito, aberto ao público e terá transmissão ao vivo na TV Globo, Multishow e Globoplay.

A banda britânica The Who anunciou neste sábado, 19, que o baterista Zak Starkey está de volta ao grupo. A decisão vem após a saída repentina do músico, que havia sido desligado após um desentendimento com o vocalista Roger Daltrey durante uma apresentação no Royal Albert Hall, em Londres.

O comunicado, assinado pelo guitarrista e cofundador do grupo Pete Townshend, esclarece que houve falhas de comunicação que precisaram ser resolvidas "de forma pessoal e privada por todas as partes", e que isso foi feito com sucesso. Segundo ele, houve um pedido para que Starkey ajustasse seu estilo de bateria para o formato atual da banda, sem orquestra, e o baterista concordou.

O episódio que gerou tensão aconteceu durante o show beneficente Teenage Cancer Trust, no qual o vocalista Roger Daltrey, organizador do evento, interrompeu a última música da apresentação, The Song Is Over, para criticar a bateria de Starkey. "Para cantar essa música, preciso ouvir a tonalidade, e não consigo. Só tenho a bateria fazendo 'bum, bum, bum'. Não consigo cantar isso. Desculpem, pessoal", disse ao público.

Na nova mensagem, Townshend também assumiu parte da responsabilidade pela situação. Ele explicou que estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e que talvez não tenha se preparado o suficiente para o evento. "Achei que quatro semanas e meia seriam suficientes para me recuperar totalmente… Errado", escreveu.

O músico admitiu ainda que a banda pode ter dedicado pouco tempo às passagens de som, o que gerou problemas no palco. Ele reforçou que o centro do palco é uma das áreas com som mais difícil de controlar e que Daltrey apenas tentou ajustar seu retorno de áudio. Zak, segundo ele, cometeu alguns erros e se desculpou.

Townshend descreveu o ocorrido como um "mal-entendido" e disse que tudo ganhou uma proporção maior do que deveria. "Isso explodiu muito rápido e ganhou oxigênio demais", afirmou. Agora, segundo ele, a banda considera o episódio encerrado e segue adiante com energia renovada.

O texto também desmentiu boatos de que Scott Devours, baterista da turnê solo de Daltrey, substituiria Zak de forma permanente. Townshend disse que lamenta não ter desmentido esse rumor antes e se desculpou com Devours.

Zak Starkey integra o The Who desde 1996 e é filho de Ringo Starr, baterista dos Beatles. Ele já tocou com outras bandas, como Oasis e Johnny Marr & The Healers.