Porteiro morre após encostar em poste em Ipanema com ligação clandestina de luz

Geral
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O porteiro Leonardo Monsores da Silva, de 46 anos, morreu após encostar em um poste de iluminação pública na rua Barão da Torre, em Ipanema (zona sul do Rio), na manhã de domingo, 17. Em notas, tanto a Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz) como a concessionária SmartLuz informaram que o poste tinha ligações clandestinas (os chamados "gatos"), identificados em vistoria após o acidente. Essas ligações energizaram o poste, que é de metal, e provavelmente provocaram uma descarga elétrica que atingiu o porteiro quando ele encostou no equipamento.

Segundo a Polícia Civil, Silva estava em horário de trabalho, na calçada, conversando com outras pessoas, quando se encostou no poste. Imediatamente caiu, aparentemente desacordado, e bateu a cabeça no chão. As pessoas que estavam com ele chamaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, antes de chegar, uma médica que mora no prédio tentou socorrer o porteiro. Mas, ele morreu no local.

O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) do Rio, e o laudo que vai indicar a causa oficial da morte pode demorar até 30 dias. Silva era casado e deixa uma filha. Ele morava em Botafogo (zona sul) e trabalhava nesse condomínio havia cerca de dez anos. Sua família é do Espírito Santo.

Após o episódio, várias outras pessoas que moram ou trabalham na vizinhança relataram, nas redes sociais, que também já tomaram choque em postes daquela rua. Esse onde o porteiro se apoiou fica aceso ininterruptamente, segundo vizinhos, e por isso já havia sido motivo de reclamações deles à Rioluz e à SmarLuz.

Nesta segunda-feira, 18, a SmartLuz fez vistoria em outros postes da região e isolou ao menos mais um poste, na rua Teixeira de Melo, segundo moradores relataram à reportagem. Em nota emitida no domingo, a RioLuz lamentou a morte e afirmou que "uma equipe técnica da concessionária Smart Luz esteve no local e constatou ligações clandestinas (gatos) no circuito de iluminação pública que alimenta o poste. A Rioluz está apurando junto à concessionária Smart Luz as causas do acidente."

A empresa municipal também ressaltou "que a segurança elétrica de todo o sistema de iluminação pública da cidade é de responsabilidade da Smart Luz" e afirmou que vai cobrar da concessionária "a apuração de todo o incidente, para que sejam adotadas todas as medidas de segurança necessárias".

A SmartLuz também lamentou o episódio e afirmou, em nota, que "o acidente foi causado por uma ligação clandestina na rede de iluminação pública, uma prática ilegal e perigosa que coloca em risco a vida de todos".

A nota segue fazendo alertas quanto a essas ligações. "As ligações ilegais na rede de energia pública é (sic) prática comum, intensiva e recorrente, que exige a vigilância ininterrupta e rápida reação das autoridades e prestadoras de serviços, como feito no município do Rio de Janeiro", diz o texto. "A velocidade de novas ligações ilegais na rede impede a superação imediata de problemas dessa natureza. (...) É imprescindível que as autoridades governamentais implementem medidas eficazes de fiscalização e punição de quem pratica a ligação ilegal, a fim de desencorajar a prática".

A Polícia Civil investiga o caso, por meio da 14.ª DP, e está fazendo diligências para apurar a responsabilidade pela morte do porteiro.

Outro caso

Ainda não há certeza de que o porteiro morreu eletrocutado, mas essa é a hipótese mais provável, e o caso ocorreu oito dias após outra morte desse tipo.

Em 9 de março, o estudante de Educação Física João Vinicius Ferreira Simões, de 25 anos, saiu de casa, em Maricá (região metropolitana do Rio), e foi ao festival de música I Wanna Be Tour, no Riocentro, centro de convenções situado em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio. Em meio a uma chuva torrencial, João Vinicius encostou em um food truck que estava vendendo alimentos no local e foi eletrocutado.

Levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (também na zona oeste), o jovem não resistiu e morreu, vítima de parada cardiorrespiratória. O caso também está sendo investigado pela Polícia Civil.

Em outra categoria

Maria Bethânia e Caetano Veloso realizaram, na noite deste sábado, 15, o penúltimo show da turnê conjunta que tem rodado o País, mas nem tudo ocorreu como planejado. A cantora de 78 anos precisou interromper a apresentação na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, por conta de problemas técnicos no som.

Enquanto cantava As Canções que Você Fez pra Mim, durante seu bloco solo no show, ela começou a reclamar: "Está tudo errado aqui no som. Não dá para cantar com esse som". Em seguida, levantou a voz e interrompeu a música: "Me respeitem! Eu não vou cantar com esse som". A apresentação parou e Bethânia foi bastante aplaudida pelo público.

O show ficou interrompido por alguns minutos, enquanto a cantora conversava com a equipe técnica, visivelmente irritada. Ela explicou à plateia que seu microfone havia sido trocado e que o retorno do som estava "um horror".

"Só tem chiado no meu ouvido. Não é absolutamente o som que eu estava cantando. Querem me desafiar. Ficaram zangados comigo ontem no ensaio porque eu briguei do som. E acabou", continuou.

Depois, Bethânia disse para chamarem Caetano "para fazer o final do show". Ao ouvir os lamentos da plateia, disse: "Não posso fazer o solo se não tenho voz. Sou uma cantora, eu não tenho outra coisa se não minha voz. Eu sinto muito. É uma vergonha, no Rio de Janeiro, a gente voltar e acontecer isso."

A cantora completou a apresentação de As Canções, mas pulou Negue, que costuma ser a última música de seu segmento solo. Caetano Veloso subiu ao palco e apresentação seguiu normalmente, com os dois lado a lado no encerramento.

Preta Gil revelou que recebeu alta do hospital em que estava internada em Salvador por conta de uma pielonefrite (infecção urinária). A cantora falou sobre o tema em stories publicados em seu Instagram neste sábado, 15, enquanto se preparava para ir ao show da turnê Tempo Rei, de seu pai, Gilberto Gil.

"Eu estou bem. Estou me sentindo bem. Fui muito bem tratada aqui em Salvador", afirmou Preta, que destacou: "É uma coisa que já aprendi que vou ter que saber lidar porque vai ser recorrente. Primeiro porque estou com a sonda, um lugar que acumula muita bactéria."

"Independente da sonda, eu tive que fazer um transplante no meu rim, no meu ureter, no lado direito, por conta de um tumor que eu tinha na ureter. Essas questões de infecções no trato urinário e rim é um assunto que ficou delicado para mim, vou ter sempre que tomar cuidado. Mas não é algo que dependa de mim", continuou.

Preta Gil estava internada desde o último sábado, 8 de março, e chegou a ser monitorada na UTI. Posteriormente, recebeu alta e foi para o quarto, até deixar o hospital em definitivo na sexta, 14.

Vinícius de Oliveira, que ficou conhecido por ter protagonizado o filme Central do Brasil ao lado de Fernanda Montenegro, quando ainda era uma criança, em 1998, publicou em sua conta no Instagram um relato sobre seu reencontro com a atriz quase três décadas após as gravações.

O fato se deu durante um evento de pré-estreia do filme Vitória: "É sempre um carrossel de emoções encontrar a maior representante da cultura desse País, a amiga de longa data, nossa rainha Fernanda Montenegro."

"Foi mais uma vez único, mas, como sempre, de aprendizado de vida. Estar ao lado dela me faz todo ouvidos. Sua paixão pela arte e pela vida é tamanha que o 'pouco' tempo que pudemos estar ali foi suficiente para eu repensar o entendimento da vida", refletiu Vinícius de Oliveira.

Em seguida, o ator explicou: "Afinal, aos 95 anos, com total capacidade intelectual e física, Fernanda veio do Rio, estava fazendo toda a social e, dali a algumas horas, partiria para o Rio novamente porque teria ensaio a tarde na ABL para a noite, então, fazer sua apresentação de 14 textos diferentes de literatura."

"Que artista, que ser humano é Fernanda Montenegro! Passarei a vida agradecendo esse acontecimento de mulher. Que ela siga nos brindando com sua arte. Obrigado e obrigado, Fernanda!", concluiu.

Em Central do Brasil, Vinícius de Oliveira deu vida ao menino Josué. Após a morte de sua mãe, no Rio de Janeiro, a personagem de Fernanda Montenegro, Dora, atravessava o País rumo ao Nordeste em busca do pai do garoto. O filme, dirigido por Walter Salles, concorreu ao Oscar nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz.